terça-feira, 2 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14691: Caderno de Memórias de A. Murta, ex-Alf Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (6): Chegada a Nhala

1. Em mensagem do dia 29 de Maio de 2015, o nosso camarada António Murta, ex-Alf Mil Inf.ª Minas e Armadilhas da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74), enviou-nos mais uma página do seu Caderno de Memórias.


CADERNO DE MEMÓRIAS
A. MURTA – GUINÉ, 1973-74

6 - CHEGADA A NHALA

29 de Abril de 1973 (domingo) 

NHALA – É o nome de uma das palmeiras de onde se extrai sura (o célebre vinho de palmeira). 
Mia Couto, in “Pensageiro Frequente”.

À chegada da coluna a Nhala, e ainda antes de termos descido das viaturas, num ápice, formou-se uma pequena multidão vinda da tabanca, sobretudo mulheres e crianças, que nos receberam com palmas, cânticos, enfim..., se não em apoteose, pelo menos com grande euforia. Fiquei entre contente e surpreso, a achar tudo um bocado exagerado. Seria sempre assim? Não foi preciso passarem muitos dias para ter uma explicação, plausível, para aquele acolhimento tão efusivo.

Nhala, 1973 – Pórtico de entrada na tabanca.

E cantavam acompanhando com palmas:
Periquito vai pró mato / Ó lé, lé, lé!, Velhice vai no Bissau / Ó lé-lé – lé-lé!.

Esta cantilena, soube depois, era conhecida em quase todo o território da Guiné. E eram-lhe acrescentados outros versos, que só aprendi mais tarde, muito brejeiros e, pareceu-me, ao sabor da inspiração do momento:

"Mulher grande cá tem cabaço, / Ó lé, lé, lé! / Bajuda tem manga dele / Ó lé-lé – lé-lé"
"Mulher grande cá tem catota, / Ó lé, lé, lé! / Bajuda tem manga dela / Ó lé-lé – lé-lé"

E voltavam ao princípio com o Periquito vai pró mato, etc. etc.

Desembarcados com armas e bagagens, havia que distribuir o pessoal pelas acomodações previamente preparadas pelo comando da Companhia que iríamos render, (após um longo período de sobreposição das duas companhias para o nosso treino operacional e para conhecimento da nossa área de acção).

Verificámos que o aquartelamento estava ainda em obras, com alguns edifícios inabitáveis e valas a rasgar o chão. Mas em vias de conclusão. Não foi fácil acomodar duas companhias numa área pensada para apenas uma e em vias de conclusão. Parte de nós fomos distribuídos por pequenas palhotas na tabanca. Apesar disso foi com satisfação que constatámos que iríamos ter condições condignas de alojamento. Eu, confiante, imaginava já os melhoramentos de conforto a introduzir, o arranjo e embelezamento dos exteriores que tornassem a nossa estadia mais agradável, sobretudo no regresso das saídas para o mato. Até lá, havia que desenrascar. A mim também foi destinada uma pequena palhota mesmo no início da tabanca, portanto, fora da área militar. Cabiam apenas, lado a lado, duas camas de ferro e aí fiquei com outro camarada até à conclusão das obras no aquartelamento. Nalguns casos foi até ao fim da comissão dos “velhinhos”. Pouco espaço nos restava dentro da palhota, mas era um abrigo e, além disso, tinha qualquer coisa de exótico a condizer com os cheiros, o pó e o calor de África. Pessoalmente, gostei da experiência.

Nhala, 1973 – Panorâmica (fotomontagem). 
Cortesia do meu amigo J. Roque, ex-Fur Mil Trms, a quem agradeço. Editada por mim.

Nós, a 2.ª Companhia do BCAÇ 4513, por ora estamos instalados com a companhia anfitriã 3400 do Batalhão 3852. A 1.ª CCAÇ do nosso batalhão, que chegou a Buba connosco, ficará aí instalada. Ontem (28-04-1973) a 3.ª CCAÇ e a Companhia de Comandos e Serviços (CCS) já tinham chegado a Aldeia Formosa, sede do Batalhão. Tal como a nossa 2.ª CCAÇ, todas as outras ficarão em sobreposição para treino operacional com as companhias que mais tarde renderão.

A CCAÇ 3400 que viemos render, já tem 22 meses de comissão. Não se apercebem bem mas estão todos muito “apanhados do clima”, desde o soldado ao mais graduado, às vezes com reflexos na disciplina. Dizem-nos que nunca tiveram problemas nem dentro nem fora do aquartelamento. Julgam que isso se deve à proximidade de vários “carreiros” – ou trilhos – dos turras que cruzam a sua área de intervenção. É uma teoria. Mas a informação que nos dão do resto do Sector, (por onde passam alguns destes “carreiros”), é preocupante. Os problemas têm acontecido um pouco por todo o lado: Cumbijã, (ocupada recentemente (03-04-1973) pela CCAV 8351), Colibuia, Mampatá e, até, Aldeia Formosa.

Mais grave que tudo isto, para mim, é que a nossa chegada à Guiné em Março, coincide com a introdução no território, dos mísseis antiaéreos STRELA de origem soviética. O que parece significar que os voos, principalmente os militares, vão ficar condicionados. Perante estas perspectivas, num cenário de guerra que já é muito cinzento, o capitão “velhinho” da CCAÇ 3400, que me pareceu muito afectado pela longa comissão, muito pessimista e sombrio, disse, a certa altura referindo-se a nós: ... Se ficarem muito tempo por cá, vai acontecer-vos como aconteceu na Índia: serão empurrados até ao mar e atirados à forquilha para dentro dos barcos. Animador!

Nhala em 30-06-1973, vendo-se viaturas e máquinas da Engenharia que estão em trânsito.

Já noite, (primeira noite em Nhala), deu-se o primeiro acidente dentro do aquartelamento: um soldado que transportava um garrafão de vidro desempalhado de dez litros, com o vinho, caiu numa vala que atravessava o aquartelamento, completamente às escuras. Tendo-se partido o garrafão, fez um corte na parte interior do antebraço que ia do cotovelo até ao pulso. Eu nunca tinha visto nada assim. Assustador. O corte não era muito profundo, mas como era longo, a pele, muito elástica, contraiu-se e ficou toda, como uma tira, do lado oposto do braço deixando-o completamente à mostra. Já na enfermaria, quando o enfermeiro começou a coser, sem qualquer anestesia, foi um espectáculo medonho. (...).

A população de Nhala é Fula. Os adultos parecem muito indiferentes em relação a nós, ou mesmo frios. Dependem muito da tropa, mas estão fartos de tropa. As mulheres e as bajudas atravessam o aquartelamento para se deslocarem à fonte que fica a pequena distância, num baixio. Está sempre alguém a passar para um lado e para o outro com bacias à cabeça e com a roupa que nos lavam.

Nhala, 1973. Centro do aquartelamento com mulheres que vem da fonte.

Fonte de Nhala, 1973. 
Fotografia cedida pelo meu amigo J. Roque, ex-Fur Mil Trms, a quem agradeço.

As bajudas, algumas bonitas, e toda a criançada são uma simpatia. É contagiante a alegria delas e um bálsamo para a nossa saúde mental. Ainda assim, como já disse, os “velhinhos” de Nhala parece que já não beneficiam desse bálsamo. Aproveitando as recomendações deles, vamos escolhendo as nossas lavadeiras. A oferta é grande, de modo que se fazem “contratações” despreocupadamente. E em matéria de sexo, como é? Já em Bolama aprendemos que há lavadeiras “que lavam tudo” por pouco mais que a mensalidade da roupa lavada. «Desiludam-se!». As fulas são muito reservadas e pouco permissivas. Contam-nos um caso ou outro de envolvimento com militares, mas excepcionais e por questões de afecto. A tropa em geral vai brincando, mais ou menos inocentemente, com as bajudas mais velhitas, mas sem consequências nem gravidade. De vez em quando, por ocasião da entrega da roupa lavada aos soldados, lá vem uma delas fazer queixa:
- Alfero, o soldado Manel do teu pelotão, apalpou minha mama!
E eu perguntava:
- Ai, sim? E não lhe deste uma estalada?
E estava o caso resolvido.

Logo nos primeiros dias após a nossa chegada, realizou-se um encontro de futebol entre “velhinhos” e “periquitos”, que era simultaneamente uma forma de boa recepção e de integração de todos os militares. Tudo foi organizado a preceito para o grande embate: equipamentos a rigor; marcação das áreas do campo; escolha da equipa de arbitragem; colocação de viaturas ao longo do campo para a assistência; enfim..., tudo indicava que ia ser uma tarde bem passada em sã camaradagem. Mas não foi, pois ainda na primeira parte, devido a qualquer desentendimento que não recordo e que originou algumas agressões, fez com que tudo descambasse numa violenta e generalizada batalha campal. Mais grave, é que envolveu parte da assistência constituída por militares e numerosos nativos. Ora, estes, que no decorrer da partida tinham tomado partido pelos “periquitos” mas de forma muito agressiva e exaltada, saltaram para o campo e usaram de toda a brutalidade na refrega, a que os “velhinhos” responderam de igual modo. Eu, que estava a assistir, ainda tentei intervir aos berros, separando aqui e ali mas, quando vi um “branco” bater com toda a violência com um barrote na cabeça de um “preto” que estava deitado no chão, percebi que aquilo estava fora de controle e desatei acorrer para ir avisar o capitão dos “velhinhos” e o da minha companhia para que tomassem medidas. Ainda corria para o aquartelamento e já alguns nativos corriam para a tabanca aos gritos:
- Traz morteiro! Traz morteiro!
À entrada do aquartelamento também um soldado se agachava virado para a população a tentar montar uma HK-21.

Depois de ter comunicado a situação aos superiores ainda corri ao campo mas, o que vi, fez-me desistir e voltar para trás. Foi então que assisti, incrédulo, à situação mais insólita da minha comissão: a meio caminho e a marchar na direcção do campo, passa um pelotão de velhinhos, talvez uns dez, formados dois a dois e comandados por um furriel, todos muito sérios e cadenciados, com a G3 ao ombro como se fossem arrear a bandeira. Mas o que me deixou perplexo e me fez parar para os ver passar, foi que todos usavam um capacete feito de cabaças cortadas ao meio tendo na frente pintadas as letras PM.

À noite na messe de oficiais todos comentámos os incidentes que poderiam ter tido um desfecho irremediável. O capitão anfitrião foi peremptório: os ânimos foram acirrados pelos elementos da população que, desde o início, estavam a tomar partido pelos “periquitos”. Era a forma deles colherem as simpatias da nova tropa, de quem iriam depender no futuro. Disse, ainda, que já conhecia a “receita” de experiências anteriores, para além das suas alianças interesseiras. Já não precisavam dos “velhinhos” que estavam de saída! Era uma opinião. Que carecia de confirmação. Mas, a ser assim, estava explicada a calorosa recepção que nos fizeram no dia da nossa chegada a Nhala.

(continua)

Texto e fotos: © António Murta
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Nota do editor

Último poste da série de 19 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14637: Caderno de Memórias de A. Murta, ex-Alf Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (5): A caminho de Nhala

9 comentários:

José Carlos Gabriel disse...

Amigo António Murta.
Mais algumas recordações da nossa colónia de férias por aquelas paragens. Para alguns (eu incluído) pouco mais foi que isso não estando a levar em consideração o afastamento dos nossos familiares que neste caso foi igual para todos. Sobre as lavadeiras no meu caso sei que fiquei com a mesma do velhinho que fui render. Sem dúvida que contatos mais próximos eram quase impossíveis mas a minha até tinha uma maneira peculiar de fugir a qualquer investida. Quando ia buscar ou entregar a roupa levava sempre com ela a bajuda (miúda talvez para os seus 7/8 anos) e ao colo o outro filho. Raramente mandava a bajuda sozinha. Já para pedir tinha uma voz muito meiga e normalmente sempre que se recebiam encomendas dava-lhe o cheiro. Então toalhas levou-me algumas com a cantilena de serem " MANGA DE RONCO ".
Vai contando mais alguma coisa.
Um abraço amigo.

José Carlos Gabriel

Anónimo disse...

Após telefonema de um Camarada meu, referir que o destacamento do Cumbijã foi montado pela Companhia de Cavalaria 8351 e não pela Companhia referida no texto!
Vasco A. R. da Gama

manuel amaro disse...


Camarada António Murta.

Parabéns! Gostei de ler o teu trabalho. E das fotos.
E, excluindo as cenas do desafio de futebol, tudo o resto era assim em 1970/1.
A relação com a população era tal e qual.
Quanto à relação entre militares era diferente porque nós fomos render, (por troca) uma Companhia do mesmo Batalhão. A 2615 foi de Aldeia Formosa para Nhala e a 2614 foi de Nhala para Aldeia Formosa.

Aguardo mais textos e mais fotos.

Um Abraço

Manuel Amaro





João Melo disse...

Camarada Murta.

Venho aqui apenas para lhe fazer algumas correções a alguns pontos que focou na sua bem organizada divulgação de memórias da sua passagem pela Guiné.
Ninguém discordará que, por muito boa memória que tenhamos, passados que são 42 anos, algumas já estarão um pouco indeléveis...
A verdade é que a reocupação de Cumbijã foi mais exatamente a 01.04.1973 e não a 3 desse mesmo mês. Não é que importe alguma coisa estes dois dias de desnível entre a data mencionada e a real mas, mais importante que isso foram os acontecimentos vários que em poucos dias aconteceram...
Mais gravoso que esta pequena diferença foi a de mencionar que quem foi ocupar Cumbijã teria sido a CCAV 8352 quando quem efetivamente a desbravou, a limpou, a cercou de arame que construiu o posto de rádio, o paiol, etc, etc. etc. Em resumo: que criou as condições mínimas para receber o resto da companhia foi exatamente a CCAV 8351 mais conhecidos pelos TIGRES DE CUMBIJÃ!
No dia 01 desse mês, foram para lá dois pelotões comandados pelo Capitão Vasco da Gama que, enquanto os pelotões se revezavam ele - e outros graduados - se mantinha por lá.
Muito aconteceu nesses poucos dias. Poderei narrar pelo menos dois caso:
No dia 02 tinha tido início a operação "Ágata Encantada" levada a efeito pelas 2ª e 3ª Companhia de Comandos Africanos com o apoio de 10 helis sediados em Aldeia Formosa; No dia 04 dentro de Cumbijã 3 camaradas meus ficaram feridos pelo acionamento de uma mina AP que estava sob uma garrafa de cerveja que delimitavam uma campa onde tinha tombado um soldado na anterior ocupação de Cumbijã. Dois com ferimentos ligeiros - o Rosmaninho e o Mendonça - enquanto que o "Setubal" perdeu um pé e ficou com o outro esfacelado.
São pormenores que pouco interessarão às crónicas que se seguirão escritas pelo seu punho mas, apenas lhe peço que tenha um pouco mais de atenção para não subvalorizar quem efetivamente deu o corpo, suor e sangue para cumprir com honra as funções que lhes eram exigidas e, nesse campo, muitas foram as ações desempenhadas pela CCAV 8351.

Um abraço fraterno

João Melo (ex-Operador Cripto da CCAV 8351)

A. Murta disse...

Surpreso com as observações sobre o nº da Companhia de Cavalaria de Cumbijã, referir que foi um lamentável lapso, porque nos meus manuscritos está 8351 e nem precisava, pois sei-o de memória. Pelo lapso, as minhas desculpas.

Sobre a data da instalação de Cumbijã, certamente colhi-a em documento, pois só cheguei a Nhala e 29 de Abril de 1973. Mas não é a primeira vez que noto discrepâncias de datas entre os relatos das histórias das Unidades, Factos e Feitos, etc.

"São pormenores que pouco interessarão às crónicas que se seguirão...".
Isto, em princípio, não me mereceria resposta. Contudo, tenho que esclarecer, que o que tenho transcrito para o Blog, são as minhas memórias e não os "pormenores" que aconteceram à CCAV 8351. Aliás, o período em que estive destacado em Cumbijã com o meu GC, acolhido por esses bravos, vai ser referido, lá mais para a frente, (se antes não decidir parar de me expor desnecessariamente), porque fazem parte das minhas memórias essas vivências. Não as anteriores nem as posteriores.

Mas que fique claro: tenho e sempre tive o maior respeito e a mais elevada consideração por todo o pessoal da sacrificada (e algumas vezes injustiçada) CCAV 8351, pelo que me foi dado constatar pessoalmente e pelos relatos que me foram chegando mesmo antes de a conhecer.
Como poderia "subvalorizá-la"?

Cumprimentos.
A. Murta.

João de Melo disse...

Está mais que esclarecido.

Nunca esteve na minha mente que fosse mal interpretado na minha achega em correção de datas mas essencialmente na Companhia CCAV 8351.

A correção está feita. E efetivamente são apenas e só pormenores. Nunca foi minha intenção desvalorizar as suas crónicas que tenho seguido atentamente.

Se se sentiu ofendido não houve, da minha parte, qualquer intenção de o fazer. Ok?

Cumprimentos

J. Melo

Mário Vitorino Gaspar disse...

Camarada Murta
Uma boa descrição dos acontecimentos, que se foram repetindo ao longo dos anos. As chegadas são idênticas “salta periquito…”, e lá está o periquito a saltar de emboscada em emboscada; patrulhas; minas, armadilhas e fornilhos; ataques aos aquartelamentos; isolamento e mata; falta de correio; sede; fome por vezes. Saltar e saltar. Depois sonhar com a chegada e antes disso surgem uns “bocas” dizendo palermices. Outros inventando operações suicidas. E nós a vermos as mortes de AMIGOS e de outros FERIDOS e deficientes. Chegar a casa e ouvir:
– Assassino, assassino!…
E, nós? Eu?
Eu espetei com um murro no filho da puta. Passou-se comigo após o 25 de Abril. Até chegara a 5 de Novembro de 1968 – só deixaram que desembarcássemos na manha de 6 – e lá se gritava para a Polícia Militar no Cais de Alcântara:
– Vão para o mato, seus malandros!
Há de se pedir a cada camarada que escreva, pouco ou muito. Há algum tempo, mas pouco recebi uma carta de um camarada da minha “ZORBA” – CART 1659. Então não é que me emocionei com umas frases que continham força e energia. Sentimento e sofrimento.

Mário Vitorino Gaspar

José Carlos Gabriel disse...

Amigo António Murta.

Alguns comentários são um mal menor mas que acabam por afetar.
Especialmente não gostei do comentário do J. M. pela sua agressividade.
Em alguma altura o que se escreve no blogue será para subvalorizar seja
quem for. Os erros que se cometem não são mais que meros lapsos de
memória ou dados recolhidos á data e que podem não estar completamente
corretos. Só quem não leu os teus primeiros escritos não sabe que fazes
referência a te poderes enganar em alguma coisa. Está no ADN se fazerem
comentários destrutivos em vez de construtivos. Continua a escrever as tuas
memórias e ultrapassa este comentário menos feliz.
Um grande abraço.

José Carlos Gabriel

Luís Graça disse...

João Melo, valente Tigre do Cumbijã:

Daqui vai um abraço para ti, extensivo ao tigre-mor, Vasco da Gama, que foi teu comandante, e que é de Buarcos, curiosamente vizinho do nosso António Murta.

Não preciso de lembrar que, na nossa Tabanca Grande, os camaradas tratam-se por tu. O que facilita, inclusivamente, os nossos comentários: quando discordamos, fazêmo.lo com assertividade, lealdade e franqueza, "olhando-nos olhos nos olhos" (, memso que a gente nãos e conheça pessoalmente)...

É bom que se corrijam erros factuais (nomes, números, topónimos, datas...), que, a aconteceram, devem ser entendidos como involuntários... Ninguém está aqui a tentar enganar o outro, porque somos muitos a escrutinar o que se publica...

Em relação ao António, quero congratular-me pela quantidade e qualidade das suas observações sobre o nosso quotidiano de guerra, e nomeadamente na época e no período em que ele lá esteve.

Um alfabravo fraterno para todos os camaradas que, na caixa de comentário, acrescentam algo de importante ao que se diz no poste. Luís Graça