sexta-feira, 5 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14703: Agenda cultural (408): Apresentação do livro "Cabra-Cega", de João Gaspar Carrasqueira, pseudónimo literário de António Marques Lopes, levado a efeito no passado dia 3, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, em Matosinhos

Foi apresentado no passado dia 3, em Matosinhos, na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, o livro de autoria do nosso camarada António Marques Lopes, com o título "Cabra-Cega" (Chiado Editora, Junho de 2015), autobiografia escrita sob o pseudónimo João Gaspar Carrasqueira, que conta a história de António Aiveca.

Este livro, já aflorado no nosso Blogue, está a ser muito elogiado pelas pessoas que entretanto tiveram a oportunidade de o ler.

À cerimónia de apresentação compareceram vários camaradas de armas e amigos do autor.

Do evento ficam algumas fotos


Ainda antes do início da cerimónia de lançamento, os mais afoitos já corriam aos autógrafos
Na foto: Manuel Carmelita, José Manuel Cancela, Albano Costa, encoberto, e João Carlos Peixoto.

Aqui, Francisco Baptista junto do autor


A Mesa, composta pelo representante da Chiado Editora, Luís Pires; pelo escritor e antigo combatente, Jorge Ribeiro, a quem coube a apresentação da obra, e pelo autor, Marques Lopes, Coronel DFA.

Depois da intervenção do representante da editora, que abriu a sessão, Jorge Ribeiro apresentou a obra, resumindo em poucas palavras o que ele representa enquanto livro autobiográfico que pretende ir mais além de um registo de memórias de guerra. O livro começa por descrever as origens de um rapaz, António Aiveca, que um dia quis ser padre, filho de um tractorista e de uma ceifeira. Como todos os jovens naquela época, acabou por ter de cumprir o serviço militar obrigatório, sendo mobilizado para a Guiné, onde foi ferido em combate. Evacuado para o HMP de Lisboa, depois de recuperado voltou ao teatro de guerra.

António Marques Lopes falando do seu livro.

A assistência queria ouvir as palavras do autor, e este não defraudou ninguém. Disse que aquele livro poderia ter sido escrito por qualquer um dos que passaram pela guerra, por isso não utilizou os nomes verdadeiros das personagens e dos locais dos acontecimentos, não identificou a sua unidade, etc. Sendo a história verdadeira cada leitor se poderá retratar nela.

A assistência foi pouco colaborante com perguntas, tendo havido apenas duas intervenções dignas de realce.

A primeira a cargo do Coronel Antero Ribeiro da Silva, amigo do Marques Lopes, que preside à Delegação Norte da Associação 25 de Abril, que falou da nobre missão levada a cabo pelas forças armadas durante a guerra do ultramar e da sua acção que muito contribuiu para o seu fim.

Deu os parabéns ao autor pelo seu contributo à já numerosa literatura de guerra, um meio de perpetuar o esforço de uma geração sacrificada.

O Coronel Rbeiro da Silva no uso da palavra

Interveio seguidamente o camarada Abel Fortuna, Presidente da Delegação do Porto da ADFA, que agradeceu também o contributo do Coronel Marques Lopes e lembrou a condição de Deficiente das Forças Armadas, assim como a necessidade de que se continue a acompanhar aqueles que sofrem física e psicologicamente os efeitos da guerra.
 
Abel Fortuna, Presidente da Delegação do Porto da ADFA, falando aos presentes

Aspecto da sala lotada com muitas caras conhecidas da Tabanca Grande, da Tabanca de Matosinhos e outros amigos do Coronel Marques Lopes, que não quiseram faltar ao lançamento do seu livro.

Fotos: © Carlos Vinhal e enviadas por Marques Lopes
Texto e Legendas das fotos: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 28 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14675: Agenda cultural (405): "África em Lisboa": cinco países irmãos (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé), cinco dias (de 27 a 31 de maio), no Museu da Carris

4 comentários:

Luís Graça disse...

Falando ao telefone com o Marques Lopes, verifiquei que ele estva "visivelmente" satisfeito com a comparência dos camaradas da Guiné, e nomeadamente os da Tabanca Pequena e da Tabanca Grande, alguns dos quais me apraz reconhecer nas fotos.

Obrigado ao Carlos (e à Dina) pela reprotagem completa (incluindo fotográfica) do evento.

O autor e o livro merecem uma sessão de lançamento em Lisboa, talvez na ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas, espero que muito em breve, antes das férias de verão...

Abraço a todos/as. LG

Anónimo disse...

Costa Abreu

5 junho 2015 14h30

Caro Amigo Lopes,

Acabo de receber o teu livro que me enviaste o qual agradeco, Vou comecar a ler este fim de semana, agradeco que assim que receberes a minha transferencia para pagamento do livro que efectuei no dia 1 de junho conforme o talao que te envieido meu banco holandês me informes.

Sem mais de momento e sempre ao teu dispor,
Julio Abreu
Grupo de Comandos Centurioes
Ex-Guine Portuguesa

Luís Graça disse...

Percebo agora melhor a intenção do Marques Lopes que usou um pseudónimo literário. Na realidade, ele não quis escrever uma autobiografia ou um simples livro de memórias, muito menos contar a história da sua companhia...

Ele riou personagens, pelo que o livro é de ficção. Mas isso nada tem de pejorativo. O romance tem sempre por substrato uma realidade vivida, vivencida, recriada ou mesmo (re)inventada...

O que importa é que nos reconheçamos nessas histórias que, afinal, são de todos nós...

Parabéns pela audácia, a perseverança, o talento, a honestidade, o rigor... LG

Chapouto disse...

Grande amigo Marques Lopes o Luís Graça tem razão quando quer a tua presença em Lisboa para a apresentação do teu livro, pois será para mim em poder-te abraçar mais uma vez pela coragem demonstrada como militar assim como no momento demonstrada com a capacidade heróica de realizar um sonho talvez sim ou "não" de contares a tua história denominada CABRA CEGA passada nas bolanhas em redor SINCHÃ JOBEL que eu também por lá passei antes de ti
Jarama Marques Lopes
Um forte abraço
Fernando Chapouto