Foto nº 1
Foto nº 2
Foto nº 3
Foto nº 4
Foto nº 5
Foto nº 6
Foto nº 7
Foto nº 8
Foto nº 9
Foto nº 10
Lisboa, 2015... Um fotógrafo à procura de fotos para as le(ge)ndas e narrativas de guerra... Talvez o leitor o possa ajudar, ao pobre do editor de serviço... Em boa verdade, é um lugar solitário, este, como o do sentinela na sua guarita.... Que importa que o blogue tenha tido ontem quase 8 mil visualizações de página, se nem bom dia, boa tarde ou boa noite os apressados visitantes dizem ao camarada que está de serviço no seu posto solitário, à espera das lendas e narrativas dos bravos do pelotão ?...
Fotos: © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados
Legendas... à procura das suas fotos
olha para o ecrã vazio do computador,
vasculha a caixa de correio,
mexe e remexe no lixo do SPAM
que lhe chegue todos os dias,
e desespera de esperar por novas da guerra
que já devia ter acabado há manga de luas,
no século passado,
no minúsculo território da Guiné,
que ia do Cacheu a Cacine...
e desespera de esperar por novas da guerra
que já devia ter acabado há manga de luas,
no século passado,
no minúsculo território da Guiné,
que ia do Cacheu a Cacine...
Pode ter acontecido
que a batalha tenha demorado
mais do que o planeado pelo major de operações,
e que alguém se tenha aleijado,
na ida ou no regresso pela picada do inferno,
na ida ou no regresso pela picada do inferno,
e venha agora,
numa improvisada maca feita de ramos de arbusto e de lianas,
aos ombros dos exaustos, famintos e desidratados
bravos do pelotão.
Pode ser que tenha sido decretada uma pausa na guerra
para lamber as feridas dos combatentes
ou simplesmente para comer a maldita ração de combate.
Pode ser que o capitão
já tenha pacificado a terra e as suas gentes.
Pode ser que o capitão
já tenha pacificado a terra e as suas gentes.
Pode ser que os negociadores da paz
tenham chegado a um acordo de cavalheiros.
Pode ser, quem sabe ?!
Ou pode ser,
e até ordem em contrário,
e até ordem em contrário,
que a guerra continue dentro de momentos.
Dizem, os mais cínicos,
que a guerra nunca acaba
para os que a fizeram, ganharam e perderam.
Mas dizem também as amantes,
as noivas,
as viúvas,
as bajudas que ficaram por casar,
as madrinhas de guerra
que soldado tem saudade,
que a guerra nunca acaba
para os que a fizeram, ganharam e perderam.
Mas dizem também as amantes,
as noivas,
as viúvas,
as bajudas que ficaram por casar,
as madrinhas de guerra
que soldado tem saudade,
saudade mórbida,
como diz a letra do fado,
como diz a letra do fado,
e que seria capaz de voltar ao local
onde penou, amou, sofreu, morreu, matou,
viu e venceu, ou não.
Mas ele nunca fala dessa ideia obsessiva
que o atormenta,
onde penou, amou, sofreu, morreu, matou,
viu e venceu, ou não.
Mas ele nunca fala dessa ideia obsessiva
que o atormenta,
tanto na alcova
como nos convívios das tabancas,
pequenas e grandes,
espalhadas por esse mundo fora,
que esse mundo é pequeno
e a sua tabanca deveria ser grande,
mas não o é,
suficientemente grande
para nela poder caber tudo o que haveria para dizer
e nunca se diz,
não tanto por pudor,
mas sobretudo pelo nó na garganta,
que se segue ao dedo emperrado no gatilho.
como nos convívios das tabancas,
pequenas e grandes,
espalhadas por esse mundo fora,
que esse mundo é pequeno
e a sua tabanca deveria ser grande,
mas não o é,
suficientemente grande
para nela poder caber tudo o que haveria para dizer
e nunca se diz,
não tanto por pudor,
mas sobretudo pelo nó na garganta,
que se segue ao dedo emperrado no gatilho.
Nas noites de insónia e de febres palúdicas,
nas emboscadas do medo,
nas corridas loucas de bagabaga em bagabaga,
ao som da costureirinha, da kalash e do RPG,
era a pura adrenalina da coragem animal
que te levava a enfrentar a cabra da morte,
olhos nos olhos,
cornos nos cornos,
mas isso nunca ficou escrito,
muito menos gravado e fotografado
para a posteridade,
os sobrevientes,
os descendentes,
os vindouros,
os coveiros,
os padres que absolviam os pecados e davam a extrema unção,
os historiadores, ao serviço dos vencedores,
nas emboscadas do medo,
nas corridas loucas de bagabaga em bagabaga,
ao som da costureirinha, da kalash e do RPG,
era a pura adrenalina da coragem animal
que te levava a enfrentar a cabra da morte,
olhos nos olhos,
cornos nos cornos,
mas isso nunca ficou escrito,
muito menos gravado e fotografado
para a posteridade,
os sobrevientes,
os descendentes,
os vindouros,
os coveiros,
os padres que absolviam os pecados e davam a extrema unção,
os historiadores, ao serviço dos vencedores,
enfim, os burocratas dos contabilistas
do deve e do haver das guerras perdidas e achadas...
Mas não sabes, palavra de honra,
o que é que esta merda de escrita
tem a ver com as fotos à procura das tuas lendas e narrativas ?!
Sempre ouviste dizer
que uma imagem valia mais do que mil palavras.
do deve e do haver das guerras perdidas e achadas...
Mas não sabes, palavra de honra,
o que é que esta merda de escrita
tem a ver com as fotos à procura das tuas lendas e narrativas ?!
Sempre ouviste dizer
que uma imagem valia mais do que mil palavras.
Mas hoje estás a atravessar uma crise de fé,
o mesmo é dizer de palavra...
o mesmo é dizer de palavra...
E o que vale um homem sem fé ?
O que vale um homem,
para mais editor,
quando lhe falta(m) a(s) palavra(s)
e lhe sobejam as fotos ?
Só lhe resta ir dormir,
que amanhã é outro dia...
O que vale um homem,
para mais editor,
quando lhe falta(m) a(s) palavra(s)
e lhe sobejam as fotos ?
Só lhe resta ir dormir,
que amanhã é outro dia...
LG - 2jun2015, 23h59...
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 15 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14261: Fotos à procura de... uma legenda (52): a boeira, de Candoz, também conhecida por alvéola ou lavandisca, noutros sítios (Luís Graça)
7 comentários:
Então aqui vai:
Foto nº. 1 - Rua da Junqueira entre o 154 e o 156.
Foto nº. 9 - FNAT...
Um abraço,
JS
João, obrigado, como bom lisboeta que és, conheces e amas a tua cidade... É o chafariz da Junqueira, sim, senhor!... Quanto às outras fotos, é mais complicado.. Para as foto nº 4, 5 e 9, dou-te uma pista: Lx Factory... LG
_______________
Chafariz da Junqueira
Localização
Rua da Junqueira entre os nºs 154-156
Autoria
Honorato José Correia de Macedo e Sá
Data
1821
Também conhecido por chafariz da cordoaria, foi concluído em 1821 por Honorato Macedo e Sá e representa uma expressão de monumentalidade na via pública, característico desta zona de quintas e palácios. Está inserido no grande projecto que foi a Real Obra das Águas Livres, no fornecimento de água a toda a cidade de Lisboa.
Centrado num arco semielíptico, no corpo central, um frontão armoriado é coroado pelas armas de Portugal e pela esfera armilar.
http://revelarlx.cm-lisboa.pt/gca/?id=996
Vd Google Imagens= Chafariz da Junqueira
Procurar em
Google Imagens = Lxfactory
Muitos lisboetas nunca lá foram... LG
Mais uma dica:
https://www.facebook.com/ler.devagar
"Alegria no trablho"... A imagem é de um mural no topo de uma depósito de água,. no Lxfactory, em Âlcantaria, Lisboa...
No tempo do Estado Novo, havia de facto uma FNAT - Federação Nacional para a Alegria do Trabalho, de que a Fundação INATEL é historicamente... a herdeira.
Eis o que diz o sítio do INATEL;
http://www.inatel.pt/content.aspx?menuid=897&eid=799
(...) A Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT) surge a 13 de junho de 1935 com o fim de criar as infra-estruturas destinadas às atividades culturais, desportivas e recreativas dos trabalhadores e suas famílias, com vista a “um maior desenvolvimento físico e moral”.
Os “organismos corporativos da economia nacional, as grandes empresas e as próprias entidades individuais com meios e condições para tanto” são instados a cooperar com o Estado para esse fim.
A ação da FNAT estendia-se a todo o território nacional por intermédio das suas delegações (provinciais) e subdelegações (concelhias), competindo-lhes cooperar na avaliação de todos os assuntos e na execução de todas as iniciativas.
Nas freguesias rurais a FNAT era representada pelas Casas do povo e Casas de pescadores. Os beneficiários da FNAT eram obrigatoriamente sócios de um dos elementos da organização corporativista do trabalho: de um sindicato Nacional, de uma Casa do povo ou Casa de pescadores; sendo que os Centros de Alegria no Trabalho (CATs) constituíam as estruturas de base nas empresas. Nas zonas de residência urbana os Centros de Recreio Popular (CRPs) cumpriam essa função.
Com o tempo, a FNAT passou a ser uma parte muito importante do quotidiano dos trabalhadores e dos seus agregados familiares, instruindo e direcionando a sua vida lúdica. A Instituição crescerá rapidamente: em 1950 eram 41.117 os sócios individuais e 427 os sócios coletivos; em 1958 havia já 73.655 sócios individuais. Em 1969 os beneficiários são já 147.264, os CATs 626 e os CRPs 148. (...)
Já agora deixem-me completar as legendas: comecemos pela foto nº 2, que foi tirada no Museu Nacional de Etnologia...
É uma máscara do Mali, da coleção doada ao museu pelo grande colecionador Francisco Capelo... O Museu Nacional de Etnologia, no Restelo, merece uma visita, meus amigos e camaradas da Guiné!...
https://mnetnologia.wordpress.com/
Enviar um comentário