quinta-feira, 23 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14923: Agenda cultural (419): "De Freguês a Consumidor, 70 anos de sociedade de consumo". Tertúlia com Mário Beja Santos levada a efeito no passado dia 16 de Julho na Livraria Barata, em Lisboa

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), Técnico Superior Aposentado da Direcção Geral do Consumidor, com data de 20 de Julho de 2015, com o rescaldo da sua intervenção, na tertúlia levada a efeito na Livraria Barata, no passado dia 16*, subordinada ao tema sempre actual "De freguês a Consumidor":

A Livraria Barata faz parte dos meus lugares mágicos. Na minha adolescência, tinha uma entrada como uma padaria ou drogaria, era um espaço minorca talentosamente aproveitado pelo Sr. Barata, até conseguia espaço para que o David Mourão Ferreira ou o Artur Portela Filho ou o Virgílio Ferreira conversassem com os leitores, e nós à volta, a beber todas aquelas palavras em silêncio.

Pedi ao José Rodrigues, genro do Sr. Barata, para ali se fazer uma tertúlia, “De freguês a consumidor” é o meu testemunho como profissional e como professor.

Foi um debate vivo, uma casa bem composta em que o nosso confrade Mário Vitorino Gaspar se referiu ao nosso bairro de infância, o Bairro das Caixas, encravado entre o Campo Grande, a Avenida Alferes Malheiro (hoje Avenida do Brasil), a Avenida dos Estados Unidos da América.
Uma pequena burguesia do funcionalismo para ali foi residir, assistiu ao nascimento daquelas Avenidas Novas que assinalavam o alargamento das classes médias, dava-se por findo a contenção da II Guerra Mundial.

Foi uma tertúlia de memórias a que não faltaram as interrogações sobre este mundo em que os jovens não têm emprego e o interior se desertifica, inexoravelmente.

Um abraço do
Mário





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Nota do editor

(*) Vd. poste de 14 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14875: Agenda cultural (417): "De Freguês a Consumidor, 70 anos de sociedade de consumo". Venha cavaquear comigo, dia 16 de Julho pelas 19 horas, na Livraria Barata, Av. de Roma, n.º 11, em Lisboa (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 17 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14892: Agenda cultural (418): 32º festival de Almada: sábado, 18, 20h00, música guineense, o "Djumbai Jazz" (Jorge Araújo)

2 comentários:

Mário Vitorino Gaspar disse...



Quando conheci, pela primeira vez a Livraria Barata não tinha dinheiro, e via os livros cá de fora, não entrava. Nessa época era-se um pseudo-intelectual levando um livro de Jean Paul Sartre e frequentando o Cinema Império. Depois de assistir aos filmes A Ponte e O Milagre de Malaquias, de Bernhard Wicky ou Uma Vida Difícil, de Dino Risi, ou antes de Albert Sordi, no final bater as palmas. E dar uma volta pelo Café Lisboa? E a Mexicana? Ou o Martinho? E a Tarantela? Que chic andar com botins carregados de lama, entrar no Império, ou ao Estúdio. Que filmes?
Passada essa fase, ainda fui um dos felizes contemplados com a “velha” Livraria Barata. A Livraria pequena repleta de boa literatura e do atencioso Senhor Barata, pronto em informar o cliente. As novidades, embrulhadas, saíam do interior da loja, disfarçadas e vestidas de modo a enrolar a PIDE, isto depois de conhecermos o Senhor Barata. Adquiri algumas obras, recordo a alegria ao ter nas mãos Subversão ou Evangelho – Parte 1 e 2 do Advogado Doutor José da Silva, mais tarde ainda apanhei O Segundo Julgamento do Padre, sendo os autores alguns Jornalistas. Tudo tinha a ver com o antigo Capelão Militar (discordando, sendo obrigado) Padre Mário de Oliveira. Um caso para resolver. Onde vai o 25 de Abril? E os homens da Igreja esqueceram o homem, julgado no antigamente, esquecido de julgar na Democracia. E a Justiça?

Mário Vitorino Gaspar

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Mário Vitorino Gaspar disse...

É óptimo conhecer-se Mario Beja Santos. E o Bairro das Caixas? Alvalade, Campo Grande. Ir ao Mercado de Alvalade. No Bairro das Caixas existial T 6 com quarto para a criada. A Zona da Rua Alberto de Oliveira, os primeiros moradores entraram em 1949, e uma casa T 3, pagava 360$00. Muito dinheiro para a época.

Mário Vitorino Gaspar