Caríssimos.
Apesar de já ter corrido muita tinta sobre o sangue que correu no desastre do Rio Corubal, achei interessante voltar ao tema com este documento histórico que alguém conseguiu extraído do jornal A Província de Angola – o porta voz do regime colonial em Angola com a versão oficial do Desastre do Cheche.
Abraços
Zé Teixeira
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2. E por falar em informação oficial, vem a propósito falar de outro meio de comunicação oficial, o Telegrama, que podia ser civil ou militar, como diz o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), no trabalho que se apresenta a seguir.
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Nota do editor
Último poste da série de 21 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14912: Recortes de imprensa (73): Duas guerras na fronteira dos felupes, artigo de Pedro Rosa Mendes no jornal Público de 19 de Fevereiro de 1999 (António Martins de Matos)
4 comentários:
Pelo que tenho lido sobre o desastre do Cheche aquando da travessia do rio Corubal em 6 de Fevereiro de 1969, só o ex-alferes Rui Felício os teve no sítio para pegar o boi pelos cornos e contar toda a verdade.
Os relatórios oficiais quem por lá andou sabe bem como eram escritos "cozinhados"!
Um abraço.
Colaço.
Há muitos anos que ouvi a versão de um familiar chegado, que estava na Jangada e tal como o Felício também foi para a água e embora não sabendo nadar conseguiu safar-se e quando li a versão do Felício aqui no nosso Blogue vi que as duas versões coincidiam. E sem dúvida um e outro estavam lá e sabem do que falam.
Manuel Carvalho
Em Angola quando se liam as notícias sobre a Guiné, dizia-se na inocência de quem não tinha qualquer responsabilidade, enquanto se despejavam umas imperiais da Cuca, dizia-se, "para que é que andamos a perder tempo com a Guiné"?
Quero apenas fazer uma ressalva sobre o diário "A Província de Angola", que não era «porta voz do regime colonial em Angola», como o camarada José Teixeira escreve. O papel de porta-voz do regime, em Angola, era desempenhado pelo vespertino "Diário de Luanda", que era uma coisa absolutamente intragável, «mais papista do que o Papa», e que só existia à custa de subsídios oficiais, pois ninguém acreditava no que ele publicava nem o comprava. O jornal "A Província de Angola" assumia-se, explícita e publicamente, como diário republicano e da oposição democrática. Se se quisesse fazer um paralelo com a imprensa da então Metrópole, então poderemos dizer que "A Província de Angola" era o equivalente angolano do jornal "O Século", em Lisboa, ou do jornal "O Primeiro de Janeiro", no Porto. Quer dizer, era um jornal bastante conservador, de facto era, mas não fascista.
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