1. Comentário de António Martins de Matos ao poste P15092 (*):
[ex-tenente pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74), hoje ten gen pilav ref; membro da Tabanca Grande ]
Tenho que felicitar o José Matos pelo seu exaustivo trabalho de pesquisa, deu-nos a conhecer uma outra visão, a dos Altos Gabinetes e Estados Maiores, como a política e as chefias militares lidavam com os assuntos da distante (para eles) Guerra do Ultramar.
Constatei o que sempre tinha suspeitado, como assuntos importantes eram discutidos, avaliados e decididos por alguns “teóricos”, sem ouvirem a opinião dos “combatentes”, dou dois exemplos:
(i) quererem meter mísseis ar-ar num avião (FIAT G-91) que era concebido para missões ar-chão; mal comparado, seria o mesmo que meterem pneus de corrida num Smart;
(ii) não havendo uma cobertura eficaz de defesa aérea na Guiné, a compra dos Crotale era totalmente descabida, estes mísseis não podem (devem) actuar a solo mas sim englobados num sistema mais vasto de defesa aérea, por si só o operador de tão sofisticada bataria de mísseis nunca conseguiria destrinçar um G-91 de um MiG. (foi assim que os separatistas na Ucrânia deitaram abaixo um comercial, pensando que estavam a abater um bombardeiro ucraniano).
Só há pouco tempo constatei que havia um radar de defesa aérea na Guiné, até tenho uma foto onde o malfadado radar aparece em fundo, malfadado porque preciosa ajuda nos teria dado se estivesse a funcionar, essencialmente para nos guiar quando em missões de má visibilidade, o elemento que faltava para que se pudessem fazer missões de noite. Dois anos de comissão e … nunca mexeu!
Sobre as estórias dos MiG, já aqui no blogue e em tempos escrevi sobre o tema (**), penso que o texto do José Matos e o meu se complementam, apenas um comentário, contestar a afirmação de, na operação Mar Verde, ao não terem encontrado os MiG, “alguém” ter afirmado que eles estariam em Labé.
Labé ainda hoje não tem uma pista capaz de receber MiG, está situada num planalto a uma altitude de 3396 pés (1000 metros) e tem um comprimento de 6500 pés (2000 m), os MiG precisavam de uma pista asfaltada e com um comprimento mínimo de 8000 pés.
Aliás e se quisermos ser mais picuinhas, se hoje um qualquer MiG quiser aterrar na Guiné, tem de ser em Conacri, caso contrário … parte a cara.
Do acima escrito reafirmo as minhas conclusões, ou não havia MIG na Guiné, ou, se havia, estavam em Conacri!
A minha pergunta:
Será que os da missão Mar Verde foram ao aeroporto?
Abraços
AMM
PS - Quando digo que os MiG só podem aterrar em Conacri estou obviamente a referir-me à Guiné, não à Guiné-Bissau. Na Guiné-Bissau sempre houve 2 pistas aptas a aviões deste tipo, Bissalanca e Nova Lamego. [O MiG precisava de uma pista com comprimento relativamente grande (2,5 km), asfaltada, coisa que na vizinha Guiné apenas existia na capital, tudo o resto era curto e em terra batida] (**).
A pista de Nova Lamego não era de terra, era asfaltada (cimentada?), era uma alternativa a Bissau anda que, por algumas vezes, fosse utilizada como ponto de partida para missões.
Os aviões a jacto, Fiat, MiG, Boeing, Airbus..., não podem utilizar pistas de terra, as poeiras, pedras e outros detritos danificam os motores.
Recorte de imprensa > "Nouvelles de Guinée", s/d > Labé: o aeroporto à mercê dos animais domésticos... Foi recentemente atingido por um tornado e as suas seriamente danificadas, em 1/6/2015... Labé é a capita do Fouta Djallon. [Fonte: Nouvelles de Guinée, com a devida vénia...] [Edição e legenda: LG]
______________
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 9 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15092: FAP (87): a ameaça dos MiG na guerra da Guiné (José Matos, Revista Militar, nº 2559, abril de 2015) - IV (e última) parte
(**) Vd. poste de 1 de dezembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7366: FAP (56): MIGs, MIRAGEs e miragens (António Martins de Matos)
(...) No meio deste desconforto de nos podermos encontrar cara a cara com um MIG-17, o que nos tranquilizava era não haver qualquer confirmação fidedigna de que o país vizinho dispusesse de aviões daquele tipo.
Cá pela minha parte várias vezes fui incumbido de ir voar junto à fronteira, a ver se via algum, nunca os enxerguei.
E deixem-me dizer-vos “ainda bem”, porque tendo o péssimo hábito de fazer perguntas, uma vez calhei a perguntar aos meus superiores, o que deveria fazer caso os avistasse: abatê-los, assustá-los, pirar-me, assobiar para o lado, eventualmente cumprimentá-los ?
Resposta do meu superior, “depois logo se vê”, como se tal fosse possível, num minuto tudo estaria iniciado e concluído. (...)
(...) No meio deste desconforto de nos podermos encontrar cara a cara com um MIG-17, o que nos tranquilizava era não haver qualquer confirmação fidedigna de que o país vizinho dispusesse de aviões daquele tipo.
Cá pela minha parte várias vezes fui incumbido de ir voar junto à fronteira, a ver se via algum, nunca os enxerguei.
E deixem-me dizer-vos “ainda bem”, porque tendo o péssimo hábito de fazer perguntas, uma vez calhei a perguntar aos meus superiores, o que deveria fazer caso os avistasse: abatê-los, assustá-los, pirar-me, assobiar para o lado, eventualmente cumprimentá-los ?
Resposta do meu superior, “depois logo se vê”, como se tal fosse possível, num minuto tudo estaria iniciado e concluído. (...)
9 comentários:
Caros amigos
Não era minha intenção transformar o comentário aos textos do José Matos em POST.
Mas enfim, já que aqui estamos…
Se me permitirem um comentário ao meu próprio post7366 diria:
Os do "MAR VERDE" afirmaram que foram ao aeroporto e vasculharam pistas, placas e hangares, sem nada encontrarem, a explicação encontrada foi que, nas vésperas, os MIGs teriam voado para uma outra pista, já ouvi BOKÉ, agora … LABÉ.
A acreditar no reporte dos “Mar Verde”, estas afirmações levaram-me de imediato a concluir que não havia MIGs na REP. GUINÉ, o meu raciocínio baseou-se no facto de, à excepção de Conacri, não haver qualquer pista apta à operação de MIG17, por serem pequenas, sem infra-estruturas, de terra, ... (ainda hoje, passados todos estes anos, o são)
No que refere a relatos da construção de uma base operacional de MIGs em LABÉ, BOKÉ, KOUNDARA,…, tudo propaganda.
Ultimamente estou mais convencido de uma outra teoria, talvez houvesse 3 ou 4 MIGs em Conacri, eventualmente dentro de hangares, (por estarem inoperativos) .
Tenho lido alguns textos sobre a Operação Mar Verde, tudo muito vago, já li que a emissora de rádio tinha sido destruída, o mesmo autor diz num outro local que ficou intacta porque a tropa não deu com ela…
Quanto à missão do aeroporto, o capitão estava coxo, o tenente e 20 “comandos” tinham desertado ,... nada encontraram!
Se nada encontraram, das duas três, ou nada havia, ou não procuraram bem, ou não chegaram a ir ao aeroporto, La Palice.
Aceitam-se apostas.
A terminar:
Voei pela Guiné durante dois anos, muitas vezes à procura de MIGs, nunca vi nenhum, o nosso amigo Pombo poderá dizer-nos o que viu do lado de lá.
Gostava de ler um relato credível sobre o que efectivamente se passou na operação MAR VERDE, até agora e do que tenho lido, só generalidades e partes vagas.
Abraços
AMM
António, a decisão de transformar um comentário em poste é sempre dos editores, com a concordância (tácita) do autor...
Entendemos que o teu comentário era pertinente, pela questão (qu está por responder, e que já tinhjas levantado antess. no teu poste de 1/12/2010): se, na Op Mar Verde, os Mig eram um dos alvos a atingir, e se eles não foram encontrados, não estando em Conacri, não podiam estar nos outros dois aeroportos ou aeródromos (Labé e Boké), uma vez que a pista não era (pelo menos a de Labé) não reunia as condições técnicas ...
O relatório da Op Mar Verde, dizem, foi destruído, o comandante Alpoim Calvão já não está vivo, toda a gente quer esquecer o que se passou em 22/11/1970, em Conacri, antes e depois... Podemos consultar o livro do Luís Marinho.. Não o tenho aqui à mão, mas uma dia deste falo com ele sobre este assunto, sei que ele é nosso leitor e interessa-se pela historiografai da guerra da Guiné...
Acompanho o teu raciocínio: o mais provável é os MiG do Sekou Touré terem sido um "bluff"... A PIDE/DGS, para mostrar serviço, pintou à pistola... Enfim, talvez o José Matos, que está com a mão na massa 8e tem acesso aos arquivos), possa saber algo mais do que nós... È preciso também saber ouvir o "silêncio" dos arquivos...Ou melhor: é preciso saber falar com eles e interrogá-los...
O Beja Santos, que fez a recensão do livro do Luís Marinho, escreveu na altura o seguinte:
(...) “Operação Mar Verde, Um documento para a história”, é muito provavelmente o relato mais completo sobre a Operação da invasão de Conacri, é desencadeada em 22 de Novembro de 1970 (por António Luís Marinho, Círculo de Leitores, 2005). Calvão não é alheio à obra, escrevendo a introdução, concedendo vários depoimentos que aparecem ao longo do livro.
O que se passou na ilha de Soga parece um romance de Kafka: para lá convergem uma Companhia de Comandos Africana e um Destacamento de Fuzileiros Africanos, duas centenas de rebeldes guineenses, os colaboradores de Calvão, quando estão todos juntos começam os protestos e descobrem-se várias lacunas. Algumas delas, ir-se-ão revelar fatais para o desfecho da Operação. Os Comandos Africanos mostraram-se reticentes em ir até à Guiné Conacri, o seu coordenador, o Major Leal de Almeida disse categoricamente que não ia invadir um país estrangeiro. É nesta atmosfera pesada que Spínola faz uma arenga às tropas, os barcos põem-se a caminho e pelas 9 da noite de 22 de Novembro, a força naval avista Conacri.
Como já se escreveu muitas vezes, encontrou-se o aeroporto às moscas (os temíveis MIG não estavam lá), desactivou-se a central eléctrica, quem ia procurar conquistar a emissora nunca lá chegou, os barcos do PAIGC foram todos destruídos, os prisioneiros portugueses foram libertados, nunca se encontrou nem Sékou Touré nem Amílcar Cabral (se bem que a sua residência tenha sido danificada, o que dá que pensar que tipo de captura se pretendia deste líder). A Operação semeou o pânico em Conacri mas Calvão, durante a madrugada, consciente dos grandes riscos de se manter numa cidade sem a poder conquistar, e estando abortado o golpe de Estado, mandou retirar, ainda por cima com uma baixa terrível que foi a deserção do Tenente Januário Lopes e dos seus homens. Mais tarde, os rebeldes da República da Guiné irão ser internados no seu próprio território, presos e executados. (...)
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2009/12/guine-6374-p5436-notas-de-leitura-43.html
Ab. Luis
Olá amigos
Agradeço os comentários. Sobre o Mar Verde dedico uma pequena parte do artigo a isso e gostava de esclarecer alguns pontos.
1-Os guineanos tinham alguns MiGs e por pura sorte (para eles) estavam em Labé no dia da Mar Verde, senão tinham sido destruídos no aeroporto de Conakry pelo pessoal do Lopes Morais. Isso foi apurado no terreno na altura e temos o testemunho do Alpha Abdoulaye Diallo, que telefona para Labé nessa noite a pedir os MiGs. Do outro lado da linha, o Sylla Ibrahima responde-lhe dizendo que está tudo inoperacional ou melhor dizendo que naquele momento não estavam em condições de voar, pois tinham voado para Labé uns dias antes e não deviam ter nenhum avião preparado. Portanto, temos várias fontes a dizer que estavam em Labé.
2-Mas os guineanos lá conseguiram meter um a voar e apurei através de fonte cubana que era pilotado pelo Tenente Hady Canté, que sobrevoa Conakry, a baixa altitude, por volta das nove da manhã, quando as forças portuguesas já tinham embarcado, e detecta na baía de Conakry um barco que julga ser inimigo, mas que era na verdade o Conrado Benitez cubano e abre fogo de canhão contra este barco por engano.
3-Portanto, o Canté vem de Labé com o MiG-17, sinal que os MiGs estavam lá.
4-O que falhou na Mar Verde foram as informações… se a malta tivesse sabido que os MiGs não estavam em Conakry, teria adiado a operação e podia esperar que voltassem à capital para dar o golpe.
5-Já agora foram para Labé (se não me falha a memória) porque o Sekou Touré que era um tipo paranóico teve por essa altura um receio qualquer de um golpe militar dentro do seu próprio exército e mandou retirar os MiGs da capital por uns tempos… sendo Labé a única opção que tinha. Em Labé, as condições para os MiGs também não seriam grande coisa até porque a base teve obras em 1973, como eu digo no artigo, mas, em 1970, era a única opção que havia em relação a Conakry.
Ab
José Matos
Um outro aspecto que eu gostava ainda de salientar nesta discussão é de facto a baixa operacionalidade dos MiGs e a aselhice dos pilotos guineanos. Podem facilmente imaginar o que era, naquele tempo, em Conakry manter operacional uma pequena esquadra de MiGs, quando o pessoal da manutenção era uma desgraça, quando por vezes (ou muitas vezes?) não havia dinheiro para sobressalentes, nem para combustível, quando os pilotos voavam poucas horas por ano, quando a malta da manutenção desviava combustível e peças e por aí fora…portanto imaginem o que era manter uma pequena esquadra operacional, nestas condições!
Os cubanos quando chegaram em 1973 até meteram as mãos à cabeça com o que viram e tiveram logo que chamar o pessoal deles para meter ordem na casa e conseguir ter dois aviões a voar. Acho que o artigo dá uma boa panorâmica sobre isso.
Obviamente que os poucos pilotos guineanos que existiam qualificados para voar MiG, tinham pouco experiência de voo e não admira que depois da chegada dos cubanos voassem sempre com eles e nunca sozinhos. Não vem no artigo, mas posso contar-vos que uma vez um vai voar com o Trujillo e, se não me falha a memória, o guineano perdeu-se do líder da parelha e o Trujillo nunca mais o viu, só no regresso a Conakry. Portanto, estamos a falar de malta com este tipo de experiência. O caso do Canté em 1970, na Mar Verde, também é engraçado. Então o tipo chega a Conakry e confunde um navio de carga com um navio de guerra?? Então o tipo não vê que já não há barcos de guerra no porto?? Isto mostra bem a falta de experiência.
Calculo que não seria muito diferente com os futuros pilotos do PAIGC. Seriam como os guineanos.
Finalmente sobre a Mar Verde, a decisão do Calvão em retirar foi a mais acertada a partir do momento que percebe que não conseguiu eliminar a componente aérea. Fez bem em sair, agora vamos imaginar que a malta tinha apanhado os MiG em Conakry, aí o resultado tinha sido outro…Se não fosse a incerteza dos MiGs nós tínhamos dominado a capital, a cidade já estava de pantanas ao fim da madrugada e o golpe teria tido outra evolução. Foi mesmo falha nas informações… A PIDE devia ter mandado alguém para capital uns dias antes para ver o que se passava, para se os MIG estavam lá ou não e recolher informações…não fizeram nada disso e deu no que deu…
Ab
Jose
Caro Luis
Se quiseres mais informações sobre a Operação Mar Verde, faz uma chamada para
o meu camarada da C.Caç 412 Armando Teixeira Furriel Miliciano, que esteve nos Comandos desde 1964, à época 2º Sargento,aliás há anos ofereci-lhe o livro do Alpoim Calvão, ele foi dos que foram a Conacri.
Quanto falares com ele diz-lhe que me conheces, pois eu já lhe falei do blogue, que tu gostarias de obter informações sobre a operação, pois ele esteve no aeroporto, conforme julgo saber
Espero que ele desfaça estas controvérsias. Se tiveres dificuldades fala-me que eu
telefone-lhe
Alcidio Marinho
C.Caç 412
Obrigado, Alcíldio... Tomei boa nota do nº telefone dele e da tua informação sobre ele. É, seguramente, uma testemunha privilegiada... A malta está a desaparecer... Ab. grande e fraterno. Luis
Conheci muito bem o Sarg. Teixeira em Fá Mandinga. Creio que foi um dos instrutores dos rebeldes da Guiné -Conacri.Foi uma alegria para mim, saber,que ao contrário do que me tinham referido,está vivo.Um grande Abraço, para ele. J.Cabral
A publicação em post do comentário do nosso António Martins de Matos afigura-se-me oportuna, e gerou esclarecimentos subsequentes sobre a Op. Mar Verde.
Em tempos que não recordo também fiz um comentário sobre a matéria. De facto, pelo que me foi dado a conhecer pouco depois do acontecimento por um participante ainda vivo, e mais tarde por leituras relacionadas, concluí sobre uma grande trapalhada que gerou maus resultados, com excepção da libertação dos prisioneiros em Conakry.
Antes do mais, devemos considerar que os dois mentores eram pessoas de auto-estimas elevadas, e não terão acautelado o necessário secretismo. Ora, envolvendo contestatários ao regime de Touré, devia logo admitir-se a fuga de informações, e o despiste destas que denunciassem a acção. Não li nada sobre isto. Sobre a falta de ligação antecipada com o objectivo, já sabemos pela falta de resultados como foi ineficiente e compromotedor, se é que aconteceu alguma coisaq.
Tenho a curiosidade de saber as razões que levaram o primeiro-ministro a autorizar a operação, mas sabemos que depois disso, Spínola não voltou a contar com a tolerância de Marcelo.
Outro aspecto que me intriga, e talvez aos camaradas combatentes, resulta da atitude de contestação manifestada pelos comandos africanos, ao que me consta até pouco antes do desembarque. Que militar responsável aceitaria comandar uma operação delicada sob a contestação dos comandados quase em sublevação?
Ora, devemos atinar nos objectivos principais: a destituição do poder em Conakry, e a eventual liquidação dos comandos do PAIGC; a tomada da rádio que deveria exercer uma influência definitiva sobre a população e as forças da ordem com vista à aceitação dos novos governantes; a eliminação de meios militares; e, finalmente, a libertação dos prisioneiros que, afinal, até dava cobertura à operação.
Deve ter-se em conta que a operação no país vizinho, teria alguma cobertura pelo direito internacional, em virtude de ali se situarem bases militares de onde irradiavam invasões de ataque a posições portuguesas, para além de ali se situarem os pontos logísticos do PAIGC e a guarda dos prisioneiros portugueses, o que conferia o envolvimento directo de Conakry nas agressões ao TO nacional.
Os factores antes citados, e talvez outros desconhecidos, é que fizeram rebentar as castanhas nas nossas mãos, e frustraram uma iniciativa que se pretendia de grande alcance para a paz desejada na região.
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