Caros Camaradas,
Aqui vos envio fotografias da memorável manifestação de respeito e saudade do dia 29 de Agosto, em que prestámos mais uma vez homenagem aos Mortos da Guerra do Ultramar nascidos em Ponte de Lima.
Foi, na verdade, uma jornada magnífica na qual participaram 200 e algumas mais pessoas (contadas no visionamento dos filmes e fotos).
A Igreja da Santa Casa da Misericórdia estava completamente cheia, numa Missa celebrada pelo Bispo da Diocese que, mais uma vez, leu o nome de cada um dos 52 sufragados (44 caídos em teatros operacionais e 8 no território continental, mas todos em serviço da Pátria).
O coro da Igreja de Santo António (Arcozelo) associou-se espontaneamente ao evento, bem como dois outros sacerdotes concelebrantes.
Estiveram presentes três coronéis do Exército e dezenas de ex-combatentes, muitos dos quais ostentavam as suas boinas, insígnias, medalhas e estandartes de associações. Muitos vieram de longe: Viana do Castelo, Vila Praia de Âncora, Monção, Braga, Guimarães, Porto, Matosinhos, Gaia, Amarante, etc.
Outros eram imigrantes que se encontravam cá de férias.
A jovem organista veio propositadamente de Lisboa!
O Ofertório foi comovente e muito significativo, tendo sido constituído por objectos pessoais dos Militares falecidos: artesanato, roupa, aerogramas, medalhas e louvores.
O ponto alto foi a oferta de um ramo de FLORES BRANCAS, significando as almas dos nossos Camaradas falecidos, depois de lavadas e perdoadas pelo Sangue de Cristo Redentor do Mundo.
O ofertante foi um menino de 4 anos, que espontaneamente se ofereceu no meio da assistência, quando um chefe de Escuteiros andava à procura de uma criança para o efeito. Foi uma comoção arrasadora, especialmente quando se soube que se chamava TOMÁS, exactamente o mesmo nome de seu tio-avô, um dos homenageados (Tomás Gomes de Oliveira, que se oferecera voluntário, vindo de França onde se encontrava legalizado!), pertencente à Companhia de Caçadores 4140, que operou em Moçambique.
Foi tudo uma feliz e espontânea coincidência?
Na cerimónia civil, junto ao Memorial dos Paços do Marquês, houve vários discursos, alguns deles merecedores de registo para a posteridade.
No final, sob a exaltação do camarada Raul Ferreira Pinto, fez-se uma homenagem aos Oficiais, Sargentos e Praças que ao longo dos séculos deram as suas vidas por Portugal.
Depois, cantou-se o Hino Nacional.
Foi lindo e memorável! Este dia ficará para sempre gravado nas mentes de uma dezena de crianças e jovens, alguns dos quais Escuteiros, que certamente ajudarão a passar esta mensagem para as gerações que lhes sucederem.
Grande abraço, camaradas!
António Mário Leitão
Missa celebrada pelo Bispo da Diocese, D. Aniceto Oliveira, na Igreja da Misericórdia de Ponte de Lima
Ofertório - O Tomás, de 4 anos, oferece flores brancas, como as Almas dos Heróis Limianos depois de purificadas por Cristo Redentor
Ofertório - Colaboração inexcedível dos Escuteiros
Provedor Dr. Alípio Matos
Coro da Igreja de Santo António da Torre Velha
Cortejo
Cortejo
Junto ao Memorial com a honrosa presença dos Bombeiros Voluntárias
Junto ao Memorial
Deputado da Assembleia da República Abel Baptista
Abílio Sá Lima e Coronel António Feijó
Coronel Artur Freitas
Veterano e poeta João Hilário Lima
Marisa, sobrinha do Herói Damásio Cervães (CCS/BART 6523), lendo uma carta do Comandante da Companhia de seu tio
Presidente da Câmara Municipal, Eng. Vítor Mendes
Veterano Raul Ferreira Pinto
Hino Nacional no final da Homenagem
Texto, fotos e legendas enviados pelo camarada António Mário Leitão
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Nota do editor
Último poste da série de 13 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P15000: Efemérides (195): O Furriel Júlio de Lemos faleceu na Guiné no dia 12 de Agosto de 1965 (Mário Leitão, Ex-Fur Mil da Farmácia de Luanda)
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