Com a devida vénia a Labirinto - Jardins
1. Em mensagem do dia 6 de Maio de 2018, o nosso camarada Fernando Tabanez Ribeiro (ex-2.º Tenente da Reserva Naval, LFGs "Lira" e "Cassiopeia", CTIG, 1972/73), enviou-nos este seu poema para publicação:
O MEU JARDIM
As flores do meu jardim
foram plantadas por mim
Tão belas quanto singelas,
azuis, vermelhas e amarelas.
Às vezes, páro e medito:
– Se acaso a beleza
que vejo na Natureza,
é uma certeza
concreta, material.
Se não, então
eu admito
que afinal,
é real,
a feliz Ilusão
em que acredito.
Bate o Sol no meu jardim
que bênção, uma coisa assim!
Pr´as flores é uma alegria
a Graça que o Sol envia,
luz sublime da cor do oiro.
O pólen que a flor encerra
colhe-o a abelha, doce e loiro,
o bom mel da nossa terra.
Em Maio que perfumadas,
são as ledas madrugadas!
Concertos de horas sem fim
alegram o meu jardim.
Ao canto da cotovia
a Estrela d´Alva anuncia
a aurora dum novo dia.
E logo o rouxinol
entoa em Clave de Sol
as mais belas melodias,
magníficas sinfonias
de louvor à Primavera.
Que bom seria, quem me dera!
− guardar comigo para sempre
os trechos que tenho na mente.
Os sons avivam as cores,
e a magia das flores.
Bailados de borboletas
divertem as minhas flores.
Mesmo as tristes violetas,
esquecem penas e dores
e riem com as piruetas
graciosas das borboletas.
Belcanto do meu encanto,
das horas de um dia santo.
No palco do meu jardim,
os dias são todos assim.
Põe-se o Sol. Soam trindades.
Tão simples. Perenes verdades,
que guiam o nosso caminho.
A noite cai de mansinho,
recolhem as aves ao ninho.
Paz santa. Dormem enfim,
as flores do meu jardim.
As flores do meu jardim,
casam com o azul do céu,
quem cuida delas sou eu.
Por isso me dizem que sim,
que gostam muito de mim.
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Nota do editor
Último poste da série de 8 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18823: Blogpoesia (574): "Os desafios de viver", "Ao nascer do dia..." e "Um outro piano negro...", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728
1 comentário:
Lindo poema abrilhantado pelas flores do teu jardim, parafraseando João de Deus, agora o que vem aposto, como lhe tomou o gosto.
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