Lisboa > 20 de junho de 2019 > Quatro Lacraus, da esquerda para a direita. Renato Monteiro, Abílio Duarte, Valdemar Queiroz e Manuel Macias, todos ex-fur mil da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70), mais conhecidos como "Os Lacraus".
Foto (e legenda): © Abílio Duarte (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Comentário do "Lacrau" Valdemar Queiroz (*):
Uff!!! 'té qu'enfim|
Já tenho o meu computador arranjado, tal como eu estava com falta d'ar, teve que levar uma ventoinha nova.
Foram 15 dias de nervoso miudinho, tratava-se duma... computodependência. No meu caso, com a minha doença e, agora, com os cuidados covid, mais dificilmente saía de casa.
O computador para mim é como estar a conversar com os amigos no café, ler jornais, visitar exposições, ir ao cinema ou ao teatro, entrar à conversa com a rapaziada da Guiné aqui no blogue e principalmente comunicar com os meus netos que vivem na Neerlândia.
Dediquei-me à leitura, relendo a "Viagem a Portugal", de José Saramago, por não aguentar os atestados de estupidez dos programas televisivos da SICi e TVI de manhã, casos de polícia e tal, à tarde casos de doenças e tal, com promoções das medicare privadas que tratam de tudo não se sabendo o que se paga por tudo tratado.
É um autêntico abuso da paciência das pessoas, que levam de manhã com os crimes do 'estava completamente morto' e à tarde com a doença da mulher que abusava do 'coiso'.
Podiam ter a ideia, que aparece no livro do Saramago, nas manhãs dos crimes e tal desvendarem a história do soldado transmontano José Jorge e nas tardes de doenças e tal visitarem a aldeia minhota de Covide, sabendo se por causa disso têm mais ou menos convidados.
[Abílio] Duarte, exactamente. Não me recordo bem se a pequena [, a Cilinha,] nos foi visitar, mas tenho uma ideia daquela "quem é do Benfica?" e depois oferecia uma bola de futebol.
Está a passar o tempo das sardinhadas e ainda não foi desta que fomos atacar umas aqui prós meus lados.
Ab., saúde da boa e nada de confiança ao bicharoco.
Ab., saúde da boa e nada de confiança ao bicharoco.
Valdemar Queiroz
17 de setembro de 2020 às 03:08
2. Comentário do editor LG:
Valdemar, entendo a tua "felicidade" e partilho-a... Podes crer que já estava a ficar preocupado com o teu estranho e prolongado silêncio...
17 de setembro de 2020 às 03:08
2. Comentário do editor LG:
Valdemar, entendo a tua "felicidade" e partilho-a... Podes crer que já estava a ficar preocupado com o teu estranho e prolongado silêncio...
Pensei cá com os meus botões:
"De duas uma, ou o rapaz teve ordem de soltura e foi apanhar o ar fresco do campo, ou então foi 'co(n)vidado' e nesse caso está amarrado a um dessas terríveis máquinas a que chamamos ventiladores, lá nos cuidados intensivos do hospital mais próximo, de que Deus nos livre!"...
Hipótese ainda mais fantasmagórica e inverosímel: sonhei que estavas em Paunca, e que tinhas sido apanhado à unha!... Mas também havia bocas da reação a dizer que tinhas desertado, com armas e bagagens... Afinal, dali ao Senegal era um saltinho, um passeio turístico...
Confesso que não ganhei para o susto... Afinal, foi apenas a "ventoinha" do teu computador que bifou!... Nada que não se remendeie... embora, no teu caso, sair à rua é uma operação complicada...
Confesso que não ganhei para o susto... Afinal, foi apenas a "ventoinha" do teu computador que bifou!... Nada que não se remendeie... embora, no teu caso, sair à rua é uma operação complicada...
Bolas, já estava a ver os malditos dos jagudis à volta do telhado da tua morança!... É que os gajos cheiram a desgraça a quilómetros de distância.
Bem vindo a bordo, de novo, camarada!... E vê lá se ainda vais a tempo de saborear a última sardinhada do ano, com os bons amigos e camaradas Abílio Duarte, Manuel Macias e Renato Monteiro (**)... Mesmo com os devidos cuidados que devemos todos ter, já que somos todos de maior ou menor risco...
PS - E a propósito da Cilinha... Também não me lembro de a "Senhora" visitar a nossa tropa-macaca da CCAÇ 12... Também não admira, nunca estávamos no quartel, o nosso poiso era o mato... Tambem nunca nos ofereceu nenhum conjunto musical... A nossa música era outra... Nem sequer uma "chicha", para as futeboladas.
Bem vindo a bordo, de novo, camarada!... E vê lá se ainda vais a tempo de saborear a última sardinhada do ano, com os bons amigos e camaradas Abílio Duarte, Manuel Macias e Renato Monteiro (**)... Mesmo com os devidos cuidados que devemos todos ter, já que somos todos de maior ou menor risco...
PS - E a propósito da Cilinha... Também não me lembro de a "Senhora" visitar a nossa tropa-macaca da CCAÇ 12... Também não admira, nunca estávamos no quartel, o nosso poiso era o mato... Tambem nunca nos ofereceu nenhum conjunto musical... A nossa música era outra... Nem sequer uma "chicha", para as futeboladas.
3. Resposta do Valdemar Queiroz:
Fosga-se com essa lembrança dos jagudis, julgo que nem esses querem alguma coisa connosco: este é um daqueles que aguentou a guerra na Guiné, pensarão os passarões lá do alto da sua coca.
Foram uns dias lixados, já que estou muito habituado ao uso do computador para tratar dos mais diversos assuntos devido às dificuldades de me deslocar a qualquer lado. (***)
______________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 16 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21364: Memórias cruzadas na região de Gabu: dia de luto para o EREC 8840/72, na visita de Cecíiia Supinco Pinto a Canquelifá em 6 de Março de 1974 (Jorge Araújo)
(***) Último poste da série > 17 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 – P21366: (Ex)citações (370): Rumo à guerra colonial na Guiné (José Saúde)
3 comentários:
Valdemar, dizem que as sardinhas são de setembro, do Mar do Cerro, Lourinhã... Eu sou suspeito, até porque, em boa verdade, não há sardinhas de Peniche... Peniche é apenas o porto de desembarque...
Toma boa norte: Temos a melhor sardinha do mundo (, por enquanto)... As alterações climáticas irão, por certo, modificar o panorama... Do Minho ao Algarve,não vale a pena discutir a que cabe o primeiro... Até porque o segredo, para além do paladar, não está onde a traineora desembarca...
Luís, calhando.
Na Lourinhã, quando andei numa de visita a Igrejas, não foi visita às capelinhas, almocei um delicioso frango frito num restaurante do Mercado, depois fui lá cima ver a Torre acrescentada à Igreja gótica de Sta. Maria do Castelo, e sardinhas nem cheiro.
Mas, não é como dizes. Em Peniche comi as melhores sardinhas que me recordo, e só paguei batatas e salada. Nesse dia (talvez em 1980), enquanto o meu compadre fazia aferições às balanças do Mercado eu e o meu filho fomos ver a chegada/descarrega de barcos da pesca da sardinha. Havia sardinha para dar e vender, e, como escreveu Raul Brandão os pescadores são comunistas, vai de: ó pá! arranja lá um saco para levar sardinhas, dizia-me um pescador quando descarregava dezenas de pequenos cabazes de sardinhas brilhantes como prata.
Depois, eu e o meu filho fomos a um restaurante comer sardinhas assadas, com batatas cozidas e salada de alface, tomate e pimentos. Foi um aviar de sardinhas pelas várias mesas, o meu filho com 8 anos começou a comer sardinhas como quem toca gaita de beiços e foi comer sardinhas, sardinhas, deliciosas sardinhas até já não querer mais e só paguei batatas e salada.. Não querer não foi bem assim, que num saco trouxemos pra casa sardinhas para fritar e guisar, que assadas num prédio deitavam cheiro até à Mauritânia.
Por isso eu digo que as sardinhas de Peniche são as melhores, mas há quem diga que as sardinhas gordas da Póvoa ainda são melhores e uma sardinha dava para três pessoas, mas isto são conversas do tempo da vida barata*.
E quanto a sardinhas é o que tenho a dizer. Não, também num almoço de sardinhas assadas num restaurante prós lados do Areeiro, em Lisboa, comi umas boas sardinhas e esqueci-me do sobretudo, no outro dia passou a ser o sobretudo aos quadrados com sabor a sardinha assada.
Ab., saúde da boa e p.f. brinda-nos, como se fosse uma livro de poemas, com um verde rosé (estamos a ficar coisos) 'Tabanca de Candoz'.
Valdemar Queiroz
*tempo da vida barata, também conhecido como tempo da fomeca.
Claro que as sardinhas são do nosso mar português, do MInho ao Algarve... E eu nessas coisas não clubista, bairrista, muoto menos caseiro... Na Lourinhã, não há porto de pesca para sardina... Mas tem 60 barcos matricuçads em Peniche, que ainda na pesca do alto... Gente bravo que conhece o mar há séculos... Não se dedicam à pesca da sardinha....
O mercado da Lourinhã tem 3 bancas de peixe de luxo: do robalo à dourada (do mar), do lavagante às ostras (da lagoa de óbidos), da sardinha de Peniche aos jaquinzinhos, há lá de tudo...
Par comer sardinha, à maneira, do Mar do Cerro, assadas pelo "Duque do Cadaval", recomendo-te o restaurante "Atira-te ao Mar", no Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã... São sardinhas assadas com pinças... As melhores que comi este ano, na quarentena!...
Enviar um comentário