domingo, 28 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21954: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (23): O cardápio secreto do "chef" Tony (Levezinho) - Parte II: Canja de garoupa e pimentos estufados em vinho do Porto


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Canja de garoupa



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Pimentos estufados em vinho do Porto

 
Fotos (e legendas): © António Levezinho (2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação de sugestões gastronómicas, nacionais e internacionais, apropriadas ao reforço da nossa resiliência ao confinamento e à fadiga pandémica, sugestões que nos são  facultadas  pelos "vagomestres" e "chefs" da Tabanca Grande. (*)

Com 3 anos de tropa e de guerra em cima do lombo,  sabemos, de experiência própria, que não há um "bom moral na tropa" sem um bom rancho... Daí a razão de ser desta série "No céu não há disto... Comes & bebes"...

Como prometido, vamos hoje revelar-vos mais dois partos  do cardápio, até agora "secreto" (**), do nosso grande amigo e camarada dos bons e maus momentos da Guiné, o António Levezinho (Tony para os amigos, e aqui na Tabanca Grande, Tony Levezinho, com cerca de 7 dezenas de referências no blogue, desde 9 de maio de 2006,  ou seja, já velhinho cmo o caraças...).

Recorde-se que foi  fur mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, maio 69 / março 71). Está reformado da Petrogal. Perdeu recentemente a sua companheira de uma vida (50 anos!), a Isabel Levezinho. E amanhã, o seu filho mais velho, o Nuno Levezinho, faz anos. Parabéns para ele. Um grande abraço, extensivo ao resto da família. 

Sei que o "chef" Tony tem  estado confinado, com o neto de 14 anos,  na casa do Martinhal, em Sagres, ou melhor, na Tabanca da Ponte de Sagres - Martinhal de que ele é o régulo. E, infelizmente, ele agora tem de ser o homem grande e a mulher grande da casa. 

Sabendo nós que ele é, entre outros talentos, um cozinheiro de primeira água, desafiei-o a "dar um cheirinho" dos seus pratos. Sempre discreto, mas solidário, não quis deixar de colaborar nesta série. Mandou-me dúzia e meia de fotos "com inteira liberdade" para as selecionar e editar, e partilhá-las com os nossos leitores,  Selecionei uma meia dúzia.

Hoje saem uns Pimentos estufados com vinho do Porto e uma Canja de garoupa. Eu, que tenho estado a pão de farinha de trigo de barbela com mistura de alfarroba, chá e aguinha da torneira, já estou a salivar como o cãozinho do Pavlov!...  A dieta (oito dias) é por um,a boa causa, a saúde, ou melho,  umas "chapas" que tenho de tirar,  devendo levar a tripa vazia e a bexiga cheia... Há coisas piores, como apanhar a Covid-19 nesta altura do campeonato. 

Fiquem bem, caros/as leitores/as, não percam o gosto nem o olfacto e sobretudo a vontade de continuiar a saborear uns bons petiscos,antes da viagem para o céu... Que lá, no restaurante do São Pedro, dizem, não há disto, uma canjinha de garoupa, com espinafres e umas ameijoas algarvias... LG
 
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8 comentários:

António J. P. Costa disse...

Olá Amigo
O aspecto é bom.
E o resto? O Sá Bôr?
Como é?
Um Ab.
TZ

Anónimo disse...

Olha-se para os coloridos pratos e gosta-se, mesmo sem provar. Há ali, com toda a certeza, mãos de cozinheiro feito, Quem me dera provar !

Um abraço, Levezinho.

Anónimo disse...

Carvalho de Mampatá

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Disse-me o Tony que saboreou este prato, a canja de garoupa, pela primeira vez, em Sines, aonde ia com alguma frequência em trabalho. Gostou e fez questão de um dia "replicar" a receita, ou reintá-la--- E ela aqui está- É um dos seus pratos favoritos.

Ele tem esta particularidade, de ser proativo. Não se limita a dizer que gosta ou não gosta... Quer sempre fazer igual ou melhor... É o que acontece com a caldeirada à moda da gente do mar lá concelho onde agora vive, Vila do Bispo...

Já me prometer vir aqui à Lourinhã fazer essa famosa caldeirada da gente de Sagres, quando acabar esta coisa horrível do confinamento...A praça da Lourinhã tem bom peixe e há aqui alguns dos algyuns dos maiores e melhores viveiros de marisco do país, é só preciso vir cá um dia o "chef" Tony... Depois eu conto-vos...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Pormenor importante: a canja não leva coentros, diz o "Chef" Tony... Gosto muito de coentros, mas os coentros aqui estragm a aguinha de cozer a garopa... Cada erva tem a sua função...

Recordo-me de ter levado os "coentros" para o Norte, em 1976, quando me casei... Ninguém conhecia e algumas cozinheiras diziam que sabia a "fedelho"...

Houve não só usam como cultivam, lá na Quinta de Candoz... E são doidos/as por ameijoas à Bulhão Pato

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fedelho | n. m.

fe·de·lho |â| ou |ê|
(talvez de feder)
nome masculino
1. Criança que ainda cheira a cueiros.

2. Jovem muito novo.

3. Criança traquinas ou impertinente. = BADAMECO

4. [Regionalismo] [Entomologia] Insecto hemíptero (Nezara viridula), de cor verde e cheiro considerado desagradável.Ver imagem = PERCEVEJO-DO-MONTE, PERCEVEJO-VERDE


"fedelho", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/fedelho [consultado em 28-02-2021].

Hélder Valério disse...

O aspecto é muito bom.
Presume-se que o sabor ("sá bôr", com adianta TZ) será a condizer.
E não custa nada presumir isso, já que o colorido induz ao paladar.

É pena é não termos as receitas.... mas percebe-se: segredos de "chef"!

Hélder Sousa

Valdemar Silva disse...

Ó Levezinho, como os covid ados ficam sem olfato e paladar vai de servir numa terrina que os olhos também comem. ah!ah!ah!
Esta canja de garoupa, espinafres e ameijoas serve-se em prato fundo é comida à colher e à mão (beber o caldo pelas conchas das ameijoas ffffffrrr).
Num fim de tarde de Agosto de 2002 fui dar uns mergulhos a Martinhal, a seguir duma sardinhada em Sagres (A Grelha? antes da descida para o Cais) a matar a fomeca depois dois dias numa autocaravana na Torre da Aspa com o meu filho a avistar umas aves migratórias (sem avistar nada) e de pelo caminho recolher umas pedras ?? para fazer estatuetas. Depois regressamos a Milfontes.

Abraço e muito cuidado com a bicheza que entra por esses lados.
Valdemar Queiroz

Luís Graça disse...

Camaradas, com tantos "laiques" (como dizem os feicebuqueiros), vamos mas é pedir a receita ao "chef" Tony...

Vem aí a Prima...Vera, que tal fazer-lhe uma canjinha de garoupa ?!... (Não sabia que garoupa no Brasil quer dizer... mentira!... Ele há cada uma!...Mas o do Levezinho é mesmo verdadeira... Diz-nos lá, mano, quantas postas de garoupa leva a tua canjinha para quatro!...)
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garoupa
garoupa | n. f.

ga·rou·pa
(origem duvidosa, talvez do latim clupea, -ae, pequeno peixe de rio)
nome feminino
1. [Ictiologia] Designação dada a várias espécies de peixes acantopterígios da família dos serrídeos, geralmente de corpo ovalado e de médio a grande porte.

2. [Brasil, Informal] Mentira.

Confrontar: garupa.

"garoupa", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/garoupa [consultado em 02-03-2021].