Lourinhã, 13 de dezembro de 2014. Comércio tradicional, animação de rua, promovida pela junta de freguesia local. Grupo de Gaiteiros da Freiria, Torres Vedras
Vídeo (1' 45''),alojado em You Tube / Luís Graça
Date: quinta, 1/07/2021 à(s) 12:10
Subject: "Atira-te ao mar" e aparece...
Subject: "Atira-te ao mar" e aparece...
Meu caríssimo mano, Luís Graça, meu comandante, camarada,…
"Atira-te ao mar" ou "pega o avião"… "E vai onde a gana te chama"…
Isto aplica-se da mesma maneira aos que estão aqui e esperam melhores ventos para ir a Portugal como aos que estão por aí e vêm há anos a adiar viagens aos USA e a outros destinos...
Isto vem a propósito dos três "posts" sobre o Círio ao Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal. (*)
Não conheço esse Santuário mas este lugar que, graças ao blogue, vim a descobrir agora, como sucede com tantas coisas maravilhas por esse país fora, fez-me avivar ainda mais a minha gana de ir até Portugal. Para com o auxílio e talvez mesmo a companhia de alguém que me possa informar e elucidar sobre estas coisas, visitar este e tantos tesouros escondidos que precisam de ser redescobertos.
Hoje, como quase todos os dias, levantei-me cedo e depois duma chávena de café fui ver os emails e visitar a "minha Tabanca Grande ", já que as de Enxalé e Porto Gole e Missirá são memórias queridas , mas que apenas aparecem quando algum camarada as chama nos seus posts de recordações.
Desta vez deparei-me com estes posts sobre o "Círio ao Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal", este lugar lindo que ainda não conheço, mas que vai ser das primeiras coisas a visitar quando voltar a Portugal.
Aqueles azulejos fizeram-me abrir a boca de espanto, aquelas salas cheias de recordações e mensagens de fé de camaradas nossos emocionaram-me. E no meio deste deambular entre os posts apareceu um outro post do Beja Santos sobre a "Sociedade de Geografia de Lisboa" (**) que me fez parar também.
Depois fui deparar com os meus queridos camaradas "quase em pessoa", tão vívidas são as imagens e momentos aí lembrados: As fotos da "Eugénia, Luís Graça, Jaime Silva. Alice Carneiro, Conceição Ferreira (viúva do Eduardo Jorge Ferreira, 1952-2019), Joaquim Pinto Carvalho, Esmeralda Costa e Maria do Céu Pinteus…" a mostrarem a alegria e satisfação do momento…
"O régulo, Joaquim Pinto de Carvalho, 62 anos depois, sentado no chão a guardar o tacho" ... que até parece pela sua postura e das suas mãos estar a chamar-me a mim e à Vilma:"cheguem-se , cheguem-se que há para todos!"…
A São ( a Conceição Ferreira, viúva do nosso saudoso Eduardo) e o Jaime Silva, a "fazerem negaças" para nos juntarmos ao próximo Círio à Senhora dos Remédios em Peniche.
(*) Vd. poste de 1 de julho de 2021 > Guiné 61/74 - P22331: Tabanca do Atira-te ao Mar (5): O "círio" ao Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal - Parte III: Os painéis de azulejos com os nomes dos círios
Se este Círio no Carvalhal me era desconhecido, o mesmo não sucede com o de Peniche que tenho visitado muitas vezes. Quando era miúdo, meu pai falava muito dele e das "peregrinações a pé" das gentes da Bombardeira, dos Casais do Cano, da Póvoa de Penafirme, Casais das Paradas, Sobreiro Curvo, A-dos-Cunhados e outras terras vizinhas que aí peregrinavam todos os anos. Da alegria da partida e do cansaço do regresso...
Puxa vida, que posts assim até me fazem sofrer . Quando é que este malvado vírus desaparece? A olhar e ver estes posts até parece que a normalidade voltou, mas logo leio outras informações, avisos e não sei quantas coisas mais que me fazem conter o meu entusiasmo. E a decidir ter paciência e esperar .
(...) Instrui-me para não esquecer ( como se fosse preciso lembrar-me !) de te enviar ti, à Alice e demais amigos de quem tantas saudades temos um grande abraço. (**)
João e Vilma
2. Resposta do editor LG:
João, eu também sou daqui, do Oeste como tu, e nunca tinha ao Santuário do Senhor do Carvalhal, a 25 km da minha terra... Mas tenho a nostalgia dos círios (nomeadamente, do Seixal) que passavam e paravam na Lourinhã, em carros engalanados, e com o gaiteiro, o tocador de gaita de foles, à frente!...
Música encantatória, a da gaita de foles. Havia um na Atalaia, mas o mais famoso era do teu concelho, Torres Vedras, o Joaquim Roque... Mas a tradição não vai morrer... Há gente, malta nova, aqui no Oeste, a manter viva a gaita de fole(s), como por exemplo o Grupo de Gaiteiros da Freiria.
Quanto ao que me perguntas... A próxima caminhada até ao Santuário da Senhora dos Remédios, junto ao Cabo Carvoeiro (c. 20 km desde a Lourinhã, ao longo da costa: Praia da Areia Branca, Paimogo, São Bernardino, Consolação, Peniche...) deve ser daqui a duas semanas... Eu, infelizmente, só poderei ir de carro, depois da sessão de fisioterapia que acabá às 12h20... Vou juntar à devoção, o prazer do convívio... e de uma sardinhada no restaurante Toca do Texugo, mesmo ali ao lado... com as Berlengas à vista!
Mas ainda não recebi convocatória do régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar, Joaquim Pinto Carvalho, e/ou do seu adjunto, Jaime Silva. Haveremos de matar saudades, quando tu e a Vilma puderem cá voltar. Oxalá/Enxalé/Inshallah seja em breve. Saúde e chicorações fraternos... E muito cuidado com a 4ª vaga da maldita Covid-19. Luís
___________
Notas do editor:
1 comentário:
Santuário da Senhora dos Remédios
Nota Histórico-Artistica
Situada junto à costa, a ermida de Nossa Senhora dos Remédios é um santuário de romaria implantado num nível mais baixo em relação aos edifícios que o circundam, antecedido por um átrio e por um amplo adro murado.
Não se sabe, ao certo, em que época foi edificado, muito embora a estrutura actual deva remontar ao século XVII, com uma campanha decorativa da centúria seguinte. A tradição revela, no entanto, que a primitiva ermida corresponderia a uma capela talhada na rocha, e que hoje se encontra integrada na nave, do lado do Evangelho, sendo dedicada ao Senhor Morto (CALADO, 1991, p. 272).
O muro que delimita o adro apresenta cunhais em cantaria e é aberto por um portal encimado por frontão de aletas, flanqueado por duas janelas. No mesmo eixo, mas na outra extremidade, um arco de volta perfeita, encimado por frontão semicircular, permite o acesso ao átrio que antecede a capela, num patamar inferior. A torre sineira, de planta hexagonal e cúpula bolbosa, encontra-se adossada num dos ângulos do adro.
Na capela, a nave única, coberta por abóbada de berço, articula-se com a capela-mor através de um arco de volta perfeita em cantaria. Do lado do Evangelho, a referida capela do Senhor Morto, talhada na rocha e abre-se para a nave por arco de pilastras com capitéis coríntios, em mármore.
As paredes da nave são totalmente revestidas por azulejos azuis e brancos, que representam episódios da vida da Virgem, sobre um rodapé com cartelas de emblemas marianos. Do lado do Evangelho encontramos o Nascimento da Virgem, Apresentação do Templo e o Casamento. Da parte da Epístola, a Anunciação foi interrompida pelo púlpito, que é, por isso mesmo, posterior aos azulejos, seguindo-se a e a Adoração dos pastores . Na abóbada, também azulejada, a Assunção da Virgem é o tema principal, envolto pela figuração das virtudes.
Na capela-mor, os azulejos de figura avulsa enquadram o Trânsito de Nossa Senhora.
Assinados, na nave, por António de Oliveira Bernardes, estes azulejos constituem um importante testemunho da fortuna que este género de decoração alcançou no nosso país, e em particular em Peniche, onde pela mesma época (década de 1720), encontramos mais duas igrejas totalmente revestidas por painéis cerâmicos - Nossa Senhora da Ajuda e Nossa Senhor da Conceição.
Uma diferença, no entanto, isola a ermida dos Remédios neste contexto, e que é a ausência de talha dourada, aqui substituída por talha a imitar mármore, no retábulo-mor, denotando um certo afastamento dos modelos nacionais e reflectindo um gosto mais erudito e" joanino".
(Rosário Carvalho)
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73862/
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