quarta-feira, 30 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22327: Efemérides (349): Recordando o dia 24 de junho de 1622, a vitória de Macau sobre os holandese, hoje dia da cidade (Virgílio Valente, ex-alf mil, CCAÇ 4142/72, Gampará, 1972/74)

 

 紀念澳門「六月廿四」過去‧現在‧未來 

24 de Junho em Macau - Memórias e perspectivas para o futuro 

 Vídeo (23' 09'') > 24/6/2021 | IMM - Instituto Português de Macau



1. Mensagem do nosso camarada da Diáspora Lusófona, Virgílio Valente [Wai Tchi Lone, em chinês], que vive e trabalha há mais de 2 décadas, em Macau, região autónoma da China, e que foi alf mil, CCAÇ 4142/72, "Os Herdeiros de Gampará" (Gampará, 1972/74); é o nosso grã-tabanqueiro nº 709, desde 18 de dezembro de 2015, e régulo da Tabanca de Macau :

Date: terça, 29/06/2021 à(s) 03:39
Subject: Sessão sobre o dia 24 de Junho | 紀念澳門 「六月廿四」講座 | Session regarding the 24th of June


Sessão sobre o dia 24 de Junho

No dia 24 de Junho, Dia da Cidade, o Instituto Internacional de Macau promoveu uma sessão aberta ao público, destinada a comemorar o acontecimento histórico que marcou Macau neste dia, em 1622, da vitória sobre os holandeses que tentaram apoderar-se de Macau, no dia de São João Baptista, pelo que a edilidade lhe consagrou Padroeiro da Cidade.

A sessão pretendeu de forma simples homenageá-lo, relembrando à população uma promessa que tinha sido feita há quase 400 anos.

O IIM tem vindo a realizar desde 2018 diferentes manifestações, destinados as estudantes e à camada mais jovem para uma continuada promoção deste acontecimento que poderá ajudar a população a compreender melhor a importância desta data, e contribuir para melhorar o sentido de pertença e uma percepção mais nítida da importância da preservação desta memória, que recentemente tem sido comemorada através de um Arraial que foi classificada como um dos elementos do Património Cultural Intangível de Macau.

Houve uma breve apresentação por várias representantes presentes, do IIM, com a moderação do seu secretário-geral, Rufino Ramos, Miguel de Senna Fernandes, da Associação de Macaenses, Amélia António, da Casa de Portugal, Paula Carion da Associação dos Jovens de Macau, e Wallace Kwah, da Associação dos Embaixadores do Património de Macau, que colaboraram no projecto, além de uma intervenção online da investigadora Mariana Pereira, que apresentou e lançou uma página electrónica dedicada a este acontecimento (https://macaense24junho.wixsite.com/evento).

O IIM apresentou e lançou ainda um vídeo sobre o acontecimento histórico, memórias das celebrações anteriores e perspectivas para o futuro sobre esta importante data, agora com acesso nas suas redes sociais, através do seu canal YouTube e Facebook (iim macau).

A sessão contou com o apoio da Fundação Macau.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=5ac3-TUp4eM

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Nota do editor:

Último poste da série > 26 de junho de  2021 > Guiné 61/74 - P22320: Efemérides (348 ): Foi há 50 anos, a partida da CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852 (Buba, 1971/73) (Pinto Carvalho, ex-alf mil, poeta, músico e régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar)

3 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Para saber mais... RTP Ensina >

O ataque holandês a Macau

https://ensina.rtp.pt/artigo/o-ataque-holandes-a-macau/

Os holandeses tentaram tomar Macau a 22 junho de 1622, mas apesar da superioridade em homens e navios foram derrotados pela guarnição portuguesa. Não voltaram a tentar conquistar este reduto e foram obrigados a mudar a sua política expansionista no oriente.

O aparecimento de uma armada holandesa ao largo de Macau, no dia 21 de junho de 1622, confirmou os receios portugueses de que os inimigos holandeses tentariam, mais cedo ou mais tarde, apoderar-se da cidade. Era uma poderosa armada de 14 navios, a que se juntaram 2 embarcações inglesas, que tinha partido de Batávia, atual Jakarta, com esse objetivo. O primeiro desembarque teve lugar no dia 22 e destinou-se a fazer o reconhecimento do terreno.

O ataque direto ocorreu apenas no dia 24, com o bombardeamento dos baluartes de Macau e o desembarque de cerca de 800 soldados. Os defensores eram cerca de duas centenas, entre mosqueteiros, moradores da cidade e escravos. O momento decisivo ocorreu quando explodiram os barris de pólvora do campo dos invasores, quando estes marchavam em direção à cidade.

A desorganização e desorientação provocadas pelo incidente motivaram os portugueses à ofensiva, tendo desbaratado os holandeses nos combates que se seguiram. Os invasores recuaram e retiraram-se para os navios, deixando mais de uma centena de mortos.

Qual era o interesse dos holandeses em tomar Macau?

A viragem do século XVII assinalou a chegada das armadas holandeses à Ásia, passando a competir com os interesses e as rotas exploradas pelos portugueses em todo o Índico. Essa competição rapidamente se transformou em hostilidade e conflito aberto, com o assalto às armadas e fortalezas portuguesas.

A rota comercial mais rica e importante explorada pelos portugueses era a ligação entre Macau e Nagasaki, no Japão, que permitia lucros fabulosos e suscitava, naturalmente, o interesse e a cobiça holandesas.

A VOC, a poderosa companhia neerlandesa das Índias Orientais, estava solidamente instalada em diversos pontos do Índico, mas faltava-lhe uma posição que permitisse o acesso direto aos mercados chineses. Em 1619, o novo diretor geral da companhia, Jan Pieterzoon Coen, decidiu avançar com a decisão de conquistar Macau, que considerava fácil de tomar por a cidade não dispor de fortificações ou forças defensivas substanciais. O fracasso do ataque de junho de 1622 constituiu, portanto, uma derrota especialmente pesada.

Que consequências teve esta derrota?

O fracasso do assalto a Macau obrigou a VOC holandesa a alterar os seus planos de expansão naquela zona do Extremo Oriente. Os projetos de fixação na costa chinesa foram abandonados e os holandeses procuraram alternativas, acabando por se fixar no arquipélago das ilhas Pescadores e, mais tarde, em Taiwan. Macau não voltaria a ser atacada.

Do lado português, a vitória foi celebrada como um enorme feito de armas, tanto mais que o Estado da Índia sofreu uma importante perda nesse mesmo ano, com a queda de Ormuz, no Golfo Pérsico. Um dos efeitos mais importantes do ataque de 1622 foi a integração definitiva de Macau na rede oficial de fortalezas portuguesas.

Depois da retirada holandesa, o Senado da cidade aceitou a nomeação de um governador enviado por Goa, algo que sempre tinha recusado, o que revela a gravidade da ameaça holandesa para a sobrevivência de Macau.

Valdemar Silva disse...

Jan Pieterszonn Coen é herói nacional nos Países Baixos.
Calvinista e "patrão" da Companhia Holandesa das Índias Orientais tratava com extrema violência os seus homens e as populações conquistadas, para obter o monopólio do comércio das especiarias principalmente a noz-moscada, até então comercializadas pelos portugueses.
Viveu os últimos da sua vida retirado na Indonésia, que foi colónia neerlandesa até ao fim da II Guerra Mundial (1948). Na Austrália há a cidade de Coen e o Rio Coen assim chamados devido ao seu nome.

Ele é Pieterszoon, filho de Pieters, se fosse Piesterzoon seria filho de padre ou piadoso o que ele não tinha nada.

Valdemar Queiroz

Fernando Ribeiro disse...

A música que se ouve no final do vídeo fez-me lembrar um outro vídeo, que já tem alguns anos, feito por um grupo teatral constituido por macaenses, chamado "Dóci Papiaçám di Macau". Este outro vídeo, que é falado em patuá macaense, pode ser visto em https://www.youtube.com/watch?v=JmPYVbKWF70.