sábado, 2 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23133: Documentos (36): Psico e propaganda: por uma "Guiné Feliz": um desdobrável com postais a cores, tipo Banda Desenhada, doado à Tabanca Grande pelo Joaquim Sequeira, o "Sintra", ex-1º cabo carpinteiro, BENG 447 (Brá, 1965/67)


Postal  nº 2


Postal  nº 3
Postal  nº 4

Postal  nº 5
Postal  nº 6


Postal  n 8

Postal  nº 9


Postal  nº 8


Postal   nº 1 > Guiné Portuguesa, Guiné Feliz... O nosso caamrada Joaquim Sequeira, o "Sintra, que foi 1º cabio carpimnterio, BENG 447 (Brá, 1965/67) assinalou os nomes dos aquartelametos e destacamentos por onde passou em serviço: no sector de Bissau, Brá, Santa Luzia, Bissalanca e Safim; na região de Quínara, Enxudé, Tite, Jabadá e São Joao; no arquipélago dos Bijagós, ilha das Galinhas e Bolama; na região do Gabu, Nova Lamego e Canjambari: no região do Oio,  Cuntima, Jumbembem, Farim, K3, Mansabá,Mansoa, Cutia, Bissorã, Olossato; na região do Cacheu, Binta...

Fotos (e legendas): © Joaquim Sequeira (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Joaquim Sequeira, o "Sintra",
Tabanca da Linha (2016)


1. Já aqui falámos, mais do que uma vez, dos "cartazes de propaganda que deixávamos no mato, nas clareiras, nos trilhos, nas bolanhas, nas regiões fora do nosso controlo, na esperança de que os guerrileiros do PAIGC, as suas milícias e a sua população se entregassem em massa às nossas autoridades, administrativas e militares" (*).

Pessoalmente, "nunca cheguei a observar os efeitos práticos e objectivos deste tipo de propaganda. Os 'homens do mato' que conheci foram os que fizemos prisioneiros; a população do mato (mulheres, velhos e crianças) que recuperámos, foi a que arrancámos, à força, das zonas controladas pela guerrilha".

O A. Marques Lopes, logo no início do nosso blogue (Poste P81) (*), mandou-nos uma coleção de cartazes, ou melhor, de postais, que voltamos a publicar mas desta vez com melhor qualidade de inagem: a coleção foi-nos dada, para publicação no blogue, pelo Joaquim Nunes Sequeira,  mais conhecido na Tabanca da Linha pela alcunha "O Sintra". Ex-1º cabo carpinteiro, BENG 447, Bissau, 1965/67, é um camarada sempre sorridente, afável, voluntarioso, que exerce (ou exercia antes da pandemia, em 2019)  as funções de vogal da direção e porta-estandarte do Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes.  

Os postais foram por nós digitalizados. É um material produzido no âmbito da Acção Psicológica (mais congecida por Psico) e remonta ao tempo do com-chefe e governador-geral gen Arnaldo Schulz (1964-1968). Já aqui o dissemos: é um material "muito interessante,se bem que revele alguma ingenuidade e uma estética de duvidosa eficácia". Mas trata-se de um documenatação valiosa, com interesse iconográfico e historiográfico. Não a encontro, por exemplo, no sítio do Centro de Documentação 25 de Abril.

Já tínhamos pedido ao  A. Marques Lopes, para ver se descobria a origem e o ano ("Quem os produzia, quando, para usar onde"...).

O Marques Lopes respondeu-me, na altura,  que "esses folhetos que enviei tínhamo-los quer em Geba quer em Barro, portanto em 1967 e 1968, para espalhar pelas matas. Nenhum deles tem indicação de autor ou de origem, mas é certo que apareciam em pacotes vindos do Comando Chefe de Bissau". 

Uma coisa é certa: eram cartazes destinados especificamente ao teatro de operações da Guiné. E deviam ser produzidos no QG/CCFAG, Rep ACAP- Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, cujas instalações se situavam na Fortaleza da Amura. Um dos nossos camaradas que lá trabalhou, na segunda parte da sua comissão, foi o Ernestino Caniço.

2. Julgo que também me passaram pelas mãos alguns desses cartazes, mas não fiquei com nenhum. Alguns foram deixados atabalhiadamente no terreno, depois de uma violenta embioscada dos "homens do mato". Não tive a preocupaçao de guardar nenhum documento desse tipo, de um lado ou do outro. Na altura o que eu queria mesmo era esquecer a Guiné... para sempre.  

A colecção (no fundo, é uma sequência de banda desenhada, sob a forma de um folheto desdobrábvel com uma meia dúzia de postais, impressos de um lado e do outro) começa com uma imagem do mapa da Guiné ("Guiné Portuguesa, Guiné Feliz") (Postal nº 1) (**)

A numeração é da minha única responsabilidade: tem a ver a lógica da sua sequência para efeitos de leitura.

O segundo postal mostra um grupo de guerrilheiros, no mato, feridos e/ou desmoralizados (vd. i,magem no topo deste poste). Os combatentes do PAIGC nunca são tratados como tal, mas simplesmente como "homens do mato" (leia-se: bandidos, indivíduos que estão fora da lei e da ordem). Aliás, no nosso tempo, "ir no mato" era, no falar das gentes da Guiné, juntar-se à guerrilha, fugir das zonas sob administração portuguesa. Portugal, de resto, nunca reconheceu o PAIGC como inimigo, no sentido militar e legal do termo,  nem a luta contra o "terrorismo" (ou a "subversão) como uma situação de guerra, face à Convenção de Genebra. (Postal nº 2)

O título do cartaz é : "No mato, há doença, fome e morte", A legenda, por sua vez, diz o seguinte: "O Chefe do Grupo do mato julga que vai morrer. Foi gravemente ferido"

No Postal nº 3 vemos o mesmo grupo de "homens do mato" a entregar-se às autoridades militares portuguesas da zona. Depois do Chefe do mato ter ido falar com o "homem grande da tabanca" (que veste à maneira fula, o que está longe de ser inocente, já que os fulas eram os nossos grandes aliados).

Legenda: "O Homem Grande diz à tropa que estes homens foram enganados, estão arrependidos e fartos da guerra".

No Postal nº 4 vemos os "homens do mato, arrependidos" serem bem tratados pelas autoridades portuguesas: (i) são tratados pelos enfermeiros da tropa, (ii) bebem cerveja com soldados africanos; (iii) recebem alimentos (pão) da tropa.

No Postal nº 5 vemos uma tabanca, sob a bandeira portugesa (e, parece-me, ao canto superior direito, descortinar uma inverosímil antena de televisão ou takvez antes de rádio. Legenda: "A família e os amigos abraçam a gente do mato que estava enganada e não vivia na tabanca há muito tempo". a 

Por fim, "a tropa e os civis ajudam aqueles que se apresentam a reconstruir a sua tabanca" (clara referência aos famosos "reordenamentos" (o equivalente às "aldeias estratégicas" na Argélia e no Vietname) que, no tempo do Spínola, tiveram um grande incremento (Postalnº 6).

Por fim, surgem os homens grandes de Bissau (o gen Arnaldo Schulz e a sua equipa) para observar (e regozijar.se com)  os progressos: "Agora sim! Aqueles que regressaram arrependidos  vivem contentes na tabanca nova..." concluindo.se que "há paz e alegria e nunca mais faltará Felicidade" (um conceito abstracto, para a generalidade dos guineenses daquela época). (Postal nº 7)

O postal seguinte  tem uma lógica implacável, a da deserção e da rendiçao: "Apresenta-te à tropa, levanta os braços"... Mostra dois "homens do mato", de braços levantados, segurando a sua espingarda semi-automática (Simonov ?) por cima da cabeça (Postal nº 8)... O último postal  é o da bandeira verde-rubra, que se repete nas costas dos postais anteriores.

3. Veja-se o que diz o Centro de Documentação 25 de Abril sobre a propaganda, usada durante a guerra colonial, por um lado e outro:

(...) "A acção psicológica destina-se a influenciar as atitudes e o comportamento dos indivíduos. Na guerra subversiva é utilizada para obter o apoio da população, desmoralizar e captar o inimigo e fortalecer o moral das próprias forças, assumindo três aspectos diferentes, embora intimamente relacionados: acção psicológica, acção social, acção de presença.

"Quer as forças portuguesas, quer os movimentos de libertação, usaram intensamente a acção psicológica como arma, integrando-a na panóplia de meios disponíveis para a conquista dos seus objectivos, dentro da ideia que as palavras são os canhões do séc. XX e que, como se ensinava aos futuros chefes da guerrilha na escola de estado-maior da China, na guerra revolucionária deve atacar-se com 70 por cento de propaganda e 30 por cento de esforço militar.

"A acção psicológica exercida sobre a população, o inimigo e as próprias forças foi conduzida através da propaganda, da contrapropaganda e da informação, de acordo com as finalidades de cada uma destas áreas: a primeira, pretendendo impor à opinião pública certas ideias e doutrinas; a segunda, tendo como finalidade neutralizar a propaganda adversa; por último, a informação, fornecendo bases para alicerçar opiniões. Mas, para serem eficazes, os meios de condicionamento psicológico necessitam de encontrar ambiente favorável.

"Quanto às populações, procurou-se criar esse ambiente propício com a acção social, que visava a elevação do seu nível de vida, para as cativar, conquistando-lhes os corações e originando condições mais receptivas à acção psicológica. Esta acção foi desenvolvida sob a forma de assistência sanitária, religiosa, educativa e económica.

"Relativamente ao adversário, a acção psicológica das forças portuguesas era isolar os guerrilheiros das populações, desmoralizá-los e conduzi-los ao descrédito quer na acção, quer na dos seus chefes. Para o efeito utilizaram-se panfletos e cartazes lançados de aviões ou colocados nos trilhos de acesso e nas povoações, emissões de rádio, propaganda sonora directamente a partir de meios aéreos, apelando à sua rendição e entrega às forças militares ou administrativas, garantindo-lhes e explicando-lhes que a participação na guerrilha constituía um logro". (...) (Negritos nossos)
___________

Notas do editor:


(**) Último poste da série > 20 de janeiro de  2022 > Guiné 61/74 - P22923: Documentos (35): Comunicações e Ordens enviadas pelo Estado-Maior do Exército e do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné - Anexo à Circular N.º 1703/NP da 2.ª Repartição do Estado-Maior do Exército (2) (Victor Costa, ex-Fur Mil Inf)

16 comentários:

Anónimo disse...

Não havia redes sociais, tinha de haver outras maneiras de levar a "PSICO" às populações; alguns entregaram-se mas foram poucos os que acreditaram na Guiné feliz!
Albertino ferreira

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Recordo-me destes e de outros prospectos a "disseminar" entre a população das tabancas que poderia ter contactos com "pessoal" do mato. Espalhei (em 1968) uns prospectos com a forma de uma nota de 1000 pesos (vermelha e com a efígie do Honório Barreto) nos quais se informava o potencial desertor de que a sua arma valia dinheiro. Ao voltar ao local verifiquei que os papéis tenham sido meticulosamente "recolhidos" e não creio que os animais do mato soubessem ler ou tivessem armas para trocar por dinheiro...
Daí que este género de propaganda me parecesse inútil, ineficaz e até ridículo. Creio mesmo que as populações ou os guerrilheiros estivessem, assim, a ser psicologicamente agredidos e não "captados" para a "causa nacional" Mas qual era a alternativa?
Nunca estive em zonas em que a população estivesse sob duplo controlo. Só no Xime, a LDG virou uma canoa e recuperou os seus ocupantes (homens e mulheres) que vinham num grau de debilidade física muito marcado. Ficaram ao cuidado do chefe da tabanca e começaram com um lauto almoço em que uma terrina de sopa só dava para três.
Creio que seria interessante determinar quem fazia estes desenhos. Sei que um humorista/desenhador de apelido Benamor que desenhava para o "Cara Alegre" fez vários desenhos "para a tropa". Havia também - mas para a propaganda interna - ums quadros em tamanho A3(?) em que figurava uma rapariga bem exposta e se dizia: - Ela é toda ouvidos. Come e cala. Às vezes havia quem acrescentasse um -a depois de come. Outro panfleto aconselhava a à prudência no que se escrevia à família em termos de futuro. Destes - de boa qualidade estética - não tenho ideia do autor.

Um Ab.
António J. P. Costa

António J. P. Costa disse...

Mais tarde a Guiné não era "Feliz", era uma "Guiné Melhor" o que também tem um significado liminar. Já que não podia ser feliz ao menos que fosse (um pouco) melhor. Mas já era tarde...
Um Ab. e bom FdS
António J. P. Costa

Valdemar Silva disse...

Estes panfletos de propaganda/psico-social são muito interessantes.
O autor dos desenhos foi mal informado ou era um totó.
Desde os 'homens do mato', nada de guerrilheiros ou até terroristas para não assustar a comunidade internacional, até ao pormenor caricato da antena tv, os panfletos são umas pérolas.
A começar pelos homens do mato num estado lastimoso, que bem podiam andar de catana mas não, apresentam-se com armamento made USA espingardas M1 Garand e o chefe com uma M16, calhando por modelo das armas utilizadas no Vietname. Depois é tudo uma alegria, o chefe da tabanca fula ou mandinga aparece com um cachecol do clube lá da terra e até bebem cerveja com álcool para festejar. Depois os homens do mato dedicam-se à agricultura do arroz "ensinados" pelos europeus e até já mudaram de estatuto com chapéu à colon.

Não me recordo, esta cabeça já perdeu algum arquivo, de haver apresentações manga de ronco de "pessoal bandido" às nossa tropas, sem querer referir população que "tinha ido e regressou", concretamente ex-combatentes do PAIGC.

Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Lembro-me de panfletos em crioulo e português, que largavamos nas matas do Xime e do Cuor sem qualquer entusiasmo... As populações e os guerrilheiros eram analfabetos... E nao sei se entendiam os "bonecos"...

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

O autor dos desenhos não seria um totó. Estava certamente mal apoiado e o seu trabalho não era devidamente orientado, analisado e avaliado. É provável que nem o orientador soubesse bem o que fazer.
O texto era inadaptado, principalmente porque se supunha que se dirigiria a pessoas cujos conhecimentos de língua portuguesa eram menos que elementares e com uma mentalidade pouco evoluída.
Os "homens(e mulheres) do mato" de que falo acima, vinham realmente num estado lastimoso, desarmados e apenas trazendo "haveres" reduzidíssimos. A roupa era rudimentar. A descrição do que sucede depois (alegria,copos,chapéu à colon, ensinamento pelos europeus, sempre necessário, mas agora tardio etc.) é inadequada. Tratava-se o público-alvo como se fosse atrasado mental.
Também não me recordo ter ouvido sequer falar de haver apresentações "manga de ronco de pessoal bandido" às nossa tropas. Tenho quase como certo que, pelo menos desde 1967, a população da Guiné tinha muito reduzidas possibilidades de mudar de campo e não ser "devidamente maltratada"....

Um ab.
António J. P. Costa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Tó Zé, não será difícil descobrir quem foi o artista gráfico responsável pelos "bonecos"... Já as legendas,será um bico de obra...

No primeiro caso, concordo contigosto, o gajo não era nenhum "totó" de todo, sabia pelo menos desenhar. E deve ter feito outros trabalhos para a tropa... A estética, porém, é dos anos 40/50.
... A BD, a Banda Desenhada,já era outra coisa nos anos 60... E depois ve-se que o artista conhecia mal a Guiné...A população que vivia no "mato" (balantas, biafadas...) podia andar "andrajosa", de tanga, mas não os combatente do PAIGC...Em Angola, em 1961, com os gajos da UPA, sim, mas não na Guíné em 1964/65...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Gralha: "concordo contigo"...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Os "homens do mato" eram os balantas que nós (administradores, chefes de posto, cipaios,comerciantes, tropa inicial, pides, régulos. ..)tratávamos mal... Foram a carne para canhão do Amílcar Cabral. Nunca os vi a abraçarem efusivamente os fulas...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Diziam os meus soldados fulas, sobretudo os mais velhos: "Um balanta morto é um turra a menos"...

Unknown disse...

Em 69/71 Qualquer mais valia era "por uma Guiné melhor" e pelo menos em Mansoa foi bem interiorizada pela população.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Sequeira:

Como vais tu, meu bom amigo e camarada ? Com a pandemia, não mais abriu a Magnífica Tabanca da Linha e a gente deixou de se ver. Mas não me esqueci do material que me disponibilizaste para publicação no blogue... Aqui está ao fim de mais de 2 anos...Aqui nada se perde, tudo se transforma...

Se quiseres, podes acrescentar algo mais: onde e quando arranjaste este desdobrável ? Vocês no BENG 447 também faziam a sua distribuição ? Tens alguma ideia de quem foi o "artista", autor dos "bonecos" ? O Schulz está aqui retratado... Já não me lembro de ver estes materiais no tempo do Spínola... Em 1969/71, os panfletos eram escritos em português, crioulo e até árabe!...

Vejo, por outro lado, que andaste por muitos sítios da Guiné... Só não andaste pelo sector de Bambadinca, nem foste ao sul, região de Tombali. Certo ?!

Muito obrigado em nome de todos. Um abraço, saúde e paz e até ao próximo encontro. Luis

Antº Rosinha disse...

A psico funcionava e funcionou, mas não adiantava muito, porque o destino estava marcado.

Não só o destino de Portugal (Europa), mas principalmente o destino da Guiné (Africa).

No caso de Angola, a principal causa porque se lutava na Guiné, a psico foi a principal arma para o insucesso dos Movimentos.

Só no Norte, é que havia algumas populações refugiadas no Zaire que apenas se apresentaram depois do 25 de Abril, de resto eram as populações e os flechas que se encarregavam de alertar.

A grande diferença estava em Amílcar Cabral que soube coordenar muito bem desde os canhões russos e apontadores cubanos, até às ajudas suecas.

Só depois do 25 de Abril é que Cubanos e Russos se dedicaram a sério a Angola...durante 27 anos.

A psico ficava em inferioridade contra os canhões Russos bem orientados por Amílcar Cabral.

DRobalo disse...

Caro amigo Luís Graça, camarada. É sempre bom recordar. Curiosamente, também tenho nos meus " recuerdos" um folheto igual ao publicado. Abraço a todos os camaradas.

João Rodrigues Lobo disse...

Um abraço ao camarada do BENG 447 que não cheguei a conhecer por ter saído antes de eu chegar. Dos camaradas carpinteiros tenho porém a recordação de uns caixotes que me construíram para a descarga do cimento dos porões dos navios e que recuperaram toneladas de cimento perdido a granel (dos sacos que se rompiam)e que ficavam bordo. Quanto á Psico lembro-me dela tanto na Guiné como em Angola. Sobre a distribuição dos panfletos não me recordo mas, como volumes de panfletos não distribuímos, só se vinham dentro das embalagens dos materiais que enviávamos por coluna ou pelas LDM e LDG para todo o território. Talvez tivessem sido distribuídos pelo SPM suponho. Quanto aos desenhadores desta banda desenhada fazem-me lembrar os do jornal da RMA que que está no blog. Psico mal feita para o "IN" e para as nossas tropas, julgo. Quanto aos camaradas do BENG 447, seria bom que aparecessem mais pois certamente haverá boas memórias para partilhar.
João Rodrigues Lobo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

O ilustrador, autor dos "bonecos", pode muito bem ser o João Benamor, como sugere o nosso camarada António J. Pereira da Costa.

Este conhecido cartunista (que trabalhou na Plateia e criou revistas humorísticas, como o "Cara Alegre" e o "Olho Vivo", esta muito popular a seguir ao 25 de Abril) nasceu em 1930 e em 1965 estava na Guiné, era 1º sargento do Exército e fazia trabalhos de ilustração para a tropa...

22 DE MAIO DE 2014
Guiné 63/74 - P13177: Efemérides (157): Como é que a revista Plateia e o seu correspondente local, João Benamor, 1º sargento e cartunista, "viram" o baile dos finalistas da Escola Técnica de Bissau em 5/6/1965... e as perturbações da "ordem pública", provocadas por uma "bando de energúmenos", possivelmente influenciados pelos relatos das tropelias dos "teddy boys" de Liverpool... (Virgnio Briote)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2014/05/guine-6374-p13177-efemerides-154-como-e.html

30 DE MARÇO DE 2014
Guiné 63/74 - P12915: Brochura, "Deveres Militares", SPEME, 2ª ed, 1969 (Fernando Hipólito): Parte V: Plantão à caserna e faxinas regimentais... ("Consciente de que entre os soldados se verificava ainda a existência de um grande número de elementos com iliteracia e baixa escolaridade, o Exército, entre 1961 e 1974, utilizou o humor dos cartunistas, de forma pedagógica, para alertar e instruir sobre questões de segurança e sobrevivência ou sobre a regulamentação da disciplina militar.")

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2014/03/guine-6374-p12915-brochura-deveres.html