Antº Rosinha, II Encontro Nacional da Tabanca Grande,Pombal, 2007. Foto: LG |
Data - 28 nov 2022 17:32
Assunto - A nossa geração que foi "a salto" para a França, nas aldeias da raia d'Espanha
Desde os anos 50 até 1961 já havia "passadores" para a França, em todas as fronteiras da Beira Alta, Trás-os-Montes e Alto Douro.
Em alguns concelhos mais que noutros, logo a seguir à I Grande Guerra, já se ia para a França pelo processo do "a salto"..
Só que, a partir de 1961 acelerou essa actividade, e talvez, mesmo sem estatísticas, se possa dizer sem exagero que 50% de jovens entre os 18 e os 20 anos foi para a França, nas inúmeras aldeias, hoje desertificadas em maioria, dessas regiões do interior Beirão e Transmontano.
Será que a Guerra do Ultramar não podia mesmo dispensar aquela quantidade de soldados?
Era já um hábito muito enraizado, semi-clandestino, bem junto às fronteiras espanholas, a ida para a França..
Já era a alternativa ao Brasil e outras Américas a ida "a salto" para a França ou nos porões da CNN (Compamhia Nacional de Navegação) e CCN (Companhia Colonial de Navegaçãpo) para Angola e Moçambique e mesmo para África do Sul e Congo Belga..
As nossas velhas aldeias do interior, onde podia haver muita "carne para canhão", para a Guerra do Ultramar, 3, 4, e mais, filhos varões por família, na inspecção anual, que podiam ser 20 ou 30 por aldeia, por ano,.uma grande parte ia para a França, por meio de "passadores", muitíssimo pouco clandestinos, pois eram figuras bem públicas nas regiões fronteiriças.
Como a partir de 61 tudo era apto para a guerra, ao fim de 13 anos, exceptuando amparos de família, e não sobrepondo dois ou mais irmãos, qualquer aldeia do interior poderia ter fornecido média de 20 por ano vezes 13 anos eram 260.
Só em fardamento, G3 e viagens, reduzindo para metade (praças havia muitas), era uma boa poupança..
Havia escassez era de capitães, não de praças.
Se de 260, 130 fossem para a França, farda, viagens sem custos para o Estado, e envio de remessas mensais, continhas à Salazar...será que os "passadores" não mereciam uma condecoração ou um prémio? Aliás, eles pagavam-se bem sem correr riscos cá em Portugal, e na fronteira francesa os riscos eram apenas para os emigrantes.
São muitos milhares das fronteiras beirãs e transmontanas que hoje, já reformados da França, a maioria com reformas completas, eles e as esposas também, são eles que dinamizam um pouco as velhas aldeias, pelo verão, pelos finados, Natal e Páscoa, aquelas aldeias desertificadas.
E ainda fazem um esforço enorme para entusiasmar os filhos e netos, alguns já franceses, a virem a terrinha dos pais, adquirindo apartamentos e casas junto às praias, que é mais convidativo para os jovens.
Vêm mais assiduamente os emigrantes reformados da França às suas aldeias,do que aqueles que foram à guerra e fizeram a vida em Lisboa ou Porto, como que são emigrantes também.
Foi com muito esforço que estes "franceses" fizeram a sua vida na França, não só pela língua, a maioria sem estudos, máximo a velha 4ª classe, e sujeitos, como qualquer emigrante, a trabalhos que o cidadão natural rejeita.
Salário, evidentemente o mínimo, a não ser quando adquiria alguma especialização.
Era à base de privações que conseguiram grande parte das economias para construir casa nova na aldeia, aldrabados muitas vezes por empreiteiros sem escrúpulos, fazer alguns depósitos bancários, aldrabados muitas vezes também por banqueiros e gerentes sem escrúpulos. e vivendo em condições degradadas em França para evitar pagar renda de casa.
Provavelmente todos os concelhos ao longo das fronteiras beirãs e transmontanas têm o seu monumento, pequeno ou mais vistoso com a lista por aldeias, dos seus filhos que morreram na Guerra do Ultramar.
Dalgumas aldeias talvez não tenha morrido ninguém em África, pois foi mais provável um ou outro terem morrido nas estradas de Espanha, pelas vacances, lançados em grandes carros, para matar saudades.
Estes jovens refratários, ou desertores ou que simplesmente já estavam para lá antes das inspecções, e não regressaram, fariam mesmo falta naquela guerra? Será que se notou a falta de soldados rasos?
Sim, rasos, atendendo que a maioria dos jovens de que falo, "a salto", andaram apenas na escola primária, os que os pais dispensavam da vida do campo, nem todos souberam o que era a reguada do professor.
Lembro que, embora o pessoal saísse à socapa para a França, não iam avisar no Edital à porta da igreja ao Domingo, evidentemente, a sua partida, mas aquela clandestinidade era muito mal disfarçada, daí, até desde o regedor, o presidente da freguesia e algum da União Nacional desde o "passador", indivíduo grandemente bem relacionado, até a algum bufo da PIDE, era tudo mais ou menos conivente.
Com mais todos esses mancebos em África, o resultado final da guerra era o mesmo que foi.
Embora este êxodo tenha ajudado à desertificação, esta era tão inevitável que, mesmo com o fim da guerra, continuou, em quase todas as velhas aldeias daquelas regiões. São raríssimas as excepções em que a desertificação não acontece.
Mas, se muitos os sexagenários e septuagenários reformados, não regressam definitivamente ás suas aldeias, deve-se a algumas explicações que eles dão:
Eu compreendo-os na perfeição nestas duas explicações.
E é uma pena que existam estas duas razões para eles não regressarem, principalmente a segunda. que é "estupidamente" verdadeira e real para esta gente, eu próprio senti ao fim de 5 anos no Brasil e um ou outro na Guiné.
Para tratar qualquer coisa (Registos, procurações, Câmaras, passaportes, saúde, etc.) em curto espaço das férias, só à base de "cunha", a velha corrupçãozinha. (Parece que actualmente alguma coisa terá melhorado, a anti-cunha.)
Quando se põe a questão da imigração/emigração actual no mundo, principalmente a clandestina como foi o caso desta que falo para a França, a única clandestina, costuma-se fazer comparações, e até semelhanças. Mas as semelhanças são muito ténues.
Era bom que o português não precisasse mais de emigrar, embora muitas vezes já seja por "tradição".
Vêm mais assiduamente os emigrantes reformados da França às suas aldeias,do que aqueles que foram à guerra e fizeram a vida em Lisboa ou Porto, como que são emigrantes também.
Foi com muito esforço que estes "franceses" fizeram a sua vida na França, não só pela língua, a maioria sem estudos, máximo a velha 4ª classe, e sujeitos, como qualquer emigrante, a trabalhos que o cidadão natural rejeita.
Salário, evidentemente o mínimo, a não ser quando adquiria alguma especialização.
Era à base de privações que conseguiram grande parte das economias para construir casa nova na aldeia, aldrabados muitas vezes por empreiteiros sem escrúpulos, fazer alguns depósitos bancários, aldrabados muitas vezes também por banqueiros e gerentes sem escrúpulos. e vivendo em condições degradadas em França para evitar pagar renda de casa.
Provavelmente todos os concelhos ao longo das fronteiras beirãs e transmontanas têm o seu monumento, pequeno ou mais vistoso com a lista por aldeias, dos seus filhos que morreram na Guerra do Ultramar.
Dalgumas aldeias talvez não tenha morrido ninguém em África, pois foi mais provável um ou outro terem morrido nas estradas de Espanha, pelas vacances, lançados em grandes carros, para matar saudades.
Estes jovens refratários, ou desertores ou que simplesmente já estavam para lá antes das inspecções, e não regressaram, fariam mesmo falta naquela guerra? Será que se notou a falta de soldados rasos?
Sim, rasos, atendendo que a maioria dos jovens de que falo, "a salto", andaram apenas na escola primária, os que os pais dispensavam da vida do campo, nem todos souberam o que era a reguada do professor.
Lembro que, embora o pessoal saísse à socapa para a França, não iam avisar no Edital à porta da igreja ao Domingo, evidentemente, a sua partida, mas aquela clandestinidade era muito mal disfarçada, daí, até desde o regedor, o presidente da freguesia e algum da União Nacional desde o "passador", indivíduo grandemente bem relacionado, até a algum bufo da PIDE, era tudo mais ou menos conivente.
Com mais todos esses mancebos em África, o resultado final da guerra era o mesmo que foi.
Embora este êxodo tenha ajudado à desertificação, esta era tão inevitável que, mesmo com o fim da guerra, continuou, em quase todas as velhas aldeias daquelas regiões. São raríssimas as excepções em que a desertificação não acontece.
Mas, se muitos os sexagenários e septuagenários reformados, não regressam definitivamente ás suas aldeias, deve-se a algumas explicações que eles dão:
- Uma, são os filhos e netos já radicados definitivamente na França;
- Outra explicação deles, é que em Portugal é tudo muito complicado.
Eu compreendo-os na perfeição nestas duas explicações.
E é uma pena que existam estas duas razões para eles não regressarem, principalmente a segunda. que é "estupidamente" verdadeira e real para esta gente, eu próprio senti ao fim de 5 anos no Brasil e um ou outro na Guiné.
Para tratar qualquer coisa (Registos, procurações, Câmaras, passaportes, saúde, etc.) em curto espaço das férias, só à base de "cunha", a velha corrupçãozinha. (Parece que actualmente alguma coisa terá melhorado, a anti-cunha.)
Quando se põe a questão da imigração/emigração actual no mundo, principalmente a clandestina como foi o caso desta que falo para a França, a única clandestina, costuma-se fazer comparações, e até semelhanças. Mas as semelhanças são muito ténues.
Era bom que o português não precisasse mais de emigrar, embora muitas vezes já seja por "tradição".
Antº Rosinha
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Nota do editor:
Último poste da série > 12 de outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23703: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (53): A Sebastiana Valadas (1º episódio da série da SIC, "Despojos de Guerra") e os "cantineiros do mato" em Angola
11 comentários:
Rosinha, uma boa questão...Sabe-se que um em cada cinco mancebos, em idade militar, "in illo tempore" (séc XX, 1961/74), foi faltoso ou refratário (...os desertores não ocontam para a estatistica nem para a fotografia)... Estamos a falar de 250 mil... É muita gente, e fez falta. Em Angola, Guiné e Moçambique tiveram que ser substituídos pela malta do recrutamento local... Fizeram faltam não tenhas dúvidas... Nâo havia apenas falta de comandantes operacionais...
Na Guiné as subunidades andavam desfalcadas, havia falta de alferes, de sargentos, furriéis, cabos, praças, especialistas... A guerra, todas as guerras, é um devorador de gente, de preferência jovem... O Spínola ia "roubar" graduados às companhias metropolitanas, de quadrícula, para guarnecer/reforçar as companhias africanas (que tinham mais actividade operacional)... Isso está bem documentado no blogue...E nos últimos anos (1970/73) ia roubar às africanas gente para o batalhão de comandos da Guiné... Não se fazem omeletes sem ovos, ainda ninguém descobriu a fórmula...
E Portugal era, no início dos anos sessenta, o país mais jovem da Europa, juntamente com a Irlanda...
Caro António Rosinha
Devo dizer que em muitos aspetos encontro divergências entre os nossos pontos de vista, mas também devo dizer que respeito bastante as tuas opiniões, muitas vezes acertadas, embora, segundo a minha opinião, incorretas.
No entanto também devo dizer que gostei desta tua abordagem.
Não que concorde com tudo.
Há no texto e nos conceitos algumas "distorções" mas acho que oportuno trazer estas observações, até como forma de se poder compreender melhor o fenómeno da emigração portuguesa e das suas consequências para a economia e sociedade.
Por isso dou-te os meus parabéns pelo texto, com a promessa (será que cumprirei?) de que ainda virei aqui a terreiro referir algumas das ideias que publicas e com as quais concordo, discordo ou que considero necessitarem de melhor explicação.
Abraço
Hélder Sousa
È sempre bem vindo o nosso "provedor" do blogue... O "provedor" não opina, quem agora comenta é o cidadão, amigo, camarada, grã-tabanqueiro, senhor engenheiro Hélder Sousa (que já toda a gente sabe que é ribatejano, "refugiado" em Setúbal há muito...).
Hélder, agora com o raio da... "bola" (mundial do Catar), há mais crise de comentários no blogue... Ou é impressão minha ?...
Amparo de mãe: Eu quando fui para a Guiné havia cerca de três meses que o meu único irmão mais velho que eu jazia agarrado aos ferros de uma cama devido a um acidente de moto do qual ficou paraplégico no hospital do Rego hoje Curry Cabral, mas o que contava para o sistema vigente é que eu tinha um irmão mais velho e esse é que era o amparo de mãe.
"Era bom que o português não precisasse mais de emigrar, embora muitas vezes já seja por "tradição"."
Só nos faltava mais esta: emigrar por tradição
Os portugueses não emigram por tradição, os portugueses emigraram por cousa da miséria e, ainda, emigram por melhores condições de vida.
Qual tradição qual raio, vejamos quem foram os emigrantes para as Américas e a miséria que os obrigou, como no caso dos irlandeses para os EUA.
Ant. Rosinha, antes das casas dos emigrantes começarem a aparecer, nos anos 1980s, já havia casas/palacetes dos "brasileiros", no Minho, que eu conheço.
Há, ou houve, uma grande diferença na emigração para o Brasil/Américas/África, desdes os finais do séc.XIX até aos anos 1950s e a emigração para a França e Alemanha dos anos 1960s. Embora pela mesma razão, os primeiros ficaram ricos e conhecidos por "brasileiros" e "africanistas" por terem sido patrões, já os segundos eram conhecidos pelos "emigras" e "franxeses" por cá, porque em França eram conhecidos pelos "fura-greves", nas fábricas e construção civil. No entanto é de enaltecer todos aqueles emigrantes que tiveram vontade de ter melhores condições de vida, como o meu bisavô Abel Ramos Queiroz, canteiro, que emigrou para a América.
Sobre a emigração para o Brasil, nos anos 20 do século passado, conta-se no Minho a conhecida história do sr. Peralta.
O sr. Peralta emprestava dinheiro a quem quisesse ir para o Brasil e depois pagavam-lhe mensalmente uma quantia que lhe enviavam. Além disso o sr. Peralta era a única pessoa que sabia ler/escrever.
Como a Maria do Rosalino deixou de pagar a mensalidade do empréstimo, depressa foi avisada de 'tens de escrever uma carta ao teu homem', e assim foi com o sr. Peralta a escrever.
'Olá meu querido Rosalino espero que estejas bem de saúde que nós graças a Deus estamos bem. O sr. Peralta é que está zangado por não lhe enviares a mesada e com razão. Beijinhos dos pequenos que estão cada vez maiores e não esqueças do sr. Peralta. Esta tua Maria com saudades tuas'
Chegada a resposta do Rosalino, a Maria foi dar a carta a ler ao sr. Peralta
'Minha querida Maria recebi a tua carta que me deixou muito feliz de saber que estás bem e os nossos filhos mais crescidos e com saúde.
Minha querida Maria aqui no Brasil está muito calor e cá vou indo às vezes com febres.
Com esta termino beijinhos pros pequenos, tu come e bebe e o Peralta que foda. Rosalino'
Saúdinha da boa
Valdemar Queiroz
Amparo de mãe:
Eu fui considerado Amparo de mãe. Filho único e mãe viúva e extremamente doente e pobre. Em 1968 fui chamado ao conselho administrativo do CISMI, onde me foi comunicada a superior decisão mas....
Como era um futuro graduado, tinha que dar de instrução 2 recrutas ou 1 especialidade e só depois é que saia da tropa se entretanto não fosse mobilizado, porque o argumento era de que o que ganhava em África era suficiente para manter a minha mãe.
Para o regime as questões sociais eram uma realissima treta e os meus 63 quilos iriam engrossar o número de carne para canhão.
Após acabar a especialidade fiquei no CISMI a dar, vejam bem, uma especialidade na 1a Companhia.
Mas o caco baldé, na ânsia acelerada da criação das companhias africanas, levou tudo o que havia disponível para a Guiné e lá fui, fomos, bater com os costados e largar a pele a alma, partes do corpo e a vida.
Abraço fraterno
Eduardo Estrela
Queria dizer:
... e o Peralta que se foda.
Valdemar Queiroz
Nem dá para comentar: Amparo de mãe era assim só contavam o monetário! Uma velha só pobre e doente sem a presença do único filho era mais que a morte preanunciada.
Amigos e camaradas, o tema dos fenómenos migratórios é complexo mas presta-se, como muitos outros, a que cada uma de nós faça a sua "sociologia espontânea"... Toda a gente ten opinião sobre o assunto, suas causas e consequências, etc. Na realidade, é um fenómeno de "etiologia multifactorial"...
O nosso blogue não é propriamente uma "academia" nem muito menos "sénior"... Não há TPC, não há trabalhos de casa, cada fala do que sabe e sente... E todos temos algum conhecimento e experiência do fenómeno, todos (ou quase) todos os portugueses têm/tiveram familiares, vizinhos, colegas de escola, conterrâneos, amigos, etc. na "emigração", do outro lado do Atlântico (Brasil, EUA, Canadá...) ou na Europa Central, para lá dos Pirinéus (França, Alemanha, Luxemburgo, Suiça...). E, em boa verdade, por todo o mundo: a diáspora lusitana vai da Austrália a Angola, da África do Sul à Venezuela, dos Emiratos Árabes Unidos a Macau... e por aí fora (há portugueses e descendentes de portugueses, nos cinco continentes; até no Círculo Polar Ártico, temos um digno representante dos "tugas")...
Mais importante, acho eu, é contarmos aqui as nossas experiências desde a infância: para quem ficava era uma estranha sensação de perda (de familiares, amigos, vizinhos...) mas também alguma inveja social...Sabíamos que eles iam para longe, mas só podiam ir para melhor do que "a pobreza envergonhada" em que se vivia no Portugal salazarento dos anos 50/60... Depois o "tsunami" da emigração "a salto" (que, Rosinha, não se limitou à "raia d'Espanha"...), para o "eldorado" europeu, por razões essencialmente económicas a que podiam juntar também, nalguns casos, razões politicas...
A partir de 1961, o País tem que alimentar uma guerra, a milhares de quilómetros de distância de casa... E o Salazar e depois o Caetano não tiveram suficientes e bons argumentos para pedir que "morrêssemos todos pela Pátria" para defender o "Portugal de além-mar em África"...
Um em cada cinco jovens em idade militar fizeram-lhe um manguito... Mas não são mais "heróis" dos que foram recrutados e mobilizados... como nós, que estamos aqui hoje a escrever sobre estas coisas e loisas... LG
É verdade José Colaço.
Regressei da Guiné em 1971 e a minha querida mãe, como são todas, partiu no início de 1975.
Tenho a certeza que a viagem que me obrigaram a fazer contribuiu e muito para o desenlace, pois havia graves problemas cardíacos.
Abraço
Eduardo Estrela
Luis Graça. se existe a estatística de 1 em cada 5 de faltosos, talvez exista alguma estatística de faltosos por concelho.
Seria interessantíssimo, mas isso deve ser demasiado confidencial, se é que existe.
Não estamos aqui para analisar factos para os quais não temos elementos, mas isso de 1 para 5, a nível nacional, essa não é a média para alguns concelhos das regiões que eu falo.
Não quero nem devemos entrar em pormenores conhecidos apenas oralmente.
Mas aquele aspecto que eu falo se com mais ou com menos soldados se poderia alcançar outros objectivos, o meu ponto de vista é completamente diferente de quem lutou na Guiné, e como vivi a guerra toda em toda a Angola menos Cabinda, antes do início, no início e no fim, penso que se fez uma guerra que tinhamos obrigação de fazer.
Foi o suficiente, agora se devia ser conduzida de outra maneira, se devia ter sido um pouco mais curta, isso podia ser posto na minha dúvida.
Agora mais soldados, mais armamento, nada disso adiantava nada.
O mundo achava que aquelas colónias não eram Portugal, como já tinham achado o mesmo de Goa Damão e Diu, estava o destino traçado.
O Estado da India foi a colónia sem direito à sua bandeira, Portugal não contava, ainda.
Cumprimentos
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