Foto nº 1
Foto nº 2
N/M Uíge > Viagem para a Guiné > 30/7 a 4/8/1966 > Eu no convés (foto nº 1), e depois à mesa, com a malta de rendição individual, alguns dos quais já partiram para a derradeira viagem (foto nº 2).
Fotos (e legenda): © José Manuel Viegas (2023). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné ]
1. Mensagem de José Anónio Viegas, ex-fur mil do Pel Caç Nat 54 (Enxalé, Missirá, Porto Gole e Ilha das Galinhas, 1966/68), um dos animadores da Tabanca do Algarve:
Date: domingo, 30/07/2023 à(s) 14:48
Subject: 57 anos da partida para a Guiné
30 de Julho de 1966, 7 horas da manhã, no Quartel de Adidos na Calçada da Ajuda: um sargento manda-me ir à secretaria buscar a guia de embarque, após receber a guia desço a Calçada da Ajuda até um café-quiosque que ficava em frente ao Museu dos Coches e tomo o meu pequeno almoço nas calmas, e vou seguindo com o saco às costas até ao Cais de Alcântara, entrego a guia ao PM e subo o escaler pró navio (Uíge).
Depois de me ter sido atribuído um beliche, venho para a amura ver o desfile e o espetáculo do adeus. Partimos e passámos pela futura Ponte Salazar que seria inaugurada 4 ou 5 dias depois.
5 dias depois, a 4 de agosto, cheguei a Bissau. Ao chegar ao cais encontro um amigo e conterrâneo que já era 2.º sargento, que me perguntou se eu vinha de férias para a Guiné, de seguida meteu-me no jeep e foi mostrar-me Bissau, seguindo depois para Adidos onde fiquei 3 dias, embarcando a seguir na lancha Bore para Bolama, onde iria formar o Pelotão de Caçadores Nativos 54 (com o saudoso Jorge Rosales, entre outros).
Sobre o meu Pelotão irei contar numa próxima o percurso dos 27 meses antes que a memória feche a porta.
Um abraço, Viegas
Anexo - Foto 1 Viagem no Uige | Foto 2 Na messe malta de rendição individual, alguns já partiram.
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Nota do editor:
Último poste da série > 3 de agotos de 2023 > Guiné 61/74 - P24530: Efemérides (404): Foi há 60 anos que o padre missionário italiano Antonio Grillo (1925-2014), do PIME, foi preso (em 23/2/1963), "sob a acusação de atividades subversivas", e depois expulso de Portugal (libertado, em 4/6/1963, em homenagem ao novo sumo pontífice, o Papa Paulo VI)
9 comentários:
P..., 57 anos!
Olá Viegas bom dia!!
Na Guiné pisámos o mesmo chão. Também estive em Bolama a formar a CCaç 14 e da ponta da ilha podíamos ver a ilha das Galinhas.
Aqui também pisamos o mesmo chão, mas não te vejo há algum tempo, pois desde que me reformei deixei o nosso Faro e vim para Cacela, onde nasci.
Venham as histórias e abraço fraterno
Eduardo Estrela
Pois… e eu embarquei no “Rita Maria” dois dias depois da inauguração da ponte e também lá fui parar em Bolama para completar a formação do 52. Abraço amigo Viegas
É bom ter notícias da maltá das subunidades africanas, Pel Caç Nat 52 e 54 e CCaç 14. Abraço para os très. Luis Graça (CCAÇ 12).
Nós, os das unidades africanas, partilhámos quase todos o mesmo chão e simultâneamnte por aprendizagem o mesmo sentir, viver, comungar, respeitar, gentes que nos abriram caminhos para uma amizade que nos deixa o coração cheio de saudades e que nos ensinaram a ver o mundo com outros ouvidos e escutar as pessoas com outros olhos.
Para todos os africanos que nos transmitiram tantos ensinamentos, o meu abraço fraterno extensivo a quem partilhou comigo uma aventura suicida ordenada por mentecaptos e agrilhoados mentais.
Eduardo Estrela
No nosso caso, o meu e do Luís Graça foi diferente.
Demos recruta e especialidade(?) a mancebos, ou nem tanto, e depois do Juramento Bandeira em Bissau formamos Companhias a CART11 e a CCAÇ12 com eles.
Viegas, na foto nº.2, na cabeceira da mesa próxima do fotógrafo, está um fur. virado para a objectiva que julgo ter sido meu colega de trabalho, que não me lembro do nome, sabes quem era?
Venham mais fotos, as tais para mais tarde recordar.
Saúde da boa
Valdemar Queiroz
Valdemar!!
A CCaç 14 também começou connosco.
Demos recruta e especialidade, desde o início de Junho de 1969 e partimos em 3 de Novembro do mesmo ano para a zona operacional que nos foi destinada, ao som do rebentamento dos primeiros mísseis terra/terra que o PAIGC começou a utilizar.
Abraço fraterno e........
Saúde da boa
Eduardo Estrela
Meu caro Estrela
Então a vossa CCAÇ14, também de recrutamento local, foi colocada em sector diferente da região do recrutamento? Julgo que a ideia de Spínola era precisamente criar Companhias de recrutamento local e depois coloca-las em intervenção nesses respectivos sectores.
Em Junho de 1969, nós tínhamos acabado a instrução e já estávamos colocados de intervenção em Piche/zona leste, e em Agosto toda a CART11 foi colocada em Nova Lamego ocupando o Quartel de Baixo, e por os soldados serem fulas nunca saímos daquela região.
Agora por aí é que se está no bem-bom, com sol, praia, pexinho fresco e loiras fresquinhas.
Um grande abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz
Inicialmente a CCaç 14 tinha 2 grupos de combate de soldados de etnia mandinga, 1 grupo de felupes e um grupo de manjacos. Pouco antes de partirmos para Cuntima, os felupes foram para o seu chão ( Susana e Varela ) e os manjacos também ( Teixeira Pinto, actual Canchungo ).
Vieram militares de etnia mandinga substituir os grupos que partiram
Eu tive a sorte de ter desde o inicio da Companhia os mesmos homens.
Eram oriundos de Canquelifá, Nova Lamego e outras aldeias daquela zona.
No bem bom dizes tu Valdemar!
Filas intermináveis para tudo.
Na 125, nas grandes superfícies, na A 22 pomposamente denominada auto estrada e que deve ser a mais rasca da Europa, nos centros de saúde e hospitais e por aí fora. Nas praias então é uma salganhada. Só lá fui uma vez e vamos ver se arranjo coragem para lá voltar, pelo menos para encher os olhos com as loiras morenas e demais exemplares de mulheres bonitas que por cá pululam e para mergulhar o coirāo na água salgada. Diga-se que a praia para mim é só para ajudar a aumentar os índices de vitamina D, que eu sempre fui mais de sequeiro.
Abraço e .......
Saúde da boa!!
Eduardo Estrela
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