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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Guiné 61/74 - P27417: Quem foi obrigado a fazer a guerra, não a esquece: eu não esqueci... (Jaime Silva, ex-alf mil pqdt, BCP 21, Angola, 1970/72) (4): o meu batismo de fogo e a praxe ao alferes “maçarico”


Espingarda semiautomática Simonov SKS-45, calibre 7,62 x 39mm M43, 1945 (Origem: ex-URSS). Uma das caracte5rístcias distintivas é incluir uma baioneta, em forma de faca,  dobrável permanentemente anexada e um carregador fixo articulado. Como a SKS não tinha capacidade de tiro seletivo e seu carregador era limitado a dez tiros, tornou-se obsoleta nas Forças Armadas Soviéticas com a introdução da AK-47 na década de 1950. Na Guiné, era usada sobretudo pelas milícias do PAIGC.

Fonte: Cortesia de Wikipedia
Monumento aos combatentes
do Ultramar. Lourinhã. Pormenor.
Foto: LG (2025)



Quem foi obrigado a fazer a guerra, não a esquece: eu não esqueci (4): o meu batismo de fogo e a praxe ao alferes “maçarico”

por Jaime Silva

Não esqueci que o meu batismo de fogo aconteceu no decorrer da “Operação Broca”, realizada no Norte de Angola, na Mata Bala, entre 20 e 29 de maio de 1970.

Participaram nessa operação, em que esteve presente o general Luz Cunha, comandante da Região Militar Norte, várias companhias: 
  •  uma companhia do exército, sediada em Zalala,
  •  a 19ª companhia de comandos 
  • e 1ª e 2ª companhias de paraquedistas, sediadas em Luanda. 
O objetivo era destruir a Base COBA, da FNLA. Foi a minha primeira operação com a responsabilidade de comandar um grupo de combate, cujos soldados já tinham meses de experiência operacional no Norte e no Leste. 

Os dois sargentos tinham participado na guerra da Guiné e/ou de Moçambique e eu era um “maçarico” inexperiente, acabadinho de aterrar do “Puto” [#].


Jaime Silva, em 2013.
Foto LG
Na véspera, ainda em Luanda, tinha participado no briefing de preparação da operação, juntamente com os responsáveis das várias forças intervenientes.

 O que mais me impressionou, para além de uma parafernália de normas e indicações a seguir rigorosamente para o êxito da operação, foi, no final, o Oficial de Operações ter anunciado “as baixas previsíveis” nas nossas tropas:  3 a 4 mortos.

No contexto dessa operação, fomos transportados pelos helicópteros,  Alouette III. Após o assalto à base, sem oposição, ficámos na zona.

E “vejo”, ainda hoje, o local e o momento em que um guerrilheiro armado progride na nossa direção e faço sinal ao cabo Onofre, que se encontrava à minha frente, para estar atento. Este correu na direção… do combatente e capturou-o, à mão! 

Depois de interrogar o guerrilheiro, este revelou o local onde os seus camaradas guardavam o material de guerra, provisões, material médico e escolar, etc.

O paiol encontrava-se dissimulado numa caverna no alto de um morro e, ainda, no sopé do mesmo. Seguimos um trilho indicado pelo guerrilheiro, mas fomos atacados com um forte poder de fogo de metralhadoras, armas ligeiras e morteiro 60.

Nesse momento, pondo em prática os “ensinamentos” sobre “a arte de bem fazer a guerra” (que tinha recebido e treinado exaustivamente, primeiro em Mafra, na EPI, durante o COM e, depois, no RCP, em Tancos, durante o tirocínio após o curso de paraquedismo), dou ordens ao sargento Mirra, que já tinha experiência de cumprimento de uma comissão em Moçambique:

–  Mirra, envolva pela direita com a sua seção. Eu vou pelo centro com a segunda e vamos desalojá-los.

 –  Você é doido, meu alferes. Primeiro – ordena o sargento Mirra – saia de trás dessa cubata e proteja-se nessa árvore grossa que se encontra ao seu lado. Não vê as balas a saltar à sua frente? Saia daí e depressa! Depois, agarre no rádio e peça ajuda ao 1.º pelotão que se encontra na zona para nos vir ajudar no assalto.

Com efeito, os dois pelotões conseguiram desalojar os guerrilheiros e chegar ao paiol. Nunca vi tanto material durante a minha comissão em Angola: armas, granadas, outro material de guerra, medicamentos, material de apoio escolar, etc.!

 A Base até tinha uma escola com quadro preto pendurado numa árvore!

Nunca mais esqueci estes factos da minha primeira operação: 
primeiro, a lição de serenidade e coragem do Cabo Onofre, a sua lucidez e experiência naquela contexto;  depois, a do sargento Mirra;  por último, e inversamente, a atitude “sacana” do meu camarada, tenente miliciano, comandante do outro pelotão, que, face ao guerrilheiro sentado à nossa frente, rapa de um sabre de uma espingarda Simonov e, sem que nenhum dos três militares presentes (eu, o comandante de companhia e um soldado) esperássemos, num ápice, dá uma “saibrada” [## ] no coração do guerrilheiro e, depois, outra nos temporais, matando-o a sangue frio.

Estupefacto, o comandante de companhia repreende-o daquele ato ignóbil e cobarde. Como se tudo aquilo fosse o mais natural, ele respondeu:

 
– É para praxar, aqui, o alferes maçarico. É para ele aprender. Tem de se habituar.

O alferes maçarico era eu!

Foi assim! Um mundo surreal!



Notas de JS / LG:

[#] Puto, era a designação comum para referir Portugal (Continente), dada a sua dimensão reduzida em relação ao tamanho de Angola (e Moçambique).

[##] Saibrada, termo usado na gíria oral da guerra quando se uso o sabre (arma branca perfurante) para matar ou ferir o inimigo; o termo correto e que está grafado nos dicionários é "sabrada":

O uso do terno "saibrad"pode ser explicado por "contaminação (ou cruzamento Lexical)". Isto não é uma regra fonética, mas sim um lapsus linguae (lapso de língua) ou um ato falho. A contaminação ocorre quando o falante, ao tentar dizer uma palavra, a "contamina" inconscientemente com outra palavra que está semanticamente ou foneticamente próxima no seu cérebro. Neste caso, o falante queria dizer: "Sabrada" (o golpe de sabre). Mas o cérebro misturou com a palavra "Saibro" (o tipo de terra/cascalho, muito comum em campos de treino militar, "pistas de saibro", etc.).

A proximidade sonora (ambas começam com "Sa-") e a possível proximidade contextual (ambas as palavras existem no ambiente militar) levam o cérebro a fundir as duas, resultando em "Saibrada"


1. Com a devida vénia e autorização do autor, Jaime Bonifácio Marques da Silva (antigo alf mil pqdt, 1º CCP / BCP 21, Angola, 1970/72, conterrâneo do nosso editor LG; membro da Tabanca Tabanca desde 21/1/2024, com c. 120 referências no nosso blogue), passámos a criar uma nova série "Quem foi obrigado a fazer a guerra, não a esquece: eu não esqueci..."

É natural de Seixal, Lourinhã. Foi condecorado com a medalha de Cruz de Guerra de 3* Classe. Foi professor de educação física e autarca em Fafe. Está reformado. É sócio de várias associações de antigos combatentes, incluindo a AVECO - Associação de Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhá,  e a Associação de Pára-Quedistas da Ordem dos Grifos63,com sede em Vila Nova da Barquinha.

Este é o quarto poste da série (que terá 15 postes, correspondentes a excertos das pp. 75-98 do seu livro, Capítulo Dois):


Fonte: Jaime Bonifácio Marques da Silva, "Não esquecemos os jovens militares do concelho da Lourinhã mortos na guerra colonial" (Lourinhã: Câmara Municipal de Lourinhã, 2025, 235 pp., ISBN: 978-989-95787-9-1), pp. 84-86.

(Revisão / fixação de texto: LG)
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19 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A violência gratuita, inumana,animal,explica-se, não se justifica.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Espero que estes casos tenham sido a exceção e não a regra. Por mim, posso dizer que na guerra não assisti pessoalmente a nenhum caso parecido.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Há coisas (crimes...) que fazemos em grupo, mas que seríamos incapazes de fazer sozinhos. Quanto está, todo o indivíduo é cobarde.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Quando está só, até o herói é cobarde.

Fernando Ribeiro disse...

Se os camaradas Jaime Silva e Luís Graça me permitirem que meta o meu nariz onde não sou chamado, passo às seguintes considerações:

1. No norte de Angola, havia duas localidades distintas com nomes parecidos: Zala e Zalala. Não se confunda uma com a outra.
2. Zala pertencia à Área Militar N.º 1 (AM1, antigo Setor Dembos) e era sede de um batalhão do Exército, com o respetivo comando, CCS e duas companhias operacionais, além de um pelotão de morteiros: http://ww3.aeje.pt/avcultur/Secjeste/Arkidigi/Angola/Zala/031_Zala.jpg
3. Em Zalala, e na vizinhança de uma fazenda com este nome, estava uma Companhia do Exército, dependente do Batalhão de Quitexe, que pertencia ao Setor Uíge, Zona Militar Norte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilPJR0knLnAzZeBoV9GbAz1RuiRGGNQqDpb9NqhXBekDerWGibEq9erB0m2aE_uQgIB1yyIxJQ-PXjwYaIo1PbOYab_EIvhhF-h4BGWQOnhMP3xaHVKFxsZA15b1yYjsRyqStrM-ZPEyIR/w1200-h630-p-k-no-nu/Zalalamuro.jpg
4. Embora em Zalala também houvesse guerra (e não era pouca), a operação em que o Jaime Silva participou decorreu na zona de Zala. Zala e não Zalala.
5. A base COBA era da FNLA (antiga UPA) e não do MPLA. O MPLA atuava mais para sul, para além de Nambuangongo. O COBA era a base mais importante que a FNLA tinha no interior de Angola, na dependência direta da própria sede do movimento, em Kinkuzu, nos arredores de Kinshasa. Todas as bases da FNLA situadas no interior do território dependiam do COBA. Este facto explica o extraordinário espólio encontrado no local. A operação deve ter constituído um golpe muito rude para a FNLA.
6. A sigla COBA significava "Comando Operacional dos Batalhões em Angola".
7. Na sua origem, a palavra Puto, referindo-se à Metrópole, nada tinha de depreciativo. Já era usada no séc. XIX, se não mesmo antes, como forma abreviada de dizer "Portugal". A palavra "puto", com o significado de pequeno, só apareceu no calão muito tempo depois.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Fernando, estás nas tuas setes quintas. Eu também tive dúvidas em relação aos topónimos.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

O Jaime confirmou que era Zalala. E não Zala.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Uma das companhias ( do Exército) que participou na Op Broca, veio de Zalala.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A operação deve ter sido na zona de Zala, como o Fernando sugere.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

E a base era da FNLA. O Jaime poderá confirmar ou corrigir.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Vou estar com ele no sábado.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Fernando, são os teus domínios.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Jaime, lê aqui este excerto do livro da CECA sobre a atividade operacional em Angola, em 1970:

(...) INCIDÊNCIA DO ESFORÇO DAS NT > ZONA MILITAR NORTE

Perante o crescimento da área de guerrilha e da expansão da subversão, no Leste e a ameaça da FNLA de aumentar substancialmente a guerrilha no Norte, as NT exerceram, no ano de 1970, uma actividade operacional intensa orientada no sentido de travar a progressão no Leste e conter no Norte a actividade dos grupos infiltrados pelo ELNA.

Esta tarefa, que resultou muito profícua a ponto de fazer diminuir, no 1º semestre do ano, a área de subversão em 4% (...), revelou-se muito difícil porquanto os meios humanos e materiais das NT não se tinham alterado. Este facto obrigou a estabelecer prioridades acorrendo-se, em primeiro lugar, às áreas onde o lN poderia provocar alterações substanciais na situação militar.

Na Área Militar 1 (AM 1), a actividade operacional visou actuar em força sobre as organizações da UPA, criando-lhes dificuldades de abastecimento de produtos agrícolas através do lançamento de desfolhantes, pulverizados sobre as suas lavras e interceptando os reabastecimentos do exterior.

De entre as muitas operações lançadas sobre as estruturas do ln, destaca-se a Operação "Broca" destinada a desalojar o lN da região dos rios Lué e Luéué, onde a FNLA estabelecera o COA (Comando Operacional de Angola).

Iniciada em 23 de Maio, esta operação provocou ao lN um elevado número de mortos, feridos e presos, com a captura de grande quantidade de armas, munições e documentos. Conseguiu-se a desarticulação do dispositivo lN na zona, tendo muitos elementos recolhido à RDC, apesar das instruções do EM da FNLA.

No decorrer desta operação foram executados muitos trabalhos de abertura e melhoria de itinerários, entre os quais o de Zala -Vila Pimba - Base ln COA - Bico de Pato, acção a pôr em relevo na medida em que, na AM 1, se continuava a proceder à abertura de picadas tácticas para penetração das zonas de refúgio, prática que se iniciara em 1964 (...). No ano de 1970, reabriram-se na AMl três vezes mais picadas tácticas do que todas as transitáveis ali existentes, assumindo especial importância as de Quimbumbe - Maria Teresa; Quimbumbe - Hinda e Mucondo - Serração. (...)

Fonte: Excertos de: Portugal, Estado-Maior do Exército, Comissão para o Estudo das Campnhas de África (1961-1974) - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-19743): 6º Volume: Aspectos da Actividade Operacional: Tomo I: Angola: Livro 2. 1ª edição, Lisboa, CECA, 2006, pág. 212. (Negritos nossos).

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Jaime, depois de falar contigo, corrijo: Base COA (Comando Operacional de Angola), da FNLA, e não Base COBA, do MPLA.

Fernando Ribeiro disse...

Caro Luís, não substituas a sigla COBA por COA. A base inimiga em questão foi sempre chamada COBA pelas NT, até nos relatórios confidenciais que eram semanalmente distribuídos pelos comandos de batalhão, relatórios estes que eram chamados SITREP, isto é, "Situation Report" (esta terminologia deve ter tido origem na NATO) e que davam notícia da atividade operacional ocorrida durante uma semana nas diversas frentes de guerra em Angola.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

OK, já repus o acrónimo COBA.

JC Abreu dos Santos disse...

Fernando Manuel Saraiva de Sousa Ribeiro, residente na cidade do Porto, mobilizado que foi pelo RI16-Évora para servir Portugal na Província Ultramarina de Angola, em 13Jun1972 embarcou no AB1 em vôo TAM-Boeing707 como aspirante-a-oficial miliciano atirador de infantaria comandante do 2º pelotão da CCac3535/BCac3880, em 01Nov1972 promovido a alferes e em 25Ago1974 (sem qq baixas mortais naquela subunidade) embarcou na BA9 em vôo TAM-Boeing707 de regresso ao AB1.
1.- pelas 19:55 de 13Nov2025, neste p27417 Sousa Ribeiro publicou: «A base COBA era da FNLA. [...] O COBA era a base mais importante que a FNLA tinha no interior de Angola. [...] Todas as bases da FNLA situadas no interior do território dependiam do COBA. [...] A sigla COBA significava "Comando Operacional dos Batalhões em Angola".» ?!
2.- às 12:36 de 14Nov2025 o editor reproduziu, da CECA/RHMCA-6-I-2-p212, o seguinte: [...] região dos rios Lué e Luéué, onde a FNLA estabelecera o COA (Comando Operacional de Angola).»
3.- vindo o editor pelas 13:56 a mencionar: [...] corrijo: Base COA (Comando Operacional de Angola), da FNLA [...].»
4.- no entanto, pelas 16:48 Sousa Ribeiro insistiu: «A base inimiga em questão foi sempre chamada COBA pelas NT, até nos relatórios confidenciais.» ?!
5.- 'hélas'... o editor, pelas 19:13 fez-que-deu o dito-por-não-dito e escreveu: «OK, já repus o acrónimo COBA.» ?!
No p20099, já me havia ocorrido oportunidade de, neste weblog, endereçar a Sousa Ribeiro alguns esclarecimentos, por ele mal acolhidos e com acinte replicados com galhardetes em modos qb arrogantes...
Além de ter eu servido voluntariamente como militar em Angola, sou investigador de história contemporânea; e pronuncio-me - sempre -, muito bem conhecendo sobre qq matérias em apreço.
- 'In casu', cujo em bom rigor nada se relaciona com o âmago deste weblog, os apartes de Sousa Ribeiro - uma vez mais -, carecem de qq rigor informativo:
- o acrónimo 'COBA', na "perspectiva" de Sousa Ribeiro jamais poderia ter "significado" «Comando Operacional dos Batalhões em Angola"».
- nem no EME, nem nas 1ª/2ª/3ª/4ªRep's do EM/RMA alguma vez existiu algum Comando Operacional dos Batalhões em Angola... !
- reportando-me a 25Mai1964 (reproduzo de m/arquivo escrito em 20Ago1994): «a designada libertação "nacionalista" mantém um exclusivo sentido terrorista e permanece confinada a nor-noroeste dos Dembos - Zala-Vila Pimpa-Bico de Pato, o triângulo podre do Coba –, onde continuam a actuar os mercenários António Fernandes e Pedro Afamado, atiradores furtivos pessoalmente contratados por Robert Aldane ('aka' Holden Roberto, fundador da UPA/FNLA).»
Cordiais cumprimentos,
JCAS

Fernando Ribeiro disse...

Em fevereiro de 1973 (já não sei precisar o dia), viajei de Zemba para Luanda, a fim de gozar as minhas férias anuais. O avião em que eu seguia fez escala em Zala. Quando me apeei para desentorpecer as pernas e urinar, encontrei os militares de Zala muito abatidos. Perguntei-lhes o que aconteceu. Responderam-me que no dia anterior tinha morrido em combate um alferes dos comandos. O veterano JC Abreu dos Santos provavelmente saberá quem foi este desditoso alferes, morto na flor da juventude.

Como o veterano JC Abreu dos Santos pode ver, eu não minto. Posso ser traído pela minha memória, porque já passaram muitos anos, mas não minto. Reafirmo tudo o que escrevi acerca do COBA.

Anónimo disse...

... tendo sido, uma vez mais, neste weblog e a despropósito directamente invectivado por Fernando Manuel Saraiva de Sousa Ribeiro, eu João Carlos Abreu dos Santos faço m/réplica, final - e definitiva! -, àquele indivíduo:
1.- que lhe assiste natural direito de reafirmar publicamente tudo quanto, sobre o assunto "do COBA" a sua memória retém, obviamente que sim; e a mim me assiste dever de partilhar - com quem mereça -, factos, incontroversos, pessoalmente recolhidos, faz décadas este parte, em 'n' fontes fidedignas e de origem diversa; sequer existia internet pública (muito menos controversos weblog's);
2.- sei muitíssimo bem o que eram os conteúdos de resumos de sitrep's; e na ordem-de-batalha do EME e/ou repartições da RMA, jamais existiram quaisquer referências ou existências de um «Comando Operacional dos Batalhões em Angola», cujo está tão somente na sua memória, Sousa Ribeiro;
3.- insista o quanto lhe apeteça sobre essas suas particularidades de 'earsay': por minha parte é querela sua, definitivamente encerrada porquanto recuso conceder qq contributos para "isso", tanto mais que este weblog se atém a memórias de veteranos que honradamente serviram Portugal na Província Ultramarina da Guiné; não pretenda terçar armas espúrias comigo; e ponto final... ;
4.- quanto ao, mais que evidente rebuscado, seu 'leitmotif' para, lateralmente, haver-regressado-à-sua-vaca-fria, alegadamente sustentado, também, em 'earsay', satisfaço a sua memória, digamos, selectiva, não deixando porém de anotar o seu desnecessário àparte, "porque foi" «morto na flor da juventude», conquanto certo e justo é que, a esmagadora maioria de quantos tombaram, feridos de morte, em campanha no decurso da derradeira defesa 'manu militari' dos terrtórios (pessoas e bens materiais) do Ultramar Português, o fizeram conscientes do inalienável cumprimento dos seus deveres e honra pessoal; e consequentemente deram o corpo às balas, "na flôr da juventude"... Honra e Glória!
5.- e à sua curiosidade, concedo e concretizo: 'In casu', estamos em presença da memória de pessoa que conheci e, com ele e outros, ombreei no decurso do 23º Curso de Comandos; sobre aquele inditoso Português, consulte > https://ultramar.terraweb.biz/RMA/RMA_CarlosEduardoLealdeCarvalhoAfonso.htm .
Quanto a si e a este weblog, ofertei já em demasia o meu precioso tempo.
Cpts,
JCAS