Guiné-Bissau > Bissau > Iluminações de Natal 2025 > A antiga Praça do Império, hoje (desde 1975) Praça dos Heróis Nacionais, com o monumento central, outrora chamado de "Monumento ao Esforço da Raça", símbolo máximo do colonialismo português, rebatizado "Monumento aos Heróis da Independência".
O novo regime, sob Luís Cabral, teve o bom-senso, neste caso, de deixar em repouso o camartelo camarário e dar melhor uso ao monumento construído em betão armado e cantaria, e projetado pelo arquiteto Ponce de Castro. O PAIGC pôs-lhe uma estrelinha no topo e nacionalizou, e muito bem, o monumento que faz parte, desde há 80 anos, da cenografia de Bissau Velho.
Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Folgamos em saber que ele está bem, e de saúde. Apesar de nem sempre nos chegarem boas notícias daquela terra "verde-rubra" (sem qualquer conotação neocolonialista) que continuamos a amar, e com quem mantemos pontes. As da memória, e do afeto. É bom ter sempre notícias de Bissau, e dos nossos amigos que lá vivem.
Autor da notável série "Bom dia, desde Bissau" (de que já se publicaram cerca de 60 postes), o Patrício Ribeiro, empresário, é colaborador permanente do nosso blogue, e tem o "pelouro" das questões de ambiente, geografia e economia.
Só podemos desejar o melhor para ele, a família, a sua empresa Impar Lda, e para os todos os demais guineenses e para os portugueses da diáspora que lá vivem e trabalham,
Um "balaio" de votos de festas felizes, com saúde e liberdade. Bom Natal de 2025, boas entradas em 2026.
Guiné > Bissau > c. 1969/70 > "Monumento ao Esforço da Raça. Praça do Império"... Bilhete postal, nº 109, Edição "Foto Serra" (Colecção "Guiné Portuguesa"). Coleção do nosso camarada Agostinho Gaspar.
"Este monumento foi inaugurado em 1941. Implantado na antiga Praça do Império, a eixo e fronteiro ao Palácio do Governo, é obra de inspiração art déco, com desenho invulgar e dimensão monumental, de grande escala, numa expressão geral densa e algo neobarroca. Uma série de elementos curvilíneos, em pedra, desenvolve‐se na sua base, em crescendo, suportando frontalmente um elemento vertical, espécie de pilar celebrativo." (Fonte: HPIP - Património de Influência Portuguesa)
Apurámos, por outras fontes, que o monumento é da autoria do arquiteto Ponce de Castro. A primeira pedra foi lançada em 1934. O granito veio do Porto.
Enquanto a estatuária colonial foi derrubada, a seguir à independência, este monumento,um ícone do colonialismo por excelência, foi o o único que resistiu à fúria do camartelo revolucionário. Ainda lá está, agora encimado com a a estrela de cinco pontas, que faz parte da bandeira da República da Guiné-Bissau.
Há, na Foz do Douro, Porto, um monumento, datado de 1934, que terá inspirado o de Bissau, o "Monumento ao Esforço Colonizador Português" (sic), da autoria dos "escultores" alferes Alberto Ponce de Castro e de José de Sousa Caldas (1894-1965).
"Foi construído expressamente para a Exposição Colonial, inaugurada em Junho de 1934 no Palácio de Cristal.
Há, na Foz do Douro, Porto, um monumento, datado de 1934, que terá inspirado o de Bissau, o "Monumento ao Esforço Colonizador Português" (sic), da autoria dos "escultores" alferes Alberto Ponce de Castro e de José de Sousa Caldas (1894-1965).
"Foi construído expressamente para a Exposição Colonial, inaugurada em Junho de 1934 no Palácio de Cristal.
"Compõe-se de um obelisco encimado com as armas nacionais; na base, seis esculturas estilizadas simbolizam as figuras a quem se deve o esforço colonizador: a mulher, o militar, o missionário, o comerciante, o agricultor e o médico". (Fonte: Turismo do Porto).
O arquitecto e escultor Alberto Ponce de Castro não era portuense, mas sim algarvio, natural de Tavira, é o autor do Monumento aos Mortos da Grande Guerra, situado defronte dos Paços do Concelho de Tavira.
Em 1922 o alferes de cavalaria Alberto Ponce de Castro era reformado e fez um requerimento, à Câmara dos Deputados, ao abrigo da Lei nº 1244. O requerimento seguiu para a Comissão de Guerra (Fonte: Debates Parlamentares > 1ª República > Câmara dos Deputados > VI Legislatura > Sessão legislatuiva 01 > Número 101 > 1922-07-12 > Página 4)



2 comentários:
Patrício: Foste o primeiro a dar o pontapé de saida. Obrigado. Aguardo o teu postalinho da Impar Lda. Sempre original. Imagino que venhas à tua Águeda comer o leitáozinho de Natal (ou será o bacalhau com pencas do "meu" Entre Douro e Minho ?).
De qualquer modo, desde já te desejo antecipadamente boas saídas e melhores entradas. Aproveito para, em BBC, incitar a malta do blogue a mandar-nos o postalinho da ordem e a fazer a prova de vida anual...
Começa a estar bom para ficar à lareira a desfiar as nossas memórias. Como diz o "meu vizinho" (de Amarante), o Teixeira de Pascoaes, "a memória é um Louvre imenso que todos os dias se enriquece"... Ou então: "as lembranças não morrem, adormecem e acordam ao menor ruído"... O crepitar das brasas faz-nos bem, à tola...
Mantenhas. Luís
Face aos acontecimentos dos últimos dias na "nossa" Guiné, os, também últimos, postais do Patrício fizeram-me lembrar a "psícola", de que ouvia falar (embora não tenha sentido) empregue no nosso tempo.
Mas agradeço-lhe a iniciativa, que acho muito oportuna.
No intervalo das notícias acerca das atitudes mais inacreditáveis daqueles "maltrapilhas" fardados de militares, faz bem apreciar as paisagens do que podia ser um belo destino turístico.
Boas-festas para o Patrício e restantes ex-combatentes!
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