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segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Guiné 61/74 - P27482: Mi querido blog, por qué no te callas?! (12): O estatuto que orienta os contributos dos bloguistas e os direitos humanos (Paulo Salgado, ex-alf mil op esp, CCAV 2721, Olossato e Nhacar, 1970/72)



Paulo Salgado (ex-Alf Mil Op Esp, CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72), natural de Torre de Moncorvo, autor da série "Bombolom",  um histórico do nosso blogue (desde 18/9/2005), escritor, com um vasto e diversificado passado profissional de administrador hospitalar e cooperante internacional na área da saúde (e com grande conhecimento da realidade de Angola e da Guiné-Bissau). Tem mais de 130 referências no nossoblogue.


1. Mensagem de Paulo Salgado,com data de 23/11/2025, 17:43

O nosso Blogue, o estatuto que orienta os contributos dos bloguistas e os direitos humanos

por Paulo Salgado

1.º Encima o Blogue coletivo, criado por Luís Graça, a epígrafe Luís Graça & Camaradas da Guiné o seguinte Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o 'puzzle' da memória
da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: 'O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande'. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.

Todos devemos respeitar, por isso, alguns princípios fundamentais: lealdade,confidencialidade, comunicação transparente e proteção de dados, para além do direito à liberdade de expressão e de associação, sempre com sujeição ao respeito pelos outros e pelas suas opiniões.

O limite é, quanto a mim, a dignidade da pessoa humana. Há, ainda, segundo a minha opinião, a tolerância, apenas limitada pela norma constitucional seguinte: o artigo 46.º, número 4, que proíbe a criação de organizações que profiram a ideologia fascista.

2.º Como se repara na epígrafe do Blogue, está a aberta, de forma clara e transparente, a designação dupla por que é entendida esta guerra: colonial ou do ultramar.

Bem andaram os editores em consagrar esta possibilidade. Na verdade, alguns dos ex-combatentes preferem, em minoria, chamar-lhe guerra do ultramar. Não vai mal ao mundo por isso. Mas assumem conotações algo distintas, aliás de acordo com o andar dos tempos. Pois não é verdade, que houve tempos em que era ultramar, depois foi colónias e recentemente, por causa das questões internacionais em sede das Nações Unidades e de outras instituições internacionais, novamente províncias ultramarinas?

A este propósito, dizia-me, lá no Olossato, em 1970-72, e depois, cá, imensas vezes, um camarada, cabo do meu pelotão (não refiro o nome, por decência e respeito):

"Õ meu alferes, eu estava convencido que vinha para a guerra do ultramar, mas verifico agora que estou na guerra colonial!"

E explicava:

"Gente sem terras, tabancas queimadas, deslocações das pessoas difíceis e apenas nas nossas colunas, expropriação de terrenos, negros maltratados… isto não é Ultamar"…

3.º A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948 pelas Nações Unidas, e outros documentos essenciais que lhe estão conectados devem ser lembrados, como, por exemplo, como a Carta das Nações Unidas, os Pactos Internacionais de Direitos Económicos, Sociais, Culturais e de Direitos Civis e Políticos, a Convenção Europeia dos Direitos Humanos CEDH), de 1950, a Convenção os Direitos da Criança, a Convenção sobre a Eliminação de

Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a Declaração Mundial sobre Educação para Todos. E ainda, a carta Africana dos Direitos
Humanos e dos Povos.

Abordo este tema tão importante, porque é necessário para o relacionamento social e para a vida ser cumprida e vivida com dignidade.

Estamos num tempo em que surgem – já estão no terreno – tentativas de monopolizar a opinião pública, diminuindo a sua capacidade crítica, quando, mais do que nunca, é preciso estarmos atentos ao que a norte e a sul, a leste e a oeste vai aparecendo em termos antidemocráticos.

4.º Ora, o nosso Blogue pretende respeitar o convívio são e a saudável camaradagem – aquilo que nos mobiliza quando se pensa em manter os pedaços de memórias que, para o bem e para o mal, fazem parte da História e de outras ciências sociais. Que os historiadores pesquisem tais memórias, as nossas, que são muitas, e que olhem para este 'puzzle' de forma científica e digna.

Da minha parte, tentarei sempre respeitar as opiniões dos outros. Procurarei seguir o conselho dos espíritos dos Bijagós, como mostra a escultura que remeto, e que adquiri na Guiné-Bissau independente, como cooperante, num país em que o Povo sofreu e que, infelizmente,
continua a sofrer.

Paulo Salgado
24 de Novembro de 2025
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Nota do editor LG:

Último poste da série > 19 de novembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27444: Mi querido blog, por qué no te callas ?! (11): o que seria do amarelo se todos gostassem do azul? Aqui na minha terra, Cabo Verde, diz-se nestes casos: se não gostas… chupa limão! (Carlos Filipe Gonçalves, Praia, Santiago)

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