1. O nosso camarada António Garcia de
Matos, ex-Alf Mil Minas e Armadilhas da CCAÇ 2790, Bula, 1970/72, enviou-nos a
seguinte mensagem.
É verdade!
Estou vivo!
Felizmente com saúde e vontade de viver não me falta!
Ora agora caminhando, mais logo dando largas à cavalaria automobilística, depois com uma sessão de manutenção tipo a do Prof. Marcelo, isto é, umas braçadas na piscina e uns exercícios de hidroginástica, passando por umas viagens de índole não só paisagística mas também gastronómica, a verdade é que ainda ando sem muletas ainda que nuns dias doam as costas, num outro os dedos que começaram a entortar com a artrose, a maldita hérnia também tem um sono muito leve e, quando menos espero, desperta e lá vêem uns dias de ai ais, e umas horas deitado no chão até que a coisa passa até à próxima ….
A sequência dos dias é na base das 24 horas que a Terra demora a dar uma volta completa onde se tenta que a rotina seja “toureada” e que as surpresas apareçam tal-qual ou seja, de surpresa…
Pois bem, hoje cortei com uma determinada rotina indo almoçar a um restaurantezinho que costumo frequentar com alguma regularidade.
Como não estava acompanhado, coube-me uma mesa chegada a uma outra de 4 lugares ocupados por um casal que poderiam ser os pais de um dos 2 outros elementos (casal) presentes.
Não tendo nada a ver com esta história e numa 3.ª mesa, estava uma outra família que até ao momento, me passaria despercebida não fosse a interjeição duma criança (5 anos?) que, ao serem postas as vitualhas entre cada duas pessoas, berrou a plenos pulmões: “batatiiiiiinhas !!!”…
Ri-me eu, riram-se os meus vizinhos de circunstância e tudo isso sem a mínima perturbação do faciem da referida criança.
O almoço continuou e eu devorei literalmente umas pescadinhas de rabo na boca, acompanhadas por um bem aceitável arroz de grelos.
Nisto, sou chamado à atenção do cavalheiro da mesa ao lado que, em surdina (vi-me à rasca para o ouvir pois estou surdo dum ouvido e o zururu de restaurante não me permite muito mais do que dizer que sim nas conversas…) me pergunta se conheço o sr António Garcia de Matos ….
Algo me dizia que aquela cara não me era 100% estranha mas a farta cabeleira que provavelmente existira no passado, estava reduzida aos laterais, deixando uma enorme pista de aterragem no centro, o que , de todo, me cortou as hipóteses de num exercício de fotomontagem, descortinasse minimamente, de quem se tratava.
Respondi-lhe que sim, que conhecia o tal Matos ficando agora a faltar apenas a sua identificação.
Fez render o peixe (da conversa, não as pescadinhas ) perguntando-me pela Guiné, por minas...
Perguntei-lhe se tinha sido do meu batalhão mas não, não tinha sido.
O local, o barulho, a falta de ouvido, etc. fez-nos dar um salto no tempo apressando o final não sem que me tivesse dito que o seu nome acabava em “inho”.
Ora porra! foi a estocada final na esperança de o identificar.
Finalmente disse-me que ele próprio tinha feito a tal operação de fotomontagem mental colocando-me um bigode (acabei de rapar as barbas há 8 dias …) e não teve dúvidas da minha identificação.
Tinha, de facto, estado na Guiné mas numa comissão anterior à minha. BOLAS!!!
Mas, o que lhe trouxe à memória a minha pessoa foi, vejam bem!, o blog do Luís Graça!!!
Pois é verdade, era o Branquinho, aquele que escrevia igualmente naquela altura em que eu participava activamente.
Fiquei satisfeitíssimo pelo facto de ele ter dado o passo do reencontro e saí com a certeza de querer transmitir aos antigos e actuais tabanqueiros esta história da vida cuja referência foi, exactamente, o blogue!
Um abraço a todos e um especial ao Luís Graça.
António Garcia de Matos
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Nota de M.R.:
Vd. Também o último poste desta série
em: