sábado, 10 de março de 2012

Guiné 63/74 - P9593: Álbum fotográfico de João Martins (ex-Alf Mil Art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69) (1): Viagem de Bissau a Piche, pelo Geba e pela picada, com 3 peças de arilharia 11.4, em setembro de 1968


Foto nº 63/199 > Setembro de 1968 >  LDG 101, no cais de Bissau



Foto nº 64/199 > Setembro de 1968 > Cais de embarque, em Bissau




Foto nº 68/199 > Setembro de 1968 >  A bordo da LDG (ou LDM ?)... Inclino-me mais para a LDG (não sei como se metem 3 peças 11.4 numa LDM mais a tralha toda de um Pel Art)... Contudo, também não imagino como ela, a LDG,  podia subir o Geba Estreito e chegar a Bambadinca (mesmo na maré-cheia)...


Foto nº 72/199 > Setembro de 1968 > No Rio Geba, aproximando-se do Xime ou de Bambadinca (?)... Parece estarmos no Geba Estreito, que era navegável até Bambadinca, pelo menos [No meu tempo, 1969/71,  as LDG ficavam no Xime, as LDM conseguiam navegar no Geba Estreito: também não tenho a certeza se este navio, que transportava o Pel Art,  é uma LDG ou uma LDM. De qualquer modo, a embarcação prepara-se para atracar e o sítio não é seguramente o Xime, parece mais ser o porto de Bambadinca. Aliás, o Martins não faz referência ao Xime]
  

Foto nº 76/199 > Setembro de 1968 >  Em Bafatá, com as peças 11.4 à espera de prosseguirem, em  coluna auto, até Piche, via Nova Lamego.



Foto nº 81/199 > Setembro de 1968 >  Partida de Bafatá


Foto nº 81/199 > Setembro de 1988 > Picada a caminho de Nova Lamego (nesta data ainda não havia estrada alcatroada, Bafatá-Nova Lamego)



Foto nº 82/199 > Setembro de 1968 >  Chegada da coluna a Nova Lamego




Foto nº 84/199 > Setembro de 1968 >  Agora a caminho de Piche, a última viatura (onde ia o Alf Mil Art Martins) teve um furo e ficou separada da coluna...






Foto nº 89/199 > Setembro de 1968 > A caminho de Piche, observando a paisagem...






Foto nº 92/199 > Setembro de  1968 > Chegada da coluna ao seu destino, em segurança



Foto nº 94/199 > Setembro de 1968 > Finalmente as peças em posição e com bidões de proteção




Foto nº 95/199 > Setembro de 1068 >  O régulo de Piche veio, em nome da população, dar as boas vindas ao Pel Art e ao seu comandante, o Alf Mil Art Martins. Fim da jornada. (Não sei quantos dias levou...).


Fotos: © João José Alves Martins (2012). Todos os direitos reservados. (Fotos editadas por L.G.; legendas do autor das fotos e do editor).




1. O João José Alves Martins foi Alf Mil Art do BAC 1 (Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69). Entrou para a Tabanca Grande em 12 de Fevereiro de 2012.



Na sua página, no Facebook, tem um notável álbum fotográfico, com 199 imagens, obtidas a partir de diapositivos, relativas à sua comissão de serviço no TO da Guiné. Parecem estar ordenadas cronologicamente e uma boa parte delas estão legendadas. O que nos permite, por exemplo, seguir o o nosso camarada e o seu Pel Art, ao longo da viagem do BAC 1, em Bissau, até Piche em setembro  de 1968.


Recorde-se que ele chega a Bissau em 19 de dezembro de 1967 (e só regressará à metrópole nos princípios de janeiro de 1970).


Pertence à Bataria de Artilharia de Campanha [BAC] nº 1, unidade de recrutamento da província com cerca de 25 pelotões de soldados de todas as etnias, espalhados por muitos dos aquartelamentos do território da Guiné.


É colocado em Bissum, com o seu Pel Art (três obuses 8.8).  E, no regresso das férias, em julho de 1968, é enviado para Piche, juntamente com três peças de artilharia 11.4 (vulgarmente confundidas pelos infantes com os obuses 14). É essa longa viagem - primeiro de LDG até Bambadinca,  e depois por estrada, já na época das chuvas - que estas fotos pretendem ilustrar:


(...) "  Em agosto [e não julho, de 1968], vim de férias, e no regresso deram-me um outro pelotão, agora com três peças 11. 4 rumo a Piche. Passámos [ em setembro de 1968]  por Bambadinca, Farim [, lapso do autor, que queria dizer Bafatá,] Nova Lamego e finalmente Piche, que foi o único aquartelamento onde não conheci a dureza dos combates e onde se estava relativamente bem,  o que me levava a aventurar-me, passeando 'inconscientemente e perigosamente' pelo interior da Guiné, mas contactando populações extremamente amigáveis, como são os fulas e os futa-fulas" (...).


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Nota do editor:


Vd postes anteriores:


30 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9291: Facebook...ando (14): João José Alves Martins, ex-Alf Mil PCT (BAC1, Bissau, Bissum-Naga, Piche, Bedanda, Gadamael, Guileje, Bigene, Ingoré, 1967/70)


16 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9493: Tabanca Grande (321): João José Alves Martins, ex-Alf Mil Art,  BAC 1 (Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/70)

4 comentários:

Anónimo disse...

Lindas e eloquentes fotos...uma reliquia o seu arquivo !

Nelson Herbert

Luís Graça disse...

Gostava que o João Martins me confirmasse:

(i) o trajeto da viagem (Bissau-Xime ou Bissau-Bambadinca, pelo Rio Gebna);

(ii) o tipo de embarcação (inclino-me para a LDG, já que uma LDM não aguentava com viaturas, 3 peças 11.4, c caixas de granadas, mais os homens de um Pel Art e o resto da tralha, desde garrafões de vinho a colchões...).

A viagem pela picada Xime-Bambadinca, em meados de 1968, não era segura... Acredito que a LDG tenha ido mesmo até Bambadinca!

Hélder Valério disse...

Caro camarigo João Martins

Gostei de ver as fotos.
Através delas relembrei paisagens conhecidas.
Também através do teu comentário relativamente ao 'descanso' que, felizmente para ti, tiveste em Piche, em 1968, pode-se aperceber como em diferentes tempos as coisas podiam ser diferentes nos mesmos locais...
Se em 68, quando lá estiveste, houve calma e sossego, já o mesmo não se pode dizer a partir de 69, por exemplo, se bem que essas peças tivessem dado bastante jeito...

Abraço
Hélder S.

João Martins disse...

Caro camarada e amigo Luís Graça
Com efeito, fomos na LDG da fotografia, diretamente de Bissau até Bambadinca, onde as peças foram descarregadas. Depois, seguimos até Piche tendo passado por Bafatá onde comemos boa carne e por Nova Lamego.
Recordo que entre Nova Lamego e Piche, tal como mostra uma fotografia, tivemos um furo, e porque eramos a última viatura ficámos sozinhos e desarmados.
Apareceram então uns guineenses que nos ajudaram a descarregar parcialmente a viatura que ia muito pesada por causa das munições.
Dei-lhes dinheiro para os recompensar do esforço e da boa-vontade.
Realço o sentimento de solidariedade daquelas gentes e só lamento que, o mesmo, em Portugal, não faça parte da nossa cultura apesar de nos terem dito em pequeninos "amai-vos uns aos outros".
Um grande abraço para todos.
João Martins