segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Guiné 63/74 - P1043: Estórias do Zé Teixeira (11): O camarada embalsamador amador (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf)

O embalsamador amador, por Zé Teixeira (Ex-1º cabo enfermeiro, CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá, Empada, 1968/70)

Conheci em Buba um camarada de Vila do Conde que se dedicava a embalsamar pássaros. Procurei saber que produto químico usava. O químico era formol, produto letal, logo perigoso. Decidi requisitar um frasquinho ao Laboratório Militar e estranhamente fui atendido.

Então cacei um pássaro daqueles muito pequeninos que aparecem aos milhões e são muito coloridos. Enfiei-lhe o formol e o gajo esticou o pernil, e ficou em conserva. Mais uma arte do fermero. Encantar passarinhos que não fugiam quando os putos o tentavam assustar.

Durante cerca de quinze dias, logo de manhã lá o punha num ramo de árvore junto à enfermaria em Chamarra. Até que apareceu um gato e... záz.

O pobre passarito apareceu dois dias depois, em mísero estado de conservação, pois o gato perdeu o apetite e limitou-se a brincar com o gajo.

Valeu pelo funeral que lhe fiz com toda a pequenada.

José Teixeira
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Nota do edito

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