ex-Soldado Maqueiro,
CCS/BCAÇ 2845
(Teixeira Pinto,
Jolmete,
Olossato,
Bissorã,
1968/70)
Estórias avulsas (10) > 8 de Dezembro de 1968. Dia muito especial, pois era o Dia da Mãe
por Albino Silva (1)
Como sempre, os dias começavam bem cedo para o pessoal do Serviço de Saúde, com a assistência aos doentes internados que tinham que tomar medicamentos em horas diferentes conforme os casos.
Era o dia 8 de Dezembro, Dia da Mãe que começou bem lindo sem cacimbo e com um sol brilhante que nos fez andar por baixo dos mangueiros, procurando sombra devido ao calor que se fazia sentir.
Foto 1> Teixeira Pinto> Fortim no Centro da Vila
Sem consultas e sem serviços nesse dia, decidi sair para o exterior do Quartel, Vila de Teixeira Pinto, mas dessa vez fui só.
Na rua encontrei-me com gente conhecida, quer militares quer civis.
Ao meio-dia fui almoçar à Tabanca do Viriato, restaurante de um amigo libanês, sito na Avenida, bem junto da Igreja, onde também fiz uma visita, já que era o Dia da Mãe.
Foto 2> Teixeira Pinto> Largo no Centro da Vila
Depois de almoçar e conversar com aquele amigo, saí passeando pela avenida até ao Fortim na Rotunda e entrei em algumas casas comerciais. No Caravela da Saudade bebi umas bazucas para refrescar e matar a sede, pois o churrasco que tinha comido estava bastante picante, o piri-piri da Guiné não era para brincadeiras.
Com o tempo a passar e antes que se fizesse noite, dei uma volta pela tabanca, pois tinha uma mezinha para levar à lavadeira que tinha o seu filho doente e, como me tinha arranjado bom marisco (camarão e ostras), eu senti-me na obrigação de a ajudar, só isso.
Foto 3> Teixeira Pinto> Avenida
Estava gostando do dia que estava a passar, até porque conversei bastante com os civis e colhi assim ideias diferentes das que imaginava daquele povo.
Entretanto encontrei camaradas que também passeavam pela avenida e devido ao calor que fazia, retardamos a ida para o Quartel e fomos todos beber mais umas bazucas.
Eram já 21h30 quando decidi ir embora, porque às 22h00 tinha que dar medicação a alguns dos internados.
Assim, quando entrei na avenida que me levava ao Quartel e já depois de ter passado o Fortim, no Centro de Teixeira Pinto, surge um grande tiroteio que me fez correr de árvore em árvore em direcção ao aquartelamento, eram já 21h45.
Um pequeno grupo IN, armado de LGF e armas automáticas ligeiras, assaltou e saqueou uma casa comercial, a mesma onde eu tinha estado, a Caravela da Saudade, causando 3 mortos e 4 feridos na população.
As NT que guarneciam o Fortim na Rotunda, reagiram à acção do IN, que ripostou, causando um ferido ligeiro à nossa tropa, que eu próprio viria a socorrer já na Enfermaria.
Era o Dia da Mãe e a minha segunda saída do Quartel em passeio, mas outra vez marcada, desta feita com este caso. Tive sorte pois o IN andou por onde eu tinha já andado ou até estaria junto de mim, quando bebi aquelas cervejas durante a tarde.
Foi caso para eu dizer : - Obrigado Mãe por me teres ajudado.
Albino Silva >
Fotos e texto: © Albino Silva (2007). Direitos reservados.
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Nota do co-editor Carl.os Vinhal:
(1) Vd. post anterior de 3 de Novembro de 2007> Guiné 63/74 - P2236: Estórias avulsas (9): Um soldado que não queria sair do quartel (Albino Silva)
1 comentário:
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