Guiné > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bolama > Bolama > CART 3492 > 1972 > "No jipe, frente para trás: Alf Canas, Alf Novais, Alf Lima (Secretaria?), Alf Rodrigues (meu camarada de curso, também que era da CCS e veio depois para o Xitole, por troca com o Alf Gonçalves Dias se não me engano), Alf Martins (CART 3493, Mansambo) e eu [, assinalado cum círculo a amarelo]".
Foto e legenda: © Joaquim Mexia Alves (2006). Direitos reservados.
1. Outro senador da República, outro homem (duplamente) grande da nossa Tabanca Grande, Joquim Mexia Alves:
Caros Luís, Virgínio e Carlos
Ora bem, lá venho eu tentar dar o meu contributo para a acusa comum.
Assim, e pegando no texto do Victor Junqueira (*) faço as seguintes considerações.
1 - Atrasos na publicação dos textos, algumas vezes por extravio, outras porque se estabeleceram certas prioridades, que não raramente, lhes retiram toda a oportunidade.
Absolutamente de acordo!
Com tudo, sobretudo com o elogio ao vosso trabalho!
Infelizmente esta coisa dos blogues tem alguns "senãos" quando há muita publicação seguida, no mesmo dia. Ou seja há uma tendência para quem acede aos blogues ler apenas o último e talvez o penúltimo texto, (não gosto de post, "prontos"), publicado.
Claro que me parece que este particular problema não terá solução no nosso caso, pois teríamos de ter anos de 500 dias para conseguirmos publicar todos os textos que vos devem ser enviados.
A publicação/postagem directa, sendo uma possível solução para a publicação em tempo ideal, pode vir a ser um acrescentar deste problema, porque pode muito bem acontecer que vários publiquem textos no mesmo dia, o que levará a uma saturação de leitura, para além de haver com certeza "mistura" de temas, que seriam melhor "digeridos" se tivessem uma continuidade.
O tal "conselho de ética" já foi falado, portanto é provavelmente tempo de avançar com o mesmo.
2 - Textos fortemente "editados".
Concordo que muitas vezes os textos muito elaborados e por vezes de difícil interpretação para quem não estiver preparado, podem desmotivar alguns menos à vontade com a escrita.
3 - Transcrições longas e enfadonhas de manuais ou seus excertos.
Total e absolutamente de acordo!
Devo confessar que raramente as leio na íntegra e a maior parte das vezes lhes passo adiante. Faça-se referência à obra, para posterior consulta, ou abra-se novo site, umbilicalmente ligado à Tabanca, onde poderão ser colocados tais textos para consulta dos interessados, cuja referência poderá vir com um link directo da Tabanca Grande.
4 - O controverso, o contraditório e a polémica são o sal e a pimenta dos nossos cozinhados literários. Ultimamente tem-se notado uma certa falta destes temperos.
Mais uma vez de acordo!
Que caraças, mesmo que haja aqui ou acolá uma picardia, será que não somos capazes de nos entendermos?
"Homem que é homem" não tem problemas em pedir desculpa quando se excede nas palavras e nos gestos.
5 - Quase todas as semanas se apresenta mais um camarada, atraído para o nosso convívio. Isso agrada-me. Mas cadê a historiazinha a contar o drama, a peripécia, a barracada de que foi protagonista ou de que teve conhecimento enquanto membro das gloriosas FA de Portugal?
E outra vez de acordo!
O número de "atabancados" interessa mas não é esse, julgo eu, o fim último da Tabanca Grande, mas sim estarmos sentados à volta da fogueira a ouvir e contar as histórias da "nossa" guerra.
Quanto à parte da solidariedade, já o referi várias vezes e outros como o Torcato também.
Se o Estado, que tem essa obrigação, não o faz verdadeiramente, nós teremos sempre de o fazer em ordem a cumprirmos voto de camaradagem feito no sangue, suor e lágrimas, e algumas gargalhadas também.
E se isto é verdade ao nível material, ainda o é mais ao nível emocional e psíquico, porque quem melhor do que aqueles que lá estiveram para entenderem as dificuldades, as frustrações, as noites de insónia, daqueles que por desenraizamento da vida, ainda sofrem os traumatismos da guerra?
E "prontos", por aqui me fico nesta primeira abordagem ao tema, "que tem muito pano, para muitas mangas"...
Abraço camarigo sempre do vosso
Joaquim Mexia Alves
_______
Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de 19 de Novembro de 2008> Guiné 63/74 - P3479: Blogoterapia (73): O blogue do nosso contentamento, às vezes descontente (Vitor Junqueira)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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7 comentários:
Vocemecês estão a falar do quê?
AB do TM
Hoje estou em dia não e deu-me para me meter com todos e dizer o que penso, aliás como sempre tenho feito ao longo da vida o que me tem proporcionado bons e maus momentos.
Convivi muito tempo com um companheiro de trabalho que dizia, sempre que as coisas não lhe agradavam e fazia o contrário "...bater não batem e o ralhar não doi", por isso aqui vai.
Se quanto à História e Estória me estou nas tintas, não sendo purista nem me achando em condições para o ser, custa-me ler o termo "prontos", mesmo que entre comas.
Só me lembro de sermos ou estarnmos prontos depois da especialidade...
Desculpem lá. Talvez sirva para outra polémica?
Um abraço
BSardinha
E, já agora, que tanto se fala de português correcto, substitua-se a palavra "cadê" pelo portuguesíssimo "que é feito de" ou "onde está", apesar de "cadê" constar do HOUAISS, como constam, também "virou", "lotado" e "baleado", mesmo que o ferido tenha sido atingido com tiro de caçadeira. PUM!!!
Alberto Branquinho
Ora bem, eu respondo pelo meu "prontos" que coloquei entre aspas para significar que estava a usar um termo popular, um modo de falar das pessoas como o "tá bem".
Foi para aliviar a carga do tema tratado!
Quanto ao resto limitei-me a copiar do texto Victor Junqueira, embora perceba que acredite que ele usou esses termos, penso eu, no memso sentido que eu dei ao meu "prontos".
Mas "prontos" não volto a escrever assim, ou talvez volte, porque há uma diferença entre aquilo que se discutiu sobre história e estória, ou seja, se eram correctos ou não os dois termos, quando aqui deliberadamente se dá a entender que o termo não é correcto, mas usado como forma de humor.
Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves
Já agora, camarigo também não existe, mas eu gosto e só aqui utilizo para significar camarada e amigo.
Joaquim:
Uma das coisas "porreiras" (não vem no dicionário...) que tem o nosso "blogue" (do inglês, "blog", "weblog"), é a liberdade de brincar com as palavras, recriar e criar novas palavras... Por exemplo, adorei o termo "atabancado", que tu cunhaste, talvez por analogia
com "abancado"... É um achado. Genial. Atabancado: que entra na tabanca e passa a viver na tabanca. Com cama, mesa e roupa lavada... É isso mesmo, em sentido figurado, metafórico, simbólico!
Se fosses o Mia Couto, tiravam-te o chapéu. Mas como tu não és (ainda) um escritor famoso, levas no toutiço...
Repara que eu utilizei o vocábulo no título. Liberdades do editor, blogarias, afinal...
Se calhar estamos aqui a (re)inventar a nossa língua, todos os dias... Repara, aliás, na nossa lista de Abreviaturas, siglas, acrónimos, gíria, calão, expressões idiomáticas, crioulo, etc...
Há um "jargão" (do francês "jargon"), que era(é) muito nosso, e que estamos a recuperar. Sem falso pudor, com forte sentido de humor, com alguma galhardia, ou até irreverência... Talvez seja regressão, talvez seja a ilusória tentativa de regressar ao passado, à nossa juventude...
Porra!, foram os nosso verdes anos, os nossos melhores anos, os vintes, que nunca voltaram nem voltaão mais...
Dizíamos "pá", pá isto, pá aquilo... Os nossos filhos dizem "prontos", prontos isto, prontos aquilo... Eu não gosto. Mas os nossos pais e educadores também não gostavam do pá, pertenciam uma geração, de gente conservadora, respeitadora, alinhada...
(Aqui, entre nós, confesso que adoro usar algum calão, certo calão; tudo depende de saber onde e quando e com quem...).
Um Alfa Bravo, meu. Ou meus, Joaquim e Belarmino.
Comecei por dizer estar em dia não.
Embirrei com o "prontos"."Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar" vou pensar qual a razão.
Adoro o termo Camarigo(s)tal como o Atabancado e longe de mim criticar ou desrespeitar os textos dos outros camaradas. Quem sou eu?
Foi apenas a opinião do homem "livre" que tento ser.
Isto só aconteceu porque costumo ler os textos e vou continuar a ler.
Mais um abraço, caramba, e desta vez para todos,
BSardinha
BSardinha
Um abraço camarigo dos grandes
Joaquim Mexia Alves
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