(Re)lembrando as noites frias de Dezembro, no Xitole, no Udunduma, no Mato Cão, em Mansoa...
Foto: © Luís Graça (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem (natalícia) (*) do Joaquim Mexia Alves:
«E o amor de Deus manifestou-se desta forma
no meio de nós:
Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito,
para que, por Ele, tenhamos a vida.»
1 Jo 4,9
Meus camarigos:
Podemos viver o Natal de muitas maneiras,
mas a verdade é que o Natal existe
porque se comemora, ou melhor, se faz memorial
do Nascimento de Cristo,
Filho de Deus,
no meio dos homens,
como Homem igual a nós em tudo,
excepto no pecado.
Podemos acreditar,
ou até não acreditar,
mas quer queiramos quer não,
todos entendemos o Natal
como uma festa da família
e como festa da família
que é uma festa de amor.
Sem medo das palavras,
hoje em dia tão mal utilizadas,
é isso que agora vos quero deixar
... o amor!
O amor a vós
e a todos os homens de boa vontade,
e até àqueles que não têm boa vontade.
O amor aos que nos combateram
e aos que connosco combateram.
O amor aos que concordam connosco
e o amor aos que de nós discordam.
O amor aos que nos perdoam
e àqueles a quem nós perdoamos,
àqueles a quem pedimos perdão
e até àqueles que não nos conseguem perdoar
e aos que temos dificuldades de perdoar.
O amor a todos sem excepção,
porque só assim se pode entender o Natal.
Neste Natal desejo sobretudo a todos vós,
homens de rija têmpera
que souberam combater,
que souberam abraçar,
que souberam viver a amizade
daqueles que entregam a própria vida pela vida dos outros,
que saibamos dar testemunho
de solidariedade,
de fraternidade,
de entreajuda,
neste mundo egoísta
que se fecha cada vez mais em si próprio.
Que o bom Deus em quem acredito
com toda a força do meu ser,
vos abençoe
na paz,
na alegria,
na abundância de vida.
Abraço muito amigo, muito camarigo, do
Joaquim Mexia Alves,
ex-Alf Mil Op Esp
CART 3492/BART 3873 (Xitole / Ponte dos Fulas),
Pel Caç Nat 52 (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão)e CCAÇ 15 (Mansoa) (1971/73)
Fixação do texto: L.G.
____________
Nota de L.G.:
(*) Vd. último poste da série > 18 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3645: As Boas-Festas da Nossa Tabanca Grande (9): Cartões de Natal de Sousa de Castro, António Santos e Mário Fitas
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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3 comentários:
Bem Hajas.Para ti, para todos os Homens de Boa Vontade o meu abraço fraterno, olha Camarigo, a Todos, a Todos...irmãos do Filho do Deus que invocas...porquê Mais uns Menos Outros...? porque não acreditar...contribuir para um Mundo que se aquiete mais... onde haja mais Amor, mais Compreensão, menos Desigualdades...mesmo que estas palavras escritas pareçam ocas, vazias, líricas...ao menos em nós, no nosso quotidiano tentemos, um pouco a concretização Disso e, a imagem que encabeça o teu escrito de Amizade e Amor, num Deus e nos Homens, nos transmita o calor desses sentimentos e afaste visões de Dante.
Abraço fraterno a Ti, a Todos TM
Camarigo: Como tu sabes pôr "las palabras en su sitio"!... Para mim, que não sou crente (mas que pertenço a uma civilização que tem dois livros fundamentais, a Bíblia e a Odisseia), o que escreveste é de uma grande beleza espiritual... Gostria de estar contigo neste Natal e ouvir dizê-las, em voz alta, as tuas "palabras en su sitio"... Tocaram-me muito e orgulham a nossa Tabanca Grande.
Luís
O teu poema lindo,lindo é um desafio a que cada um de nós tente fazer Natal todos os dias, pois sempre que comseguimos, com os nossos actos, fazer alguém sentir-se feliz, estamos a fazer Natal.
abraço fraternal
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