1. Esta é a primeira mensagem enviada pelo nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os morcegos de Mampatá", Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71 -, que nos prometeu brindar ainda com mais algumas das suas estórias também elas curiosas, hilariantes e interessantes:
Camaradas e amigos,
Tal como tinha vindo a prometer ao Magalhães Ribeiro, lá vai uma das estórias giras passadas na CART 2519.
Todas as estórias, no fundo, avivam-nos a memória e recordam-nos, às vezes com muitas saudades, os bons momentos passados em comum.
O SOLDADO MACHADO
O “Cigano”, como era conhecido o soldado Machado (creio que era mesmo da etnia cigana), foi protagonista de um episódio hilariante, mas muito real, que um dia “atropelou” o que não podia ser “abandalhada” - a rígida Disciplina Militar -, que na tropa se exige (creio que ainda hoje esta se mantém), em relação aos superiores hierárquicos.
Certo dia, o nosso capitão integrou-se num grupo de combate que ia patrulhar a nossa ZA - Zona de Acção, onde ia o nosso camarada Machado. Depois de percorrida já uma vasta área do patrulhamento habitual, e perto dum local por todos considerado de elevado risco, o Machado sai-se com esta:
- Ó meu Capitão, à nossa frente estão pegadas do IN. - Isto em pleno mato.
O Capitão ripostou:
- Ó meu Coirão, não sabes o meu nome, eu sou o Barrelas!
O patrulhamento terminou ao findar do dia e procedeu-se ao respectivo regresso ao aquartelamento de Mampatá.
Na cantina, que era comum a todos, praças, sargentos e oficiais, depois do banho, o camarada Machado tem este desplante perante a admiração de todos os presentes:
- Ó Barrelas, não me pagas uma bejeca?!
O capitão, com o seu ar autoritário - de Comandante -, virou-se para o Machado e disse:
- Ó meu coirão, já não me conheces, eu sou o teu capitão Barrelas, por isso deves tratar-me como tal. Quando te dirigires a mim, tratas-me por meu capitão!
O mesmo, atónito com a situação, retorquiu:
Aqui o capitão riu-se da situação e acabou mesmo por pagar a “bejeca” ao Machado.
Um Abraço,
Mário Pinto
Fur Mil At Art
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Nota de M.R.:
Este poste é o primeiro desta série "Estórias do Mário Pinto".
2 comentários:
Mario Pinto
Pois é...eram os "trocadilhos" da segurança !
Benvindo e parabens
Luis Faria
Amigo e camarada Mário Pinto,
parabéns pela excelente história!
em todas as unidades existiam tipos castiços que marcavam toda a diferença e quebravam as regras do protocolo, aliviando o mal da monotonia!
O capitão Barrelas, é hoje coronel na reforma e vive em Évora se não me engano. Ainda foi meu professor no Instituto Superior Militar em Águeda na década de 80.
Abraços do
JOSÉ BORREGO
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