quinta-feira, 8 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6698: José Corceiro na CCAÇ 5 (14): Emissor receptor AN/PRC-10

1. Mensagem de José Corceiro (ex-1.º Cabo TRMS da CCAÇ 5 - Gatos Pretos, Canjadude, 1969/71), com data de 6 de Julho de 2010:

Camaradas,

Achei piada à foto do Sousa de Castro com o E/R AVP-1, no Convívio da Tabanca Grande.
Esta imagem entusiasmou-me a escrever algo sobre o pai do AVP-1, que é o AN/PRC-10, que têm a mesma gama de frequências e comunicavam muito bem um com o outro.



NOÇÕES DE TRANSMISSÕES DO EMISSOR RECEPTOR AN/PRC-10
De entre os equipamentos de transmissões utilizados no TO de Guerra das ex-Colónias, o mais apropriado para comunicações com os meios aéreos, era sem dúvida o Emissor/Receptor AN/PRC-10.
Vamos então falar um pouco, concretamente, sobre este equipamento de transmissões e as suas virtualidades.
Particularmente já entraram em contacto comigo meia dúzia, de “tertulianos”, da “Tabanca Grande”, para me colocaram questões sobre o E/R (Emissor/Receptor) AN/PRC-10.
Um camarada até me disse que tem dois aparelhos em seu poder, que adquiriu no mercado, mas que não tem o folheto das descrições técnicas nem o de instruções, e perguntou-me se eu o podia ajudar.
Eu respondi-lhe que efectivamente perante o aparelho, não me seria muito difícil lidar com ele e disse-lhe também que tenho a certeza que possuo um livro, sobre transmissões, que contém as descrições técnicas e seu funcionamento, que lho disponibilizaria caso o encontrasse, só que entre os muitos livros que tenho, distribuídos por diversos locais, tem sido difícil localizá-lo e até ao momento não sei onde o livro “atabancou”.

Atendendo ao que ainda me lembro do PRC-10 e apoiando-me em alguns apontamentos que na época registei, quando tirei a especialidade de transmissões, vou tentar em traços gerais dar algumas noções básicas técnicas e teóricas, sobre as potencialidades e funcionamento deste aparelho.

Fotos 1 e 2
O AN/PRC-10 é um equipamento de transmissões portátil, com potencialidades para poder ser instalado num posto de rádio, assim como pode ser montado numa viatura ou num meio aéreo, visto vir equipado com os respectivos acessórios para as diferentes necessidades.
“ O AN/PRC-10 é um emissor receptor móvel, de frequência modelada, praticamente impune às interferências de ruídos parasitas nas suas comunicações, destaca-se a qualidade sonora comparativamente com aparelhos de amplitude modelada.
Foi concebido essencialmente, para comunicações de terra para meios aéreos e vice-versa, tem uma boa qualidade sonora e as ondas de difusão neste meio, terra ar, não têm praticamente obstáculos físicos, aos quais as ondas de frequência modelada são sensíveis.
Para comunicar em terra neste teatro operacional, plano e com arvoredo, o seu alcance é limitado, não só pela potência do equipamento emissor que é fraco em watts (0,9W), mas também devido às características das suas ondas, frequência modelada, cuja propagação é prejudicada por obstáculos físicos; para obstar a esta característica negativa, nos Aquartelamentos, há necessidade de montar um suporte físico, mastro, com altura razoável, com uma antena vertical instalada no topo do mastro, que optimiza a recepção e emissão do AN/PRC-10.
Tem ainda um outro inconveniente nas comunicações, o chamado efeito de captura, isto é, perante dois equipamentos a emitir na mesma frequência para um terceiro equipamento receptor, (central) este selecciona o sinal de maior potência ignorando o mais fraco.” (Descrição que fiz no meu artigo, Poste – 6036).
A gama de frequência do AN/PRC -10, permite-lhe que possa ser sintonizado na faixa de frequência compreendida entre a 38 e 54,9 Mc/s (Megaciclos por segundo) em FM (Frequência Modelada). A emissão é em fonia.
O Emissor e o Receptor são individuais, mas estão dentro do mesmo invólucro que se separa da caixa acondicionadora da Pilha de alimentação, (BA 279U) por dois ganchos-mola laterais.
A Pilha é uma unidade de alimentação complexa, pois tem diversos terminais, (alvéolos) com diferentes valores de tensão, (voltagem) consoante é para alimentar um ou outro componente do equipamento.
A alimentação é normalmente feita pela pilha própria, que tem uma capacidade de armazenamento de energia, que lhe permite debitar corrente por um espaço de tempo muito próximo de 25 horas em funcionamento.
Compreende-se que na função de emissor, as exigências energéticas de intensidade são muito maiores, pelo que o consumo de corrente é bem mais acentuado.

Para tirar o máximo de rendimento na emissão e recepção do equipamento e melhorar a propagação das suas ondas electromagnéticas, a antena neste equipamento tem que ser montada sempre na vertical, cuja difusão, do sinal, é uniforme em todas as direcções. pelo que não precisa de orientação.


Fotos 3, 4 e 5
O alcance de emissão do aparelho depende do tipo de antena utilizada, dos acidentes geográficos e das condições atmosféricas, (humidade relativa, nebulosidade, energia estática de ionização etc.).
É aceitável que em condições, consideradas padrão, com a antena tubular segmentada, (por secções) a maior, as suas emissões se propaguem e sejam captadas com qualidade razoável a uma distância de 8 a 10 km.
Pode acontecer, em condições excepcionais, sem obstáculos, em que até uma nuvem pode servir de espelho reflector e direccionar o sinal na orientação favorável, optimizá-lo, de forma que o alcance da onda electromagnética irradiada pela antena do emissor, possa ser captada por um receptor até cerca de 15 km de distância.
Em Canjadude, em 1971, pode-se testemunhar o seguinte: Durante uma flagelação do inimigo ao Aquartelamento, no dia 21 de Julho de 1971 ao escurecer, o fogo do IN danificou as duas antenas horizontais existentes do AN/GRC-9, que estavam instaladas e suportadas pelos ramos do embondeiro grande, que estava ao lado do campo de futebol e de uma mangueira que estava junto da Parada Alferes Gamboa. (O nome desta Parada, era uma homenagem ao Alferes Augusto Manuel Casimiro Gamboa, que segundo se dizia, já após o término da sua comissão de serviço na Guiné, perdeu a vida numa emboscada do IN, no dia 14 de Dezembro 1967, quando a coluna que o transportava de Canjadude para Nova Lamego sofreu um ataque, em Uelingará, entre Canjadude e Nova Lamego. Contava-se em Canjadude, que foi todo esquartejado no tórax para lhe arrancarem o coração, assim como o despojaram de todos os seus haveres).
Ora, com as antenas danificadas, o Aquartelamento ficou sem transmissões, utilizando o equipamento que era tradicional usar para comunicar com Nova Lamego, pois não tínhamos suporte físico para difundir e captar o sinal hertziano.
Recorreu-se ao PRC-10 que estava no Posto de Rádio, por norma utilizado para comunicar com os meios aéreos, que era servido para a emissão e recepção, por uma antena que estava instalada verticalmente no topo de um mastro com espias, que devia ter para cima de 20m de altura, que por acaso não ficou inutilizado.
Conseguiu-se comunicar com o PRC-10 com Nova Lamego, que dista de Canjadude mais de 20km. As condições de fonia, ainda que com algumas deficiências eram aceitáveis, pelo que a CCAÇ. 5, teve toda a noite comunicações com Nova Lamego.

Foto 6
O equipamento AN/PRC-10 tem três fichas terminais localizadas no painel de comandos para entrada/saída de sinal (de) e para as antenas:
SHORT ANT – Antena Curta que se deve utilizar quando o equipamento está a ser utilizado em caminhada “portátil” pelo operador, tipo mochila, e neste caso deve ser utilizado na base da antena a mola em espiral, para poupar a antena a danos causados no embate contra obstáculos e para a manter na vertical. Com esta antena as emissões dificilmente serão captadas a mais de 4km.
LONG ANT - Antena Comprida segmentada (por secções) feita de cobre, (maior condutibilidade) que devido ao seu comprimento, na ordem dos três metros, quando em movimento deve ser montada numa base elástica, para não se inutilizar ao ir de encontro contra os entraves. Com esta antena as ondas não ultrapassarão os 10km.
AUX ANT - Antena Auxiliar para permitir a localização dos emissores.
NOTA – A antena é o dispositivo físico, que irradia ou capta do espaço a energia transportada sob a forma de ondas electromagnéticas.

NOTA – A antena vertical irradia ondas electromagnéticas em todas as direcções por igual, por isso não há necessidade de orientação, como acontece nas antenas horizontais. Nestas, o plano horizontal definido pela intercepção da antena do emissor, deve formar um rectângulo quando intercepta a antena do receptor. Ou dito de outra maneira, as antenas horizontais de dois postos de rádio, para optimizar a comunicação entre eles, devem ser paralelas e devem ter um determinado comprimento em função da frequência de E/R. Mas isto de orientação, como se pode inferir é teórico, porque obrigaria o posto director a ter tantas antenas quantos os postos satélites, (dirigidos) caso a localização destes não seja em fila (linha).
Os terminais Short e Long Ant, são comuns ao emissor e ao Receptor, por essa razão também quando o equipamento está a emitir não pode receber e vice-versa, por partilharem a mesma antena e outros componentes electrónicos. O interruptor, no microtelefone, serve para fazer a comutação de recepção para emissão, dai a razão porque em transmissões quando se ia terminar a emissão, se dizia, “Escuto” que significava comutar para a recepção o equipamento.

Foto 7
Descrição do painel de comandos:
Na face topo do equipamento temos o painel onde estão localizados os comandos que são:
- Do lado esquerdo temos os três terminais de antena já atrás referenciados;
- POINTER ADJUST – Ajustamento da Referência da Escala; faz deslocar a referência da escala de frequências. Janela para poder ver o ponteiro que indica a escala da frequência.
- TUNNING – Comando de Sintonia; para fixar e fazer procura da frequência do Emissor-Receptor.
- VOL – Comando do Volume; para regular o volume da recepção.
- SQUELCH – Limitador de Ruídos; destinado a eliminar o ruído de fundo.
- AUDIO – Tomada para o Microauscultador;
- POWER – Comutador Geral; - com as posições:
- OFF – Desligado.
- REMOTE – Para o Comando à Distância.

- ON – Ligado.
- CAL & DIAL LITE - Destinado à calibração e iluminação do quadrante.
- DIAL LOCK – Fixador do Comando de Sintonia.
Nota – Tem uma placa destinada à inscrição das frequências de trabalho. (rectângulo definido na superfície do painel de Comandos.)
Nota - O interruptor que comuta da recepção à emissão está localizado no microtelefone.
Para ligar o aparelho depois de já termos colocado a Pilha realizamos as seguintes operações:
- Colocar o comando limitador de ruído – SQUELCH - na posição desligado - OFF.
- Rodar o comando de volume – VOL - para o máximo – todo para a direita.
- Colocar o comutador geral – POWER - em – ON.
- Calibrar a escala de frequência. Este paço serve para verificar se a referência da escala de frequência está correcta.
- Libertar o comando de sintonia – TUNNING – rodando o bloqueador deste – DIAL LOCK – em sentido contrário ao movimento dos ponteiros do relógio.
- Rodar o comando de sintonia –TUNNING - até ao ponto de calibração (indicado a vermelho no mostrador) mais próximo da frequência em que vai trabalhar.
- Colocar o comando de volume – VOL – na posição 10 caso o não tenha feito antes.
- Colocar o comando limitador de ruído – SQUELCH – em desligado – OFF – se o não fez anteriormente.
- Colocar e segurar o comutador – POWER – na posição – CAL & DIAL LITE – e com o microtelefone no ouvido rodar o comando de sintonia até extinguir o silvo que se ouve para um e outro lado do ponto de extinção deste.
- Soltar o comutador geral – POWER – que automaticamente volta à posição – ON.
- Se a referência do mostrador não indicar a frequência de calibração, rodar o ajustamento da referência – POINTER ADJUST – até que este fique rigorosamente sobre o ponto de calibração escolhida.
NOTA – Nunca se deve carregar no comutador de emissão-recepção do microtelefone com o comutador geral na posição – CAL & DIAL LITE.
- Soltar o comando de sintonia – TUNNIG – actuando no fixador do comando de sintonia –DIAL LOCK.
- Rodar o comando de sintonia até a frequência de trabalho ficar debaixo da referência.
- Fixar o comando de sintonia actuando em – DIAL LOCK.
- Afinação do limitador de ruídos:
- Rodar lentamente para a direita o comando limitador de ruídos – SQUELCH – até que deixe de ser ouvido no auscultador do microtelefone o ruído de fundo. Parar logo que o ruído se extinga, pois continuando, a sensibilidade do aparelho é reduzida com prejuízo da recepção. As operações anteriores correspondem à fixação e ajustamento da frequência do emissor e receptor e à ligação de alimentação.
- O aumento do volume de som só é eficaz na recepção rodando o comando do volume para a direita no sentido dos números mais elevados.
- Para emitir premir o interruptor de emissão-recepção do microtelefone e falar no microfone mantendo este afastado dos lábios 5 a 8 cm.
- Para desligar rodar o comutador – POWER – para – OFF.
- Retirar a pilha quando o aparelho estiver inactivo por período prolongado.
A explicação que acabo de fazer é em função do aparelho que conheci, na época em que fui militar do Exército Português, e apoiei-me, como é lógico, nos apontamentos que por acaso ainda possuo, que anotei quando tirei a especialidade de transmissões. Tentei explicar tanto quanto me foi possível com clareza o pouco que ainda sei.

Fotos 1 e 2: AN/PRC -10 com os diversos acessórios.
Foto 3: Operação realizada o dia 26 de Abril 1970 para os lados de Comuda. À frente do operador de transmissões, o Coias, que leva uma antena segmentada na mão, vão três carregadores civis, levando o primeiro o PRC-10 às costas, o segundo leva material diverso e o terceiro leva às costas o rádio Racal que é o aparelho que nos permitia comunicar com o Aquartelamento. Para os civis, estes fretes como carregadores, era uma maneira de poderem ganhar uns míseros centavos para irem vivendo. Já passei por aqui, em operação anterior, com este terreno todo alagado com a água a dar pela cintura.
Foto 4: Eu, a ganhar força, depois de comer a ração de combate e a reflectir para passar a escrito algum acontecimento. À minha frente está uma antena seccionada do PRC-10.
Foto 5: Eu, depois da operação de dois dias à espera das viaturas, que já pediu, para nos transportarem rumo a Canjadude. Logo à minha frente está o Racal e um pouco mais afastado o PRC-10, que tem acoplado a antena de mobilidade no mato (pequena).
Foto 6: Parada Alferes Gamboa, no Aquartelamento de Canjadude. (Na base do mastro onde está içada a Bandeira Nacional, podemos ver um tronco de madeira facetado onde estão inscritas, em sulco, as referências ao Alferes Gamboa). No lado esquerdo podemos ver o abrigo dos graduados. Podemos ver também parte do mastro espiado, que suportava a antena vertical que servia o PRC-10, cuja base estava junto do abrigo de transmissões.
O edifício funcionava como Secretaria e Centro Cripto. Em tempos foi armazém de “Mancarra” (amendoim) da Casa Gouveia.
Foto 7: Face superior do AN/PRC-10 ou Painel de Comandos de Control.

Foto 8: Posto de rádio, novo, de Canjadude. Por cima de secretária estão instalados dois AN/GRC-9 com o respectivo amplificador QR-TA-1-A. Em frente vê-se o comutador telefónico, que deve ser o equipamento BD 72 porque tem 12 linhas para serviço. O PRC-10 consegue-se identificar no lado esquerdo da secretária, (no alçado lateral) dentro duma caixa branca onde está pendurado o microtelefone. 

Foto 9: Novo abrigo de transmissões em Canjadude. Construído atrás da Enfermaria e à frente da Secretaria. O pessoal espera a chegada das entidades locais para a inauguração. Costa, Esteireiro, Vieira, Mateus (africano), e o Baioa em cima do abrigo com cartaz na mão a dar as boas vindas às entidades locais.

Foto 10: A Secção de transmissões no dia da inauguração do segundo posto de rádio de Canjadude. À frente lado esquerdo: Reis, Esteireiro, Albino Conceição, (estes três coexistiram comigo em Canjadude, assim como o meu “periquito” que não consigo identificar), Baioa, Mateus (africano), Vieira; - Atrás lado direito: Furriel Mimoso (com uma cerveja na mão a comemorar a inauguração), Cap. Gil Figueiredo Barros (hoje Coronel na reserva), António Costa, José Marques e Gomes (africano). Como podemos constatar em 1972 já havia 2 africanos na secção de transmissões.

Para todos um abraço e muita saúde.
José Corceiro
1º Cabo TRMS da CCaç 5

Fotos: © José Corceiro (2009). Direitos reservados.
___________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:

29 de Junho de 2010 >
Guiné 63/74 - P6654: José Corceiro na CCAÇ 5 (13): Ritual do Fanado no Aquartelamento de Canjadude

14 comentários:

Anónimo disse...

O nome desta Parada era uma homenagem ao Alferes Gamboa, que segundo se dizia, já após o término da sua comissão de serviço na Guiné, perdeu a vida numa emboscada do IN, que a coluna que o transportava sofreu, em Uelingará, entre Canjadude e Nova Lamego. Contava-se em Canjadude, que foi todo esquartejado no tórax para lhe arrancarem o coração, assim como o despojaram de todos os seus bens).
Se me permites relevo esta parte do teu texto.
Eram bem formados os combatentes do PAIGC. Por vezes parece haverem dúvidas de quem eram os nossos inimigos.
Conheci Canjadude em 68/69.
Um abraço do Torcato

Anónimo disse...

No decorrer na Operação Mabecos de má memória (22/02/71),tivemos uma emboscada ao cair da noite, como é obvio no final do fogachal, ninguêm sabia de ninguêm. Faltavam 4 camaradas da Cart 3332, que tinha alinhado com a minha CCav.2749. Ao alvorecer o meu GC deu com os 3 estendidos na bolanha, nus, despojados do fardamento e equipamento, esquartejados, um com o pénis enfiado na boca, outro sem o dedo anelar (para tirar o anel), e por fim o outro com um buraco no peito do lado do coração com o crucifixo enfiado, não levaram porque não era de oiro. Essa visão não a consigo apagar da minha mente. O quarto elemento foi apanhado à mão e só foi libertado após o 25 de Abril. Ainda bem que já não estava lá na altura da entrega dos aquartelamentos.
Mas os rapazes do PAIGC eram todos bons rapazes, parece que a catequese era imprescindível no treino dos guerrilheiros...
Abraço
Luís Borrega

Anónimo disse...

Amigo Torcato

O Alferes Augusto Manuel Casimiro Gamboa, já após o término da sua comissão de serviço na Guiné, perdeu a vida numa emboscada IN, no dia 14 de Dezembro 1967. Eu não quero contar muito sobre esta tragédia, porque queria que fosse descrita por aqueles que a testemunharam, embora eu saiba como tudo aconteceu. Era um caso muito falado em Canjadude.

Um abraço

José Corceiro

Colaço disse...

Descrição correcta do AN/PRC-10 e que vem ao encontro daquilo conheço deste emissor-receptor, meu companheiro inseparável em todas as saídas apeadas que fiz e que a missão me impunha.
Um abraço
Colaço.

Anónimo disse...

... e se os homens de barba rija e que fizeram a guerra – e aqui se estão a comportar como meninos tipo "kiss & tell" (eu vi isto- mais-aquilo coisa-e-tal) –, tivessem um pouco mais de contenção, ao menos em respeito à memória que os familiares, vivos, de qualquer um dos (citados) camaradas-de-armas, mortos, [nas situações, supra abusivamente descritas], dos mesmos guardam e, por via de eventual conhecimento, desde agora, passam a ficar definitivamente estropiadas, era capaz de ser uma boa ideia.
Considero absurda, para não qualificar de outro modo, qualquer eventual (futura) justificação de que, para contrapôr a "casualties of war" sucedidas com as NT, se use o conhecimento de particulares pormenores cometidos pelo IN.

Decência, meninos, decência!

João dos Santos

Anónimo disse...

Caro João dos Santos

Eu abomino a GUERRA.

Só deseja a guerra, o homem que não tem paz interior e vive em conflito permanente com ele próprio. Portugal não teve, infelizmente, um estadista à altura, para em tempo oportuno, ter encontrado uma saída politica honrosa para as duas partes, sem que houvesse necessidade de recorrer à via da guerra, que é sempre um desastre em que as atrocidades são cometidas dos dois lados das forças em contenda. A guerra é a atitude dos fracos…

Quando mencionei no artigo o nome, do Alferes Gamboa, fi-lo por sentir respeito, admiração, pela sua heroicidade e coragem, e honrar a sua memória, que mereceu uma lápide no Aquartelamento de Canjadude. O que escrevi, para alguns, mais sensíveis, que eu respeito e estimo, poderá ser exagero, porém, também escrevi com o intuito de despertar algumas consciências para a realidade das atrocidades praticadas nos teatros de GUERRA, porque muitos alimentam esta máquina infernal.

Eu respeito a sensibilidade e opinião de cada um, jamais, com desprimor ou desrespeito por alguém, virei a terreiro coarctar o raciocínio de quem quer que seja, ou insinuar algo com deselegância, só porque não estejam na minha sintonia.


Um abraço

José Corceiro

Anónimo disse...

Camaradas
O que escrevi foi para honrar a memória daqueles que heroicamente caíram em combate. Estavam na linha da frente e sacrificaram-se pelo resto do seu GC. Fazer a guerra não é mutilar nem esquartejar quem está do outro lado. Guerra é uma coisa, barbarie é outra. A história para ser história têm que ser contada nua e crua para que fique os factos verdadeiros e não os virtuais...
Talvez por ter visto aquilo e muito mais, só terei descanso com um metro de terra por cima.
Abraço camarigo a toda a Tabanca.
Luís borrega

https://cart3494guine.blogspot.com/ disse...

Comentou-se tudo menos sobre o emissor/receptor AN/PRC 10. Convém que se diga que que não podemos hoje, ocultar o que quer que seja. Sobre o emissor/receptor AN-PRC 10 devo dizer que não é do meu tempo, não o estudei, realço a discrição pormenorizada sobre este emissor/receptor. No meu tempo (JAN72/ABR74)trabalhei em grafia com o AN/GRC-9 servido com antena dipolo ou antena seccionada por meio de ligadores(horizontal), utilizavamos o E/R racal(TR-28)em fonia, era este rádio que os TRMS de infantaria levavam ás costas nas operações ou colunas devido ao seu poder de alcance, para além do E/R AVP-1 que era utilizado para comunicação entre pelotões e também para o posto fixo. Mais tarde, quase para o final de comissão apareceu o E/R Onkio em FM de excelentes condições de comunicação.
Um abraço,
Sousa de Castro

Anónimo disse...

Caro Sousa de Castro

Recordas-te de algumas características do E/R Onkio, que referes no teu comentário?
Eu nunca tive contacto com ele, nem nunca ouvi falar.

Com o Racal, o AVP-1 e o GRC-9,trabalhava todos os dias com eles.

Um abraço

José Corceiro

https://cart3494guine.blogspot.com/ disse...

Caro José Corceiro, companheiro de armas,

Curiosamente não posso especificar nada sobre o E/R ONKIO, unicamente posso dizer que veio para substituir gradualmente os AVP-1, creio que só nos foi distribuído 2 unidades. Era um rádio muito mais pequeno do que o AVP-1 com excelentes condições de recepção e emissão, não era necessário estar com ele no ouvido devido ao excelente poder de som. Utilizava-se a mesma antena que o AVP-1 em posto fixo, agora não me recordo se em condição portátil tinha uma antena laminar com determinada medida ou tubular crescente.

AB,
Castro

https://cart3494guine.blogspot.com/ disse...

Caro José Corceiro,

Surgiu-me uma dúvida sobre qual foi o E/R que veio substituir o AVP-1

Não me recordo se foi o STORNO ou efectivamente o ONKIO, agora fico na dúvida, alguém que me ajude.

Castro

Anónimo disse...

Amigo Sousa de Castro

O E/R que substituiu o AVP-1 foi o STORNO.

Um abraço

José Corceiro

Unknown disse...

Saudações a todos os especialistas de transmissões.
Gostaria que identificassem um equipamento de que tenho algumas fotos. Creio tratar-se de um PRC 10; no entanto a unidade móvel coloca-me dúvidas.
Como posso fazer? Posso enviar fotos ou mesmo publicá-las mas não sei como ou para onde. Quem pode ajudar?
Obrigado.

Unknown disse...

Já resolvi o problema do equipamento de transmissões. Obrigado.