Queridos Amigos:
Agradeço aos Editores mas também a Todos que me brindaram com Votos de Parabéns, por aqui e através das várias redes sociais, do correio electrónico, e do telemóvel.
Agradeço aos Editores mas também a Todos que me brindaram com Votos de Parabéns, por aqui e através das várias redes sociais, do correio electrónico, e do telemóvel.
Muito Obrigado!
Já agora e a propósito de Avós, Netos e Heróis, aí vai "estória".
Abraço todos os Membros da Tabanca.
Jorge Cabral
por Jorge Cabral (*)
Mais um dia. Lá vou eu entalado entre os anafados peitos de uma dama e a gravata de um cavalheiro, que hoje fez greve ao chuveiro. O Metro segue cheio, mas há sempre lugar para mais um. Na Estação do Saldanha, é invadido por uma excursão de meninos, com a Mestra à frente (bem jeitosa, por sinal). São barulhentos os putos… e eis que um, apontando para mim, grita:
– Aquele ali, é da raça do meu Avô, é um Senhor Herói!.
Raça do Avô? Herói? Sinto centenas de olhares. Encolho-me. Quase desapareço. Disfarço. Peço desculpa à Dama, que diz que não faz mal (benefício de Herói… talvez). Apresso-me a sair. Só no Marquês, começo a pensar. Já sei, o puto é neto do Silva, meu cozinheiro em Missirá. Foi há dois anos, que o encontrei no seu estabelecimento. O Silva vende frangos.
Homem de poucas letras mas de muito coração, levou-me a casa dele e conheci o neto. Estivemos a ver fotografias daqueles tempos e o miúdo queria saber tudo. A certa altura, perguntou-me:
– O meu Avô foi Herói?
– Claro que sim! Todos os que aí estão, foram e ainda são Heróis! – respondi.
Fiz mal? Enganei o Puto? Penso que não. Todos os Avós são Heróis. Assim os Netos os considerem…
Jorge Cabral
__________
Nota de L.G.:
Último poste desta série > 14 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 - P6851: Estórias cabralianas (63): As Sereias do Rio Geba... ou a violência doméstica subaquática (Jorge Cabral)...
(...) Foi na Guiné que aprendi a contar estórias às Crianças. Comecei lá e nunca mais parei. Ainda ontem conheci uma Menina. Disse-me que tem um gato e eu falei-lhe das minhas duas moscas, uma de cama, coitada, cheia de febre… Em Missirá, na Escola, comecei com a Branca de Neve e os 7 Anões, mas logo desisti. (...)
16 comentários:
Não te enganaste, meu caro Jorge, não te enganaste. Para os nossos netos, ao menos, somos todos heróis... Ou haveremos de ser (tu e eu, que ainda não temos netos).
Caro Jorge (Xárá)
Tenho 3 netos, mas que ainda não sabem da vida do avô, em terras da Guiné. Penso deixar esse relato para os meus filhos, se for vontade deles...
Ler os teus comentários é , para mim um prazer, por o que me identifico com eles.
Essa do Metro no Saldanha, terá que ser melhor explicada...
Um abraço, do
Jorge Rosales
"Homem de poucas letras mas de muito coração"... Mas, ó Jorge, só podes ser tu!... Nunca te vi escrever mais do que 20 linhas por estória, nunca vi um escritor tão frugal como tu... E para mais, incapaz de ser "ordinário": por exemplo, podias dizer da mestra dos meninos que era "boa com' ó milho", como dirão os putos quando forem mais espigadotes e peludos... Mas, não, foste "claro, conciso e preciso", ao caracterizares a senhora nestes termos, respeitadores: "bem jeitosa, por sinal")...
Quanto ao tamanho do coração, a gente sabe que "calças" 38... É o teu número talismã: não foram 38 "corpinhos" (sutiães) que levaste para as tuas bajudas de Fá Mandinga, Bissaque, Missirá... quando vieste de férias ?
PS - O prefácio está "alinhavado"... Venha o plano da obra, o índice, o recheio...
Os "putos" são desconcertantes...
...e as tuas histórias fantásticas!
E é a verdade!
Para os Netos, os Avós são HERÓIS!
Eu não conheci os meus avós.
Um deles, o materno, esteva na Grande Guerra e, para mim, foi/é um herói.
Caro Jorge Cabral
As tuas histórias já há muito que não se deixavam aparecer.
Mas não perderam o seu encanto, a fina observação, com o seu quê de mordaz, deixando no ar qualquer coisa com que pensar (quem quiser).
Esse neto é bem perpicaz. Oxalá não se perca!
Abraço
Hélder S.
Amigo Jorge,
Hoje, o comentário a esta história não é meu, mas da minha Inês Manuel, a minha filha mais nova (15 anos).
"Esta história é muito bonita, uma linda história de vida, gostei muito".
Eu também gostei.
Um abraço
Filomena
Caro Jorge Cabral!
Os putos são tramados.
O meu neto, antes de dormir quer fazer uma "Barraquinha" com o avô.
Tudo bem, só que a dita "Barraquinha" é o Lençol levantado, ele armado em reporter e o avô a levantar a barraca no deserto, no Amazonas ou nas matas da Guiné, para ele filmar as anacondas, bolboletas, araras,
babuinos, etc. etc.
Há momentos que parece-me estar como ele.
Só que por vezes o gajo salta furioso da cama e diz:
"Filma tu que já estás a dormir.
Um abraço,
Mário Fitas
CARO JORGE CABRAL,
ESSA TUA MANEIRA DE CONTAR AS COISAS SIMPLES E DEIXAR-NOS A MATUTAR NELAS É,DE FACTO,DE PREDESTINADO.
ABRAÇO
MANUELMAIA
Senhor Cabral,
Eu sou um menino que ainda não viajo de metro, mas ouvi a sua história, contada pelo meu primo Jaime, que já vai fazer oito anos, sabe ler e fazer contas. Eu sou ainda pequeno, de dois anos, mas gosto de trepar cadeiras, andar de cavalinho na cabeceira da cama, de jogar à bola ou correr, tanto no passeio, que a rua é prós carros, como no grande relvado do parque. E também faço travessias perigosas entre as torres de um castelo, lá no parque.
Depois de ouvir o Jaime, perguntei o que é um herói, e o meu primo explicou-me muito bem, que é alguém que mata muitos homens e ganha as guerras.
À tarde, quando estive com o meu avô que foi à guerra, perguntei-lhe se ele foi herói, e ele disse-me que não.
Fiquei muito contente e fomos correr um atrás do outro.
Barbosa
Professor Jorge Cabral, muito boa-noite!
Venho só dizer-lhe, que fez muito bem ter afirmado ao puto a heroicidade do avô e de todos os outros avós, que lá estiveram, e de alguns que não sendo avós virão a sê-lo, ou talvez não, mas isso é outra história.
O que eu sei, é que o puto nunca mais esquecerá, que o avô foi um herói...e que conheceu outro herói do tempo do avô.
há lá coisa melhor que contar histórias a uma criança?
Cumprimentos da Felismina
Boa noite Jorge
Que bonita história! Li a tua história em voz alta para a minha mulher que se tinha acabado de sentar e não esteve para se levantar quando lhe pedi que viesse até ao cumputador. Na parte final quase me engasguei... comovido.Meia dúzia de linhas e uma história de vida tão sentida.Eram tão bom que todos os avós fossem heróis para os seus netos!Esta foi a minha mulher que disse.Um grande abraço de Alcobaça, JERO.
PS-Deste-me força para mandar para o nosso blogue uma história da minha neta Mariana que tem quase 4 anos.
Será que todos só contam histórias verdadeiras aos netos? Näo será muito pobre? Um grande abraco.
Caro Jorge Cabral
Só venho agradecer o belo momento que me fizeste viver, ao ler este teu texto. Muito obrigado.
Um abraço de um avô
O anónimo anterior sou eu,
Manuel Joaquim
Jorge
Obrigado, em primeiro como já disse, estou sempre à espera de ler novas estórias tuas, em segundo esta sobre netos....para mim é ainda melhor porque são os seres que mais adoro, e em terceiro, estou farto, (no bom sentido), de "vender-lhes" as minhas estórias da Guiné e ainda não estou convencido se tenho sucesso.
Um grande abraço.
ASantos
SPM 2558
Caro Jorge
Palavras para quê?
É um contador de histórias Português!!!
Um grande abraço
Enviar um comentário