1. O nosso camarada António Matos, ex-Alf Mil Minas e Armadilhas da CCAÇ 2790, Bula, 1970/72, enviou-nos, em 8 de Novembro de 2010, a seguinte mensagem:
Guiné, netos ou peluches, tudo por uma boa saúde mental!
Afinal o problema da política no blogue quase se tornou um caso político! Como se sabe, um caso político pode ser provocado e não faltariam exemplos para o demonstrar, mas para evitar tentativas veladas numa altura em que se começa a falar de campanhas eleitorais que terão lugar daqui a um valente par de meses, fico-me por aqui para não ferir susceptibilidades. Já uma última reflexão sobre o uso do facebook merece atenção. Hoje mesmo, a Comissão Europeia decidiu elaborar um conjunto normativo tendo em vista a protecção de dados dos cidadãos ao abrigo dos direitos e liberdades dos mesmos, uma vez que há sérias dúvidas sobre o bom uso e preservação das nossas intimidades. É bom que todos o saibam que, uma vez inscritos como aderentes ao facebook, jamais os dados disponibilizados serão apagados! Isto far-vos-à repensar o que já se escreveu sobre o assunto? Na tentativa de, mais uma vez, prevenir antes de remediar, levanto o assunto para que aqueles que eventualmente estejam menos conscientes das implicações destas modernidades possam decidir em consciência. Posto isto, e porque o que interessa é falar da Guiné e quem diz da Guiné diz dos netos, é com o chapéu de trisavô que tomo a palavra. À semelhança de outros velhos babados que voltaram aos tempos de meninice jogando a bola em plena sala de estar com os biblôts a escaqueirarem-se, os vizinhos de baixo a baterem com o toco da vassoura no tecto a pedir silêncio, ou montando um estafermo dum cavalinho que relincha cada vez que se lhe apertam as orelhas e nunca mais se cala, até à hora do banho onde o pantanal final pede meças aos dias em que se dá banho ao cão, passando pela espectacular cagada que o puto fez na exacta altura em que se preparava para sair de manhã para a escolinha e ficou imundo e mal cheiroso até ao pescoço a necessitar de novo banho, à semelhança deles, dizia, também eu lhes vou dando primazia em detrimento do blogue! A verdade é que, não fossem estes faits-divers que fazem parte integrante da minha vivência e esbarraria sistematicamente em recordações duma força intimista potentíssima, é certo, mas destruidora dum salutar bem estar quotidiano que não se justificaria - a guerra do ultramar. Tenho-a como uma experiência de mais valia não transacionável e que guardo com um carinho muito particular, mas está devidamente guardada numa gaveta do armário psicológico devidamente arquivada por datas, por assuntos, por amigos e camaradas, por antecedências, por consequências, por sonhos, por desgostos, enfim, por uma panóplia de separadores de fácil consulta mas em nenhum lado existe lugar para "pendentes"! Para tanto colabora a exacta medida de importância que dou à importância que as coisas têm. Os blogues e as redes sociais, entretêm-nos tanto mais quanto mais participativos nos tornemos e nesse sentido dou-lhes atenção. Cada um com o seu conjunto de interesses, assim vai seleccionando opiniões, palpites, más-línguas, amizades virtuais, compondo parte do ramalhete que o forma enquanto cidadão vivo e activo. E estarmos abertos a novas ideias só nos engrandece e enriquece. É, pois, em jeito de homenagem que abraço o Branquinho e todos aqueles que lhe pegaram igualmente na genialidade do conselho para tratarmos dos netos (ou nos peluches se não tiverem netos ) colocando este post como testemunha. Bem hajam!
António Matos
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Nota de M.R.: Vd. último poste desta série em:
7 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7236: (Ex)citações (105): Netos, ká tem (Miguel Pessoa)
António Matos
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Nota de M.R.: Vd. último poste desta série em:
7 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7236: (Ex)citações (105): Netos, ká tem (Miguel Pessoa)
2 comentários:
Caro António Matos
Gostei do texto.
Eu também por aqui ando lendo e escrevendo neste blogue, compondo, como dizes, parte do ramalhete que (me) forma enquanto cidadão vivo e activo.
Como avô que sou, a descrição que fazes das peripécias que surgem no convívio com os netos, está um encanto.
É bem verdade o que dizes:
" ...estarmos abertos a novas ideias só nos engrandece e enriquece."
Um Abraço
Caro AGMatos
Bem oportuna esta tua (re)entrada.
Gostei particularmente da chamada de atenção (se assim se pode dizer) sobre a necessidade de se manter a sanidade mental e não transformar o que é um capital de conhecimentos e de experiência em algo traumatizante, obsecado, quase doentio, que às vezes parece querer ganhar protagonismo.
Achei igualmente um piadão à tua 'listagem' de actividades e/ou de situações de uma avô enão consegui evitar de me lembrar que o Zé Dinis escreveu sobre isso mesmo... um autêntico pagode!
Um abraço
Hélder S.
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