terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7433: Facebook...ando (3): Uma dramática ida de Buba a Gandembel (Raul Brás, ex-Sold Cond Auto, CCAÇ 2381, Buba, 1968/70)



Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa < CCAÇ 2381 (1968/70> Viatura Unimog 411, mais conhecida por burrinho, destruída por mina A/C na estrada Aldeia Formosa - Gandembel. "A fotografia é de autoria do camarada Estorninho, é ele que está na foto, e foi tirada em Aldeia Formosa... Dá para ver o estado em que ficou a viatura, mas não o cansaço que tínhamos, mal dormidos, comida tinha sido uma ração de combate para cada homem, devido ao percurso ser curto. Mesmo com as coisas a correr do pior,  nada ficou para trás" (R.B.).


Foto: © Arménio Estorninho (2010). Todos os direitos reservados



1. Mensagem do Raul Brás, ex-Soldado Condutor Auto da CCAÇ 2381, “Os Maiorais”, que esteve em Buba, Quebo, Mampatá Empada nos anos de 1968/70 (*). O Raul, que é nosso camarigo, tem também conta no Facebook. É daí que retiramos, com a devida vénia, o relato que ele faz de uma dramática coluna a Gandembel, em finais de Julho de 1968.


Uma coluna de Buba a Gandembel

Parti de Buba, dia 25 de Julho de 1968, pelas 6 horas da manhã, com destino a Aldeia Formosa, eram apenas 30 quilómetros, mas (…) no primeiro dia apenas se conseguiu fazer 12 quilómetros, ao pôr-do-sol, aconteceu o pior…  Durante a coluna já se tinham detectado algumas minas anticarro, [foi preciso montar e desmontar o pontão móvel, devido aos pontões destruídos]. 


A última mina  não foi detectada e rebentou no Unimog que transportava as Transmissões. O Operador de Rádio, duas horas depois,  já não se encontrava no mundo dos vivos, o Unimog ficou como apresenta a foto (acima), que é de autoria do camarada Estorninho.

Aí pernoitámos, fez-se dia, viaturas em movimento, 30 minutos depois cai o flanco direito numa emboscada, o inimigo vem à retaguarda atacar a cauda da coluna. Comunicações não havia, desde que tinha acontecido o pior.

Pelas 10 horas da manhã passaram os Fiat mas,  por acaso, até esse momento ninguém tinha conhecimento de tal coluna. Aí com o rádio Banana, consegue-se entrar em contacto. Meia hora depois aparecem os bombardeiros T6.

Chegou-se pela noite a Aldeia Formosa. Dia 28,  então, a coluna vai a Gandembel. Os nossos comandantes de pelotão reuniram cada um com o seu grupo de combate, e aí nos transmitiram  todos os cuidados que tínhamos que ter em todo o percurso, intervalo uns dos outros o maior possível, no caso de haver emboscada, deitar-se no chão o mais rápido possível, aí ficar no mesmo sítio alguns segundos, e depois rastejar até um abrigo que nos desse mais confiança, para não acontecer o mesmo que tinha acontecido um mês antes (…). 


Noutra coluna, antes da minha, tinham as nossas tropas caído numa emboscada, ficaram lá 13 camaradas. Fornilhos eram pelo menos 16. Um Unimog dos pequenos cabia lá à vontade, num dos buracos. A perna de um camarada encontrava-se em cima das árvores, o corpo de outro camarada encontrava-se no meio da mata, só mais tarde, com a continuação das colunas, é que foi retirado, apenas em esqueleto, e com as cartucheiras à cintura. Foi o camarada Caliça, da 2381, os Maiorais, que o foi retirar. E era assim Gandembel. E quantos Gandembéis nós não conhecemos por essa Guiné fora ?! (***)


Um abraço a todos
Raul Brás
_________________


Notas de L.G.:


(*) Vd. poste de 13 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5806: Tabanca Grande (202): Raul Rolo Brás, ex-Sold Cond Auto da CCAÇ 2381 “Os Maiorais”, Buba/Quebo/Mampatá/Empada, 1968/70


(**) Vd.poste de 2 de Dezembro de 2010 >Guiné 63/74 - P7369: As minhas memórias da guerra (Arménio Estorninho) (19): Factos mais importantes da CCAÇ 2381 no Subsector de Aldeia Formosa


(...) Aldeia Formosa > Factos mais importantes relacionados com as actividades desenvolvidas pela CCaç 2381 no Subsector de Aldeia Formosa e a actividade do IN, no período que mediou de 18 de Julho de 1968 a 21 de Janeiro de 1969. (...)


Ano de 1968
Julho
Dias 25/26



(...) 2 Gr Comb  seguiram em coluna auto de Buba para Aldeia Formosa, a fim de assumirem imediatamente o Comando dos Destacamentos da Chamarra e Mampatá.  Durante a coluna, feita pela antiga estrada Buba – Sinchã Cherno – Bolola – Missirã –Ieroiel – Mampatá – Aldeia Formosa, há vários meses não patrulhada nem utilizada pelas NT, foram detectadas e levantadas 9 minas A/C, e, sofreram as NT 2 emboscadas, que causaram 3 feridos às nossas forças. Foi deflagrada uma mina A/C por uma viatura causando a sua parcial destruição, 1 morto e três feridos ligeiros às NT.

Saliente-se o esforço despendido nesta coluna pelas nossas forças, que durou 36 horas para se vencerem escassos 30Kms. Foram encontrados todos os pontões destruídos (7 pontões!!!), tendo que se montar por todas as vezes o pontão móvel que seguia na coluna. 4 das minas detectadas como se apresentavam com dispositivo de anti-levantamento tiveram que ser destruídas. 



Numa estrada estreita que permitia a custo a passagem de uma viatura pesada, piorou com os buracos resultantes das minas deflagradas, tendo-se que se abrir passagem através da mata com o consequente esforço e dispêndio de energias. 


Salienta-se também o facto de na coluna seguirem 3 obuses de 14cm com aproximadamente 7 toneladas cada, que atascaram diversas vezes, atrasando bastante a coluna. Apesar de tudo, a distância foi vencida sem nunca o moral das NT ter decrescido, nem aquando do rebentamento de 1 mina ter causado um morto e privado de comunicações, pois a viatura destruída era precisamente a das Transmissões. (...)


Vd. também O meu diário (José Teixeira, CCAÇ 2381), publicado na I Série do blogue:


1 Janeiro 2006 > Guiné 63/74 - CDXI: O meu diário (José Teixeira, CCAÇ 2381) (2): Buba/Aldeia Formosa, Julho de 1968 


(...) Buba/Aldeia Formosa, 24-26 de Julho de 1968

Comecei a Guerra. Saí de Buba dia vinte e quatro, às seis da manhã, e cheguei a Aldeia Formosa dia vinte e cinco, às vinte e uma, depois de durante dois dias batalhar com o IN, com o tempo e ultrapassar outras dificuldades.

A estrada (picada) está num estado lastimoso: buracos de minas, pontes destruídas e outros obstáculos que a muito custo se venceram. Os primeiros sete quilómetros foram percorridos em oito horas e meia.

O primeiro ataque foi de abelhas. Eram tantas que mais pareciam uma pequena nuvem e era ver quem mais corria a fugir da sua picada. Eu fiquei quedo como um penedo sentado na berma, entre os arbustos, a conselho de um africano que estava a meu lado e não sofri uma picada. Assustado e perturbado pelo zumbido à minha volta e pela côr que o meu corpo foi tomando na medida em que se fixavam à minha roupa, na cara e na cabeça. Neste estado pude apreciar a confusão de uma fuga precipitada, um tanto hilariante. Se o IN tivesse atacado nesse momento era um desastre total, tal foi a desorganização gerada.

Depois... veio aquela mina roubar mais uma vida e pôr duas em perigo... Inimigo cobarde !... Frente a frente não consegue atingir os seus objectivos e ataca à traição, num pequeno descuido dos picadores.

Que culpa terá aquele jovem que me morreu nas mãos, que os homens não se amem ? Que culpa tenho eu ?

A noite começou mais cedo neste negro dia de vinte e quatro de Julho! Esta vida salvava-se, mas um mal nunca vem só. A viatura atingida era o carro do rádio e consequentemente desde aquela hora (16 h) ficamos completamente isolados do resto do mundo. O ferido mais grave e que veio a falecer era o radiotelegrafista. Isto é guerra...

Quando nos dispúnhamos a montar acampamento o radiotelegrafista morreu. Com o impacte do rebentamento tinha ido ao ar e caiu de peito, rebentando por dentro. Eu e o Catarino nada pudemos fazer.

Esperávamos que o IN atacasse de noite pois tinha sido detectado pela aviação durante o dia. Felizmente durante a noite não houve surpresas e eu, entregue totalmente ao ferido que sobrou para mim, o condutor da viatura sinistrada, um pouco mais conformado recomecei, melhor recomeçámos a marcha com toda a cautela, pois no dia anterior, além da mina que rebentou, foram localizadas mais três.

Para alimentação deste dia não tínhamos nada. A ração de combate mal chegou para o primeiro dia. À frente havia IN, "manga dele", havia buracos, pontes interrompidas. Havia minas, só não havia comida.

Ainda não tínhamos percorrido três quilómetros, quando caímos na primeira emboscada. Dois bigrupos esperavam-nos. Felizmente a Milícia que protegia os flancos, descobriu-os e, sem compaixão, todas as máquinas de guerra funcionaram. O meio e a rectaguarda da coluna embrenhados no mato aguardavam prontos a intervir o que não foi necessário. Quinhentos metros à frente é a vez da retaguarda ser flagelada e obrigar o soldado português a mostrar as suas capacidades de luta. Deste segundo encontro há registar dois feridos.

A coluna recompôs-se e continuou a sua marcha de 30 viaturas carregadas de mantimentos e armamento (três obuses 14, entre outro material). A meio da manhã chegaram os Fiat. Com a aviação sentimo-nos mais seguros e confiantes. Os feridos foram evacuados de heli. Uma coluna que normalmente se faz em oito horas, demorou dois dias.

Agora que sinto o barulho do matraquear das armas, que sinto o silvar das balas assassinas sobre a minha cabeça, começo a sentir um tremendo ódio a tudo o que seja guerra. Sim. Odeio os homens que, em vez de se amarem, se guerreiam. Que culpa tenho eu que os homens não vivam o amor ?

Quando abriu a emboscada escondi-me debaixo de uma viatura e senti bem perto as balas a assobiarem, pois um IN estava em cima de uma palmeira à minha frente, a fazer fogo. Ainda tentei usar a arma que tinha comigo, mas esta encravou à primeira tentativa e ainda bem. Fui apenas um espectador.

Que eu jamais faça guerra... Que eu ame sempre. (...)



(***) Último poste da série >  4 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7377: Facebook...ando (2): Duas fotos do Durval Faria, Nossa Senhora do Rosário, Lagoa, São Miguel, RA Açores, que pertenceu à CCAÇ Esp 274 / BCAÇ 356, CTIG, 1962/64

10 comentários:

Luís Graça disse...

Raul, que história tétrica, essa, de corpos de camaradas que ficaram pendurados em árvores, por efeito de minas, e de que só mais tarde foram retirados os restos!...

Eu sei que na Guiné um cadáver abandonado na mata demorava uma semana a decompor-se e desaparecer... Era impressionante! Vi o esqueleto de um comandante do PAIGC, vestido com o respectivo uniforme, lá para os lados de Porto Gole... Malta nossa, só lenços e outros restos de vestuário...

Eu acho que um dia ainda vai aparecer um grande cineasta português para fazer fazer um grande filme sobre a história de Gandembel, a epopeia da sua defesa, bem como das colunas logísticas que vocês fizeram até lá, para abastecer os homens-toupeira...

Zé Teixeira disse...

Luís.
Infelizmente aconteceu. Não na coluna que o Raúl descreve. Eu também lá ia e não me apercebi de tal facto. Uns dias antes tinha havido outra coluna em que a C.Caç 2381 não participou por ainda não estar no terreno, em que houve vários mortos.
Numa das colunas seguintes, sim. A C.Caç. 2317 veio ao nosso encontro e sofreu uma emboscada com armadilhas no terreno que roubou a vida a 6 homens e um desaparecido. Este ou que restava dele, o esqueleto, foi localizado por um camarada meu, pelos vistos o Caliça, de saudosa memória.
A sorte dos homens da minha Companhia foi ter invertido a marcha da coluna, depois de saber o que aconteceu com os Grupos de combate da C.Caç 2317. Aliás, o comandante no terreno da 2317 insistiu connosco para recuar e assim se fez.
No dia seguinte apareceram os Páras e começou a festa rija na zona. voltamos uns dias depois e apanhamos 27 minas que juntas ás que os Páras localizaram ultrapassou as oitenta minas. Tempos duros, sem dúvida.
Talvez o Idálio possa esclarecer melhor.
Zé Teixeira

Zé Teixeira disse...

Nota que o corpo foi localizado na coluna seguinte, uns dias depois do acontecimento e depois de os Páras, terem feito alguns estragos no inimigo.

Anónimo disse...

Raul Brás

Transcrevo do Post:
"E quantos Gandembéis nós não comhecemos por essa por essa Guiné?!"
Não houve assim tantos... Houve Guileje, Guidaje, Gadamael, mas não demoraram assim tanto tempo e com tanta pressão continuada.
(Não sei se o Idálio Reis ou o Hugo Guerra estão a "ouvir").

Luis Graça e Zé Teixeira

A minha Companhia fez a oluna de regresso a Aldeia Formosa (duas ou três horas depois) e o braço (ou perna) estava lá em cima das árvores. Quem se arriscava a ir lá buscá-lo?
A última viatura da coluna estava carregada com os destroços dos corpos que (na ida) tinham sido apanhados do chão. Só ao fazer a chamada do pessoal se pôde constatar quem estava... nessa viatura.
Há uma referência a esses factos no meu livro "Cambança".
Alberto Branquinho

Anónimo disse...

Como vêm, de Buba-Aldeia Formosa, sai em Junho um Brás (José) para Medjo, e chega outro Brás (Raúl.
Havia de haver alguém que se perguntaria: -Então, há no puto tantos Brás?
Desculpa a brincadeira, camarada
e Abraço
José Brás

Zé Teixeira disse...

Alberto Branquinho.
Eu tomei conhecimento no terreno dos efeitos dessa terrível emboscada, que aconteceu uns dias antes de nós lá chegarmos. Os buracos na picada só por si eram assustadores. Vi o Fiat a arder e a desaparecer. Fui salvo de uma rajada que picou a parada de Gandembel, porque um camarada me arrastou para junto da caserna uns segundos antes, mas não vi o braço ou perna pendurado. Acredito que estivesse lá e até tivesse tomado conhecimento, mas como não escrevi no meu "diário" foi varrido ou coberto pelo pó que cobre o sótão da minha memória. O corpo desaparecido na coluna seguinte que uns dias depois foi recolhido em esqueleto, está marcado na minha memória, porque se via no chão indícios de que não morreu na ocasião. Fez esforços para se levantar e ...como ninguém o foi procurar, pois toda a gente pensou que tinha ficado em bocados, como os outros seis. Morreu de forma que ninguém conseguirá imaginar. Paz à sua alma.
Nessa altura o Hugo Guerra ainda não andava por estas paragens.
Zé Teixeira

Anónimo disse...

Olá Camarigos, recordar é dizer que estamos vivos.

No meu Poste P6114, não pretendi ir tão além e agora estou a corroborar com os meus irmãos da C.Caç.2381, Raul Brás e Zé Teixeira.

E, dando uma achega louvando "os mártires de Gandembel," aquando 01 GRCOMB da C.Caç.2317 efectuava apoio logístico a uma coluna de Aldeia Formosa-Gandembel (escoltada pela C.Caç.2381) e junto ao pontão de Changue Laia, cairam num campo de minas IN, sofrendo vários mortos e feridos.

Posteriormente no local fora encontrado um esquelete(Furriel Mil) tendo sido levantado e encontra-se em campa no cemitério de Bissau

Arménio Estorninho
C.Caç.2381 "Os Maiorais"

Anónimo disse...

Em "ajuda" das discussöes quanto a guerras coloniais militarmente ganhas(ou perdidas!),uma coisa posso garantir:-Nós CCaç 2381,nas colunas Buba-Aldeia Formosa-Gandembel,e nos Destacamentos isolados de Chamarra e Mampatá näo perdemos...a "nossa guerra"! Uma opiniäo simplória de um simples comandante de grupo de combate dos Maiorais da 2381. Um abraco.

Raul Bras disse...

Embora já atrasado, mas é o que consigo fazer, ao pouco conhecimento que tenho nisto. Na minha descrição que fiz em relação na ida a Gandembel,não disse que aconteceu com a 2381,nessa coluna que fiz a Gandembel,até correu tudo lindamente,a não ser o Fiat, que foi atingido pelo inimigo,mas nada nos causou de maior,e no regresso, uma grande trovoada,era de dia e emidiatamente ficou de noite,.O que digo,foi, o que tinha acontecido numa das ultimas colunas que tinha sido feita a Gandembel,os restos de corpo humano estavam no terreno onde tinha acontecido o pior.Enquanto na descarga, dos haveres que nos levou a Gandembel no momento exacto,a unica coisa que digo, e que aconteceu,foi que tivemos que interromper os trabalhos que tinhamos pela frente,devido ao fogo inimigo.Um abraço a todos. Raul Rolo Brás

Unknown disse...

Relativamente à coluna dos 3 obuses > Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa (Quebo) > Julho de 1968 > Com a viatura destruída por mina a/c. Era a do Rádio de Transmissões,..."
Quero acrescentar que o condutor desse carro é o meu pai, condutor auto Francisco José Miranda Velez. Ele sobreviveu apenas porque pressentiu o que se avizinhava. O PAIGC não ia deixar barato o transporte dessas armas para a Formosa. A existir um ataque sério e articulado a uma coluna, o primeiro alvo teria que ser as transmissões, neste caso o veiculo das transmissões. Ele desmontou o banco do condutor e encheu três sacos de areia e conduziu o carro sentado em cima dos sacos de areia. Ainda assim foi projectado para a frente do Unimog segundo se consta cerca de 30 metros.
O veiculo seguia atrás de outros ( Ao que parece era o 5º veiculo) mas uma mina "programada" esperava-o.E digo "programada" porque segundo o meu pai ele não desviou um milímetro do rodado da viatura da frente que por sinal até era mais pesada. Devo acrescentar também que momentos antes o capitão tinha descido da viatura e o cabo telegrafista tinha subido na mesma, não estava protegido com sacos de areia e o capitão por ainda estar próximo à viatura também sentiu os efeitos da explosão e também se feriu.
Dá para ver pelo estado do veiculo a potência da explosão mas os sacos de areia salvaram-no praticamente ileso.
Devo ainda dizer que quando a coluna ainda estava em Buba e o meu pai tirou o banco do carro, ainda aconselhou o cabo telegrafista a fazer o mesmo e a encher uns sacos de areia, mas este sabendo que seguiriam outros carros na dianteira achou que talvez não fosse necessário e não o fez. Não quero com isto estar a recriminar o cabo telegrafista por ter desleixado a segurança, aliás ele foi uma vitima inocente desta guerra, possivelmente mesmo com os sacos de areia talvez não escapasse ao seu destino, mas acho importante acrescentar mais estas peças ao puzle