Data: 22 de Janeiro de 2011 07:30
Assunto: Já nostálgico... antes de o ser!
Caríssimo:
Cedinho, cedinho, para acordar as renas, e tendo em conta que "numa boa página de prosa ouve-se nevar", informo-te ter a Histórica Tabanca da Lapónia atingido o seu apogeu intelectual, criativo e didático.Recomendo, e mais uma vez sem falsas humildades, uma visita in extremis a esta página única da Cultura Lusitana.Cultura täo firmemente implantada nas imensidões árticas, como o foi na saudosa Guiné, após mais de cinco séculos de etc, etc, etc.
As muitas e variadas mensagens de um esoterismo profundamente criptogâmico (do tipo existente nas camisolas do Benfica) criam um espaco martirológico de meditações zeugmáticas para os proparoxítonos anos da vida que vai restando aos heróicos ex-combatentes de todas as Áfricas. E, terminando a um nível intelectual que, com sentida disciplina militar criada por muita órde unida, fui sabendo (durante estas longas décadas) inbuir aqui nas alimárias ruminantes....cito o Poeta quando se pergunta:
- Onde estarei eu hoje....em pequeno?
Bem vindos ao Fim da Picada da Tabanca da Lapónia!
2. Comentário de L.G.:
A verdade, José, é que eu dei com as trombas na parede (envidraçada), quando quis entrar na tua Tabanca... De duas uma: ou tu não pagaste a renda ao senhorio, ou as renas mudaram de dono, ou o dono mandou as renas para o matadouro... Estou sem bússola, confuso: mas tentando descodificar a tua mensagem, parece-me poder concluir que chegaste mesmo ao polo norte, e espetaste lá a nossa bandeira, verde e rubra, acrescentando mais um glorioso nome lusitano à lista gloriosa dos grandes conquistadores do planeta....
Sempre imaginei o polo norte como o fim da picada... Chega-se lá, exangue, e cai-se para o lado... E de lá, vai-se direitinho, na melhor das hipóteses, para os cuidados paliativos que é afinal o tipo de cuidados que o nosso blogue deve administrar, segundo a douta opinião de um camarada nosso, médico, que nos espreita com regularidade... Estando em vias de extinção, à geração da guerra colonial não mais restaria do que morrer em paz, em pijama, na cama, e sem chatear os vindouros... No mínimo, o que eu posso dizer da tua Tabanca e do teu regulado, é que viveste e deixaste viver, tinhas os teus impostos em dia, deste o teu melhor, e que tens duas pátrias a quererem esquartejar o teu cadáver... Não tens que tomar nenhuma decisão hoje ou por estes dias mais próximos... Se virares a folha do calendário, verificas que tens outros tantos anos (a somar aos teus sixties...) para viver e para morrer... Por isso aceito a tua saudação patriótica: Da Lapónia com amor... Da minha parte, só espero que continues a surpreender-nos com o teu fino sense of humor... L.G.
2. Comentário de L.G.:
A verdade, José, é que eu dei com as trombas na parede (envidraçada), quando quis entrar na tua Tabanca... De duas uma: ou tu não pagaste a renda ao senhorio, ou as renas mudaram de dono, ou o dono mandou as renas para o matadouro... Estou sem bússola, confuso: mas tentando descodificar a tua mensagem, parece-me poder concluir que chegaste mesmo ao polo norte, e espetaste lá a nossa bandeira, verde e rubra, acrescentando mais um glorioso nome lusitano à lista gloriosa dos grandes conquistadores do planeta....
Sempre imaginei o polo norte como o fim da picada... Chega-se lá, exangue, e cai-se para o lado... E de lá, vai-se direitinho, na melhor das hipóteses, para os cuidados paliativos que é afinal o tipo de cuidados que o nosso blogue deve administrar, segundo a douta opinião de um camarada nosso, médico, que nos espreita com regularidade... Estando em vias de extinção, à geração da guerra colonial não mais restaria do que morrer em paz, em pijama, na cama, e sem chatear os vindouros... No mínimo, o que eu posso dizer da tua Tabanca e do teu regulado, é que viveste e deixaste viver, tinhas os teus impostos em dia, deste o teu melhor, e que tens duas pátrias a quererem esquartejar o teu cadáver... Não tens que tomar nenhuma decisão hoje ou por estes dias mais próximos... Se virares a folha do calendário, verificas que tens outros tantos anos (a somar aos teus sixties...) para viver e para morrer... Por isso aceito a tua saudação patriótica: Da Lapónia com amor... Da minha parte, só espero que continues a surpreender-nos com o teu fino sense of humor... L.G.
14 comentários:
Tomei hoje conhecimento deste blog e vou ter curiosidade de o ir lendo, com tempo.
Foram curtos os tempos que passei na Guiné, apenas 4 meses, a estagiar, como alferes, para depois vir a iniciar o curso de capitães milicianos, em Mafra, tendo após a sua conclusão, ido para Moçambique, a comandar uma companhia.
Cheguei a Bissau a 31 de Dezembro de 1971 e estive 4 meses na Companhia operacional que estava na altura em Nova Lamego, que confesso não me lembrar qual.
Abraço.
João Carlos Roque
Seria a CCav 3405?
Abraço,
Carlos Cordeiro
Surpreendido pela amizade de Camaradas ,e de muitos desconhecidos,que com os seus E-mails me perguntaram pela defunta Tabanca da Lapónia,( näo será um "certo odor" das últimas semanas que os tem levado a procurar respirar o ar fresco do Círculo Polar?);de qualquer modo,perante um täo forte "Poder das Massas Populares"....onde já terei eu ouvido isto?Naquele plenário da Universidade de Lisboa, vindo da boca do activista Duräo Barroso dos anos sessenta?...Sinto-me obrigado a colocar no mais que defunto blog,uma página especial,de verdadeiras despedidas...sobre despedidas. OBS!OBS! Está lá colocado algum material que,apesar da sua natureza profundamente histórica,será menos próprio para pessoas mais sensíveis(ou sugestionáveis).Aos restantes,e citando os nossos maiores:"É fartar vilanagem"!. Blog http://lapplandkeywest.com/ Um grande abraco.
Caro José
Acabaste por liquidá-lo?
Foi à boa maneira do Oeste olhos nos olhos e um tiro certeiro.
Tenho pena, pois era um sítio que eu gostava de visitar e desfrutar.
Cá ficou sempre à espera das tuas tomadas de posição e palavras amigas, embora noutros domicílios
Um abraço amigo
Juvenal Amado
Camarigo Zé Belo
ou
D. José, O Belo, assim a modos como D. Fernando, O Formoso, pois se este reinou na lusa pátria tu reinaste ( não tem a ver com renas - seria "renaste")na longínqua Lapónia, sempre embuído de um " esoterismo profundamente criptogâmico" que até te levou, a ti leão, a falares na camisola do meu querido Benfica!
Se o nosso Comandante Luís Graça bateu na vidraça da tua Tabanca, a minha caravela há muito que havia encalhado nas águas gélidas do círculo polar ártico, pois todas as mensagens que te enviava eram devolvidas através do post fail message, uma modernice qualquer que confunde quem tantos anos só utilizou a bússola e o sextante.
Começava a preocupar-me com o Vosso silêncio, quando ao abrir o nosso Blogue, ainda o sol não nascera, deparo com a figura altiva de Joseph Bello!!!
Sorri, li e reli e a minha popular linguagem não atinava com o âmago, com a essência das palavras de D.José.
Munido de volumoso dicionário em busca do entendimento da mensagem que à primeira vista me parecera "criptada" lá a fui analisando vagarosamente continuando sem entender a que propósito chegam os " zeugmas proparoxítonos", debrucei-me atentamente sobre a citação de poeta que eu desconheço:
- Onde estarei eu hoje...em pequeno?
Então fez-se luz no meu fraco espírito!
O Camarigo Zé Belo vem hoje ao cozido à portuguesa da Tabanca do Centro!
Mas mesmo que faça frio, ou as renas se atrasem e te impeçam de chegar a Monte Real, proporei ao comandante Mexia Alves que faça um brinde à tua estimada pessoa.
Com amizade
Vasco A. R. da Gama
Utilizando o vernáculo português.
Possara! Quem fala assim não é gago!
Palavras para cima de um dinheirão!!!
Trocaram-se-me os olhos perante tanta "erudição semântica"!
Olha, pá, como eu agora não tenho aqui o dicionário à mão, toma lá um abraço forte e camarigo e "não digas que vais daqui"!!!
O "pá" é recordando alguns, ou um, daqueles das tais "massas pipolares"
José Joseph
Em vinte e um respondi e o frio, certamente o frio, não deixou passar as lusas palavras. Estão mal as lusas palavras...mas, José Joseph,depois de voltar a ler o teu escritos, as palavras derramadas por de baixo e ao lado digo o quê??????????? Digo:
- Lapão do caraças não feches,- devia ser fexes com x mais giro e passava no Acordo,- a Tabanca da Lapónia.
Deixa sair dela palavras e...isso José Joseph....eu velho luso arregalo o olho, perdão, os olhos e deleito-me.Que renas tão bem tratadas...as tuas
Depois é sempre um espaço aberto...
Nada mais digo!
Um abraço Torcato
Ah:podes dizer mas não escreves...perdi a testosterona da escrita...quase, ou mesmo eunuco na escrita, na escrita....
Vasco:
Também desconfiei da frase: "onde estarei eu hoje... em pequeno"... Mas não me ocorreu que hoje era dia de almoço-convívio na Tabanca do Centro, com epicentro em Monte Real... O Zé Belo é menino para meter o trenó e as renas ao caminho e aparecer por aí, esbaforido, fugindo do calor do Ártico para se enfiar no frio polar de Monte Real... (A única vantagem é que aqui há cozido à portuguesa e camarigagem de cinco estrelas: um Alfa Bravo para todos so convivas e para o régulo, J. Mexia Alves)
E o poeta, o poeta, quem é ? Só podia ser o Belo, o Ruy Belo, que é um dos preferidos do Zé (e meu)... A propósito, haverá alguma relação de parentesco entre os dois, o Ruy e o José ?
OH AS CASAS AS CASAS AS CASAS
Oh as casas as casas as casas
as casa nascem vivem e morrem
Enquanto vivas distinguem-se umas das outras
distinguem-se designadamente pelo cheiro
variam até de sala pra sala
As casas que eu fazia em pequeno
onde estarei eu hoje em pequeno?
Onde estarei aliás eu dos versos daqui a pouco?
Terei eu casa onde reter tudo isto
ou serei sempre somente esta instabilidade?
As casas essas parecem estáveis
mas são tão frágeis as pobres casas
Oh as casas as casas as casas
mudas testemunhas da vida
elas morrem não só ao ser demolidas
elas morrem com a morte das pessoas
As casas de fora olham-nos pelas janelas
Não sabem nada de casas os construtores
os senhorios os procuradores
Os ricos vivem nos seus palácios
mas a casa dos pobres é todo o mundo
os pobres sim têm o conhecimento das casas
os pobres esses conhecem tudo
Eu amei as casas os recantos das casas
Visitei casas apalpei casas
Só as casas explicam que exista
uma palavra como intimidade
Sem casas não haveria ruas
as ruas onde passamos pelos outros
mas passamos principalmente por nós
Na casa nasci e hei-de morrer
na casa sofri convivi amei
na casa atravessei as estações
respirei - ó vida simples problema de respiração
Oh as casas as casas as casas
RUY BELO (1933-1978)
(in "Todos os Poemas", Assírio /& Alvim, Lisboa, 2004).
Caro Jose
Eu, que juro, atingi o meu topo de carreira militar no posto de 1º Cabo Especialista da FAP e não estudei na Faculdade de Direito de Lisboa, escolho do teu ultimo (?) Post da Tabanca da Laponia, sem mais delongas:
a INGA - lol.
Para ti um forte abraço e até sempre, nestes espaços etereos ou pessoalmente ai por uma das Tabancas... geladas ou não.
Jorge Narciso
Zé: A Tabanca Grande fica mais pobre sempre que encerra uma tabanca pequena... A tua não era grande nem pequena, era única...Não haverá por aí mais um bruto lusitano que aceite, de trespasse, as tuas renas e o teu trenó ? Eu sei que os tempos estão difíceis e que a crise do imobililiário chegou à Lapónia, mas a verdade é que nos sabia tão bem ter aí um iglô lusitano... Vamos ter saudades do belo e do Belo...
Caro Amigo Luís Graca! Mais um Lusitano que aguente viver décadas na Lapónia dos trinta e muitos graus negativos?Dos Invernos de nove meses? E desses,os meses em que durante 24 horas o Sol..."cá tem"? Lusitano/Lapäo só há um:-O Zé Belo e mais nenhum! E já agora,a propósito de lacos familiares com o Ruy Belo (que näo tenho)uma pequena história relacionada.Ano de 1975 no saudoso Joäo Sebastiäo BAR das noites lisboetas,onde tudo o que era "progressista",fosse escritor,actor de teatro e revista,cantor,jornalista nacional ou estrangeiro,agentes mais ou menos secretos (mais menos que mais!) das várias "secretas" internacionais,e alguns senhores militares,(estes pseudo-tudo!),desde elevados Conselheiros aos mais humildes "graneleiros",todos por lá tinham escritório...noite-sim/noite-sim! Ora o nosso José Cardoso Pires,quando passava para além de um certo limite nos refrescos vários,costumava convidar-me para o acompanhar em mais alguns refrescos,sendo a conversa nestas alturas sempre à volta da certeza (dele!) de que eu TINHA que ser familiar do Ruy Belo.Ninguém o conseguia demover desta certeza.Muitos beberam,e bem,à custa das saúdes feitas por Cardoso Pires ao meu pseudo-familiar! Um grande abraco. (PS)-Pelo comentário do Camarada Jorge Narciso quanto à nossa amiga "Inga" ,de entre as outras amigas Suecas que aparecem na página hoje publicada da defunta Tabanca ,sob o tema didático de que...NEM TUDO SÄO RENAS NA LAPÓNIA,tenho que admitir as minhas limitacöes valorativas,talvez por já demasiado "assuecado".Talvez.
Caro Zé Belo,
Hoje foi dia de cozido.
Tu não estavas, sentimos a falta tal como vamos sentir a falta da tua/nossa Tabanca.
Um abraço
BSardinha
José Belo,
como "pré-lapão" do João Sebastião Bar:
O bar também era dos "mirones" que tu não referes (não tinham "status"...) e esses mirones já eram "lapões" porque por lá alapavam para ver o ambiente e... talvez(?) alapar qualquer coisa.
Se a Tabanca da Lapónia está fechada, descongela-a lá mais para o Verão. Veremos!
Alberto Branquinho
Inge Balk, assim se chamava a minha alemã de Hamburgo(1966/67)loirinha,olho asul linda de morrer,
igualzinha, por fora, ao que de melhor a terra, as mães suecas deram à luz, à luz do sol, à luz da lua, à luz dos nossos olhos.
Dia 11 de Fevereiro sigo para Xangai. Pelas terras da China ficarei parte do ano de 2011. Pensei criar
a Tabanca de Xangai, mas não vai dar, tal como tu, meu caro Zé Belo,
estaria solitário entre as gentes, aos milhões e milhões,de olhos em bico. A nossa Guiné é cá.
E os blogues são proibidos na China.
Não entram nos computadores, é tudo limpo, tudo cortado.
A Tabanca de Xangai ficará para uma outra reencarnação.
Abraço,
António Graça de Abreu
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