Guiné > Região do Oio > Bissorã > Pessoal da CART 1525 (1966/67) e da CART 1746 (1967/69) > Na messe de oficiais: O Rogério Freire, alf mil da CART 1525, é o de "de óculos ao lado do Madaíl" (Gilberto Madaíl, em primeiro plano, no lado esquerdo). "Ao fundo está o (na altura) Capitão Mourão da CART 1525 e, ao seu lado, à direita da foto de óculos, o Capitão Vaz" (RF)... A única foto que temos deste militar, cuja companhia fez a segurança aos "piras" da CCAÇ 2590 (futura CCAL 12), desembarcados de LDG, em 2/6/1969, no porto do Xime...
O Cap Mil António Vaz comandava a companhia a que pertencia o Alf Mil Madaíl, a CART 1746 (que irá acabar a sua comissão no Xime, Zona Leste, Sector L1; aqui, no Xime, os oficiais dormiam em rulotes que, segundo o Zé Ferraz, terão vindo da antiga estação agronómica de Fá Mandinga onde dizem - mas ainda não vi documentado - terá trabalhado o Eng Agrónomo Amílcar Cabral e possivelmente a sua esposa e colega, portuguesa, Helena).
Em Bissorã, sempre houve uma tradição ligada à actividade desportiva e, nomeadamente, ao futebol... Não sabemos se o jovem Madaíl tinha jeito para a bola ou, na altura, já tinha revelado a sua vocação para dirigente desportivo... Diz o Rogério Freire (RF) sobre o Gilberto Madaíl, que é hoje uma figura pública (ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol): "A imagem que retenho do Madaíl daquele tempo é o de uma pessoa muito alegre e bem disposta e de muito fácil conversa e diálogo"... (LG)
Foto: CART 1525 - Os Falcões (Bissorã,Guiné-Bissau, 1966-67) (Reproduzida com a devida vénia...).
1. Mensagem que nos chegou, no dia 20 do corrente, do nosso camarada António Vaz, ex-cap mil da CART 1746 (Bissorã e Xime, 1967/69), a que pertenceram o Manuel Moreira e JFerraz... Retribuímos a homenagem deste valoroso militar ao nosso blogue, com o convite para se acolher à nossa Tabanca Grande. Ele é nosso leitor regular, e é do tempo de camaradas nossos do leste como o Torcato Mendonça, o Beja Santos, a malta do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70)... Para cumprir as formalidades do blogue, só nos faltam as duas fotos da praxe, uma do antigamente da guerra e outra mais atual (com as rugas da expressão)... Quanto à apresentação, está um mimo! Oxalá muitos outros comandantes operacionais, nossos camaradas, porque andaram connosco no mato, seguissem o exemplo do Amtónio!... Sê bem vindo, camarada! A qualquer hora da noite ou do dia!... Vamos aproveitar o macaréu da memórias!... É uma boa altura, já que vamos comemorar os 8 (!) anos de existência, ou sejam, 4 comissões... (LG)
De: António Vaz [vazav@sapo.pt]
Data: 20 de Março de 2012 22:46
Assunto: Homenagem
O meu nome é Antonio Gabriel Rodrigues Vaz, lisboeta, de 75 anos e andei pela Guiné de Julho de 1967 a Julho de 1969 como comandante (cap mil) da Cart 1746.
Até Janeiro de 1968 em Bissorã e no Xime até ao fim da comissão ou seja até 14 horas antes de embarcar no Niassa de regresso a Lisboa onde cheguei na véspera do Santo António de 1969.
A Cart 1746 cruzou-se com com algumas unidades de que fazem parte camaradas que frequentam a Tabanca Grande e que estiveram num e noutro sector embora o L1 [, Bambadinca,] seja mais "concorrido" o que se compreende.
Confissão: As minhas recordações da Guiné não têm uma intensidade uniforme. Dizendo melhor, vêm e vão por marés durante estes 45 anos embora nestes últimos tempos tenham vindo como um macaréu que não baixa. Ficam sempre em maré cheia, talvez por culpa da Tabanca Grande.
A idade é também um facto importante e parece que, ao chegar ao fim do caminho (e isto sem dramatismos) aqueles anos tomaram uma relevância que aqui há 20 ou 30 anos não tinham. Andei entretanto por outras "guerras" mas é aquela que vem sempre à tona talvez por ser uma coisa que nada ter tido a ver com a vida profissional, social e civil em que me movimentava.
As circunstâncias excepcionais em que decorreu (nem toda a gente esteve envolvida num conflito armado sem ser militar de carreira) é hoje o motivo que escrevo estas palavras e porque presentemente percorro com frequência a Tabanca Grande da primeira à ultima morança.
A Tabanca Grande é um fenómeno que eu , que não sou bloguista, me deixa abismado e de certo modo surpreendido, porque que eu saiba não tem paralelo com outras formas de depoimento escrito sobre outros teatros de operações nem outras actividades.
Para todos que erigiram e alimentaram com contribuições várias este blog presto aqui as minhas merecidas homenagens.
Eu e a malta da Cart 1746 partilhámos convosco, na Guiné, toda a sorte de provações, vivendo em más e precárias instalações, com faltas de toda a ordem, atascámo-nos nas mesmas bolanhas, cortámo-nos no mesmo capim verde e fugimos do seco, das abelhas, tivemos a mesma sede, sofremos emboscadas e gramámos ataques ao estacionamento, encharcámo-nos com as mesmas chuvas e tivemos insolações, isto tudo para além dos inevitáveis mortos e feridos que lamentamos e lamentaremos sempre profundamente e que não esquecemos.
É por tudo isto que nos irmanamos no blog Tabanca Grande
Um abraço para todos do António Vaz
____________
Nota do editor:
Último poste da série > 15 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9610: O Nosso Livro de Visitas (130): Ex-Cap Inf Diamantino Ribeiro André, comandante da CCAÇ 2406 (Olossato e Saltinho, 1968/70), e ex-presidente da CM de Proença-a-Nova, ouviu-nos na rádio e quer ir ao nosso VII Encontro Nacional, em 21 de Abril próximo
Data: 20 de Março de 2012 22:46
Assunto: Homenagem
O meu nome é Antonio Gabriel Rodrigues Vaz, lisboeta, de 75 anos e andei pela Guiné de Julho de 1967 a Julho de 1969 como comandante (cap mil) da Cart 1746.
Até Janeiro de 1968 em Bissorã e no Xime até ao fim da comissão ou seja até 14 horas antes de embarcar no Niassa de regresso a Lisboa onde cheguei na véspera do Santo António de 1969.
A Cart 1746 cruzou-se com com algumas unidades de que fazem parte camaradas que frequentam a Tabanca Grande e que estiveram num e noutro sector embora o L1 [, Bambadinca,] seja mais "concorrido" o que se compreende.
Confissão: As minhas recordações da Guiné não têm uma intensidade uniforme. Dizendo melhor, vêm e vão por marés durante estes 45 anos embora nestes últimos tempos tenham vindo como um macaréu que não baixa. Ficam sempre em maré cheia, talvez por culpa da Tabanca Grande.
A idade é também um facto importante e parece que, ao chegar ao fim do caminho (e isto sem dramatismos) aqueles anos tomaram uma relevância que aqui há 20 ou 30 anos não tinham. Andei entretanto por outras "guerras" mas é aquela que vem sempre à tona talvez por ser uma coisa que nada ter tido a ver com a vida profissional, social e civil em que me movimentava.
As circunstâncias excepcionais em que decorreu (nem toda a gente esteve envolvida num conflito armado sem ser militar de carreira) é hoje o motivo que escrevo estas palavras e porque presentemente percorro com frequência a Tabanca Grande da primeira à ultima morança.
A Tabanca Grande é um fenómeno que eu , que não sou bloguista, me deixa abismado e de certo modo surpreendido, porque que eu saiba não tem paralelo com outras formas de depoimento escrito sobre outros teatros de operações nem outras actividades.
Para todos que erigiram e alimentaram com contribuições várias este blog presto aqui as minhas merecidas homenagens.
Eu e a malta da Cart 1746 partilhámos convosco, na Guiné, toda a sorte de provações, vivendo em más e precárias instalações, com faltas de toda a ordem, atascámo-nos nas mesmas bolanhas, cortámo-nos no mesmo capim verde e fugimos do seco, das abelhas, tivemos a mesma sede, sofremos emboscadas e gramámos ataques ao estacionamento, encharcámo-nos com as mesmas chuvas e tivemos insolações, isto tudo para além dos inevitáveis mortos e feridos que lamentamos e lamentaremos sempre profundamente e que não esquecemos.
É por tudo isto que nos irmanamos no blog Tabanca Grande
Um abraço para todos do António Vaz
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Nota do editor:
Último poste da série > 15 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9610: O Nosso Livro de Visitas (130): Ex-Cap Inf Diamantino Ribeiro André, comandante da CCAÇ 2406 (Olossato e Saltinho, 1968/70), e ex-presidente da CM de Proença-a-Nova, ouviu-nos na rádio e quer ir ao nosso VII Encontro Nacional, em 21 de Abril próximo
4 comentários:
Fiquei, confesso sem pudor, um pouco emocionado.
Não vou dizer muito mais: passamos pelo Xime, estivemos no Xime a aprender, a combater, a ver macro fotografia,a conviver...
O Capitão Mil. Vaz... tenho saudades de si. Até viajamos juntos duas ou três vezes na TAP...tenho saudades de si e da juventude que se foi desgastando, o cabelo embranquecendo... em mim a pêra, (ainda usa pêra?)
Junte-se aqui á sombra deste poilão, junte-se a esta gente...a esta partilha de memórias e de afectos. Venha, desta não para o Poidom ... para aqui. "Tásse bem".
Um abração do Torcato
Mensagem enviada pelo ex-Cap Mil, da CART 1746, António Vaz (Bissorã e Xime, 1967/69), ao Torcato Mendonça, ex-Alf Mil Art da CART 2339 (Mansambo, 1968/69):
Olá camarada Torcato !!!
Pode parecer-lhe impossível, mas ainda ontem almocei com um camarada que me falou em si.
Foi o ex alferes João Mata, da nossa Cart 1746 e que foi o último ocupante nosso na famigerada Ponta do Inglês.
Quanto a mim, e para seu conhecimento, continuo a usar o apêndice capilar vulgarmente chamado PERA.
Gostaria igualmente voltar a vê-lo para caturrarmos à volta de Mansambo onde cheguei a ir numa operação em que tambem ia o [ten cor] Pimentel Bastos e que dará para umas larachas a propósito.
Já me inscrevi para o almoço em Monte Real a que espero levar o citado João Mata e onde certamente o irei encontrar.
Um abraço do
António Vaz
Bem vindo a "Tabanca Grande; E para mim grande prazer ver que e ou vai ser membro da Tabanca. Ao ler o poste sobre si confesso que me vieram a memoria recordacoes do meu tempo no Xime debaixo do seu comando.
Bem vindo Capitao.
Olá meus caros António Vaz e João Mata,
Lembro-me bem, quer de um quer de outro.Dos outros três alferes só recordo o nome de um. Sei que um era de Angola, ou estou errado e o outro veio á Portela esperar o seu capitão, mais o amigo.Jul/Ag 68.
A memória falha. O Mata, salvo erro, era de Évora.
Teremos certamente oportunidade de conversar em Monte Real.
Levei, muito mais tempo do que pensava, a desmontar a personagem por vós conhecida. Anos depois, embora de forma diferente, aqui estou neste Blogue e a recordar a Guiné e não só.
Abraço os dois. T.
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