quarta-feira, 25 de julho de 2012

Guiné 63/74 - P10193: As Nossas Tropas - Quem foi quem (9): Marcelino da Mata, 1º cabo, Gr Cmds Diabólicos (1965/66) (Virgínio Briote)

 

Guiné > Bissau > Brá > Setembro de 1965 > Grupo Comandos Diabólicos, completo,  em frente à camarata do Grupo. Ao centro, na 1ª fila, o 6º a contar da esquera, o comandante do grupo, alf mil Virgínio Briote. Na ponta direita, de pé, o srgt mil Mário Valente. Na 2ª fila, de fé, na extrema direita, o 1º cabo Marcelino da Mata.




Guiné > Bissau > Brá > Setembro de 1965 > "Foto de finais de Set 65, tirada em Brá, quando começaram os "ensaios" com as boinas vermelhas... Da esquerda para a direita: Marcelino da Mata, Azevedo, Virgínio Briote , Black e Valente"...


Duas das 200 fotos que o V.B. tem em arquivo e que partilha connosco e os demais camaradas do blogue. É um camarada e um amigo sempre atento e solidário, amigo do seu amigo, camarada do seu camarada... Está a gozar as suas merecidas, merecidíssimas, férias de 365 dias por ano (ele e a sua Irene, professora do ensino secundário)... O VB faz questão de nos dizer, por escrito, que "todas as fotos que eu enviar fazem parte do espólio do Blogue Luís Camaradas & Camaradas da Guiné, podendo delas ser feito o uso que os Editores entenderem. Tenho ainda cerca de 200 para enviar.".

Fotos (e legendas): © Virgínio Briote (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Resposta do Virgínio Briote [, foto à direita], nosso co-editor, jubilado, ao
nosso pedido formulado no poste P10187:
Marcelino da Mata ingressou nos Cmds [, Comandos,] na altura da Op Tridente (Ilha do Como, Jan/Mar64), tendo feito parte do grupo de Cmds experimental (constituído por milicianos -3 alferes e vários furriéis-, alguns cabos e soldados recrutados no BCav 490 e ainda dois ou três voluntários naturais da Guiné, Marcelino da Mata e Adulai Jaló, morto anos depois em Morés quando fazia parte da CCmds do Ten Zacarias Saiegh, do BCmds Guiné, comandado por Almeida  Bruno).

No fim do 1º curso de Cmds, administrado em Brá (com o apoio de elementos dos Cmds de Angola, supervisionados pelo então ten mil Jaime Abreu Cardoso e apoiados operacionalmente pelo Gr Cmds Gatos, do alf mill Valente- morto em combate anos depois em Moçambique), Marcelino da Mata fez parte do Gr Cmds Panteras, que se manteve operacional entre fins de Set 64 e meados de 1965.

Em Setembro de 1965, o então 1º cabo Marcelino da Mata ingressou no Gr Cmds Diabólicos e manteve-se em actividade até princípios de 1966, altura em que regressou à unidade de origem, a CCS do QG [Quartel General].

Nesta foto, o 1º cabo Marcelino da Mata está em 2º plano. É o 1º da direita, atrás do sargento mil Mário Valente (em 2ª comissão na Guiné, em grande parte devido ao casamento com uma senhora libanesa,  filha de um comerciante com estabelecimentos em Bigene e Barro e familiar de Francisco Fadul, futuro 1º ministro da RGBissau).

O Marcelino, na altura, usava uma pequena pêra e já então usava óculos. O outro natural da Guiné que, na altura,  fazia parte do grupo, era o Soldado Bacar Mané, sentado na 1ª fila.




2. Em poste publicado, há mais de cinco anos e meio atrás, o Virgínio Briote descreveu assim o 1º cabo Marcelino da Mata, membro do seu Gr Cmds, Diabólicos:

(...) "Irene : Gostei de ler a sua mensagem. Conheci o seu Pai, Marcelino da Mata, então 1º cabo do Exército, em Maio ou Junho de 1965. Vi-o em Brá, um aquartelamento do Exército Português a meia dúzia de kms de Bissau na estrada para o aeroporto de Bissalanca.

"Era um jovem com bom aspecto, ar de reguila, aspecto enérgico. Ele tinha feito a opção pelo Estado Português e como militar teve que combater o PAIGC, o Partido que então encabeçava a luta armada contra o colonialismo português. Foi a decisão que tomou, tal como milhares de Guineenses e, por isso, passou a ser um inimigo do PAIGC.

"Fez parte dos primeiros comandos que existiram na Guiné. Participou em inúmeras batalhas em praticamente todo o território. Foi sempre um militar muito valente e, por isso, várias vezes condecorado, desde a Cruz de Guerra (várias) até à Torre e Espada (a mais alta condecoração nacional e só atribuída em casos excepcionais).

"Depois houve o 25 de Abril, ele estava na Guiné, a independência veio logo a seguir em Setembro de 1974 e o Marcelino, tal como vários militares que se distinguiram na luta ficou com a vida em perigo. Muitos dos que lá ficaram foram fuzilados e ele saiu da Guiné e fez muito bem porque se lá tivesse ficado já não era vivo há muito.
"Penso que hoje, com tanto tempo passado, se ele regressasse ao chão que o viu nascer, nada lhe aconteceria. Mas a Irene sabe, as previsões só são isso. Nunca se sabe o que poderia suceder.

"Quanto a essa história do forno, pode ser só isso, uma história apenas. E pronto Irene, podíamos estar aqui a falar do seu pai o dia todo e se calhar ainda nos esqueciamos de muita coisa". (VB)

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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9483: As Nossas Tropas - Quem foi quem (8): António Sousa Teles (1922-2006), ten cor art, comandante do BCAÇ 4514/72 (Cadique, 1973/74)

2 comentários:

Costa Abreu disse...

Boa tarde Briote, na primeira fotografia do lado direito, nao e o Sarg. Mario Dias, mas sim o Sarg Valente, isto foi uma gralha que no entanto mais abaixo ressalvas pois ai ja nomeias o nome do Sarg. Valente
Julio Abreu
Grupo de Comandos Centurioes

Luís Graça disse...

Lapso do editor, já corrigido. Peço desculpa ao Mário Dias. Obrigado, Júlio. Mantenhas. Ainda estás na Holanda ? LG