COMPANHIA DE CAÇADORES 18
2. A CCaç 18 em reforço do Sector S-2
Por Pezarat Correia
Foi neste ambiente geográfico, humano e operacional que, em
Janeiro de 1971, se integrou a Companhia de Caçadores 18 (CCaç 18), comandada
pelo Capitão Rui Alexandrino Ferreira e que tinha sido acabada de formar na
própria Guiné. A atribuição desta companhia não ia constituir uma surpresa para
o Comando do BCaç 2892, nem a área de actuação e a correspondente missão seriam
novidade para grande parte do pessoal da Companhia.
O Comando do BCaç 2892 soubera, já não recordo através de
que vias, que a CArt 2521, que lhe estava atribuída de reforço e que estava a
terminar a sua comissão, iria ser rendida por uma companhia da guarnição
normal, isto é, a formar na Guiné e, predominantemente na base do recrutamento
regional, da etnia fula, portanto. Aliás isto era voz corrente na tabanca, onde
muitos desses militares tinham família e o que se sabia na tabanca sabia-se no
quartel e vice-versa. Tal significava que parte do pessoal seria oriundo da
região do Quebo cujo regulado tinha sede em Aldeia Formosa. Alguns deles já
tinham mesmo experiência operacional, pois haviam pertencido aos pelotões de
milícias e caçadores nativos, sob controlo operacional do Comando do Sector
S-2. Estavam intimamente familiarizados com o terreno e com as populações,
conheciam as formas de actuar do PAIGC na região, não lhes era estranho o ambiente
dentro do BCaç 2892 e das suas Companhias e a forma de actuação do seu Comando.
Sabia-se ainda que o comandante da companhia era um capitão miliciano, em
segunda comissão na Guiné e, portanto, voluntário, que na anterior comissão,
como subalterno, se distinguira brilhantemente na sua actividade operacional
tendo sido condecorado com uma Cruz de Guerra de 1.ª Classe. Havia, portanto,
de parte a parte, uma expectativa positiva com a entrada em sector da CCaç 18.
A Companhia chegou a Aldeia Formosa em 17 de Janeiro de
1971, na coluna logística que nesse dia regressou de Buba, onde chegara na
véspera vindo de Bissau em Lancha de Desembarque Grande (LDG), da Marinha de
Guerra. Era já noite e no Batalhão preparara-se uma recepção modesta mas, tanto
quanto possível acolhedora. Depois de instalado todo o pessoal, reuniram-se os
oficiais na velha e acanhada casa de tipo colonial que servia de messe de
oficiais, com uns frugais aperitivos (a inevitável mancarra e castanha de caju
em lata, insípidos bocados de queijo e fiambre de conserva) para acompanhar uns
whiskies e cervejas e dar as boas-vindas aos recém-chegados. Mas as primeiras
impressões foram algo frustrantes. Não pelos subalternos, naturalmente
ansiosos, certamente desiludidos com as péssimas condições do aquartelamento,
desordenado, mal iluminado, predominando o enquadramento operacional, arame
farpado, torreões, trincheiras, abrigos. Os veteranos, todos com mais de um ano
de comissão, olhavam sobranceiramente, como sempre se olhavam os novos
“periquitos”. A frustração vinha do capitão, parecendo pouco comunicativo,
mal-encarado, senão mesmo desconfiado. Deitámo-nos cedo, como habitualmente e o
pessoal da CCaç 18 vinha “estoirado” e precisava de descanso. No dia seguinte
as impressões alteraram-se radicalmente. Para melhor, muito melhor. O Capitão
Rui (como rapidamente passou a ser conhecido), apareceu bem-disposto,
conversador, irónico, cheio de iniciativa. Afinal ele vinha, na véspera, a sair
de uma crise de paludismo que, com o cansaço da viagem, era o responsável pelo
seu humor enganador. O dinamismo com que imediatamente começou a tratar da
instalação da Companhia, a preparar metódica e eficazmente o treino operacional
e a sobreposição com a CArt 2521, a integrar-se no ambiente geral e na missão
que lhe ia ser atribuída, justificou as mais optimistas perspectivas. E
rapidamente daria provas.
Consultando os registos de que disponho verifico que, em 19
de Fevereiro de 1971, ainda em período de sobreposição com a CArt 2521, a CCaç
18, a dois GC e comandada pelo seu Capitão, actuava pela primeira vez no
corredor de Missirã. Os resultados foram significativos e revelaram uma boa
acção de comando e uma conduta eficaz (aí estava mais um êxito de uma operação
que fugia à rotina diária do GC emboscado passivamente). As tropas emboscadas
detectaram um movimento no “carreiro”, verificando que era apenas um elemento
isolado (no “carreiro” já se sabia, quem nele se deslocava e não fosse das NT
era IN). Revelando uma serenidade notável para uma acção de estreia em que a
tensão é sempre muito elevada e propiciadora de precipitações, o dispositivo
deixou passar esse elemento concluindo que seria um explorador avançado e não
se denunciou, o que só terá sido possível pela acção experiente do comandante se
bem que, deve salientar-se, a Companhia contasse com combatentes já
experimentados como milícias e caçadores nativos. Conseguiu manter a emboscada
atenta e, passadas cerca de duas horas e meia, surge o grosso da coluna do
PAIGC, com avultados reabastecimentos em material de guerra, logístico e
diverso. Só então a emboscada foi desencadeada, desbaratando a coluna IN que,
experiente em combate e conhecedora do terreno, reagiu pelo fogo e dispersou
mas deixando no terreno a maior parte do material que era transportado por
carregadores e não por guerrilheiros. Estes não perderam nenhuma das suas armas
individuais. O Capitão Rui não considerou a operação terminada como,
provavelmente, muitos outros o fariam, reorganizou as suas tropas e transferiu
a emboscada para outro local mais adiantado em relação ao sentido de marcha do
grupo do PAIGC que, entretanto, também se recompusera. Uma hora mais tarde
verifica-se novo contacto de fogo em que a CCaç 18 causou baixas ao IN e lhe
capturou armamento. A acção mereceu referências elogiosas do Comandante-Chefe,
General Spínola.
Cinco dias mais tarde a CCaç 18 assumia integralmente a sua
missão como unidade de reserva (intervenção) do Sector S-2. Em 30 de Junho um
GC da companhia tem um novo contacto no corredor de Missirã e agora em missão
de rotina na rede de emboscadas, com resultados menos favoráveis e sofrendo
sete feridos ligeiros.
Quando o BCaç 2892 foi rendido pelo BCaç 3852, que assumiu
a responsabilidade do Sector S-2 em 26 de Agosto de 1971, a CCaç 18 passou a
reforçar o novo Batalhão e, já experiente e com provas dadas, constituiu para
ele uma unidade fundamental. Em 13 de Janeiro e 8 de Fevereiro de 1972 voltou a
registar vultosos resultados em novos contactos no corredor de Missirã, dos
quais o Rui me ia mantendo informado através de correspondência que trocávamos.
Mas a acção do Capitão Rui e da sua Companhia não
sobressaiu apenas na actividade operacional. Pela sua maneira de ser expansiva,
relacionamento fácil e aberto, aproveitando muito bem a ligação que grande
parte dos seus militares tinham com as populações locais, conseguiu estabelecer
com estas relações estreitas, que lhe foram muito úteis no papel de relevo que
desempenhou nas tarefas de reordenamento (escolha, planificação e construção de
novos aldeamentos para as populações civis) na região de Aldeia Formosa, que
constituiu uma missão importante do BCaç 2892.
O certo é que, muito justamente, em Junho de 1971, apenas 4
meses depois de ter assumido a sua missão no quadro do BCaç 2892, o Capitão Rui
foi louvado pelo Comandante deste. E, ao terminar a sua comissão nos finais de
1972, foi condecorado com uma nova Cruz de Guerra de 1.ª Classe. Mas, atenção,
Rui Alexandrino Ferreira, Capitão Miliciano, era um combatente de eleição mas
não era um belicista sádico ou vingativo. Tinha sentido de missão, procurava
cumpri-la bem, sem alardes ou exageros. Era racional e respeitava o adversário.
Justifica-se aqui uma breve reflexão que, excedendo a mera
apreciação da actuação da CCaç 18, me parece oportuna. Cumprir bem as missões
de combate, logo num contexto de guerra, isto é, fazer bem a guerra, não
implica que se goste da guerra ou, mesmo, que se concorde com ela. E não há
nada de paradoxal nisto.
Quem é mobilizado para combater numa guerra tem duas opções
antes de se encontrar perante o facto consumado: ou recusa liminarmente o seu
contributo e deserta, ou vai. Mesmo contrariado, até eventualmente revoltado,
mas vai. Esta delicada questão colocava complexos problemas de consciência
dadas as conexões políticas da guerra colonial. Evidentemente que todas as
guerras têm conexões políticas (a guerra é a continuação da política por outros
meios, Clausewitz dixit) mas a guerra
colonial levantava o problema da legitimidade política, uma vez que era
determinada por um regime político que não resultava de uma escolha democrática
dos cidadãos, era uma ditadura assente na repressão e na recusa dos direitos
fundamentais. A guerra colonial era a expressão dessa política ilegítima nas
colónias e os militares eram seus instrumentos. Respeito os que assumiram
desertar por convicções legítimas, por vezes forçados a rupturas radicais nas
suas vidas, rupturas dolorosas, enfrentando riscos e situações muito precárias.
Foram actos de coragem. Mas também sabemos que sob a capa de motivações
respeitáveis houve quem desertasse por mero comodismo, porque dispunha de
condições materiais para enfrentar um exílio dourado, sustentado pelas famílias
que os visitavam com frequência, sem que tivesse sobre a guerra e a situação
política qualquer objecção de consciência ou rejeição ideológica. Para os
militares dos quadros permanentes a mera admissão da deserção era mais
traumática e, em tempo de guerra, envolvia o anátema da traição, da cobardia,
do abandono “perante” o IN, colocando por isso delicados dilemas no campo moral
e ético. Era uma opção extremamente problemática, particularmente quando se
tinha de deixar mulher e filhos cuja subsistência estava a seu cargo. Mesmo
assim houve quem, honesta e temerariamente, fizesse essa opção.
Para quem não podia, ou não queria, seguir o caminho da
deserção, a alternativa era só uma, ir à guerra. E, uma vez na zona de combate,
em operações, face ao IN, cumprir e cumprir bem ou não cumprir e cumprir mal,
podia significar a diferença entre sobreviver ou morrer, não apenas para o
próprio mas para os que o acompanhavam. Isto era especialmente verdadeiro para
quem tinha responsabilidades de comando, quando dos seus actos não dependia
apenas a sua integridade pessoal, mas também a dos seus comandados. As decisões
de um comandante em campanha não têm um mero alcance individual ou egoísta,
envolvem sempre os seus comandados e, por isso, não tem o direito de, por não
concordar com a guerra, recusar ou abrandar a actividade operacional,
desmotivar-se a si e aos seus subordinados, dar, pela sua passividade, todos os
trunfos ao adversário. Para além de profissionalmente condenável seria eticamente
inaceitável que, por causa das suas convicções, por muito louváveis que as
considerasse, pusesse em risco a integridade física, a vida dos homens que
dependiam e confiavam na sua acção de comando. Este era um problema humano de
uma enorme delicadeza, que se colocou a muitos oficiais e testemunho-o por
experiência própria. O comandante não só tinha de cumprir e cumprir bem, como
tinha que fazer com que os seus subordinados cumprissem e cumprissem bem.
Mas, então, e aqueles que já tinham, ou foram adquirindo
consciência cívica, inteirando-se da injustiça da guerra e dos interesses reais
que esta servia, da natureza perversa do sistema colonial e da ditadura na metrópole
a que estava associado? Como conciliar estas convicções político-ideológicas
com as suas obrigações de comandante? A solução só poderia ser aguentar os
riscos materiais e os custos morais de uma guerra com a qual se discordava,
exercer com sacrifício mas com honra a sua acção de comando e tratar de
aproveitar o próprio paradoxo da guerra, as contradições que introduzia no
sistema, para alimentar as fragilidades que iam minando o regime, tornando
inevitável o seu derrube e, no momento oportuno estar no lado certo e com as
pessoas certas para lhe aplicarem o golpe decisivo. As imposições éticas que
tinham com os seus homens, com os seus comandados, não as tinham para com os
responsáveis políticos nas alcatifas do poder que, como atrás assinalei, nem
sequer era legítimo e era, esse sim, o responsável pelas verdadeiras causas e
perversões da guerra. Em relação ao poder político ilegítimo e ditatorial, a
obrigação do militar consciente era colocar-se do lado do povo, revoltar-se e
derrubá-lo. E foi isso que veio a acontecer mas levou tempo a amadurecer. A
própria guerra se encarregou de gerar os factores e os agentes que estariam na
base do derrube do regime que levara à guerra e era agora dela prisioneiro.
Não estou a dizer que esta tipificação se aplicasse ao Capitão
Rui Ferreira. O que quero dizer é que, em termos teóricos, é deslocado
identificar, linearmente, bom combatente e apologista da guerra, bom combatente
da guerra colonial e defensor do sistema colonial. A segurança e a vida dos
seus homens, a mais importante obrigação de um chefe, obriga um comandante, uma
vez que aceitou assumir o comando de uma unidade, a comandar bem. E nesse particular
não tenho dúvidas, o Capitão Rui Alexandrino Ferreira foi um excelente
comandante de companhia em campanha e um excepcional condutor de homens. Posso
testemunhá-lo porque convivi com ele directamente durante oito meses, em ambiente
de campanha e de guerra, acompanhei-o algumas vezes nas saídas para o mato e, afirmo-o convictamente, ao longo da minha experiência de trinta e seis anos de serviço
militar efectivo, na grande maioria em contacto com as tropas e em todos os
sucessivos escalões de comando, com seis comissões na Índia e em África desde
alferes a major, o Capitão Rui Alexandrino Ferreira foi dos melhores condutores
de homens que me foi dado conhecer.
Há uma característica da liderança que considero o tempero
decisivo capaz de conferir virtude a determinados atributos de comando que, sem
ela, podem tornar-se excessivos e transformar-se em defeitos perversos.
Refiro-me ao bom senso, o equilíbrio moderador que impede que a coragem resvale
para temeridade gratuita empurrando os seus homens para riscos desnecessários,
que evita que o culto da disciplina dê lugar ao autoritarismo desumano, que a tolerância
resvale para o laxismo, que o gosto pela decisão rápida caia na precipitação,
que o excesso de ponderação conduza à hesitação. O bom senso confere sangue
frio nas situações de pressão emocional, presença de espírito quando à volta se
instala a ansiedade. É uma virtude que, normalmente se adquire com a idade, com
a experiência, com a dimensão da responsabilidade. Mas, apesar da sua juventude,
o Capitão Rui Alexandrino Ferreira aliava ao seu entusiasmo contagiante uma
notável dose de bom senso, o que lhe permitiu aplicar a sua coragem, o seu
sentido de disciplina, o seu gosto pela decisão, na medida e no sentido
convenientes. Não estou a fazer um elogio fácil. Não devemos nada um ao outro
nem pretendemos nada um do outro. Estou apenas a registar uma opinião madura e
consolidada, que é a minha.
* * *
Mas há ainda uma outra
característica do Rui Alexandrino Ferreira que me interessa destacar. É a sua
faceta humana, a facilidade para conquistar e cultivar amizades, a sua
disponibilidade para conviver, para colaborar e para ajudar, o que também foi
um trunfo na sua elevada capacidade de liderança.
Em Aldeia Formosa as instalações
eram muito deficientes, nomeadamente as dos oficiais, bem piores do que as dos
sargentos e as das praças, cujas casernas foram as primeiras a serem concluídas
depois da chegada do BCaç 2892. Quando este foi rendido estava ainda em
construção um novo edifício de quartos para oficiais que só veio a ficar
concluído depois da sua rendição pelo BCaç 3852.
O Rui resolveu alugar uma casa rudimentar na tabanca, fora
do perímetro do quartel e aí se instalou com os seus oficiais subalternos. Era
pouco mais do que uma palhota melhorada, coberta a zinco, mas ampla e os seus
novos residentes fizeram os arranjos possíveis, com cartazes (do tipo das
motivações mais correntes em ambientes masculinos e bélicos), com boa
instalação sonora, com um conforto mínimo. Era um oásis dentro de Aldeia
Formosa e passou a ser o local de convívio para muitos oficiais, incluindo o
Comandante, Segundo-Comandante e Oficial de Operações, que ali iam à noite
beber uns copos, ouvir música (predominando a música da época, do pós-década de
sessenta, de intervenção e contestatária), falar com liberdade de tudo, sem
mesmo deixar de lado temas mais incómodos, culturais, sociais ou políticos. Às
vezes chegava-se ali vindo de actividade operacional e saia-se a correr para
responder às flagelações dos grupos do PAIGC.
O Rui tinha um relacionamento muito próximo com todo o seu
pessoal, oficiais sargentos e praças, sem nunca ter sido beliscado o seu
ascendente de líder natural. Mas também eram muito boas as suas relações com os
camaradas das outras subunidades e com os oficiais superiores do Batalhão sem
que daí resultasse a mínima perturbação para os condicionamentos hierárquicos.
A “palhota” da CCaç 18 era um sítio onde todos se sentiam bem, desinibidos e
descontraídos.
* * *
3. Para
além da CCaç 18
Pela minha parte felicito-me por ter feito com o Rui uma sã amizade.
Depois do seu regresso da Guiné, finais de 1972 princípios de 1973, antes de nova mobilização minha, restabelecemos a nossa relação que, aliás, nunca interrompêramos completamente pois mantivemos alguma troca de correspondência. Ele pretendia continuar ao serviço do Exército e queria ir para Angola, de onde era natural, onde crescera até vir para Portugal para a tropa, onde tinha a sua família há várias gerações (na então cidade de Sá da Bandeira, actual Lubango) e onde queria fixar-se. Em meados de 1973 iniciei uma nova comissão em Angola, tendo sido convidado para ir chefiar o Gabinete das Forças Auxiliares na Zona Militar Leste (GFA/ZML) com sede na cidade do Luso (hoje Luena), que incluía as força estrangeiras catanguesas (nome de código Fiéis), zambianas (Leais) e os angolanos Grupos Especiais (GE). Convidei o Rui, que entretanto se tinha oferecido para nova comissão em Angola, para ir trabalhar comigo, isto é para, uma vez eu chegado a Angola propor a sua nomeação para um dos lugares de adjuntos no GFA/ZML, alguns dos quais eram destacados junto dos campos dos Fiéis e Leais. Aceitou, em princípio, mas ficou combinado que, assim que chegasse a Luanda entraria em contacto comigo. Assim fez mas, entretanto, ficou colocado em Luanda onde sua mulher – tinha acabado de se casar – também tinha aí emprego. Não fazia sentido que ele fosse para o leste nessas condições apesar de eu ter gostado muito de ter contado com a sua valiosa colaboração.
Estas palavras finais já ultrapassam o espaço temporal sobre o qual o Rui me convidou para contribuir com o meu modesto depoimento – aquele que cruzou as rotas da CCaç 18 e do BCaç 2892. Mas justifica-se porque invoca uma amizade que resultou desse cruzamento. Depois seguiram-se os anos, trinta e quatro longos, agitados e riquíssimos anos. Por vezes posicionámo-nos diversamente em relação a determinadas rupturas e evoluções posteriores a 1974 mas nunca, tenho a convicção disso, em relação aos fundamentos e aos princípios que de então para cá mudaram Portugal, o Mundo e a sua Terra, Angola. Mas estas já são outras matérias que excedem o objectivo destas linhas. Creio que temos dado provas, de parte a parte, que mantemos uma sólida amizade e nos respeitamos mutuamente. A CCaç 18 está na origem dessa amizade. A sua invocação ajusta-se plenamente neste livro em que o hoje Tenente-Coronel Rui Alexandrino Ferreira quis registar a memória da Companhia que, brilhantemente, formou e comandou, enquanto jovem Capitão, nas matas e bolanhas da Guiné.
PEDRO PEZARAT CORREIA
Dezembro de 2008
Mapas a elaborar:
Mapa 1 - Guiné c/
localização do Sector S-2 e assinaladas as localidades onde estavam guarnições
militares:
ALDEIA
FORMOSA
CHAMARRA
PATE
EMBALÓ
MAMPATÁ
NHALA
BUBA
EMPADA
Assinalar ainda:
CONTABANE
República
da Guiné
Sectores limítrofes: S-1, S-3, L-1 e L-5
Mapa 2 - Sul da Guiné
localizando os corredores de Guilege, de Missirã e de Buba e assinalando:
INJASSANE
XITOLE
Rio
Grande de Buba
Rio Corubal
Mapa 3 - Guiné realçando a
posição do Sector S-2 como tampão do sul do TO e assinalando:
CANTANHÊS
CANSEMBEL
Canal de Bubaque
Mapa 4 - Sul da Guiné localizando as ZICC no Sector
S-2 e de MADINA DO BOÉ
____________
Nota de CV:
(*) Vd. postes de:
10 de Agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10249: Bibliografia de uma guerra (60): Primeiro Capítulo do próximo livro "Quebo", de Rui Alexandrino Ferreira (1): Mais que um superior hierárquico um amigo de eleição - Pezarat Correia
e
11 de Agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10253: Bibliografia de uma guerra (61): Primeiro Capítulo do próximo livro "Quebo", de Rui Alexandrino Ferreira (2): Primeira parte do depoimento do Major General Pezarat Correia (1)
____________
Nota de CV:
(*) Vd. postes de:
10 de Agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10249: Bibliografia de uma guerra (60): Primeiro Capítulo do próximo livro "Quebo", de Rui Alexandrino Ferreira (1): Mais que um superior hierárquico um amigo de eleição - Pezarat Correia
e
11 de Agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10253: Bibliografia de uma guerra (61): Primeiro Capítulo do próximo livro "Quebo", de Rui Alexandrino Ferreira (2): Primeira parte do depoimento do Major General Pezarat Correia (1)
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