Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto nº 45 > Invólucros de granadas de canhão s/r, deixadas na orla da mata contígua à pista de aviação, na noite do ataque a Bambadinca, 28 de maio de 1969... Ainda tenho bem presente, na minha memória, estes "objetos" de guerra, na nossa passagem pro Bambadinca, a caminho de Contuboel, em 2 de junho de 1969...Recorde-se que na história do BCAÇ 2852, o ataque a Bambadinca é dado em três linhas, secas, em estilo telegráfico: "Em 28 [de Maio de 1969], às 00H25, um Gr In de mais de 100 elementos flagelou com 3 Can s/r, Mort 82, LGF, ML, MP e PM, durante cerca de 40 minutos, o aquartelamento de Bambadinca, causando 2 feridos ligeiros"...
Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto nº 39 > Bidões de combustível atingidos pelo fogo do IN, no ataque da noite de 28 de maio de 1969. Recorde-se aqui o sistema de cores dos nossos bidões: Vermelho (gasolina), verde claro (petróleo branco), amarelo (gasóleo).
Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto nº 2 > Possivelmente despojos de guerra, recolhidos durante a Op Lança Afiada (8-19 de março de 1969)
Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto nº 1 > Não tenho a certeza de quem capturou nem quando nem onde este RPG 2 e a respetiva granada...Pode ter sido durante a Op Lança Afiada (8-19 de março de 1969)
Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto nº 38 > Ponte do Rio Udunduma, na estrada Xime-Bambadinca > Possivelmente no(s) dia(s) seguinte(s) ao ataque ao quartel de Bambadinca, em 28 de maio de 1969. Nessa noite, esta ponte, vital para as comunicações com todo o leste da província, foi objeto do "trabalho" dos sapadores do PAIGC... Os estragos, embora visíveis, não abalaram felizmente a sua estrutura. Era uma bela ponte, em cimento armado, construída no início dos anos 50. Esta foto é "histórica". O José Carlos Lopes posou aqui para... a "posteridade".
Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto nº 107 > Vista parcial do aquartelamento de Bambadinca: o espaldão do morteiro 81 (ver aqui a posição nº 23 nesta infografia) e à esquerda um abrigo recente... Ao fundo, a grande e mítica bolanha de Bambadinca, na margem esquerda do Rio Geba Estreito... (Vê-se também empoleirado num dos troncos de lenha, usada pelos cozinheiros da messe, um maco-cão, mascote da CCS... Estes meios de defesa terão sido construídos ou melhorados depois do ataque a Bambadinca. Todo o vasto perímetro do quartel foi guarnecido, já no tempo da CCAÇ 12 (a partir de julho de 1969), com um sistema de valas em ziguezague.. Uma boa parte dessas valas foram abertas por nós, no intervalo do descanso entre duas saídas para o mato...
1. Continuação da publicação do excelente álbum fotográfico (, constituído por "slides" digitalizados, ) do José Carlos Lopes, meu contemporâneo em Bambadinca, pelo menos na época de julho de 1969 a maio de 1970 (quando o batalhão regressou à metrópole). Embora a sua especialidade fosse "contablidade e pagadoria" (sic), ele exerceu funções como fur mil reabastecimentos da CCS/BCAÇ 2852. É nosso grã-tabanqueiro, nº 604, desde 10 do corrente. Bancário reformado do BNU, vive em Linda a Velha, Oeiras.
Recorde-se, de passagem, que o ataque a Bambadinca, em 28 de maio de 1969, assume alguns aspetos hilariantes (sem ofensa para ninguém...), dois meses depois da Op Lança Afiada (8-19 de março) em que todo o dispositivo político, administrativo e militar do PAIGC, no triângulo Xime-Bambadinca-Xitole- margem direita do Rio Corubal, terá sido desarticulado... Sorrateiramente, audaciosamente, dois bigrupos (c. de 100 homens), aproximam-se da sede do batalhão, importante posto administrativo e estratégico porto fluvial, e conseguem tirar o sono aos nossos camaradas da CCS/BCAÇ 2852 e subunidades adidas...
Felizmente que não houve baixas de monta... A sorte (ou a nabice dos artilheiros do PAIGC) protegeu o pessoal de Bambadinca: segundo os diversos depoimentos coincidentes que fui ouvindo (, incluindo o do José Carlos Lopes, que podia ter morrido na cama com uma morteirada!), os canhões s/r enterraram-se no solo e a canhoada foi cair na bolanha... Estávamos já no princípio da época das chuvas.
Quando nós, periquitos da CCAÇ 2590 (futura CCAÇ 12), lá passámos, uns dias depois, vindos de Bissau e do Xime a caminho da nossa estância de férias (Contuboel, um mês e meio de paraíso... seguido depois de 18 meses de inferno... quando fomos justamente colocados na sede do Setor L1), os nossos camaradas da CCS do BCAÇ 2852 ainda falavam do evento com alvoroço e emoção...
- Podíamos ter morrido todos! - dizia-me 1º cabo cripto Agnelo Ferreira, da minha terra, Lourinhã, e meu amigo de infância...
Fomos depois nós, para lá, com os nossos nharros, e em 18 meses nem um tirinho: que o respeitinho (mútuo) era muito bonito... Porrada, porrada, era só quando a gente se atrevia a meter o bedelho na terra deles, na margem direita do Rio Corubal, que eles consideravam "libertada"... (LG)
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Nota do editor:
(*) Vd. último poste da série > 23 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P10993: Álbum fotográfico do ex- fur mil José Carlos Lopes, amanuense do conselho administrativo da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (8): Há festa no quartel: visita da Cilinha e do conjunto musical das Forças Armadas, em abril ou maio de 1969
3 comentários:
Mais um extraordinário testemunho fotográfico.
Será uma pena que muitos "slides" continuem fechados nas suas caixas, perdidas nos baus de muitos camaradas que gostavam de fazer fotografia... Não eram muitos, mas sempre havia um, dois ou três por companhia... É o caso do José Carlos Lopes, da CCS/BCAÇ 2852, do Humberto Reis e do Arlindo Roda, da CCAÇ 12, do Benjamim Durães da CCS/BART 2917, todos de Bambadinca, do Torcato Mendonça, da CART 2339 (Mansambo)...
Há muita gente com "slides" da Guiné. Temos que os descobrir e pedir para que digitalizem esses "slides" e nos mandem uma seleção de imagens... Quase cinquenta anos depois estas imagens ainda uma conservam uma surpreendente "frescura"...
Áh!
Então o José Carlos Lopes não só é meu contemporâneo na Guiné mas também meu vizinho, aqui de Linda-a-Velha.
Pois um grande abraço para ele.
armando pires
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