sábado, 9 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11220: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/69) (Parte IX): Subsetor de Empada: atividade operacional de Out 68 a jan 69

1. Continuação da série do Manuel Serôdio (camarada que vive em Rennes, Bretanha, França), sobre a história da sua companhia, a CCAÇ 1787 (*)... 

Material enviado em 26 de fevereiro último.

Recorde-se que a CCAÇ 1787/BCAÇ 1932 foi mobilizada pelo RI 15, partiu para o TO da Guiné em 18/10/1967 e regressou a 21/8/1969. Passou sucessivamente por Bula, Bissau, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel. Comandante: Cap Inf Marcelo Heitor Moreira. O BCAÇ 1932 esteve sediado em Bissau, Farim e Bigene (Comandante: ten cor inf Narsélio Fernandes Matias)

 
Outubro de 1968
(Continuação)...


Patrulhamento a Tarna
Situação:

A área de Tarna Canchuma Manjaco é controlada pela nossas tropas e,   embora não haja ali culturas, as produções frutículas são colhidas  pela população de Empada, devidamente escoltada.

Missão:

Patrulhar a área de Tarna Canchumba Manjaco, aniquilando os grupos  inimigos que se revelassem. 

Forças executantes:
2 grupos de combate da Companhia 1787  + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6 

Sem contato

Patrulhamento a Madina de Cima Beafada 

Situção:

A área de Madina e Beja, é por vezes frequentada por grupos inimigos,  que ali vão colher frutos, embora seja mais ou menos controlada pelas  nossas tropas, dada as frequentes operações que para aquela zona se  efetuam.

Missão:

Patrulhar a área referida, montando uma rede de emboscadas, por forma  a aniquilar os grupos inimigos que se revelassem.

Forças executantes:

2 grupos de combate da Companhia 1787  + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n 6

Sem contato


Guiné > Região de Quínara > Empada > 1968 > Em primeiro plano, o furriel Serôdio, mais o Dayves [, presumivelmente da Companhia de Milícia nº 6]

Foto: © Manuel Serôdio (2013). Todos os direitos reservados.


Novembro de 1968

Patrulhamentos e picagem diários à estrada para o cais, Ualada e pista  de aterragem.
Montar segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada.
Montar segurança aos trabalhadores da bolanha.
Patrulhamentos conjugados com emboscadas (8)

Patrulhamento a Cantora 

Situação:
A área de Cantora é frequentada por grupos inimigos, que patrulham a  área vindos das bases da península da Pobreza. Têm sido ali  estabelecidos alguns contatos mais ou menos rendosos para as nossas  tropas, que ali infligiram perdas em pessoal ao inimigo, e capturado  algum material.

Missão:

Patrulhar a área referida, montando uma rede de emboscadas, por forma  a aniquilar os grupos inimigos que se revelassem.

Forças executantes:

2 grupos de combate da Companhia 1787 + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6
Não houve contato

Alterações ao dispositivo 

O segundo grupo de combate seguiu para Bedanda, onde ficou a depender  daquele Comando por tempo indeterminado.

Dezembro 1968

Patrulhamentos e picagem diários à estrada para o cais, Ualada e pista  de aterragem.

Montar segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada.

Patrulhamentos diários conjugados com emboscadas.

Janeiro 1969 

Patrulhamentos e picagem diários à estrada para o cais, Ualada e pista de aterragem.

Montar segurança aos barcos e aviões que demandaram Empada.
Patrulhamentos diários conjugados com emboscadas.

Outros Patrulhamentos


A noz de cola, fruto muito apreciado pelos guineenses... incluindo os guerrilheiros e a população controlada pelo do PAIGC no tempo da guerra colonial no subetor de Empada. Excerto de entrada na Wikipedia: (...) 

"Possuindo um gosto amargo e grande quantidade de cafeína, a noz-de-cola é usada por muitas culturas do oeste africano, tanto individualmente quanto em grupo. Muitas vezes é usada cerimonialmente ou dada para convidados.

A noz era utilizada originalmente para produzir refrigerantes de cola, mas foi substituída por aromatizantes artificiais visando a diminuir custos na produção em massa. (...)

As sementes têm ação estimulante, regularizadora da circulação. Atuam como um tônico revigorante, excitante do sistema nervoso e muscular. É também antidiarréica e usada nos casos de anemia, convalescença de doenças graves, problemas estomacais e certas enxaquecas, e sobretudo nas perturbações funcionais do coração. As sementes contêm teobromina e cafeína, usadas por muitas pessoas como sucedâneo do cacau e do café.

A noz-de-cola cresce espontaneamente na África Ocidental e Central em climas quentes e úmidos. O uso de suas amêndoas difundiu-se na região norte da América Latina por intermédio dos escravos negros que mascavam colas para suportar trabalhos penosos. Depois foi levada a outros países com finalidades agroindustriais".(...)


Patrulhamento a Caur de Cima, Beja e Bijante  [vd. carta de Catió]

Situação: 

A área de Beja, Bijante e Caur de Cima, é por vezes frequentada por  grupos inimigos, que ali vão colher frutos, (sobretudo na altura da  cola), embora seja mais ou menos controlada pelas nossas tropas, dados  os frequentes patrulhamentos que ali têm sido realizados, com a  finalidade de verificar se elementos inimigos têm utilizado o rio  Jassonca como variante da linha de reabastecimento do setor de  Quinara. Admite-se que os grupos inimigos que esporadicamente ali se  deslocam, sejam constituidos por elementos da população, protegidos  por grupos armados, pois a quase totalidade dos povos das tabancas  referidas, refugiou-se no mato, provavelmente nas áreas de Aidará,  Najo e Ganduá, inteiramente controlada pelo inimigo.

Missão:

De acordo com a diretiva n° 1 do COP 4, para cuja dependência  operacional, a Unidade acaba de passar, compete-lhe executar ações de reconhecimento na região de Caur de Cima, com especial atenção às  nmargens do rios:  Caur,  Daja, Nengonga,  Candate, Bahodo.

Forças executantes:

2 grupos de combate da Companhia 1787  + 2 grupos de combate da Companhia de Milícias n° 6

Sem contato. Detetados vestígios recentíssimos de grupo inimigo  numeroso, (calculado em cerca de 100 elementos). Verificou-se que os  elementos inimigos tinham apanhado a fruta existente na área, bem como  a cola.

(Continua)
___________

5 comentários:

Luís Graça disse...

A noz de cola tinha muito valor, material e simbólico, entre os fulas. Os soldados da CCAÇ 12 mascavam com frequência a noz de cola. Dizia-se que tinha valor afrodisíaco, mas eu penso que era utilizada, sobretudo nas longas marchas no mato,como a antídoto contra a fome e a dor... Alguns de nós viciaram-se na noz de cola... Nunca me habituei ao seu sabor amargo. Em contrapartida, sou viciado em café...

Luís Graça disse...

A noz de cola tem um sabor amargo e contém cafeína. É mastigada em muitas culturas da África Ocidental, individualmente ou em grupo. É frequentemente usada em cerimónias, oferecida aos chefes tradicionmais ou seus aos convidados.

Para os africanos muçulmanos ou islamizados é uma alternativa ao álcool. Matigar a noz de cola pode aliviar a fome. É muitas vezes utilizada para tratar a tosse convulsa e a asma. A caefina presneta na noz de cola atua como presentes como um broncodilatador, ajudando a expandir as passagens aéreas brônquicas.

Mascar cola com frequência pode provocar manchas nos dentes. Entre a juventude urbana da África Ocidental, a noz de cola parece ser cada vez menos popular.

Adaptado de Wkipedia: Kola nut

Luís Graça disse...

Mais informações sobre a noz de cola...É de uma smartshop, a Azarius (a maior da Europa, "on line", dizem eles...), não sei qual é a sua credibilidade...

O que é a noz de cola?
A noz de cola é o núcleo da semente de uma grande árvore africana (Cola nitida) cultivada para fins comerciais pelo mundo inteiro, especialmente na Nigéria, no Sri Lanka, na Indonésia, no Brasil e noutras partes da América do Sul. É extremamente popular entre os habitantes como uma substância estimulante que contém cafeína. As nozes são comidas inteiras ou moídas em pó e misturadas com líquidos para preparar bebidas. A noz de cola é hoje em dia um ingrediente da Coca-Cola.

História
A noz de cola é usada na medicina popular como afrodisíaco e para reduzir o apetite, tratar enjoos matinais, enxaquecas, e indigistão. Também se aplica directamente na pele para tratar feridas e inflamações. Os ramos amargos da árvore também são usados para limpar os dentes e as gengivas. Há séculos, os Árabes trocavam pó de ouro por nozes de cola antes de iniciarem longas caminhadas através do deserto do Sahara. Desde os tempos antigos que as nozes de cola têm um papel importante em muitas sociedades africanas. Funcionam como dote de casamento, e simbolizam a hospitalidade. Aos visitantes oferecem-se nozes de cola como prendas de boas-vindas.
Hoje em dia as sementes são ainda muito usadas como tempero pelos nativos da África tropical central e ocidental, e também pelos negros da Índia ocidental e do Brasil, que introduziram as árvores nestes países. As nozes da árvore Cola acuminata são empregues da mesma maneira que as nozes da árvore Cola nitida; provêm da árvore que cresce nos Camarões e no Congo, e embora não sejam tão grandemente apreciadas, são muito usadas com substância estimulante com cafeína. (...)

http://azarius.pt/smartshop/energy/energy_herbs/kolanut/

Luís Graça disse...

Manuel, bonjours, çá va ?... Tens que nos dizer quem era o Dayves... Pertencia à milícia ? `Comp Milicia nº 6 ? Vivia em Empada ?

Arménio Estorninho disse...

Caros Camaradas Luis Graça e Manuel Serôdio, Saudações.

Parecendo-me que o Dayves tem divisas idênticas às do Manuel Serôdio, sendo eu fotografo "conhecia" todos os milícias de Empada e não me recordava daquele "jovem."

Mas tendo em lembrança, navegando no nosso Blogue vendo no Poste 10474 "Manuel Serôdio" uma foto com o ex-Fur. Dayves e tirada no RI 15 Tomar-1967.

Com Abraços
Arménio Estorninho
Ccaç.2381 "Os Maiorais de Empada"