Lisboa > Campus da Escola Nacional de Saúde Pública da NOVA > 6 de setembro de 2007 > Engº Agrº Carlos Schwarz da Silva (Bissau, 1949-Lisboa, 2014).
Pepito, para sempre! (*)...
Foto (e legenda): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados.
Portugal > Alcobaça > São Martinho do Porto > Estrada do Facho > Casa do Cruzeiro > c. 1957 > O pai, Artur Augusto Silva (1912-1983), com os filhos, da esquerda para a direita, João, Iko e Carlos (1949-2014). Cortesia de João Schwarz da Silva, que nos diz que a data deve ser "provavelmente 1957"... Teria então o Pepito (, nascido em Bissau, em 1949) os seus oito anos...
Foto (e legenda): © João Schwarz da Silva (2015). Todos os direitos reservados.
São Martinho do Porto > Estrada do Facho > 7 de Agosto de 2008 > Casa do Cruzeiro, a casa de verão de Carla Schwarz da Silva, mãe do nosso saudoso amigo Carlos Schwarz (Pepito) (1949-2014)...
Uma vista fabulosa da baía de São Martinho do Porto, a partir da janela do quarto que era, na altura, do Pepito e da Isabel Levy Ribeiro.
Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados.
São Martinho do Porto > Estrada do Facho > Casa do Cruzeiro > 7 de Agosto de 2008 > Casa de verão de Carla Schwarz da Silva, mãe do nosso saudoso amigo Carlos Schwarz da Silva (Pepito) (Bissau, 1 de4 dezembro de 1949 - lisboa, 18 de fevereiro de 2014). Na foto, mãe e filho.
O Pepito vinha todos os anos,com a família, passar férias nesta casa de praia, em agosto. Adorava estar horas, em amena cavaqueira coma família e os amigos, á sombra dos pinheiros da casa. A casa era já secular, tendo pertencido a um conhecido ator do teatro de revista, de Lisboa. O avô do Pepito, Samuel Schwarz, comprou-a e ofereceu à fillha, em meados dos anos 30, se não erro. Artur Augusto Silva foi advogado em Alcobaça e em Porto de Mós no pós-guerra. O casal viveu em Alcobaça entre 1945 e 1949, antes de partirem para a Guiné (ele, em finais de 1948 e o resto da família em 1949). Foram amigos pessoais e visitas de casa do pintor Luciano Santos (Setúbal, 1911-Lisboa, 2006).
Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados.
Lisboa > 1950 > Em primeiro plano, o Carlos, ainda bebé, mais os irmãos Henrique (Iko) e João.
Foto: © António Lopes (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.Todos os direitos reservados.
1. Morreu faz um ano, hoje... De repente, demasiado cedo, sem se poder despedir da vida e dos muitos amigos que tinha pelo mundo... Tinham vindo a Lisboa para celebrar os 99 anos da mãe (a 14 de fevereiro de 2014) e fazer exames médicos... Morreu 4 dias depois...
Sentimos todos a sua falta... Vamos recordá-lo numa documentário que a RTP2 passou em 2011...
Carlos Schwarz da Silva | 09 Abr, 2011 | Episódio 10
http://www.rtp.pt/play/p663/e43062/eu-sou-africa
Produção: Vitrimedia;
Realização: Maria João Guardão
Sinopse:
Carlos Schwarz da Silva, guineense nascido em [Bissau], em 1949, só exerceu o nome enquanto se fazia engenheiro agrónomo em Lisboa, ao mesmo tempo que se diplomava na luta estudantil contra a ditadura.
Realização: Maria João Guardão
Sinopse:
Carlos Schwarz da Silva, guineense nascido em [Bissau], em 1949, só exerceu o nome enquanto se fazia engenheiro agrónomo em Lisboa, ao mesmo tempo que se diplomava na luta estudantil contra a ditadura.
Na Guiné Bissau, todos o conhecem como Pepito, lutador incansável contra as más práticas de Estado, mas sobretudo contra a fome, pela cidadania e pelo desenvolvimento. Fundador do pioneiro DEPA (Departamento de Experimentação e Pesquisa Agrícola) e da ONG Ação para o Desenvolvimento (AD), deputado, neto de polacos que sobreviveram ao Gueto de Varsóvia, filho de um jurista nacionalista preso pela PIDE, pai de 3 filhos, avô de 2 netos, Pepito é, nas palavras dos anciãos balantas, um “homem grande”.
"Eu Sou África” é uma série documental de 10 episódios, dois por cada um dos PALOP: Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Cada um dos filmes desta série retrata a vida e a obra de uma africana ou africano implicado na história e no desenvolvimento social, político e cultural do país onde nasceu. “Eu Sou África” revela dez heróis desconhecidos do grande público e desfaz os lugares comuns depreciativos da realidade dos PALOP. Na diversidade das suas experiências e reflexões, o que estes dez africanos dão a ver é a emergência de uma nova África de língua portuguesa – um lugar em que a esperança tem toda a razão de ser.
(Fonte: RTP, com a devida vénia)
2. Comentário de L.G. (**):
O Pepito (1949-2014) foi, em 2011, uma das vinte personalidades escolhidas pela realizadora do programa "Eu Sou África", Maria João Guardão, para ilustrar a ideia de que a África, a África dorida e sofrida de ontem e de hoje, é um continente de esperança e de futuro.
O programa, em dez episódios, passou na RTP2, e na RTP África. Em 9/4/2011, a realizadora do programa, Maria João Guardão, mandou-nos uma sinopse do vídeo do episódio nº 10, com uma simpática mensagem dirigia ao nosso blogue no dia em que o filme passou na RTP2:
(.,..) Sou realizadora de uma série documental - Eu Sou África - , cujo último episódio se mostra hoje [, sábado,] na RTP2, 19h. Sucede que este último episódio se fez com e à volta de Carlos Schwarz da Silva, Pepito, e dos seus. E sucede ainda que a primeira vez que li a historia da vida dele foi no auto-retrato publicado na sua Tabanca [, vd. A sombra do pau torto, por Carlos Schwarz] (...)
Um ano depois da sua morte sabemos que há gente que o amava e admirava que está a fazer esforços para perpetuar o seu nome numa rua de Bissau. Foi a boa notícia que há dias nos deu a Catarina Schwarz:
(...) A minha avó em tempos e em tom de desabafo, disse que gostaria de ver o nome do meu pai numa rua de Bissau. Nós começamos a tratar desse assunto junto à Câmara Municipal de Bissau e ao que parece a Associação de Moradores de Quelelé [, bairro onde a AD tem a sua sede e fica a casa de família] teve a mesma ideia e intenção. Vamos muito provavelmente unir esforços para que isso aconteça. (...)
Vamos também juntar os nossos pauzinhos e dar força a esta iniciativa. A Guiné e a África precisam de exemplos de vida como a deste homem com quem tivemos o privilégio de conviver e que contava, na nossa Tabanca Grande, com bastantes amigos, gente que o estimava e admirava(**)
Notas do editor
(*) Vd. poste de 18 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12738: In Memoriam (178): Carlos Schwarz da Silva (1949-2014)... Pepito ca mori! (Luís Graça)
(**) Último poste da série > 15 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14262: In memoriam (218): morreu um "homem grande", o nosso camarada Amadú Bailo Jaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), que fez parte do Batalhão de Comandos Africanos e da CCAÇ 21, um combatente valoroso e um homem de valores (Virgínio Briote)
9 comentários:
Mesmo não dominando a arte da escrita, não posso deixar de expressar os meus profundos agradecimentos pela amizade que sempre demonstraram pelo meu pai (e sei bem que era recíproca) e pela vossa bonita página de recordação que me deixou muito mas muito comovida. Um beijinho e mantenhas a todos.
Catarina Schwarz
Costuma-se dizer que o Cemitério está cheio de insubstituíveis, mas depois de conhecer o Pepito, a sua obra, a forma como sabia galvanizar os colaboradores, a alma que punha nos seus projetos, a confiança que alimentava em si mesmo e transmitia a quem o rodeava, creio que é muito difícil a qualquer cidadão substituir este homem.
Um homem que acreditava no homem que o rodeava e fazia dele um ator executivo e um devoto apaixonado das obras de desenvolvimento que lhe iam melhorar o estado de vida.
Um homem branco que era de todas as cores e de todas as etnias.
Um homem que descia aos mais simples e mais frágeis e fazia destes a sua razão de ser e estar na vida.Que os escutava, e com eles estudava os seus anseios e ambições e com eles construía as soluções, indo buscar apoios externos, mas envolvia e comprometia de tal modo as pessoas interessadas que os projetos vingavam. Não como projetos do Pepito, mas das pessoas que iam beneficiar e os puseram em prática.
Assim em poucos anos eu cresci com o Pepito, aprendi com o Pepito a acreditar nas pessoas e a servir as pessoas.
Grande Pepito. Paz à tua alma.
josé Teixeira
Caros camaradas
O percurso de vida do "Pepito" é um exemplo de como é possível viver empenhadamente, fazendo, melhor dizendo, tentando sempre fazer, cumprir os seus objectivos, enfrentando as dificuldades, fossem elas as 'naturais' ou as 'fabricadas'.
No que o Zé Teixeira escreve, descreve muito bem todo o papel, toda a importância da actuação do "Pepito", como agia, como motivava, como levava os colaboradores a prosseguir.
Não é preciso, nem possível, acrescentar mais.
Um exemplo!
Hélder S.
Catarina, obrigado pelo teu comentário. Diz-nos como fazer chegar, a Bissau, o nosso dcesejo de ver uma rua do Quelelé com o nome do teu pai. Conta connosco.
Subscrevo as palavras do Teixeira em relação ao Pepito e àquilo que ele fez pela Guiné.
Um abraço
Carvalho de Mampatá
Anabela Pires
19 fev 2015 00:46
Sim, como estou no Chile aqui ainda é dia 18. E levei o dia a lembrar-me do Pepito e do choque brutal que senti há um ano atrás. Uma perda inesperada e irremediável. Mas é o seu sorriso o que mais tenho presente, assim como a sua "coluna vertebral".
Continua presente, o Pepito!
Para a Isabel, Pepa, Ivan, Catarina, restantes familiares e amigos do coração, um enorme abraço,
Anabela Pires
P.S. Isabel, quero notícias!
Bom dia a todos!
Quero agradecer a todos (ao Luis e a todos os que comentam aqui habitualmente) as palavras e as homenagens simpáticas que foram prestando ao meu Pai.
Como já disse a minha irmã Catarina, deixam-nos sempre muito comovidos, e é bom sentir esta amizade (para além de nos encherem de orgulho).
Um agradecimento especial ao Luis. Cumprimentos e felicidades a todos!
Ivan Schwarz
Catarina Schwarz
19 fev 12:51
Olá Luís,
Peço imensas desculpas por ter levado tanto tempo a reagir ao seu mail.
Em principio entre hoje e amanhã, devemos entrar em contacto com o Presidente da Câmara (através do meu namorado, que está em Bissau) e perceber o processo de atribuição de nomes a ruas na cidade de Bissau.
Não estando inteiramente informada sobre o assunto, julgo que quantas mais cartas a CMB receber nesse sentido, mais munida de argumentos estará, para, caso seja necessário ir a Conselho de Ministros para aprovação, o pedido seja mais facilmente aceite. O que é que o Luís acha?
Assim que tiver notícias de Bissau sobre o assunto, eu dou notícias. Entretanto, envio a carta que remetemos à CMB, para ter uma ideia do que fizemos.
Beijinhos
Catarina
Catarina, a carta está bem pensada e redigida... Por certo que a proposta vai ser rapidamente (?) aceite.
Se a família assim o entender, podemos também secundar o pedido, através de carta ou mail.. E se acharem conveniente podemos divulgar esta iniciativa através do blogue.
Para já aguardamos as vossas "instruções". Vejo que a iniciativa está bem enquadrada e vai ter sucesso.
Um xicoração, Luis
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