domingo, 15 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14262: In memoriam (218): morreu um "homem grande", o nosso camarada Amadú Bailo Jaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), que fez parte do Batalhão de Comandos Africanos e da CCAÇ 21, um combatente valoroso e um homem de valores (Virgínio Briote)

Amadu Bailo Jalo
 (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015)
1. Mensagem do nosso editor jubilado Virgínio Briote:

Data: 15 de fevereiro de 2015 às 13:27
Assunto: Amadú Bailo Jaló

Caros Camaradas,

Faleceu hoje no Hospital Militar, no Lumiar, o Amadú. Ainda não se conhecem datas e locais do funeral. (*)

Abraço
V Briote



2. Comentário de L.G.:

Estou fora de Lisboa. Mais uma brutal notícia que,  embora não nos colhendo de surpresa, nos entristece profundamente: sabíamos que o Amadu estava 
internado há algumas semanas e que a saúde já era precária há anos...

 Íamos sabendo notícias dele através do Virgínio que foi, para ele, mais do que um camrada e um amigo.... Tinha planeado ir visitá-lo ao Hospital e ainda há dias falei dele a um dos meus alunos que trabalha como enfermeiro no hospital militar, no Lumiar. Infelizmente já não irei a tempo de poder estar ao seu velório e prestar-lhe a minha última homenagem. Terei que o fazer à distãncia,


Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria > IV Encontro Nacional da Tabanca Grande > 20 de Junho de 2009 > Em primeiro plano, o Virgínio Briote e o Amadu Djaló, um e outro muito acarinhados por todos. Dois homens sábios e dois combatentes valorosos, que muito orgulham a nossa Tabanca Grande.

Foto (e legenda): © Luis Graça (2010). Todos os direitos reservados


Vou pedir aoi Virgínio que nos faça uma pequena resenha biográfica (**): ele ajudou o Amadu a escrever e a publicar as suas memórias (Amadu Bailo Djaló - "Guineense, Comando, Português", Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, + fotos, edição esgotada). 

Foi pena  que, com a degradação da saúde do Amadu,  nestes últimos anos, não tenha podido sair, como planeado, o 2º volume, com as aventuras e desvanturas do autor, a seguir à independência do seu pais. Vivia há largos em Portugal, na Amadora, com uma filha e netos. E de tempos a tempos ia até Londres juntar-se ao filho. 

Acabou a sua longa carreira militar (iniciada em 1962) como alf comando graduado, na CCAÇ 21, comandada pelo tenente cmd grad Jamanca, um dos primeiros camaradas guineenses a ser fuzilado pelo PAIGC.

Os sentidos pêsamos à família,  por parte dos editores, colaboradores e demais membros da Tabanca Grande. Morre uma homem bom, um grande e bravo combatente, um digno muçulmano  e um português que se orgulhava das suas origens como fula e guineense. 

_________________

Notas do editor:

(*) Último poste da série >  14 de fevereiro de  2015 > Guiné 63/74 - P14257: In Memoriam (217): Britt-Marie, esposa do nosso camarada José Belo, faleceu no passado dia 12 de Fevereiro

(**) Vd,. poste de 21 de abril de  2009 >  Guiné 63/74 - P4229: Os nossos camaradas guineenses (7): Amadu Djaló, as memórias do Comando Africano continuam (Virgínio Briote)

(...) As memórias, como já referi, cobrem todos os anos da guerra. De ainda antes, até. O nascimento em Bafatá, a frequência da escola corânica e depois a da missão católica, de uns padres italianos, a permanência de dois meses no mato para a cerimónia da circuncisão, aos 13 anos a viagem com o irmão mais velho a Boké, os negócios da venda de tecidos e bugigangas na República da Guiné-Conackry, as saudades dos pais e da vida de Bafatá e o regresso à cidade natal.

A incorporação na tropa deu uma grande volta à vida dele. O contacto com os militares europeus, a passagem por Bolama, Cacine, Bedanda, Farim, o 1º ataque do PAIGC a Farim, as 3 emboscadas, no mesmo dia, na estrada Cuntima-Farim, o 1º morto do PAIGC que ele viu ser arrastado pelo soldado Solda, do BCav 490, em 1964, o regresso à CCS do QG, a entrada para os comandos do Saraiva. Uma grande volta na vida dele.

Com o Saraiva viu coisas que nunca imaginou. Viu tudo. Inaugurou a pista de Madina do Boé. Desembarcou de uma das cinco DO 27, que levaram o grupo para Madina. Ao som de tambores, percorreram o trajecto da pista, acabada nesse mesmo dia, até ao aquartelamento. Episódios de Madina que não esquece: a ida com o Saraiva e com o régulo a Hore Moure, na Rep. da Guiné-Conackry, os três vestidos à fula, com duas granadas ofensivas cada um com o grupo emboscado a cerca de 500 metros. A entrada nas casas, que serviam de pouso à ainda incipiente guerrilha apenas durante o dia. A história da mina que matou quase metade do grupo em Gobige. Os funerais em Bissau, a reunião em Brá para discutirem os procedimentos que tinham tomado em Madina e logo a seguir a ida para o Oio, com mais 11 camaradas. Nesta acção, indescritível para os nossos olhos de agora, viu mesmo tudo o que de pior a guerra, qualquer guerra, tem. Crianças, velhos, paralíticos, gado, ficaram-lhe na memória como os principais actores dessa saída.

E depois, Burontoni e o Malan, um miúdo de 7 ou 8 anos que vivia com os pais, junto a um acampamento da guerrilha. Ninguém queria ficar com o Malan. O Saraiva não queria mascotes, o capitão L., da Companhia local respondeu negativo. Amadu trouxe a criança para Brá. Depois, com 4 metros de tecido que um camarada tinha apanhado num acampamento, foi a um alfaiate fazer 4 calções e 3 camisas. Uns sapatos e uns chinelos completaram o guarda-roupa do Malan, que teve de mudar o apelido para Djaló.

Malan Djaló passou a viver na grande família Djaló. Nunca ninguém soube a história do rapaz até 1973. Malan cresceu, andou na escola, aprendeu bem o português. Quando chegou a independência voltou a ver os pais, mas à noite regressou à família Djaló. Passou a dar aulas de português em quartéis do PAIGC, até conhecer uma jovem por quem se apaixonou. Casou e nasceu-lhe uma menina. A sorte da vida não estava com o Malan. Uma doença rápida, em dias, matou-o numa cama do hospital de Bafatá. Um ano depois, a menina morreu também, vitima da mesma doença, presume o Amadu.

Histórias, umas atrás das outras, que a guerra foi muito longa e foi feita de muitos episódios. Tem sido este o meu trabalho, caros Camaradas. Programei a entrega do texto para o final deste mês. (...)


Vd. ainda poste de 13 de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6149: Amadú Bailo Djaló, meu camarada: 
tem o seu dia de festa no dia 15, no Museu Militar, às 18h (Virgínio Briote)


(...) O Amadu Djaló foi meu Camarada nos Comandos em Brá, entre 1965 e 1966, embora não tenha feito parte do meu grupo. Em 1964 pertenceu ao grupo do então Alferes Maurício Saraiva e em 1965 transitou para o do Alferes Luís Rainha. Acabada a Companhia de Comandos do CTIG, depois de uma breve estadia em Bafatá,. foi para Fá Mandinga, para colaborar na formação dos Comandos Africanos e depois participou em numerosas operações até ao fim do conflito.

O livro começa por falar da vida na cidade natal, Bafatá, do convívio com os Pais, Irmãos, Avô e os amigos mais chegados. A ir e a regressar, acompanhando um primo, feito djila [1], ao Senegal. A hesitar na incorporação, a tentar adiar, enquanto abria uma banca para negociar, no Mercado de Bafatá.

Não pôde evitar, fugir não fazia parte da sua maneira de ser, nem lhe cabia na cabeça deixar os Pais e a família para trás. Ainda faltavam uns meses para começar a guerra a sério, mas já havia cheiro a pólvora no ar.

Depois da recruta em Bolama, entre 1962 e 1964 deambulou como condutor por Cacine, Bedanda, Catió, Cufar e Farim. Removeu abatizes, viu os efeitos das primeiras minas e caiu nas primeiras emboscadas. Mas naquele tempo ainda era possível ir de Farim a Susana, em coluna, em viagens intermináveis.

Cansado de ser “rebenta minas”, pediu a transferência para a 4ª Rep, do QG, em Bissau. Foi-lhe concedida. No parque das viaturas da C.C.S. do Q.G. teve a sorte e o contentamento de encontrar o seu amigo, o Tomás Camará, que estava no grupo de Comandos do então Alferes Saraiva.
- Comandos? Que é isso de Comandos de Saraiva?

Não precisou de muitas respostas para, tempos depois, estar em Madina do Boé com o grupo. Para participar, e de que maneira, num acontecimento que o marcou para sempre: a mina no pontão do Gobige, na estrada de Contabane para Madina, que matou todos os Camaradas, menos um, que vinham na segunda e última viatura.

Um grupo de vinte homens, repartido em duas viaturas, de um momento para o outro, estava reduzido a metade. Não podiam ir todos buscar socorro a Madina, a cerca de trinta quilómetros de distância. Alguém tinha que ficar ali, a amparar os feridos, a guardar os mortos. Uma tarde que pareceu um ano, junto à estrada para Madina, a assistir ao morre este, agora aquele, até à noite, quando chegou o socorro. E, logo dois ou três dias depois, foram para o Oio e a história quase se repetiu. Porque a guerra é assim, é feita de repetições, os que morreram já não morrem outra vez, morrem outros, os feridos é que podem ter mais sorte, podem voltar a ser feridos outra vez.

Já quase no final da comissão do grupo foram ao Como. Outra odisseia. O grupo de Saraiva, como lhe chamavam, despedia-se numa operação, a que o alferes pôs o nome de Ciao. Tudo correu bem a princípio. Depois, já na retirada, o alferes não quis sair de lá sem trazer a MP [2], que alguns afirmavam ter sido usada contra eles. Alguns ofereceram-se para voltarem ao acampamento em chamas. Dos dez que reentraram nas barracas, um morreu, um ficou ileso e os restantes foram atingidos pelo fogo inimigo.

O grupo de Saraiva acabou e o Amadú achou que já era tempo de ter um pouco de paz. Afinal era um condutor encartado e era mais antigo que muitos. E como condutor ganhava mais 150 escudos que nos Comandos de Brá e, na altura, 150 escudos davam para comprar muito arroz.
Até que apareceu lá na 4ª Rep, um alferes, o Luís Rainha, do grupo Centuriões, que tinha substituído o grupo de Saraiva, com uma autorização da 1ª Rep para o levar, outra vez, para os Comandos de Brá.

Pouco tempo depois, entrou numa nomadização, prevista para durar 48 horas, na zona de Faquina Mandinga, Sitató, na fronteira com o Senegal. Uma nomadização que acabou por se tornar num golpe de mão, guiados pelas vozes e gargalhadas dos guerrilheiros, que se achavam seguros até verem os Comandos entrarem pelo acampamento.

E, outra vez em Maio, tal como no ano anterior com o grupo de Saraiva, nova teimosia, desta vez do Rainha. Ao mesmo acampamento, no Como, para vingar as baixas que o 'grupo de Saraiva' tinha tido. Entre outro material trouxeram a pistola, de coronha nacarada, do Pansau Na Isna e o chapéu chinês dele, também.

Depois a Companhia de Comandos do CTIG acabou. E sempre que a unidade acabava, ou alguma coisa não lhe agradava, o Amadú pedia transferência para a 4ª Rep, a sua eterna casa-mãe.

Tempos depois, estava em Bafatá, quando chegou uma ordem do General Spínola para todos os Comandos Guineenses se concentrarem em Bissau, para fazerem provas e novo curso para a constituição de uma Companhia de Comandos Africanos.

Depois, foram operações atrás de operações da 1ª Companhia de Comandos Africanos, comandada pelo Capitão João Bacar Djaló [, na foto a esquerda, ao meio], enquanto, em Fá Mandinga, se formavam outras Companhias que iriam constituir o Batalhão de Comandos, sob a orientação do então Capitão Almeida Bruno.

Nos anos que durou a guerra participou em acções em todo o território onde a presença do PAIGC se fazia sentir. Percorreu matas e carreiros de Bambadinca, Canquelifá, Cobiana, Conakry, Cumbamori, Cuntima, Fá Mandinga, Farim, Gandembel, Gadamael, Gabu, Guidage, Guileje, Madina do Boé, Mansabá, Morés, Piche, passou e voltou a passar pelos rios e margens do Cacheu, do Geba, do Corubal, chafurdou e chorou nos tarrafos, em operações umas atrás das outras.

Em 25 de Abril de 1974 andava atrás da guerrilha, na zona de Piche, quando ouviu no rádio de um milícia que tinha havido um golpe militar em Lisboa.

A guerra acabou e começou outra, a luta pela sobrevivência na Guiné-Bissau. A entrega das armas, a vida civil sem amigos, as prisões dos camaradas, os fuzilamentos, a prisão dele e a escapadela numa hora que só costuma acontecer uma vez na vida de um homem, graças a um acto digno e cavalheiresco de um comandante do PAIGC.

A Bissau de Luís Cabral, em 1975, tornou-se uma cidade triste, com recolheres obrigatórios, denúncias, falta de arroz, falta de tudo, menos de 'milho para burro', que um país amigo lhes enviara num navio. O golpe do Nino foi para ele e para muitos o renascer de uma esperança. A seguir veio a desilusão e a viagem para Portugal. (...)

Vd. também os postes:


 16 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6168: Lançamento do livro do Amadu Bailo Djaló: Lisboa, Museu Militar, 15 de Abril (1): "Os cobardes, esses, vivem mais, mas nunca hão-de ter música para dançar" (provérbio tradicional guineense)

17 de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6169: Lançamento do livro do Amadu Bailo Djaló: Lisboa, Museu Militar, 15 de Abril (2): Um grande contador de histórias, um homem bom, um notável condutor de homens...

27 comentários:

Anónimo disse...

As minhas condolências à família enlutada
Paz à sua alma

Carlos Silva

José Botelho Colaço disse...

À família enlutada os meus sentidos pêsames.Um até sempre amigo Amadu.

Torcato Mendonca disse...

Olá Virginio Briote,

Um fim de tarde triste, a noticia a dizer-me o que esperava. Pensava podermos adiar por mais uns tempos.

A simpatia do Amadú, aquela conversa que tivemos a recordar Camaradas que ,não a guerra mas os homens de má vontade nos levaram. Não só recordações tristes.Não. Também o trazermos, no encontro anual deste blog, as recordações das Gentes da Guiné da guerra e da partilha de um pouco de nós.Ficou a empatia, a amizade. O livro é um documento que preservo com estima. São relatos que me mostram o caracter, a amizade de dois amigos. Um relatou, outro escreveu e a Associação de Comandos enviou até mim.
Os meus pêsames á Familia do Amadú, o meu abraço fraterno para ti, és da familia Comando e um . - até um dia Amadú.

Abraço amigo do Torcato

Torcato Mendonca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...


Olá Virginio Briote
Veio a má noticia neste fim de tarde. Algo nos dizia que o nosso Camarada Amadú não estava nada bem. Sentimos sempre uma tristeza que se não descreve quando um amigo parte. Há sempre uma recordação mais forte que aparece. Aquiveio até mim a conversa que tivemos no Encontro Anual do Blog, da recordação de amigos que, não a guerra, mas os homens de má vontade nos levaram. Falamos das gentes da Guiné e eu tenho, em bom lugar,o ~Livro. Um amigo, ele, o ditou, outro,tu, o escreveu e a Associação de Comandos o enviou. Para todos o meu abraço fraterno .
Os meus pêsames á Familia do Amadú. Um abraço para ti Virginio e um até um dia Camarada Amadú
Abraços para vocês do Torcato.
(já escrevi, já perdi um texto e ou dos dentes cerrados ou desta net parva espero que vá…)

Manuel Carvalho disse...



Até um dia meu camarada Amadú, que o teu Deus te reserve um bom lugar.

Manuel Carvalho

Anónimo disse...

O Amadú foi um de nós e, como nós, cumpriu um papel que as circunstâncias lhe ditaram. Nesta hora, não posso especular sobre o que cada um de nós fez e se deveria fazer de diferente. O que é oportuno é a manifestar a minha condolência pela morte de um homem que esteve corajosamente do nosso lado e que, em muitas das suas acções, livrou da morte muitos de nós. Que o seu Deus o receba com generosidade.
Carvalho de Mampatá.

Anónimo disse...

As minhas condolências para os seus familiares.

JPicado

Costa Abreu disse...

Caro Amigo Amadu,
Infelizmente ja partiste para o Alem aonde toudos nos nos encontramos, pertenceste ao meu grupo de Comandos, eu vim embora e tu continuas-te na batalha, felizmente tiveste um anjo ao teu lado que te trousse para Portugal Continental, e nao tiveste o destino como o Jamanca e muitos outros dos nossos colegas Africanos que foram fusilados cobardemente pelo PAIGC. Ate sempre.
Julio Abreu
Chefe da 2 Equipe do Grupo de Comandos Centurioes.
Ex-Guine Portuguesa

Anónimo disse...

José Marcelino Martins disse...


Até sempre. AMADÚ BAILO JALÓ.

Anónimo disse...



Nesta hora triste quero manifestar à família do camarada Amadú Jaló o respeito que tenho por ele e apresentar-lhe os meus sentidos pêsames.

Francisco Baptista

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Embora as mais recentes notícias sobre o Amadú que nos foram chegando indiciassem já qualquer coisa neste sentido, na medida em que as referências ao estado de saúde eram sempre de que não estaria bem, e também, tendo em conta que as nossas idades vão avançando a grande velocidade, que este tipo de desfecho deve ser esperado a todo o momento, quando a notícia chega ficasse sempre com o impacto da mesma.

Que o Amadú possa descansar em paz.

Hélder S.

Anónimo disse...

Camarada

Descansa em Paz...

Jorge Rosales

Eduardo Campos disse...

Mais um de nós que parte, desfechos que infelismente começam a serem quase diários.
Amadú descansa em paz.
As minhas condolências à familia.

admor disse...

Que descanse em paz.

Condolências aos familiares e amigos.

Até qualquer dia Camarada.

Adriano Moreira

Cherno AB disse...

Adeus Amadu Djalo (Guineense-Comando-Portugues),

Na verdade nos so precisavamos da cultura deles, do saber fazer (da ciencia e da tecnologia querias dizer), nao a civilizacao do nome e do jeito de comer a mesa com garfo e faca.

Cherno AB.

Anónimo disse...

Tive a sorte e o privilégio de o conhecer ainda em vida e com ele falar.
Que descanse em paz.
Para a família enlutada os meus pêsames.
BS

vasco santos disse...

Os meus sentidos pêsames a Familia, que descanse em Paz.

vasco santos

JD disse...

Ao Virginio quero manifestar grande apreço pela publicação do livro do Amadu, um guineense aportuguesado, e conformado com a saída obrigatória da sua terra natal. E foi a nacionalidade portuguesa que serviu com dedicação e honra, que ele escolheu.
Das poucas conversas que mantivémos, guardo a recordação de um homem simples, generoso, capaz de ultrapassar dificuldades e as memórias amargas que a vida lhe reservou.
Gostei muito de o conhecer, é o que posso transmitir à família enlutada.
JD

Joaquim Mexia Alves disse...

Paz á sua alma.

Manuel Bernardo - Oficial reformado disse...


Como última homenagem a este grande combatente por Portugal e suas gentes, transcrevo algumas das minhas afirmações aquando do lançamento do seu livro em 2010:

(...)
Não tenho os dotes oratórios dos camaradas e amigos que me antecederam e muito menos dos do professor e ilustre comentador da SIC, que é o Dr. Nuno Rogeiro, pelo que vou limitar-me a ler um texto que elaborei para esta ocasião.

Agradeço o amável e honroso convite que me foi formulado pelo Presidente da Associação de Comandos, Dr. Lobo do Amaral, com quem já colaborara na edição de um outro livro sobre o 25 de Novembro e também incluído nesta colecção Mama Sume, da Associação de Comandos.
(...)

Um grande “comando” guineense”

Entrando na análise desta obra, começaria por dizer que o seu autor foi um militar perseverante e distinto, que percorreu as funções das três classes atribuídas aos combatentes: praça (soldado e cabo), sargento e oficial, ao longo dos 11 anos que durou a guerra na Guiné.
Amadú Djaló, com o Curso de Comandos, que frequentou em 1964, seria transformado de um jovem comerciante independente, na vida civil, num grande combatente.
Para tudo na vida é preciso ter sorte e ele teve-a com os militares que foram seus instrutores e, depois, com o Alferes Maurício Saraiva, comandante do seu grupo (Os Fantasmas) e que foi considerado como um dos melhores combatentes da Guerra do Ultramar.

A este propósito lembro que os instrutores e monitores deste Curso de Comandos foram militares muito valentes, quer na Guiné, quer nos outros teatros de operações.
Quatro deles viriam a ser galardoados com a mais alta condecoração, a Ordem Militar da Torre Espada, do Valor Lealdade e Mérito, em 1969/70: Tenente Jaime Abreu Cardoso, 2.º Sargento Ferreira Gaspar, 2.º Sargento Marcelino da Mata e Capitão Maurício Saraiva. Dos restantes, sete seriam condecorados com a Cruz de Guerra (alguns com mais que uma).

Aliás, durante a guerra da Guiné, e por feitos praticados em operações foram condecorados com a Torre Espada mais quatro oficiais dos comandos: Major Almeida Bruno, Capitão Ribeiro da Fonseca, e os guineenses Cherne Sissé e João Bacar Jaló. Pena foi que o último comandante do Batalhão de Comandos Africanos da Guiné, o Coronel Raul Folques (aqui presente e também na capa deste livro), que já se distinguira em Angola e condecorado com uma terceira Cruz de Guerra em 1973, não tivesse merecido da hierarquia militar a ambicionada Torre Espada.
Fim de transcrição

Sentidos pêsames à família do Amadu e que descanse em Paz.

antonio disse...

Obrigado Camarada Amadu por teres feito parte das forças que em Fevereiro de 1974 nos ajudaram a sair em segurança de Copá.

Que Deus te pague toda a tua dedicação a Portugal,sinto enorme orgulho de ti e de todos os demais Guineenses que lutaram ao nosso lado.

Sentidas condolências aos seus Familiares.

Descansa em Paz Camarada.
Até sempre.

António Rodrigues.

Juvenal Amado disse...

Só hoje consegui colocar este comentário mas mesmo assim não quero deixar de prestar homenagem ao camarada que nos deixou.
Na minha primeira participação no almoço do blogue ainda na Ortigosa, tive a sorte de ficar sentado ao lado do Amadu bem como do Virginio. É grata a memória de que guardo desses momentos em que presenciei o grande afecto que havia entre esses dois homens, com amizade caldeada nas mais duras provas.
Já nessa altura o Amadu estava doente e debilitado, mas falamos imenso ou antes, ele falou e eu ouvi, pois e nada tinha para contar a um homem daqueles, tal era a sua história de vida.

Lamento o seu desaparecimento físico já que a sua memória perdurará sempre com quem com ele lidou.

Os meus mais sinceros pêsames há família e um enorme abraço ao Virginio, que também ele sente de forma bem dura a partida do nosso camarada.

Um até sempre Amadu

Manuel Luís Lomba disse...

Entre 1964-1965 a minha circunstância de militar do recrutamento geral levou-me a "trabalhar" na Guiné e a conhecer os Comandos João Bacar, Marcelino da Mata, Amadú Bailo Jaló, do Exército Português, guineenses corajosos, valentes, e portugueses sentidos, que ombreavam com Maurício Saraiva, Virgínio Briote, Luís Rainha, o João, etc, - abandonados pela"exemplaridade" descolonizadora do MFA, os quais poderiam continuar como construtores do seu país e do seu Exército nacional, sem terem passado pelas fileiras do PAIGC.
Descansa em paz, camarada Amadú.
Manuel Luís Lomba

Abreu dos Santos (senior) disse...

Muito sentidas condolências, aos Familiares, aos seus Camaradas-d'Armas, e a todos quantos privaram ou conheceram o Amadu Bailo Djaló, Homem Grande, Português, Combatente de eleição.

Anónimo disse...

Virgino Briote,
Através de ti, nestas páginas, tive o prazer de conhecer o Amadú. A sua forma simples de estar na vida e o seu portuguesismo faziam dele um homem exemplar. A ele dedicastes uma sincera amizade, uma amzade fraternal. Bem hajas por isso.
Para ti e para os familiares as minhas condolências.
José Câmara

José Botelho Colaço disse...

José Colaço
15:51 (Há 5 minutos)

para JC, António
Desloquei-me ao aeroporto terminal de cargas e por acaso a funerária foi lá levar uma urna para a Guiné Bissau , falei com o dono da funerária e ele disse-me que devido ao avião ser pequeno o Amadu só amanhã Sexta-feira às 14 horas será o embarque para Bissau e que o Amadu pode ser visto amanhã na Mesquita da Praça de Espanha entre as 10 e as 11 da manhã.
(É tudo notícia da última hora).