Lisboa > 5 de janeiro de 2015 > Um dos mais célebres murais de "street art" de Lisboa > "O androide dos artistas VHILS e PIXEL PANCHO
"Depois de esculpir rostos pelas ruas de Lisboa, o artista Alexandre Farto (mais conhecido por “Vhils”) juntou-se ao artista italiano Pixel Pancho e passou quatro dias a trabalhar numa obra junto ao rio no Jardim do Tabaco. O mural mistura o estilo dos dois, com figuras robóticas que são a imagem de marca de Pixel Pancho, e um típico rosto esculpido por Vhils. Foi assim criada uma imagem de um androide destruindo um barco com a mão, e quem for vê-la de perto poderá também deparar-se com barcos verdadeiros, pois a obra encontra-se junto de um dos terminais de cruzeiros da cidade." (Fonte: LisbonaLux.com)
Fotos: © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados.
A. Resultados finais da nossa última sondagem (*)
1. Concordo totalmente > 87 (80,6%)
2. Concordo em parte > 8 (7, 4%)
3. Não concordo nem discordo / Não sei > 7 (6,5%)
4. Discordo em parte > 2 (1,8%)
5. Discordo totalmente > 4 (3,7%)
Votos apurados: 108
Sondagem fechada em 15/2/2015, 15h
B. Alguns comentários (a desenvolver em postes posteriores) (*):
(i) Carlos Vinhal:
(..:) Pressupõe-se que temos de responder como portugueses e não na qualidade de ex-combatentes.
Surge-me uma pergunta, por que se põe esta questão em relação à Guiné e não a Angola ou a Moçambique onde residiam mais portugueses (da metrópole) e o número de combatentes foi muito maior? Que diz a Guiné em relação aos normais portugueses? Lembram-se de quando éramos mobilizados para a Guiné, aqui tão perto, as pessoas ficavam mais aterrorizadas do que se fôssemos para o distante território de Timor, lá do outro lado mundo?
Surge-me uma pergunta, por que se põe esta questão em relação à Guiné e não a Angola ou a Moçambique onde residiam mais portugueses (da metrópole) e o número de combatentes foi muito maior? Que diz a Guiné em relação aos normais portugueses? Lembram-se de quando éramos mobilizados para a Guiné, aqui tão perto, as pessoas ficavam mais aterrorizadas do que se fôssemos para o distante território de Timor, lá do outro lado mundo?
Estou-me a lembrar de que nos primórdios dos anos 80, Matosinhos se geminou com Mansoa. Pergunto, quem da minha cidade saberá onde fica Mansoa? E o que fez Matosinhos por Mansoa?
Quebrando o sagrado segredo de voto, digo que respondi que não sabia, porque como português não sei da qualidade dos afectos dos meus compatriotas para com os guineenses. Se fosse sobre o meu afecto, enquanto ex-combatente, a isto sim saberia responder. (...)
(...) Eu não votei, na mesma linha que o Carlos porque, também, não sei qual a afeição que o povo português nutre em relação ao povo guineense, para além da evidente necessidade de encontrar um refúgio temporário que se transformaraá em definitivo mesmo se a Europa não levar a cabo a presente integração forçaada com capa de laicidade e de republicanismo que nunca existiram. (...)
(...) Quanto aos paises citados, podemos falar, sim, de afectos em relação aos Cubanos, mas duvido que o mesmo se possa dizer dos Russos e Suecos que são povos simpaticos, mas não conhecem o nosso povo, a nossa realidade e só ouviram falar de longe. Com os portugueses é diferente, foi uma relação difícil mas que deixou marcas que ninguém pode ignorar. (...)
(...) Na Guiné ou em outra ex-colónia, quando algum cidadão desses países tem algum bom relacionamento com portugueses, corre o risco de os vizinhos ou colegas o alcunharem de "lacaio" ou mesmo no caso do crioulo "catchurro" do tuga.
Com o tempo esse risco pode diminuir, mas devido ao discurso político urdido por conveniências políticas, ainda vai demorar uns tempinhos ao estigma colonial desvanecer. (...)
Com o tempo esse risco pode diminuir, mas devido ao discurso político urdido por conveniências políticas, ainda vai demorar uns tempinhos ao estigma colonial desvanecer. (...)
(iv) José Belo (Suécia):
(...) Afectos entre povos em busca de graduações valorativas?
Nos exemplos apresentados,(portugueses, russos, chineses, cubanos,suecos, alentejanos, etc) aspectos menos platónicos não deveräo ser escamoteados. "Com carinho e com afecto" do luso-tropicalismo,ou "com economia e com afecto" à sueca? (...)
Nos exemplos apresentados,(portugueses, russos, chineses, cubanos,suecos, alentejanos, etc) aspectos menos platónicos não deveräo ser escamoteados. "Com carinho e com afecto" do luso-tropicalismo,ou "com economia e com afecto" à sueca? (...)
(v) António José Pereira da Costa:
(...) Olá, Luís. Estou como disse o Beja Santos: continuas a provocar o "nativo". É bom. Para ver se isto aquece e o debate se instala, mas acho que as "declarações de voto" que acabo de aqui ver resumem muito bem a situação.
É certo que só os velhos e ainda por cima que passaram pela Guiné é que votam. Há um indício técnico para que quero chamar a tua atenção. Neste momento há convívios de ex-combatentes em que as mulheres vão para uma mesa e os maridos para outra. Isto significa que elas, que nunca lá foram (...), começam a ter dificuldade em se rever no fenómeno e que os "ex-" estão cada vez mais sozinhos na sua nostalgia. (...)
(vi) C. Martins:
(...) Nem é preciso sondagens...digo eu. Quem já lá foi após a independência e desde que os tratemos com respeito manifestam-nos a sua profunda amizade e até os próprios guerrilheiros do PAIGC pedem desculpa: "era a guerra" dizem ... mas agora podemos ser amigos. Falo obviamente da população, porque os "políticos"... sobre esses estamos conversados. (...)
(vii) Vasco Piers (Brasil):
(...) Dizes bem, Luís, mais exploradores que conquitadores. Ousaria dizer, que somos o povo de um pequeno País de costas voltadas à Europa que precisou de buscar a sua subsistência (a partir do século XV) no mar e pelo mar. Desde Ceuta,andamos por aí,em busca "do pão " que rareava em casa. As feitorias, o ouro da Mina, os escravos, a "pimenta " da Índia, o ouro do Brasil, a volta a África, sempre em busca da subsistência como povo, e consequentemente da nossa existência como Nação.
Após a morte do nosso "último Imperador",e com o fim do sonho Imperial, voltamos á Europa,e parece que não deu muito certo. Nessa nossa saga através dos mares,até longínquos povos,tivemos um relacionamento "sui generis" com esses povos, bem diferente dos nossos nossos vizinhos do Norte. Miscigenamo-nos,como já tínhamos feito com Bérberes e Semitas,na África, na Ásia, na América, logo a nossa relação afetiva com outras gentes,foi necessariamente diferente da de outros colonizadores.
Melhor? Pior? Será que compete a nós dizê-lo? (...) (*)
(vii) Vasco Piers (Brasil):
(...) Dizes bem, Luís, mais exploradores que conquitadores. Ousaria dizer, que somos o povo de um pequeno País de costas voltadas à Europa que precisou de buscar a sua subsistência (a partir do século XV) no mar e pelo mar. Desde Ceuta,andamos por aí,em busca "do pão " que rareava em casa. As feitorias, o ouro da Mina, os escravos, a "pimenta " da Índia, o ouro do Brasil, a volta a África, sempre em busca da subsistência como povo, e consequentemente da nossa existência como Nação.
Após a morte do nosso "último Imperador",e com o fim do sonho Imperial, voltamos á Europa,e parece que não deu muito certo. Nessa nossa saga através dos mares,até longínquos povos,tivemos um relacionamento "sui generis" com esses povos, bem diferente dos nossos nossos vizinhos do Norte. Miscigenamo-nos,como já tínhamos feito com Bérberes e Semitas,na África, na Ásia, na América, logo a nossa relação afetiva com outras gentes,foi necessariamente diferente da de outros colonizadores.
Melhor? Pior? Será que compete a nós dizê-lo? (...) (*)
________________
Nota do editor:
(*) Vd. postes de
8 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14234: Sondagem: opinião "em matéria de afetos, e em relação aos guineenses, levamos hoje a dianteira a russos, chineses, cubanos, suecos e outros que apoiaram o PAIGC no tempo da guerra colonial"...
11 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14240: Sondagem: somos um povo de afetos ? Resultados preliminares (n=70): 80 % dos respondentes "concordam totalmente", com a proposição segundo a qual "em matéria de afetos, e em relação aos guineenses, levamos hoje a dianteira a russos, chineses, cubanos, suecos e outros que apoiaram o PAIGC no tempo da guerra colonial"...
Nota do editor:
(*) Vd. postes de
8 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14234: Sondagem: opinião "em matéria de afetos, e em relação aos guineenses, levamos hoje a dianteira a russos, chineses, cubanos, suecos e outros que apoiaram o PAIGC no tempo da guerra colonial"...
11 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14240: Sondagem: somos um povo de afetos ? Resultados preliminares (n=70): 80 % dos respondentes "concordam totalmente", com a proposição segundo a qual "em matéria de afetos, e em relação aos guineenses, levamos hoje a dianteira a russos, chineses, cubanos, suecos e outros que apoiaram o PAIGC no tempo da guerra colonial"...
2 comentários:
Os guineenses destas gerações estão tão divididos ou mais, do que aqueles do tempo da guerra colonial e antes da mesma em relação ao relacionamento com Portugal. ( Não é por causa de russos e cubanos...)
Se antes havia os bombardeamentos de artilharia estacionada nos países vizinhos, hoje essa artilharia, continua ainda mais intensa.
E com tal intensidade, que algumas "elites" além de se quererem desligar de Portugal, já nem se querem rever na CPLP.
Mas a traz de tempo, tempo vem.
É bom que se um dia aparecer petróleo e outros venenos que rondam aquelas redondezas, os guineenses se unam um pouco mais, e tenham memória.
Os Russos, os Chineses e os Suecos da Tabanca de Missirá,ficaram chateados com estes resultados...
Abraço.
J.Cabral
Enviar um comentário