quinta-feira, 23 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14509: Agenda cultural (391): Histórias à volta do livro "Pai, tiveste medo ?!", no âmbito das comemorações do 25 de abril... Com a autora, Catarina Gomes, filha de combatente da guerra colonial, jornalista do Público, hoje, 23, 5ª feira, às 18h00, na Biblioteca-Museu República e Resistência, Lisboa; e e no dia 25, sábado, na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal

1. Mensagem, com data de ontem,  da Catarina Gomes, jornalista do "Público" e autora do livro "Pais, tiveste medo ?" (*) 


Boa tarde,  professor Luís Graça,

Ainda não tenho o programa final da nossa conferência [, organizada pela EGEAC,] mas em breve lho mandarei.

Pedia-lhe se podia divulgar no seu blogue as conversas que vou ter em torno do meu livro nos próximos dias, a pretexto do 25 de Abril:

1º evento

Vou estar a falar do meu livro "Pai, tiveste medo? [Lisboa, Matéria Prima, 2014, 248 pp.],  na Biblioteca-Museu República e Resistência, no âmbito das Comemorações do 25 de abril, esta quinta-feira (dia 23 de Abril) às 18h00. Sobre "o lado mais familiar" da guerra colonial.

Biblioteca-Museu República e Resistência – Espaço Cidade Universitária, 
Rua Alberto de Sousa 10A, 1600-002 Lisboa
Contactos: Tel.: 21 780 27 60
bib.republica@cm-lisboa.pt
Entrada livre

2º evento

No 25 de Abril vou estar na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal a falar sobre o meu livro "Pai, tiveste medo?". Sobre as histórias de 12 filhos que ouviram falar da guerra colonial em casa. Muito do que aconteceu aos pais teve de ser imaginado.

Obrigada e até breve. (**)
Catarina
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3 comentários:

jpscandeias disse...

A minha filha, e não sei porquê, ofereceu-me o livro em questão à cerca de uns 3 meses. Mas ao iniciar a leitura, reconheço que o fiz sem grande entusiamo, parei logo, quase ao início, quando a autora na pag. 12 escreveu - A maioria dos combatentes esteve apenas 2 anos na guerra mas penso que, terá havido poucos mais momentos transformadores nas suas vidas.
Aquele "apenas" retirou-me a vontade de o ler. Quem considera que 2 anos na guerra é pouco tempo na vida de um jovem na casa dos 20 anos não tem a mais pequena perceção realidade.
São 2 anos em que quase conseguimos recordar cada dia, cada hora e, nalguns casos, passado quase meio século e garanto que foram extremamente longos.
Tenho dois filhos na casa dos 30 e tal anos e nenhum me perguntou se tive medo. Nem mesmo depois da oferta do livro. Há muitos livros sobre a guerra colonial e nenhum até agora me cativou. O mesmo acontece com a produção cinematográfica/documental.
Talvez porque coloque a fasquia muito alta. Talvez porque a nossa guerra não teve o impacto nem a dimensão de outras. Talvez porque não temos experiência acumulada como os americanos. Talvez porque não temos massa critica. Não sei. Alguns povos tem conseguido,especialmente os americanos, utilizar a tela dos cinemas para exorcizar e muitas vezes de forma critica a sua participação na guerra.
Destaco a guerra do Vietname, a que mais se aproxima, por excesso, da que conheci na Guiné. Nem todas foram boas obras, como exemplo, Os Boinas Vermelhas. Mas noutros casos foram excelentes como no caso do - Caçador - para mim o melhor.
Não sei se este sentimento é partilhado por outros companheiros de armas, porque cada um de nós teve a sua experiencia e também a sua missão. Uns foram atiradores, um nome que hoje dito em inglês - sniper - causa logo alguma efervescência, outros, amanuenses, cozinheiros, telegrafistas, mecânicos, etc. Mas quem foi atirador e esteve numa companhia africana teve uma experiência diferente. Não foram muitos deste milhão a que a autora do livro diz terem passado pelo TO, que o viveram. É apenas um comentário pessoal e nada mais do que isso. Se chegar a ler o livro talvez mude a opinião com que fiquei das primeiras páginas.

joao silva ex- furriel at, inf, CCaç 12- Bambadinca e Xime 1973.

Carlos Vinhal disse...

Fazendo fé no comentário anterior, a afirmação: A maioria dos combatentes esteve apenas 2 anos na guerra mas penso que, terá havido poucos mais momentos transformadores nas suas vidas, dá vontade de rir, mas muito mais nos ofende. É o que faz os mais jovens falarem/escreverem daquilo que não sabem. A autora não pesquisou antes de escrever o seu livro?
Para já o título parece de um conto de crianças. Se fosse "Avô tiveste medo?" talvez se compreendesse melhor o objectivo do livro. Os nossos filhos estão crescidinhos, têm uma média de 40 anos e já não fazem perguntas destas. Enfim, enquanto der...
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira

José Marcelino Martins disse...

Ocorre-me o seguinte comentário:

O "assunto" está mal tratado, e ao ser maltratado, quem fica sempre maltratado são os combatentes.