Arnaldo Schulz (1964/68) |
Amigos e camaradas:
Eu sei que já andamos a blogar há muito tempo, vai para 12 anos (a perfazer
no dia 23/4/2016)... Eu sei que há muita malta que já "arrumou as botas" e que nem sequer já tem pachorra para nos ler, preferindo o Facebook, mais amigável, mais instantâneo, mais interativo, mais próximo, mais emotivo, mais fusional...
Mas ainda vai havendo uns grã-tabanqueiros resistentes, pacientes, colaborantes com os chatos editores e as suas propostas... De qualquer modo, enquanto estivermos à tona de água, esperneando e bracejando, é sinal de que ainda não estamos definitivamente arrumados...
Vem isto a propósito de mais um "inquérito on line" (em vez da enganadora "sondagem"), para animar a malta, e antes que nos chegue a maldita doença do alemão... Enfim participar nestas coisas também pode (e deve ser) uma forma de promover o envelhecimento...ativo e saudável!
O tema desta semana são os três comandantes-chefes que, no TO da Guiné, acumularam o cargo de supremos chefes militares com o cargo de governador geral...
Todos nós conhecemos pelo menos um deles, nalguns casos conhecemos dois, o Schulz e o Spínola ou o Spínola e o Bettencourt... Três homens, três militares, três personalidades, três histórias, três destinos... diferentes. E todos eles já estão no olimpo dos guerreiros... Devem ser recordados por nós, com distância, objetividade, rigor e imparcialidade, independentemente das maiores ou menores simpatias ou reservas que no passado nos despertaram.
Simples soldados, não podemos arrogar-nos o direito de ter um conhecimento profundo da sua personalidade e ação, em todo o caso eles foram nossos comandantes, ouvimos os seus discursos, batemos-lhes a pala, num caso ou noutro até falámos com eles...
António de Spínola (1968/73) |
Que "opinião" fazemos deles, hoje ? Já não digo há 40 ou 50 anos atrás, temos o direito de modificar a nossa opinião. à medida que vamos conhecendo melhor essa época e os seus protagonistas...
Já tínhamos, ao fim da tarde, 47 respostas. Queremos chegar pelo menos às 200. Aqui vão, a seguir, os resultados provisórios. Os "spinolistas" levam até agora uma enorme vantagem...
A resposta deve ser dada, como habitualmente, diretamente ao alto, no canto esquerdo, do nosso blogue. Basta clicar numa das 5 hipóteses de resposta. Como sempre, podem comentar, ou mandar histórias e fotografias sobre estes homens às ordens dos quais servimos no século passado, na guerra da Guiné...
Um alfabravo caloroso.
Luís Graça e demais editores
Bettencourt Rodrigues (1973/74) |
2. INQUÉRITO "ON LINE":
"DOS 3 ÚLTIMOS COM-CHEFES DA GUINÉ,
AQUELE DE QUE TENHO MELHOR OPINIÃO É"...
"DOS 3 ÚLTIMOS COM-CHEFES DA GUINÉ,
AQUELE DE QUE TENHO MELHOR OPINIÃO É"...
1. Arnaldo Schulz (1964/68) > 4 (8%)
2. António de Spínola (1968/73) > 34 (72%)
3. Bettencourt Rodrigues (1973/74) > 3 (6%)
4. Nenhum deles > 4 (8%)
5. Não sei / não tenho opinião > 2 (4%)
Respostas dadas: 47
Dias que restam para responder: 5 [até 15 de outubro, de 2015, 4ª feira, às 15h30]
_______________
Nota do editor:
Último poste da série > 9 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15225: Inquérito "on line" (3): Total de 188 respostas: a maior parte da malta casou-se depois de vir a Guiné... Apenas uma minoria (1 em cada 5) já era casado antes da tropa (11,2%), ou casou-se antes de embarcar (4,8%) ou durante a comissão (4,2%)
27 comentários:
Jaime Machado
9 out 2015 17:34
Caro Luis
Só conheci o Gen Spinola que tal como eu prestou serviço militar na Guiné entre 1968/1970.
Vi-o em Bambadinca uma ou duas vezes.
Recordo perfeitamente que o vi na manhã seguinte ao ataque a Bambadinca [, 28 de maio de 1969,] e que causou mossa no Comandante, segundo comandante e comandante da CCS do BCAÇ 2852.
Julgo que visitou Bambadinca num outro momento em que lhe foi servido um lanche no qual comi caviar (!) pela primeira vez na vida, (embora de conserva).
Segue foto de uma das visitas. Na foto Spinola, Helio Felgas, Pimentel Bastos e piloto Honório.
Abraço
António José Pereira da Costa
9 out 2015 17:38
Nenhum deles.
Olha que resposta murcuona!... Pouça, karago!
Se só há 3, dizer que "nenhum deles" esta implicitamente metido na categoria Não sei/não tenho opinião.
Só falta a opção "Não responde" que seria o ponto n.º 6. Ora emenda...
Um Ab
TZ
Luís Graça
9 out 2015 18:38
Tó Zé, permito-me discordar da tua interpretação...
Neste "inquérito on line" (ou em linha) - deixei de lhe chamar sondagem, aceitando as tuas críticas, pertinentes - só há hipótese de fazer uma pergunta, que pode ter n hipóteses de respostas...
Neste caso, tens a "melhor opinião", sobre o A, B ou C, ou não tens, e escolhes nenhum (tens a tua opinião negativa sobre os três), ou então não te sentes em condições de opinar (não sabes, não tens base para dar uma opinião)...
De qualquer modo, o servidor, o "Blogger", já não me deixa fazer alteração nenhuma, desde o momento em que a rapaziada começa a responder...
Obrigado em todo o caso pela tua crítica e sugestão... De facto, era preferível dizer apenas "5. Não sei".
Sabes que isto é feito em cima do joelho, a correr, aproveitando um "clique", uma ideia... O blogue precisa de animação permanente... E a brincar vamos dizendo coisas importantes... Ab. forte. Luis
João Alberto Coelho
9 out 2015 19:39
Olá camarada Luis
Fiz toda a minha comissão de serviço (21 meses) em S. Domingos.
Tivemos a visita dos dois últimos, que estiveram connosco quase uma manhã inteira estando eu a comandar a companhia aquando da visita do Gen. Spínola.
Tive a oportunidade de constatar do enorme interesse do General Spínola em relação à "segurança" e ao bem estar dos combatentes, especialmente dos não graduados. Gostaria de ter trabalhado diretamente com ele, pois era um militar que eu admirava.
Em relação ao blogue, só peço que não desistas, pois faz-me muito bem relembrar o que se passou, para mim há mais de 40 anos... já é muito tempo!
Um alfabravo para todos
João Alberto Coelho
Carlos Sousa
9 out 2015 18:00
Caro Luís,
Não localizei onde se podem enviar fotos (neste caso do então General António Spínola).
Envio-te uma foto do General em visita de fim de ano.
Como todas das fotografias, esta também tem uma história.
Eu era alferes miliciano, comandante do destacamento de Antotinha (CC 1801, de Ingoré). No último dia de 1968 apareceu um helicóptero que aterrou no meio do quartel de mato. Nessa altura disputava-se um desafio de futebol entre os que vestiam camisola e os que estavam em tronco nu. É claro que o jogo parou (o campo estava agora ocupado pelo helicóptero de onde saiu, austero como sempre, o nosso General. Tal como estava, eu fui receber o nosso ilustre visitante, que saudou as tropas e desejou um bom ano novo.~
A foto foi tirada quando, após formar a tropa (sem que alguém tivesse uma peça de farda vestida) eu acompanhava Spínola onde ele falou aos muitos habitantes do aldeamento que entretanto tinham aparecido no quartel.
Termino com uma referência à minha grande admiração pelo Comandante Militar António Spínola!
O meu abraço,
Carlos Fernando da Conceição Sousa
Declaração de interesse: só conheci Spínola e apreciei a sua acção, inclusive no que toca à política então designada por "pscico-social" e ao forte e sério incentivo na constituição de companhias nativas, designadamente de comandos africanos, comandadas por guineenses.
A par disso, puxou aquele povo para cima, pois com ele as injustiças e prepotências sobre guineenses passaram a ser reprimidas e punidas.
De tal sorte que não é por acaso que o nome de Spínola foi (ou ainda é?) respeitado pelos guineenses mesmo após a independência.
Por isso voto em Spínola e deixo aqui o relato de um episódio da época.
No Xitole (1970-72) havia um furriel manifestamente anti-Spínola.
Numa dada ocasião, em que estava enquadrado com a sua secção numa tabanca em autodefesa, um helicóptero aproximou-se da tabanca fazendo menção de aterrar.
O furriel e os homens da sua secção estavam vestidos "à balda", em calções, tronco nú e, até, descalços.
Sem tempo para fazerem melhor pegaram nas armas e nas cartucheiras e, a correr, dirigiram-se para a zona de aterragem, para funcionarem como força de segurança.
O helicóptero aterrou e o homem do monóculo saiu, fardado e bem aprumado, com o pinguelim na mão, como era costume.
O furriel que, além de não estar fardado estava em tronco nú, bateu a continência a Spínola e desfez-se em desculpas, esperando uma severa reprimenda e, até, um duro castigo.
Mas nada disso sucedeu.
Spínola tranquilizou-o e disse-lhe que o essencial era montar segurança ao helicóptero rapidamente e que eles tinham conseguido isso.
O furriel e os homens da sua secção relaxaram dos seus temores.
E a partir daí o furriel anti-Spínola transformou-se em pro-Spínola.
Como se compreenderá.
Inquerito: Só aos ultimos três governadores Shulz, Spinola e Bettencourt? e porque não aos ultimos 4, o comandante Vasco António Martinez Rodrigues penso eu não pode ser ignorado e sair incólume, pois foi no seu mandato de governador da Guiné 1962/65 que a guerra da Guiné se "declarou".
Bem se sabe que o Vasco Rodrigues governador cívil não tinha o tanta responsabilidade a nivel militar como os seus sucessores devido as chefias militares estarem a cargo de um chefe militar na altura o brigadeiro Fernando Louro de Sousa e segundo se consta deu origem à exoneração de ambos.
Um abraço.
Raúl Manuel Bivar de Azevedo
9 out 2015 20:46
Caro Luis Graça
O meu voto vai para António de Spínola , baseado em experiência pessoal ,visitou a minha Companhia variadas vezes. Um militarexemplar.
Abraço
Raul Manuel Bivar de Azevedo
Ex Capitão Miliciano da 2º Cart 6522 ( Susana 72-74)
João José de Lima Alves Martins
9 out 2015 21:26
Resposta: 2. António de Spínola
Aquele que conheci e atendeu justos pedidos, que a Secção de Funerais e Registo de Sepulturas fez, foi o Sr Gen. Schulz. Ouviu o que tínhamos para dizer, concordou e nem uma vírgula acrescentou. E foi a partir daí que às famílias dos militares falecidos deixou de ser pedida qualquer contribuição (6 mil escudos) à época.
Joaquim Lúcio Ferreira Neto
9 out 2015 21:36
Embora tivesse como comandantes os Generais Arnaldo Schulz e António de Spínola, só tive oportunidade de falar com António de Spínola, por duas vezes.
Quanto a Arnaldo Schulz, conheci-o em 1955, nas circunstâncias que figuram na fotografia publicada nos jornais, das quais envio uma cópiaa [, quando ele era subsecretário de Estado do Exército e passou revista à formatura antes do juramento de bandeira dos cadetes do 2º curso de preparação militar no XII Acampamento Nacional da Milícia da Mocidade Portuguesa, na Carregfueira]. Eu fazia parte desse grupo.
Abraço
F. Neto
Francisco Galveia
9 out 2015 22:13
Resposta; 1- Arnaldo schulz (1964/1966)
Visitou-nos (cc616) em Empada e Ualada, batizada por nós por (Rancho da Ponderosa), onde estava permanentemente um pelotão nosso, alguém dos presentes lhe disse que
ali tudo era feito a braços, não havendo também lá mulheres, ele teve
esta expreção: aqui é tudo feito à mão...
um alfa bravo
Olá Camarada Luís Graça, eu costumo responder aos "Inquéritos on line". Só por qualquer razão forte é que não vou ao Blogue e quebro a rotina diária, mesmo que seja pelo telemóvel. Estou aqui há muitos anos. Quamntos nove ou dez? Creio que nove. Estão aqui no Bloque, talvez mais de duzentos "escritos" e outras tantas fotos. Não tenho a certeza e não interessa. Hoje participo muito menos. Há razões de ordem pessoal para assim ser. Quanto aos "inquéritos" posso ter dificuldade em responder.Este é um deles. O Com-Chefe do CTIG quando cheguei á Guiné era o General Shulz e depois veio, tavez em Mai/68 o General (nessa altura ainda Brigadeiro) Spínola. Correu a Guiné a "apresentar-se" ás tropas. Admirava-o como Militar e hoje respeito muito a sua Mem´ria. Aos outros não os conheci pessoalmente ou de outra forma que me leve a opinar. Como eram eles?Pouco sei deo Gen Shulz e o que sei não confirmo pode ser falso.O Gen. B.Rodrigues só sei que era um Miltar e parecia ser bom profissional.
Pôr a cruz é fácil e seria Gen. Spínola (tenho n histórias com ele e o Gen A.Bruno). Só que podia ser injusto entre a escolha dos dois ultimos. Que conta isso vindo de um Alf. de empréstimo que um dia foi até á Guiné? Nada.
Ponho a cruz no Snr General Spínola.
Abraço Luís Graça
ps: - por vezes náo comento ou participo para não ser polémico ou mandar algém pro car...mas há aqui escritos de que gosto muito e arquivo. Tou velho pá...
O meu comentário vale o que vale e muitos não o aprovarão.È claro que o mediático Spínola vai à frente como é natural e a mediatização não morre ao contrário dos protagonistas. É evidente que o homem tinha valor mas tudo indica que também tinha um projecto pessoal.Já o Bettencourt Rodrigues teve o azar de substituir o Spínola e levar com o 25.E aceitou ir para a Guiné fruto do seu devsr como militar e profissional.Além do mais era muito inteligente e um brilhante estratega.Prenderam o homem de uma forma humilhante e nada dignificante, o que não honrou em nada os seus pares.E um desses pares que deixou que isso acontecesse foi o Spínola e o Costa Gomes.
Carlos Gaspar ex-FAP
O Spínola,chegou á Guiné no mesmo mês
que eu,Maio de 68.Vi-o duas vezes em Buba,
mas a visita que me marcou,foi no Natal de 68 em Nhala.
Estava-mos neste destacamento,a nível de pelotão
e duas secções jogavam á bola,num pequeno terreno dentro do arame.
Eis que se ouve um heli,paramos ao jogo para ele aterrar.
Ficamos de boca aberta,quando vimos o Com.Chefe a sair do Heli,ao mesmo tempo
que perguntava pelo Com.do grupo.Aparece o alferes em calção azul e tronco nu,a pedir desculpa pelo "fardamento" usado.Fez de conta que não ouviu,e dirigiu-nos algumas palavras de conforto por estar-mos tao isolados naquela quadra festiva.
E no fim disse.Rapazes que a vossa boa estrela vos continue a guiar.Nao esqueço nunca esta pequena frase,que nos emocionou a tods
Júlio César Ferreira
Voto no General Spínola. Sei que era um militar rigoroso, mas também muito atento aos seus soldados. Tive duas situações que me dizem ser um grande homem. Uma das vezes, talvez em Abril de 1971, em Teixeira Pinto, quando exortou com o carisma bem característico dele, os nativos a irem para as novas tabancas que tinham sido construídos pelos militares de Teixeira pinto com muito esforço e suor e que os nativos se recusavam a ir.
Outra situação tem a ver com um colega (já falecido) de Viseu que o obrigou a ir propositadamente ao Cacheu e perdoar-lhe um castigo que já estava dado como adquirido, prisão e nova comissão. Sei do casa porque s sua ida lá, foi a resposta a uma carta escrita por mim. Um dia contarei toda esta história, que muitos dos antigos camaradas da CCAÇ 2659, bem conhecem.
Por isso, VOTO EM SPINOLA
Júlio César Ferreira
1º Cabo 112175/69
BCAÇ. 2905 CCaç 2659
Cacheu e Teixeira Pinto 1970/19741
Olá meu amigo Luís Graça
Na minha singela opinião, de todos quantos estiveram como Governadores e comandantes Chefes da Guiné, foi o General Spínola. Considero ter sido o maior estratega militar do Século XX. Por três vezes nos visitou em Canquelifá, tendo sido a última em Janeiro de 1972. Por isso, meu voto é para ele.
O meu encontro de primeiro grau com o General Spínola ocorreu em 1973, em março, após a Cçac 12 se insubordinar perante o tenente-coronel que comandava o batalhão de Bambadinca. Passados uns dias, poucos, O Comandante Chefe acompanhado por dois oficias dos comandos africanos, Jamanca e Januário, que serviram de interpretes, fez um discurso onde começou por enaltecer as ações em combate da 12, recordando, e isto são palavras textuais -A Cçac 12 Não Tem Sangue de Galinha. Finalizou com - Esta Companhia Marcha Amanhã Para O Xime.
No fim, um a um, fomos todos os quadros chamados à sua presença, começando pelo capitão mil Simão. Depois da apresentação individual o General disse, num lamento, e sem fazer distinção entre oficias e sargentos -Nem Um Homem de Cavalaria. Terminando com - Agora Espero Que Não Me Façam Passar Pela Vergonha De Os Substituir Por Quadros Africanos.
Spínola desfrutava de um opinião muito favorável entre os militares de patente mais baixa, nas altas, bajulado, amado e odiado. Spínola tinha carisma, sabia comunicar com a população e com os soldados, era muito respeitado por ambos. Na realidade Spínola era mais um politico-militar que um militar-politico. A sua presença não deixava ninguém indiferente, exatamente o inverso do General Bettencourt. A minha opinião é suportada pela diferença abismal como ambos davam as boas vindas aos batalhões que chegavam a Bolama para tirarem o IAO e onde estavam sempre presentes os "Homens Grandes.
Sem duvida o meu "voto" para Spínola.
João Silva, Ccav 3404, Caç 12 e CIM-Bolama 1972-1974
Eu tive dois encontros directos com o Sr. General Spínola e um com o Sr. General Bettencourt Rodrigues.
Quanto ao segundo não opino pelo facto de ele estar tão pouco tempo como Governador e por isso não ter havido tempo de criarem histórias á sua volta.O meu encontro foi durante uma parada na sua visita a Bissorã creio eu que em fins de 1973 ou princípios de 1974.
Quanto ao nosso mais " Querido e Odiado " General Spnínola. Aí a conversa muda.É que o Homem era mesmo do melhor e digo isto porque ele conseguiu criar uma imagem que permitiu e ainda permite que se contem histórias mirabolantes sobre a sua pessoa.Daí ele ainda ser tão " amado e tão odiado".
Agora vos digo o General Spínola era de uma imponência incrível e tinha o poder físico e de apresentação junto das suas tropas que impunha respeito . E digo mais eu que nunca me considerei militarista, quando estive de perto com ele por duas vezes eu me senti altamente orgulhoso e quiçá um pouco "garboso"na sua presença.
Em minha opinião muitas histórias á sua volta foram e são "histórias de caserna",muitos feitos que lhe foram atribuídos terão em alguns casos sido inventados para ajudar a construir a sua imagem. Também houve muito oficial superior que se aproveitava da imagem criada e em especial nos aspectos negativos para "reinar" no meio militar atribuindo "culpas" ao General.
Enfim muito se contará sobre este Homem, mas para mim e apesar dos pesares eu sinto muito respeito e admiração pelo Sr. General Spínola.
Um abraço a todos e é esta a minha opinião.
Henrique Cerqueira
Orlando Pinela
9 out 2015 23:27
Boa Noite
No meu entender com maior dinamismo foi o General António de Spínola.
Um abraço
OPinela
Vitor Caseiro
9 out 2015 23:40
Spínola foi sem margem de dúvida o Melhor Comandante Militar não só da Guiné ,mas de PORTUGAL.
Sem entrar em apreciações de valor, é bom lembrar que:
* Vasco António Martínez Rodrigues, Governador sem responsabilidades militares, entre 1962 e 1965, apenas "apanhou" o inicio e dois anos de guerra.
* Arnaldo Schulz, Governador e Comandante Chefe, foi transferido de um Comando de Agrupamento em Angola, onde era Coronel (tirocinado). Foi para a Guiné numa altura em que o efectivo ainda não se aproximava do que veio a ser, poucos anos depois. Consta que se dava melhor com o "alcatrão" do que com a "mata".
* 1968 a 1973 - António Sebastião Ribeiro de Spínola, Governador e Comandante Chefe chegou e "mexeu e remexeu o xadrez da Guiné". Foi o homem escolhido do Marcelo Caetano, pelo que "pode tirar partido" da situação. Aumentou o efectivo e a actividade operacional. Foi o que mais tempo esteve á frente dos destinos da província, e quando o número de militares por metro quadrado atingiu o máximo de sempre. Foi o que criou mais instabilidade ao In.
* 1973 a 1974 - José Manuel Bettencourt Conceição Rodrigues, Governador e Comandante Chefe, sucede a um militar que já tinha firmado as suas credenciais, não só na Guiné mas também na metrópole, pelas "dores de cabeça" provocadas pelas suas viagens frequentes a Lisboa, para falar com Marcelo Caetano e pelos ultimatos que fazia, até que apresentou a demissão e foi necessário criar um "impedimento" para o manter no "arco do poder": a Vice Chefia do EMGFA, único a ocupar esse cargo. Caiu-lhe em cima a Declaração da Independência, assim como o 25 Abril e o Golpe dos MFA/Guiné.
Mais importante para os militares naturais da Guiné do que para os europeus, ainda houve dois Governadores e Comandantes Chefe:
Mateus da Silva e São Gouveia, militares portugueses que, após a prisão do governador Bettencourt Rodrigues, no Forte da Amura, em Bissau, entre o dia 27 de Abril e o dia 7 de Maio de 1974, estiveram na governação interina da Guiné, até á chegada de Carlos Alberto Idães Soares Fabião, Ultimo Governador.
joao nunes
10 out 2015 14:04
António de Spínola (1968/73)
Olá Camaradas
Não me surpreende que o Gen . Spínola seja o eleito.
É o mais "mediático" e ele sabia-o e conduzia a sua popularidade.
Produziu uma grande revolução na organização de meios, especialmente na área da logística, onde tantas dificuldades havia.
Era um ComChefe "próximo". Basta dizer que à chegada foi a todos os quartéis do mato...
Ouvia quem estava no terreno e rectificava com certa justeza.
Teve decisões de grande eficácia e arrojo: as Comp Cmds Africanas e o golpe de mão a Konakry, entre outras.
Assisti à sua chegada e à partida do seu antecessor que saiu com pouca glória e quase se não deu por isso.
Quanto ao Gen. Bettencourt Rodrigues teve (felizmente) um consulado curto e além de ter de substituir alguém de elevado prestígio e obra feita teria tido que "tirar as castanhas do lume", o que, como se calcula não era fácil se não fosse impossível.
Resumidamente é isto que justifica a escolha que se está a fazer.
Um Ab.
António J. P. Costa
Inquérito com resposta antecipada.
Quem sou eu para fazer crítica às personagens em questão, mas o que noto é que durante os mandatos dos governadores citados notou-se ao longo dos anos sempre o crescimento do PAIGC e o Spinola governador de tão alto gabarito e que mais tempo esteve ao leme da governação da Guiné não a conseguiu inverter, quando muito como fazia o sapateiro do meu tempo meias solas e quando a bota ou sapato não aguentava a meia sola, para durar mais uns dias acrescentava só se levar uma tomba.
Um Ab
Colaço.
Camarada Coelho.
Sendo nós contemporâneos na Guiné provavelmente deveremos nos ter encontrado algures por Bissau mas não é isso que me leva a estabelecer este contacto. O motivo é se sabes alguma coisa do furriel Penedo, o homem do saxofone, que trabalhou no Instituto Nacional de Estatística e fez toda a comissão em Santa Suzana. A última vez que o vi foi no Hospital Militar de Bissau onde ambos estivemos algumas semanas internados, penso que em julho de 1973.
joao silva
Mário Beja Santos
[Enviado por email em 8/10/2015]
Meu caro Luís, Gabo-te a oportunidade do desafio. Quando estava a ultimar “História(s) da Guiné Portuguesa” de que em breve darei notícias, logo que saiba a data do lançamento, deparei-me com esta lacuna fundamental da guerra da Guiné: o período de 1968-1974 está fartamente documentado, creio que em nenhuma frente de guerra haverá tanta documentação como desse período, respeitante ao carismático Spínola que tudo fez para que a sua encenação política pudesse ser vista lá como cá; ora a governação Schulz, tanto quanto sei, não tem livros, teses de doutoramento ou documentos aparentados, fala-se por alto que Schulz investiu de 1964 até 1968 a fundo na quadrícula e no uso das operações com tropas especiais. O resto é neblina. Esta situação é prejudicial ao entendimento dos factos sequenciais entre 1962 e 1974. Nomeia-se Schulz e aconteceu o quê? A dar credibilidade ao que escreveram homens como Carlos Fabião, Schulz é um homem cansado e doente, em Fevereiro de 1968 André Gomes e um pequeno grupo flagelaram Bissalanca, o que teve repercussões em toda a cidade e no moral das tropas ali acantonadas, e fora delas. Ainda não sabemos se este homem foi um puro joguete da História, atirou-se à missão com os seus conhecimentos de Estado-Maior e terá feito aquilo que era possível fazer com os recursos, efetivos e armamentos que Lisboa lhe fornecia, ou se entrou numa rotina perigosa, isto enquanto o PAIGC acumulava meios, prestígio e posições? Talvez a chave da questão esteja no Arquivo Histórico-Militar, mas era muitíssimo importante que quem sabe da poda, aqui no blogue, desse o litro, contasse a verdade, tal como a viveu ou experienciou. Estarei atento, também eu preciso de juntar peças, as que temos não são satisfatórias. Um abraço do Mário que aguarda as suas notícias relativamente ao pedido de um livro, já vou em duas insistências…
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