Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Guiné 63/74 - P15345: Agenda cultural (434): espectáculo musical solidário, "Vida, Memória, Cidadania", promovido pela ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas, Lisboa, dia 13, 6ª feira, às 21h, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa
1. Cartaz e mensagem da ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas:
Participa na construção da história da Associação!
O teu contributo é importante para a preparação do Livro dos 40 anos da ADFA!
Com o patrocínio da Fundação Montepio, a ADFA vai realizar um espetáculo musical solidário intitulado “Vida, Memória, Cidadania”, que decorrerá no próximo dia 13 de Novembro, às 21h00, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, na Alameda da Universidade.
Este evento cultural, para além da angariação de fundos para o livro dos 40 anos da ADFA, constituirá, também, um momento de afirmação solidária e de cidadania da ADFA e dos Deficientes Militares que, passados mais de 40 anos sobre o fim da Guerra Colonial, continuam ativos e empenhados na preservação das memórias e dos valores que abraçamos desde 14 de maio de 1974.
O espetáculo está a ser divulgado nas Redes Sociais e Media, especialmente na RDP e RTP.
O ingresso para este espetáculo terá o custo de 10,00 euros, estando os bilhetes à venda na Ticketline, FNAC, Worten, Sede Nacional e Delegações, adiantando-se que os associados mediante a apresentação do bilhete terão um desconto de 30% na aquisição do Livro dos 40 Anos da ADFA, a publicar.
Na ADFA, os ingressos deverão ser solicitados à colaboradora da Sede Nacional, Sónia Cerejo, através do telefone- 217 512 638.
Vem participar com a tua família!
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Nota do editor:
Último poste da série > 9 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15344: Agenda cultural (433): lançamento do livro de Joana Ruas, "Os Timorenses: 1973-1980", da Sextante Editora: Lisboa, 11 de novembro, 4ª feira, às 18h00, no auditório da Fundaçãio Mário Soares
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2 comentários:
Reproduzido com a devida vánia do portal da ADFA:
História da ADFA
A Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), em génese já antes do 25 de Abril, foi fundada em 14 de Maio de 1974, por iniciativa espontânea dos militares deficientados, muitos deles grandes deficientes, durante o período da Guerra Colonial.
O Governo sustentava, antes do 25 de Abril, a Liga dos Combatentes, organização que não tendo sabido acautelar os direitos dos designados inválidos da Primeira Grande Guerra, não garantia aos deficientes da guerra colonial a resolução dos seus problemas.
Os deficientes militares não constituíram, antes do 25 de Abril de 1974, uma organização própria, devido à negação, pelo regime político, da liberdade de expressão e de associação.
O que até aí se fez teve as naturais limitações das acções clandestinas, mas foi determinante para o surgimento da Associação logo que a liberdade o permitiu.
A constituição da ADFA é, pois, a expressão da revolta de quantos, levados a participar na guerra colonial, nela ou na sua preparação se deficientaram e depois se viram abandonados e marginalizados, sem perspectivas de reintegração social.
A ADFA irrompeu na sociedade portuguesa com a força da água das represas que, uma vez derrubados os diques, irriga os campos sequiosos.
As formas doentias de tratamento dos deficientes foram frontalmente postas em causa e lançados os fundamentos de um relacionamento saudável e de uma aceitação plena numa sociedade que se reclamava para todos.
A ADFA constituiu-se, legalizou-se e foi reconhecida pelos poderes públicos.
Os seus primeiros Estatutos foram elaborados pelos sócios, em reuniões diárias no Palácio da Independência, a partir de Maio de 1974. Na altura a ADFA circunscrevia-se a Lisboa, mas esse documento já previa a abertura de delegações.
Dado que a Associação não se encontrava legalizada, a legitimidade desses seus primeiros Estatutos foi conferida pela própria escritura de constituição da ADFA, datada de 13 Setembro de 1974.
A sua publicação no Diário do Governo veio a ocorrer em 11 de Novembro desse mesmo ano.
Desde então, o texto fundamental da Associação sofreu quatro revisões aprovadas nas Assembleias Gerais Nacionais de 20Mar76, 29Jan77, 29Jan83 e 04Mar95, tendo a versão actualmente em vigor sido publicada no Diário da República nº 247, de 25 de Outubro de 1995.
A ADFA iniciou as suas actividades em instalações do Palácio da Independência, em Lisboa, cedidas pelo Movimento das Forças Armadas.
Alguns meses mais tarde viria a ocupar todo o edifício, por decisão da sua Assembleia Geral Nacional de 23 de Novembro de 1974, como protesto perante a falta de atenção dada às pretensões da Associação por parte das entidades oficiais.
A revolução não alterara magicamente as atitudes do poder político em relação aos deficientes.
A transformação do Palácio da Independência em sede da ADFA foi um pesadelo para muitas das pessoas que foram "Poder" durante quase 20 anos.
A instalação de um grupo de deficientes, socialmente desqualificados, num "monumento nacional", que foi berço da Restauração, debruçado sobre o Rossio, era profanação que a população via com agrado, mas que os poderes, mesmo da democracia de Abril, combateram. Finalmente, em 1993, a ADFA obteve a sua sede própria, com as condições de dignidade exigidas para deixar o Palácio.
O actual edifício-sede, construído de raiz com o apoio financeiro do Governo, em terreno cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, foi inaugurado em 19 de Novembro de 1993, pelo primeiro ministro, prof. dr. Cavaco Silva.
A afirmação e implantação da ADFA teve a sua tradução na adesão dos deficientes militares, incluindo os esquecidos da Primeira Grande Guerra e dos familiares dos militares falecidos, bem como no apoio generalizado e entusiástico da população.
(...)
(Continua)
http://www2.adfa-portugal.com/adfapor/index.php?option=com_content&view=article&id=23:historia-da-adfa&catid=37&Itemid=18
História da ADFA (Continuação)
Os deficientes das Forças Armadas, organizados na ADFA, lançaram os fundamentos de uma acção que levou ao termo das formas de marginalização social então existentes, acção essa hoje notoriamente reconhecida.
A intensa prática associativa e a consciência dos seus efeitos sociais, desencadearam nos associados sentimentos de auto-estima, fundamentais para trilharem, com algum êxito, o difícil caminho da sua reintegração social.
A ADFA assumiu, com toda a legitimidade, a sua posição pública relativamente à Guerra Colonial, quando o fim abrupto desta constituiu ameaça de divisão e confronto entre os portugueses. Definindo-se a si própria como "força justa das vítimas de uma guerra injusta" e participando publicamente no debate nacional, a ADFA foi interveniente histórico neste processo em que o País, pacificamente, procurou desembaraçar-se dos seus fantasmas coloniais.
A posição da ADFA face aos valores do 25 de Abril, ao fim da guerra e à implantação da liberdade e da democracia, clara e publicamente evidenciada, revestiu-se de um significado histórico inquestionável. Ela é inequivocamente a expressão dos deficientes das Forças Armadas, que, sem fraccionamentos, sempre se sentiram representados pela sua Associação.
Reconhecendo a utilidade da acção da ADFA, o Governo atribuiu-lhe, em 1975, um subsídio de funcionamento, renovado anualmente a partir de então.
A estrutura da Associação é suportada pelas quotas dos associados, por esse subsídio estatal e por meios financeiros resultantes de actividades produtivas próprias.
A ADFA tem a sua sede nacional em Lisboa, na Avenida Padre Cruz, ao Lumiar, e implantação em todo o território nacional, através de delegações e núcleos.
Após a revisão estatutária de 1995 tornou-se possível a abertura de núcleos da ADFA no estrangeiro.
Por isso, no ano seguinte, concretizou-se a criação do Núcleo de Maputo, estando a delegenciar esforços no sentido de criar outros mais, não só ainda em Moçambique, como também em Angola e na Guiné-Bissau.
A inscrição de associados na ADFA ocorreu de forma maciça nos primeiros anos, tendo já em 1978 mais de 7.000 associados efectivos e 2.000 pendentes. Actualmente, tem mais de 13.500 associados efectivos, havendo ainda, bastantes casos pendentes.
Podem ser associados da ADFA todos aqueles que se deficientaram durante a prestação do serviço militar, assim como aqueles que, à morte do militar ou do deficiente, com ele viviam em regime de economia comum (artigo 6º dos Estatutos).
Muitos dos associados recentes foram deficientados já depois da Guerra Colonial, durante a prestação do serviço militar e no cumprimento das missões de paz e de cooperação em que as Forças Armadas Portuguesas têm estado empenhadas, nos últimos anos, nomeadamente, na Bósnia, Timor e Iraque, no âmbito das organizações internacionais de que Portugal faz parte ou os PALOPs com base nos projectos de cooperação técnico-militar desenvolvidos com as Forças Armadas dos países africanos de expressão portuguesa.
http://www2.adfa-portugal.com/adfapor/index.php?option=com_content&view=article&id=23:historia-da-adfa&catid=37&Itemid=18
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