sábado, 14 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15365: Blogpoesia (424): Uma hecatombe virá... (Joaquim Luís Mendes Gomes, ex-Alf Mil Inf)

1. Em mensagem de hoje, 14 de Novembro, o nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66), enviou-nos um poema alusivo aos trágicos acontecimentos de ontem em Paris.


Uma hecatombe virá…

A hora soou. 
Explodiu em Paris.
Arrasou a esperança na paz
Que cobria este mundo.
Uma bomba satânica,
Em nome de Alá!…
Explodiu sangrenta e mortal.
Ameaça alastrar.

Não há reflexões a fazer.
A fantasia acabou.
Agora é a valer.
O domínio total
É o que eles pretendem.
Sem bombas atómicas.

Se não se lhes fecham as portas,
Enquanto há tempo…

Ontem, Paris.
Amanhã… numa aldeia remota
No nosso País,
À beira da porta.

É hora de darmos as mãos,
Em nome da esperança e da paz!...

Berlim, 14 de Novembro de 2015
8h3m
Ouvindo “Claire de Lune”

O sol está raiar
Joaquim Luís Mendes Gomes

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Nota do editor

Último poste da série de 4 de novembro de 2015 Guiné 63/74 - P15326: Blogpoesia (423): E é esta a História de Portugal (Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil Art MA da CART 1659)

3 comentários:

Luís Graça disse...

Joaquim, não quis ouvir pormenores da trágica notícia que nos abalou ontem a todos, seres humanos, cidadãos, europeus, franceses e portugueses!... Fui para cama e tomei uma droga para dormir, coisa que já não fazia há dezenas de anos, talvez desde a Guiné... Só hoje de manhã me dei conta da extensão da tragédia e da... banalização do mal!...

Mas recuso-me a ter uma reação histérica, hipócrita, catastrofista e xenófoba, como é habitual entre os nossos políticos, manhosos, habilibosos, calculistas, oportunistas, hipócrates, cínicos, maniqueístas!...

Estes "monstros assassinos" são um produto de incubação... Os seus "ovos" foram postos na incubadora da nossa civilização!... Temos que os matar é à nascença, no ovo!...Estamos a criar uma geração sem esperança que, com maior facilidade do que no nosso tempo, pega nas bandeiras do totalitarismo, do radicalismo e do niilismo... A nossa história, a história da humanidade, é também a história da barbárie... Não há muros contra a barbárie, a não ser a criação de uma civilização superior...

Entendo e partilho o teu horror!... LG

Antº Rosinha disse...

Isto deixa-nos boquiabertos.
O Joaquim que vive no centro da Europa apercebe diferente de quem vive nestes extremos, retirados como nós aqui.
A intensidade tem que, obrigatoriamente ser maior.
Cada um que pense o que entenda, mas isto tudo tem a ver com culturas, mais do que com petróleos, como às vezes se fala.
Claro que a Europa e o Ocidente tem feito certas guerras «à tôa» que vêm já desde os tempos dos românticos "lourenços-das-arábias" e até, talvez, do nosso Alcácer Quibir, e tudo isso avive desestabilizações e ódios.
Essa violência vai principalmente contra a cultura ocidental.
Bataclã , Jorge Amado escreve com Til.

Anónimo disse...



Um poema muito oportuno e muito lúcido sobre os perigos que ameaçam a paz na Terra, enquanto houver diabos armados a espalhar o terror e a morte, entre pessoas inocentes, em nome de um Deus que não conhecem.
Um abraço. Francisco Baptista