A gargalhada
Sai cá de dentro quando menos se espera.
Ninguém aprendeu.
Nem se ensina a ninguém.
Dispara.
É como o choro.
Por dor ou alegria.
Vem cá de dentro.
Ninguém a reprime.
Dura uns instantes.
Conforme o tamanho da graça.
Pode pegar outra vez,
Se a lembrança a traz.
Como uma centelha ateia
Uma fogueira apagada.
Berlim, 28 de Setembro de 2018
13h00m
Jlmg
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Duma vareta ressequida...
Parecia morta aquela vareta ressequida
dum caule onde havia folhas verdes.
Retomei-lhe a rega com esperança.
Ao cabo duns tempos, despontaram botões. Escuros. Sem cor.
Timidamente, ao sol, uns laivos cor,
Anunciavam-lhe a vida.
Um belo milagre nasceu:
Sete orquídeas rosadas,
Brilhavam ao sol
Voando com as asas das pétalas.
Ficou composta a sala com os vasos verdes que nunca secaram
E uma vareta com folhas e flores das autênticas.
Parece um jardim.
Merece um poema...
Berlim, 2 de Outubro de 2018
Jlmg
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Minha terra
Minha terra é uma aldeia.
Na terra de ninguém.
Não tem bandeiras nem fronteiras.
Só almas de boa gente
Que gostam de todo o mundo
Que lá vai.
Trabalha duro, campo fora,
Lavra a terra, semeia e
Colhe fruto.
Não tem horas.
Sempre alerta.
Faz festas ao padroeiro,
Seu guardião nas horas más.
Ora a Deus.
Venera os ausentes.
Cultua os mortos.
Num campo santo.
Veste a honra, sempre lavada.
Sem preconceitos,
Não discrimina.
É igual.
É uma escola.
Deu grandes homens.
Correram mundo.
Fazendo bem.
Sempre presentes.
Filhos benditos.
Nunca a esqueceram.
A ela voltam.
Seu doce lar...
Berlim, 3 de Outubro de 2018
7h15m
Jlmg
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Nota do editor
Último poste da série de 30 de setembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19057: Blogpoesia (587): "Tempo perdido", "Se me queres ver alegre..." e "Fujo pró mar...", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728
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