quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21472: Fichas de unidade (13): CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894 (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Béli, Madina do Boé, 1966/68)... E recordando algumas das melhoras fotos do alentejano Manuel Coelho, que foi fur mil trms de "Os Tufas"


Foto nº 1 > Hospitalidade: "Entre. Oferecemos ataúdes de 1ª [classe]"... Arame farpados guarnecido com pares de garrafas de cerveja que tilintavam ao mais pequeno toque, acabando por pôr os nervos do pessoal em franja... Era um  factor adicional de stress...


Foto n~2 > Humor de caserna > O Barateiro: Recpordações de Madina" >  Empenagens de granadas...

 

Foto nº 3 > Engenharia regional popular: Engenhosa "porta do cavalo"... ou "porta de traseiras"



Foto nº 4 >Poesia épica: "E.. aquelas que por defeitos não vão rebentando"... Local do impacto de uma granada que não não explodiu...



Foto nº 5 >Arquitetura regional popular:  Abrigo H, com entrada caiada de branco, para facilitar, à distância, a ponataria dos canhões s/r do PAIGC... Os "abrigos" estavam idemtificados por letras do alfabeto...  A CCAÇ 1589 teve apenas um morto em combate, em resultado de ferimentos graves sofridos no decurso de um patrulhamento ofensivo, fora do perímetro do aquartelamento. o  Ilídio Bonito Claro, Soldado de Transmissões, natural de Montemor-o-Velho, inumado no cemitério da Torre em Montemor-o-Velho (. Faleceu no Hospital Militar 241, vítima de ferimentos em combate durante um patrulhamento  em 4 de janeiro de 1968.)


Foto nº 6 > Ainda não se falava de ecologia: Um "resort" turístico com chuveiro... ecológico!


Foto nº 7 > O problema da habitação: Abrigo H.. Telhados de chapa de zinco... Mais um "bairro de lata"... Ou a "bidonvilização# da guerra...


Foto nº 8 > Abrigo E... Num bidão à direita, pode ler-se: "... Aguentemos o piriquito"... O humor de caserna dos "Tufas"... 

Em cima do abrigo, a célebre cadeira de espaldar que servia de posto de sentinela...e onde o Manuel Inácio diz que tocava a corneta quando o PAIGC atacava ou flagelava o aquartelamento, a partir das colinas circundantes... Lenda ou não, o "Tufa" do Manuel Inácio tevc sorte, tendo em conta a má pontaria das tropas do Amílcar Cabral...


Foto nº 9  > Abrigo J > Uma "contrução primitiva"... a fazer lembrar os casebres das nossas aldeias serranas da época...



Foto nº 10 > Uma espécie de  posto de rádio

 

Foto nº 11 > Placa com a indicação do posto de turismo... Nas traseiras, meia dúzia de moranças... E assim se foram exorcizando os fantasmas dos combatentes...



Foto nº  12 > Um tosco aquartelamento: em primeiro plano, a à esquerda a "central elétrica" e, a seguir,, à edifício do comando e secretaria...



Foto nº 13 > Parada, com dois belíssimos e frondosos poilões que serviam abrigo às viaturas... e de ponto de mira para os "artilheiros" do PAIGC



Foto nº 14 >  Viatura das NT, destruída, na estrada de Cheche-.Madina do Boé...Esta estrada foi um cemitério de viaturas... 


Foto nº 15 > "Canhão Sem Recuo M40 10,6cm, utilizado na sua missão normal, ou seja, montado em posição defensiva e, neste caso, sem estar em cima de viatura apropriada" [Legenda de Luís Dias]... 

Ao fundo um das  colinas do Boé.. Na região havia algumas pequenas elevações que podiam chegar aos 100/200 metros, como Dongol Dandum... Em termso de posição no terreno, Madina do Boé ficava numa cota mais baixa: alguns camaradas nossos, que participaram, em fevereiro de 1969, na Op Mabecos Bravios, falavam do "fantasma de Dien Bien Phu", da guerra da Indochina, em 19954, por detrás dessas colinas do Boé,  fanrasma esse que felizmente nunca apareceu... 

Como é sabido, o Boé é única região "acidentada" da Guiné. Não houve nenhuma batalha de Madina do Boé, contrariamente a Dien Bien Phu, e a maior parte das vítimas mortais que tivemos foi na travessia do rio Corubal, em Cheche, em 6/2/1969, um trágico acontecimento já aqui profusamente documentado no nosso blogue...



Foto nº 16 > A rendição pela CCAÇ 1790, a última companhia  a guarnecer Madina do Boé: perde 29 homens durante a travessia, em jangada,  do Rio Corubal, em Cheche, no dia 6 de ferereiro de 1969 (Op Mabecos Bravios)



Foto nº 17 > Uma bandeira verde-rubra perdida na região do Boé... Mas não será aqui que o PAIGC fará a cerimónia da proclamação unilateral da independência em 24 de setembro de 1973... Uma das lendas  que o PAIGC soube tecer durante anos e anos: ainda hoje se encina às criancinhas que foi aqui que nasceu a Guiné-Bissau...



Guião da CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, "Os Tufas" (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Beli e Madina do Boé, 1966-68), que tinham por divisa "Justos e Fortes"... É uma das várias subunidades que esteve aquartelada em Madina do Boé, com destacamento em Beli (*). Fotos  do álbum do nosso grande fotógrafo de Madina do Boé, Manuel Coelho, fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, natural de Reguengos de Monsaraz.


Fotos (e legendas): © Manuel Caldeira Coelho (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Temos  pelo menos 3 camaradas a representar, na Tabanca Grande, a CCAÇ 1589; Armandino Alves (1944-2014),  Manuel Coelho e Manuel Inácio. Tem quase meia centena de referências no nosso blogue, à CCAÇ 1589, muito à frente da CCAÇ 1590, com apenas 3 referências. A CCAÇ 1588 não tinha, até agora, nenhuma referência. As três pertenciam ao BCAÇ 1894 que, no nosso blogue, não chega a ter duas dezenas de referências.

Em homenagem aos bravos de Madina do Boé, desta e doutras unidades que por lá passaram (*), fazemos aqui uma seleção de fotos do Manuel Coelho (, que tem 40 referências no nosso blogue). (***)


Síntese da actividade operacional da CCAÇ 1589


A CCaç 1589 foi inicialmente colocada em serviço na guarnição de Bissau na dependência do BCaç 1876, em substituição da CCaç 728, com vista a garantir a segurança das instalações e das populações da área.

Em 16Dez66, passou a ser subunidade de intervenção e reserva à disposição do Comando-Chefe orientada para a zona Leste, instalando-se em Fá Mandinga e tendo tomado parte em diversas operações realizadas nas regiões de Xime, Sarauol, Nova Lamego, Madina do Boé e Enxalé. 

De 28Jan67 a 07Fev67, esteve colocada em Nova Lamego como subunidade de reserva do Agr24, colmatando a saída da CCaç 1625 até à chegada da CCav 1662, após o que voltou para Fá Mandinga, onde assegurou a responsabilidade do respectivo subsector durante a adaptação operacional da CArt 1661.

Após a marcha de um pelotão em 25Mar67 para Béli, foi deslocada em 07Abr67 para Madina do Boé, a fim de substituir a CCaç 1416. 

Em l0Abr67, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector, com o pelotão já instalado em Béli, ficando então integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1856 e depois sucessivamente do BCav 1915 e do BCaç 1933.

Em 20Jan68, foi rendida em Madina do Boé pela CCaç 1790 e em 12Fev68 no destacamento de Béli, tendo ambos os aquartelamentos sofrido fortes flagelações no periodo de Jun a Dez67.

Em 31Jan68, foi colocada em Bissau na dependência do BCaç 2834, para serviço de guarnição até ao seu embarque de regresso, colmatando anterior saída da CCaç 1547 e sendo depois substituída em Bissau pela CCav 1617.

Batalhão de Caçadores nº 1894 

Identificação: BCaç 1894
Unidade Mob: RI 15 - Tomar
Cmdt: TCor Inf Fausto Laginha dos Ramos
2.° Cmdt: Maj Inf Domingos André
Maj Inf António da Graça Bordadágua
Of InfOp/Adj: Cap Inf Henrique José Gonzalez Costa Jardim
Cmdts 
Comp:
CCS:.Cap Inf Anúplio Loysik Cardoso de Sampaio
CCaç 1588:Cap Inf Álvaro de Bastos Miranda
CCaç 1589:Cap Inf Henrique Vitor Guimarães Peres Brandão
CCaç 1590:Cap Inf Aires Jorge da Costa Gomes
Divisa: "Non Nobis" - "Justos e Fortes"

Partida: Embarque em 30Jul66 (CCaç 1590 em 03Ag066); desembarque em 04Ago66 (CCaç 1590 em 12Ag066). Regresso: Embarque em 09Mai68

Síntese da Actividade Operacional do BCAÇ 1894 (Bissau e São Domingos

Inicialmente, constituiu reserva do Comando-Chefe, com sede em Bissau, sendo as suas subunidades atribuídas em reforço de outros subsectores. Simultaneamente, preparou a sua instalação no Sector Ol-B, a ser criado em área pertencente ao BCav 790.

Em 190ut66, assumiu a responsabilidade do referido Sector 01-B, com sede em S. Domingos e abrangendo os subsectores de Ingoré e S.Domingos e a partir de 03Nov66, o de Barro, então transferido do BCaç 1887. 

Em 23Ag067, foi ainda constituído o subsector de Susana, retirado então à área do subsector
de S.Domingos. 

Comandou e coordenou a actividade das forças que lhe foram atribuídas, orientando a sua acção sobre as linhas de infiltração de Canja e Campada e bases inimigas instaladas na zona, tendo-lhe provocado elevado número de baixas e apreensão de grandes quantidades de armamento e material e ainda garantido a segurança dos aquartelamentos, itinerários e populações.

Destacam-se pelos resultados obtidos, as operações "Dumdum", "Drambuie I", "Derrubante II e III" e "Despeneirar", entre outras.

Dentre o armamento capturado mais significativo, salienta-se: 2 metralhadoras pesadas, 4 metralhadoras ligeiras, 12 pistolas-metralhadora, 101 espingardas, 2 lança-granadas foguete e 28110 cartuchos de armas ligeiras.

Em 02Abr68, foi rendido no sector de S.Domingos pelo BCaç 1933 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
 
Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas de unidade: Tomo II - Guiné -  (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002), pp. 88, 89 e 90 (**)

__________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

18 de novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1292: Madina do Boé: contributos para a sua história (José Martins) (Parte I)

15 de dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1370: Madina do Boé: contributos para a sua história (José Martins) (Parte II)

21 de dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1388: Madina do Boé: contributos para a sua história (José Martins) (III parte)
 
(**) Último poste da série > 2 de abril de  2020 > Guiné 61/74 - P20801: Fichas de unidades (12): CCAÇ 414 (1963/64), do cap Manuel Dias Freixo (Jorge Araújo)

(***) Vd. postes de:

28 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18873: Para que os bravos de Madina do Boé, de Béli e do Cheche não fiquem na "vala comum do esquecimento" - Parte IV: O fantasma de Dien Bien Phu: fotos do álbum do Manuel Coelho (ex-fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Béli e Madina do Boé, 1966/68)


25 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P1869: Para que os bravos de Madina do Boé, de Béli e do Cheche não fiquem na "vala comum do esquecimento" - Parte II: A fonte da colina de Madina: mais fotos do álbum do Manuel Coelho (ex-fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Béli e Madina do Boé, 1966/68)

24 de julho de 18 > Guiné 61/74 - P18867: Para que os bravos de Madina do Boé, de Béli e do Cheche não fiquem na "vala comum do esquecimento" - Parte I: seleção de fotos do álbum do Manuel Coelho (ex-fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Béli e Madina do Boé, 1966/68)

16 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

... A Guiné que nós conhecemos era um imenso "bidonville", de Madina do Boé à Ponta do Inglês, da Ponte Caium à Ponte do Udunduma... "Bidonvilização" é sinónimo da ciência e da arte do desenrascanço lusitano... Bem patente nestas fotos do Manuel Coelho, a quem tiro o quico. Ele foi um dos bravos de Madina do Boé... Histórias totalmente esquecidas... Mas o "bué" do linguajar da malta nova não tem nada a ver com esta "Boé"... São contas de outro rosário...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Gostaríamos de ter um dia resposta para a questão já aqui levantada no blogue: será que a Cecília Supinco Pinto, prsidente do Movimento Nacional Feminino, alguma vez esteve neste sítio desgraçado ? E a ter estado, só podia ter sido em fevereiro de 1966.

De qualquer modo, é o que se pode designar por uma "questão bizantina", dirá o nosso querido amigo e camarada Tó Zé [Pereira da Costa] que, tal como eu, nunca pôs aqui os pés...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Tufas ? Que raio de vocábulo!... Quem criou esta alcunha da rapaziada da CCAÇ 1589 ?

Além de "criativos" em matéria de arquitetuar e engenharia militares, os camaradas de Madina do Boé e de B+eli tinham também o sentido do humor e enriqueceram a nossa língua comum... Pode ser que o Manuel Cardoso nos explique estas subtilezas linguísticas...
______________

Tufas

3ª pess. sing. pres. ind. de tufar
2ª pess. sing. imp. de tufar

tu·far - Conjugar
verbo transitivo
1. Inchar com ar rarefeito.

2. Dar forma de tufo a.

3. Aumentar o volume de.

verbo intransitivo
4. Tornar-se mais grosso e mais alto.

5. Formar tufos.

verbo intransitivo e pronominal
6. [Figurado] Inchar-se com soberba, ensoberbecer-se.


"tufa", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/tufa [consultado em 22-10-2020].

Tabanca Grande Luís Graça disse...

E a divisa da CCAÇ 1589 também tem que se lhe diga:

"Non Nobis... Justos e Fortes".

____________

non nobis, domine, sed nomini tuo da gloriam | loc.

non nobis, domine, sed nomini tuo da gloriam
(locução latina que significa "não a nós, senhor, mas dá glória ao teu nome")
locução

Salmo de David que os Templários entoavam antes de carregar o inimigo.


"non nobis, domine, sed nomini tuo da gloriam", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/non%20nobis,%20domine,%20sed%20nomini%20tuo%20da%20gloriam [consultado em 22-10-2020].

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Um dia, o Zé Martins, que sabe tudo e que andou por estes lados (, foi "gato preto" em Canjadude), vai-nos explicar, com tempo e vagar, e muita sabedoria, o "making of" destes brazões e divisas... Como é que era a feitura da heráldica militar ?

Onde, quando e quem é que escolhia a divisa e o brsão de uma companhia ? Devia haver uma repartição do exército que só tratava dessas coisas...

Lê-se aqui:

(...) Heráldica é a ciência que tem por objectivo o estudo das Armas – emblemas cromáticos distintivos de uma família, de uma comunidade, de um grupo ou de um indivíduo – e, complementarmente a Arte da sua ordenação e descrição escrita e iconográfica.

Estruturada a partir de usos e tradições anteriores ao século XIII, a sua evolução, apesar de eruditos trabalhos de investigação que lhe têm sido dedicados, contém ainda pontos de pormenor que constituem matéria controversa para os especialistas. Mas as grandes linhas desse processo secular são hoje consideradas como definitivamente assentes. (...)

https://heportugal.wordpress.com/sobre-heraldica/sobre/

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Já agira vale a pena ler o resto da página:

Unidades do exército português > Heráldica

https://heportugal.wordpress.com/sobre-heraldica/sobre/


(...) O esforço de integrar num todo coerente tendências anteriores altamente diversificadas – quando não divergentes – levou à enunciação de um número restrito de princípios gerais que garantissem, na prática, uma ampla liberdade no campo da sua aplicação.

E foi a partir das leis da iluminura, das Proporções, da Estilização e da Simplicidade – leias que constituem o corpo formal da Heráldica Geral – que se tornou possível uniformizar certos procedimentos e definições.

É por exemplo hoje em dia matéria pacífica:

– Serem as Armas emblemas em cores.
– As cores Heráldicas serem simples e em número restrito.
– As Figuras serem estilizadas.
– O suporte normal das Armas – ainda que outros possam ser utilizados
– ser o escudo.

O desenho das armas não é considerado fundamental em heráldica pois ele resulta em especial, da forma do escudo que for utilizada e do estilo e habilidade do desenhador e, assim as mesmas armas podem apresentar visualizações diferentes sem que heraldicamente possam, ser consideradas incorrectas. Neste aspecto as armas diferenciam-se dos emblemas e das marcas actuais onde o desenho é obrigatoriamente fixo, podendo apenas sofrer alterações por ampliação ou redução da matriz inicial.

A partir deste núcleo central da Heráldica, foram-se ao longo do tempo, desenvolvendo ramos especiais adequados aos variados campos de aplicação.

Assim podemos hoje encontrar, entre outras a: Heráldicas das famílias – relativa ás armas que heraldicamente são transmitidas aos descendentes; – a do Trabalho – referente ás corporações de cada profissão; – a Eclesiástica – privativa dos dignitários e sedes da igreja; a Militar – específica do foro castrense e, como tal, dos diversos Ramos que compõem as Forças Armadas.

Ainda que prevalecente no fundo e na forma, a separação entre estas categorias só raramente aparece claramente demarcada nas representações simbólicas actuais. (...)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

... Mas isto não era à balda... Estava/está regulamentado:



Regulamento de Heráldica do Exército
LEGISLAÇÃO: Aprova o Regulamento de Heráldica do Exército

Portaria 213/87 – de 24 de Março

O cumprimento das Normas de Heráldica do Exército e do Regulamento da Simbologia do Exército, aprovados pela Portaria 24107, de 3 de Junho de 1969, contribuiu decisivamente para o reconhecimento generalizado do interesse da correcta utilização dos símbolos heráldicos, no reforço do espírito de corpo dentro da organização militar.


https://heportugal.wordpress.com/regulamento-de-heraldica-do-exercito/

Valdemar Silva disse...

E cá temos fotografias das instalações da NT em defesa da "A Guiné é Nossa"*.
Mas, havia muitos destes "bidonvilles", por todo o território da Guiné, e sabe-se lá se os verdadeiros em França não teriam sido copiados por estes. O da Ponte Caium era diferente de todos os outros, por estar "no ar" em cima duma ponte e não como abrigo subterrâneo.
Acho interessante nesta flâmula da CCAÇ.1589 ter a inscrição 66-68 (feita posteriormente?), como que a marcar a certeza do regresso ou a predestinar o destino de Madina do Boé.
Recordo-me ter chegado a Bissau, 24/Fev/1969, já com a notícia do abandono de Madina, e de
toda a região daquele triangulo do Boé a leste do Rio Corubal, desde perto de Quebo até perto de Cabuca quando começa a fazer fronteira, ver soldados com uns crachás "Madina do Boé...(?)", não sei se da CCAÇ.1790, com a particularidade de terem a farda pouco usada à periquitos, parecendo que tinham chegado como nós da metrópole. Deviam ser dos que saíram do Boé, que felizmente se salvaram daquela tragédia das mortes por afogamento, e não tinham tido oportunidade de vestir a farda de saída. Seria interessante haver camaradas dessa Companhia ou outros, que se recordassem quem era dessa rapaziada e o que faziam em Bissau naquela data.

Abracelos
Valdemar Queiroz

*parece que o " ...é Nossa" só foi referido a Angola.

João Carlos Abreu dos Santos disse...

... citando:
- «Madina do Boé tinha alguma semelhança com Dien Bien Phu».
?!
Sejamos sérios na divulgação de história comparada.
Não tinha (nem tem), semelhança alguma: nem orográfica nem estratégica.
Essa recorrente mitologia, convirá - apenas - a algumas historiografias...

Valdemar Silva disse...

Todos esperamos que o Manuel Coelho não venha ter problemas e calhando o próprio País, em comparar os ataques sofridos pela NT em Madina do Boé e colinas envolventes, e o que se passou em Dien Bien Phu com as tropas americanas na guerra do Vietname.
Cá estaremos todos para testemunhar que não havia nada de semelhante, apenas uma comparação de quando se assiste a filmes da guerra do Vietname e aparece Dien Bien Phu poder haver algum distraído comentário 'até parece um ataque a Madina do Boé'. Uf! fique bem claro.

Valdemar Queiroz

Antº Rosinha disse...

Dien Bien Phu não ficou ligado ao imaginário da guerra do Vietnam (exército americano), mas ao exército colonial francês na guerra da Indochina, como se dizia na altura.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Talvez o Manuel Coelho ou o Abel Santiago, nos possam dizer algo mais sobre a experiência de se viver, meses a fio,num lugar desamparado, desprotegido e isolado como este. Eles nem sequer tinham artilharia. Em maio/Junho de 73, sim, podevia haver um desastre se Madina do Boé não tivesse sido retirada em 6 Fevereiro 1969. Para Helio Felgas não tinha qualquer interesse militar... Quem esteve no leste,sabe como o flanco sul e sudeste do chão fula muito mais vulnerável...

MAs era bom ouvir mais os bravos de Madina do Boé...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

...Queríamos dizera "Abel Santos"...

Valdemar Silva disse...

Tens razão, Rosinha. Eu sei.
Quis dar uma opinião sobre o que se passava com a NT em Madina, comparando com a guerra no Vietnam, e no caso de Dien Bien Phu "fugiu-me' para os americanos, talvez por querer focar o visionamento de filmes sobre essa guerra entre o Vietnam do Norte e os EUA.

Valdemar Queiroz

Fernando Ribeiro disse...

A palavra "Tufas" não tem nada a ver com o verbo tufar. É uma onomatopeia, que se usava (ainda se usará?) para reproduzir o som de uma pancada forte, mas surda. Espanto-me com o facto de que o Luís Graça não se lembre desta onomatopeia.

Um grande abraço

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Fernando Ribeiro, não me lembrei mesmo dessa onomatopeia...

Mas pode ser que o "Tufa" Manuel Coelho nos diga aqui o signifivado do "nome de guerra" do pessoal da sua companhia, a CCAÇ 1589...