terça-feira, 20 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21468: Tabanca Grande (504): Manuel Inácio, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 1589/BCAÇ 1894 (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Béli e Madina do Boé, 1966/68). Apadrinhado pelo nosso camarada Abel Santos, vai ocupar o lugar n.º 820 do nosso poilão sagrado

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano, Manuel Inácio, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 1589/BCAÇ 1894 (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Béli e Madina do Boé, 1966/68), com data de 14 de Outubro de 2020:

Formei Batalhão, em Tomar, chegando à Guiné em 15 de agosto de 1966.

Estive em Bissau na CCAÇ 1589, aquartelado no antigo 600. Esta Companhia funcionava como Companhia de Intervenção sob as ordens diretas do Comando-Chefe.

Fez várias operações pelas zonas de Portogole, Enxalé, Xime, Oio, Ilha do Como, seguindo passados 10 meses para Madina do Boé, onde permaneceu 11 meses, sendo depois rendida pela Companhia que sofreu o acidente na jangada, no rio Corubal.

Durante esse período sofreu uma baixa, e nunca ninguém ou do comando, ou particular, fez uma visita a esse aquartelamento, salvo as escoltas anuais, fim das chuvas que abasteciam o destacamento.

Além de tocar a corneta em cima do abrigo quando eles atacavam, também fazia caricaturas, versos e tabuletas com vários "epitáfios" do momento. Logo à entrada se podia ver uma tabuleta,:

"AEROPORTO INTERNACINAL DE MADINA DO BOÉ" 

e outro:

 "MADUNA DO BOÉ, O ALGARVE DA GUINÉ", 

ao lado do monumento que existia à entrada, com granadas, estilhaços e outros afins destrutivos da época.
Manuel Inácio e o seu inseparável trompete
Vista aérea de Madina do Boé - Foto atribuída a Manuel Domingues
"Além de tocar a corneta em cima do abrigo quando eles atacavam..." - Lá está a cadeira (ao alto num dos abrigos)
Madina do Boé - Manuel Inácio
Madina do Boé: Convite para umas férias inesquecíveis - Foto: © Manuel Caldeira Coelho (2011). Todos os direitos reservados
Madina do Boé: Memorial da CCAÇ 1416: "Aos nossos mortos"... "E aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando" - Foto: © Manuel Caldeira Coelho (2011). Todos os direitos reservados
Recordações de Madina do Boé - Foto: © Manuel Caldeira Coelho (2011). Todos os direitos reservados

2. Comentário do editor CV:

Caro Manuel Inácio

Bem-vindo à nossa Tabanca Grande. Muito obrigado por te juntares à tertúlia e pelas fotos enviadas que suponho ser todas de Madina do Boé. Obrigado também ao Abel Santos por "apadrinhar" a tua entrada. Sentas-te no lugar n.º 820, à sombra do nosso mágico, fraterno, acolhedor e protector poilão. Como gostamos de dizer, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Cabemos cá todos com tudo o que nos une e até com o que nos pode separar...  Fico à espera de mais memórias tuas para alimentar o blogue, que é um "bicho comilão e sedento"... Como vês, em 16 anos de existência já publicámos cerca de 21 mil e 500 postes, a par de 85 mil comentários... Para não falar em mais de 100 mil imagens... E vamos a caminho das 12,5 milhões de visualizações de páginas (, grosso modo, visitas). 

O teu nome, Manuel Inácio, passa a figurar, a partir de hoje, na lista alfabética, de A a Z, dos membros da Tabanca Grande, na coluna (estática) do lado esquerdo... Muita saúde e longa vida para ti, sempre, sempre ao nosso lado.
____________

Nota do editor:

Último poste da série > 4 de setembro de  2020 > Guiné 61/74 - P21387: Tabanca Grande (503): António Baltazar Valente Ramos Dias, ex-Alf Mil Art MA da CART 1745 (Ingoré e Bigene, 1967/69): senta-se no lugar n.º 819 do nosso poilão

4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Manuel Inácio, camarada, a gente já se conhece... Do "galinheiro do Matias", o sítio secreto onde se reune, para ensaios, convívios e petiscos a malta da"tuna rural de Custóias"... Foi lá que ouvi pela primeira vez o teu famoso trompete... Foi o Vitorino que me levou lá... Estive com o Júlio Vieira Marques, que ainda é da família por afinidade (, cunhado de um cunhado meu...) e outros músicos... Uma bela tarde, já há dois anos, na semana de Páscoa de 2018)...

Tenho diversos vídeos, feitos na altura, dos vossos ensaios... que ainda não divulguei... E lá estás tu com o teu valente trompete. Foi aí que me contaste a história do trompete de Madina do Boé... Agora fez-se luz ao rever a tua cara: afinal, és tu o "maluco" que tocava trompete quando as tropas do Amílcar Cabral atacavam ou flagelavam Madina do Boé... "Ganda maluco!!... Mas tiveste sorte, imagina se os gajos tivessem pontaria!...

Sê bem vindo à nossa Tabanca Grande, a mãe de todas as Tabancas!... Vou rever os vídeos que fiz há dois anos com a "tuna rural de Custóias"!...Obrigado ao Matias e ao Vitorino pela hospitalidade!... Um abração para ti e o teu "padrinho", o Abel Santos, que é um dedicadíssimo grã-tabanqueiro!


31 DE MARÇO DE 2018
Guiné 61/74 - P18472: (De)Caras (105): Os 7 bravos da Tabanca de Matosinhos (...mais um, o Evaristo) com quem almocei na 4ª feira passada (Luís Graça) - Parte I

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Escreve o Manuel Inácio:

"Durante esse período sofreu uma baixa, e nunca ninguém ou do comando, ou particular, fez uma visita a esse aquartelamento, salvo as escoltas anuais, fim das chuvas que abasteciam o destacamento."

Chegada à Guiné em agosto de 1966, 10 meses a atuar como companhia de intervenção, às ordens do Com-Chefe em Bissau...Toma depois conta do subsetor de Madina do Boé, por volta de junho de 1967... E aí permanece 11 meses, até ser substituída pela CCAÇ 1790 (que irá perder 29 homens no decurso da Op Mabecos Bravios, na travessia do Rio Corubal, em Cheche, em 6 de fevereiro de 1969, na sequência da retirada de Madina do Boé).

Se a Cecília Supico Pinto alguma vez esteveem Madina do Boé, só poderia ser em fevereiro de 1966, anterior portanto à comissão do Abel Santos e do Manuel Inácio...

Mas quem é que ia a um sítio desgraçado como aquele ?

Precisamos também do testemunho também do Manuel Coelho, CCAÇ 1589/BCAÇ 1894 (Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68)...que possivelmente ainda não estava em Madina em fevereiro de 1966...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

O Zé Martins é quem sabe nos dizer quem estava em fevereiro de 1966 em Madina do Boé...

Sabeemos que...

(i) A CCaç 1416 seguiu em 13Ago65 para Nova Lamego, a fim de substituir
a CCaç 817 como subunidade de intervenção e reserva do BCav 705, tendo
tomado parte em diversas acções realizadas nas regiões de Bajocunda, Canquelifá
e Copá e, ainda, na região de Buruntuma, de 290ut65 a 28Jan66.

(ii) Em 27Abr66, substituída transitoriamente pela CCaç 1499, seguiu para
Béli a fim de tomar parte na operação "Lumiar" e em 04Mai66 para Madina
do Boé, tendo assumido a responsabilidade do respectivo subsector em
substituição da CCav 702, com pelotões destacados em Béli e Ché-Ché, este
até 25Jan67 e ficando, entretanto, integrada no dispositivo e manobra do seu
batalhão.

(iii) Tendo sofrido numerosas e fortes flagelações aos aquartelamentos, foi
rendida em 10Abr67 no subsector de Madina do Boé pela CCaç 1589 e recolheu
em 12Abr67 a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.(...)


DEve ahaver uma compamhia anterior a estas...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Consultando os livros da CECA:


(...) A CCav 702, para além das operações referidas, foi ainda atribuída em
reforço do BCaç 507, para intervenção na região de Bula, na operação "Fisga",
de 03 a 07Dez64 e em reforço do BCaç 513, na operação "Espora", de 15 a
17Dez64, na região de Injassane e operações "Estribo" e "Selim", de 21 a
24Dez64 e 27/28Dez64, na região de Unal, após o que recolheu a Bolama. De
16Jan65 a 19Fev65, foi novamente atribuída em reforço do BCaç 513, para
operações na região de Buba e recolheu a Bolama.

Em 08Mar65, assumiu a responsabilidade do subsector de Contuboel, então
criado, com um pelotão em Sonaco, ficando integrada no dispositivo e manobra
do BCaç 506 e depois do BCaç 757.

Substituída pela CCaç 800, foi deslocada por fracções, de 22 a 30Mai65,
para Madina do Boé, com um pelotão em Béli a partir de 25Mai65 e onde
substituíu pelotões da 3.' CCaç; em 23Mai65, assumiu a responsabilidade do
subsector de Madina do Boé, então criado na zona de acção do BCaç 512 e
depois do seu batalhão.
(Negrito nosso)

Em 04Mai66, foi rendida no seu subsector, pela CCaç 1416 e seguiu para
Fá Mandinga, onde substituíu, transitoriamente, a CCaç 1417 até à chegada da
CCaç 1547, após o que recolheu a Bissau a fim de efectuar o embarque de
regresso. (...)