sexta-feira, 26 de março de 2021

Guiné 61/74 - P22041: In Memoriam (389): Ilídio Sebastião Vaz (1945/2021), ex-fur mil enf, CCaç 14 (Bolama e Cuntima, 1969/1971): morreu em Havana, Cuba, em sequência da Covid-19 (Eduardo Estrela)



Convívio do pessoal da CCAÇ 14 >s/l > s/d> À direita está o Ilídio Vaz (Zé Vaz ) e á esquerda o Vítor Dores.

Foto (e legenda): © EduardoEstrela  (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Eduardo Estrela (ex-Fur Mil da CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71)

Data . sexta feira, 26 de março de 2021, 15h23

Assunto . Em memória do Zé Vaz

Boa, tarde Luís!

Mais um camarada que nos deixa privados da sua presença física. Em Cuba, onde ia com alguma frequência, faleceu o companheiro Ilídio Sebastião Vaz (1945/2021). Foi Fur Mil Enf da C.Caç 14 (1969/1971). 

Deixa-nos um enorme vazio pois em cada um dos que com ele privaram nas agruras da Guiné, cimentou laços fraternos de solidariedade. Na zona operacional onde estávamos instalados, sempre esteve disponível para alinhar em toda a actividade militar, sendo mais um dos enfermeiros da Companhia, de modo a que o pessoal que comandava ficasse um pouco mais aliviado. 

Para poder viajar fez um teste á Covid que deu negativo, mas outro feito na chegada a Havana deu positivo, foi hospitalizado e permaneceu perto de mês e meio numa unidade de saúde. Quatro dias após a alta hospitalar não resistiu a uma paragem cardiorrespiratoria.

Um grupo de camaradas, encabeçado pelo António Bartolomeu, ainda se disponibilizou para repatriar o corpo para Portugal, mas a verba que inicialmente foi pedida depressa subiu para quase o dobro e a iniciativa ficou votada ao insucesso.

Fica na nossa memória e nos nossos corações. A sua verdadeira família éramos nós. Que descanse em Paz.

Anexo foto dum dos nossos convívios, onde á direita está o Ilídio Vaz ( Zé Vaz ) e á esquerda o Vítor Dores.

Se achares por bem, publica no blog.
Grande abraço, 
Eduardo Estrela

2. Comentário do LG:

Eduardo, o Zé Vaz tinha que ser um bom homem e um bom camarada para tu evocares,de maneira tão sensível e generosa a sua memória.  



O Ilídio Sebastião Vaz em 2019.
Fotograma de vídeo do Museu do Aljube.
Com a devida vénia

Apurámos que o teu/nosso camarada era
 natural de Lisboa e vivia em Almada. Tinha página no Facebook, que utilizava pouco, a última "postagem" datava de 13 de novembro de 2019. Via-se que tinha "vários amigos do Facebook", originários de Cuba. 

Ainda em 2019 dera uma longa entrevista ao Museu do Aljube e Resistência e Lisberdade, de que foi publicado um pequeno excerto (3' 20'') no You Tube, disponível aqui.  A versão completa  deve estar disponível no Centro de Documentação do Museu do Aljube.

[Sinopse: Ilídio Sebastião Vaz deixou-nos o seu testemunho repleto de memórias, de familiares e as suas próprias, desde as referentes aos “amigos” que ele sabia serem da PIDE e dos negócios destes com a prostituição, ao terror do franquismo, até à sua experiência como enfermeiro na guerra colonial, na Guiné, sem qualquer tipo de formação.]

Um abraço para ti, o António Bartolomeu e demais camaradas da CCAÇ 2592 / CCAÇ 14:  partimos ttodos juntos para a Guiné no mesmo navio, o T/T Niassa, em 24 de maio de 1969. Infelizmente não me lembro Zé Vaz, já que ele foi para o CIM Bolama e nós (CCAÇ  2590/ CCAÇ 12) para o CIM Contuboel, mais o António Bartolomeu que ali formou um pelotão mandinga.
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Nota do editor:

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