1. Morreu, no primeiro dia do ano de 2022, o nosso camarada Alberto Bastos, ex-alf mil op esp, CCAÇ 3399 / BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73). (*)
A triste notícia foi-nos dada pelo Joaquim Pinto de Carvalho, ex-alf mil at inf. CCAÇ 3398 (Buba) e CCAÇ 6 (Bedanda), 1971/73, nosso grã-tabanqueiro nº 633 (**)
Pertenciam ao mesmo batalhão, o BCAÇ 3852, e eram amigos do peito, há meio século. Estiveram em Mafra juntos e acabaram por ser mobilizados para a Guiné e para a mesma unidade. O Joaquim e a Maria do Céu estavam desolados. Telefonei, de imediato ao Manuel Gonçalves, igualmente membro da nossa Tabanca Grande (nº 776), que também conhecia o Alberto Bastos, sendo do mesmo batalhão (***). Também o João Marcelino o conheceu. Telefonei igualmente ao Joaquim Costa, da CCAV 8351.
É nossa intenção, em honra da sua memória, integrá-lo na Tabanca Grande, a título póstumo, no caso de termos o OK da sua viúva, a fisioterapeuta e empresária Trindade Bastos. Procuramos também uma foto sua do tempo da tropa e da guerra. Será o primeiro representante da CCAÇ 3399 no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.
Poeta, desde menino e moço, foi ele o autor da letra do hino do BCAÇ 3852, datada de 12/6/1971, reproduzida no seu livro de poesia <i>Alguém</i> (LIsboa, Chiado Editora, 2008, pp. 125/126.
É também autor do poema "Na estrada do Cumbijã", dedicado ao cap mil Vasco da Gama, comandante da CCAV 8351 (Cumbijã, 1971/73), "Os Tigres do Cumbijã" (, já publicado no poste P3640), e reproduzido, a pp. 138/139, no recentíssimo livro do Joaquim Costa, "Memórias de Guerra de um Tigre Azul: O Furriel Pequenina (Guiné, 1972/74") (Rio Tinto, Lugar da Palavra Editora, 2021).
2. R eprodução de notícia do jornal "on line" "A Voz de Cambra" (com a devida vénia...)
ATUAL > Morreu Alberto Bastos, o encenador, ator e escritor de Vale de Cambra
Janeiro 3, 2022
Cristina Maria Santos
Tinha 72 anos, mais de 50 dedicados à escrita e ao teatro, onde representou mais de 200 papeis diferentes. Alberto Bastos faleceu no primeiro dia do ano de 2022.
Alberto Bastos contava mais de meio século de carreira, com
um percurso marcado por várias atuações no teatro, mas também era reconhecido
pela sua veia humorística fora dos palcos.
Alberto Tavares de Bastos nasceu em S. Pedro de Castelões e escrevia desde a adolescência. Publicou os livros de poemas “Bailam Flores”, em 1999; “Um Grito na Noite dos Tempos”, em 2000; e “Alguém, em 2008. Publicou a sua primeira obra de teatro “Palco da Vida”, em 2006 e a “A Máscara”, em 2015.
Alberto Bastos pisou o palco pela primeira vez aos 12 anos, em 1960, no salão da fábrica “Almeida & Freitas”. “Foi o meu batismo artístico e lembro-me de rir muito e tremer”, recordou Alberto Bastos ao Voz de Cambra, em 2020.
De 1975 a 1978, fez parte do elenco cénico do Grupo
Recreativo e Cultural de Cavião e, a partir de 1993, integrou o Grupo Cénico da
Associação de Promoção e Desenvolvimento de Castelões (APDC), onde foi ator e
habitual encenador.
Participou em vários eventos do concelho, como; “Rusga à
Sra. da Saúde”; “…da Lusitânia ao Foral”; “Queima do Galhofeiro”; Carnaval de
Vale de Cambra, mas também em iniciativas em concelhos limítrofes, como por
exemplo: Viagem Medieval em Terra de Santa Maria e a Feira Medieval de S. João
da Madeira.
Entre muitas representações, em 2016, encenou a peça “Volfrâmio – Suor o deu, miséria o levou”, um trabalho de longa pesquisa, onde entrevistou alguns idosos que sobreviveram ao drama de outrora. “Não abandonei a arte e tenho no prelo uma nova peça em três atos, cuja publicação terá lugar quando a presente situação pandémica do país se desvanecer. Esta obra, ficará disponível para quaisquer grupos cénicos que queiram levá-la à cena”, explicou.
“Bem hajam, todos aqueles que me acompanharam ao longo deste longo percurso e ao público maravilhoso que nunca me regatearam aplauso e crítica. Obrigado”, concluiu
No primeiro dia do ano de 2022, Vale de Cambra lamenta e despede-se do artista que marcou o teatro no concelho.
__________
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 1 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22866: In Memoriam (423): Jorge Cabral (1944-2021): cerimónias fúnebres, na Igreja do Lumiar, Lisboa, hoje, a partir das 17h00 (Pedro Almeida Cabral)
4 comentários:
Os da generosa cepa de 194___ estão a começar a desaparecer.
Sentidos pêsames
Valdemar Queiroz
Valdemar, tanto o Eduardo como o Alberto foram vítimas de iatrogenia: o Eduardo morreu de embolia pulmonar durante uma trivial litrotícia; o Alberto,ao que sei, de um coágulo no cérebro, a seguir à toma da 3ª vacina contra a covid...Vítimas de "fogo amigo"!...Com um raio, começamos mal o ano...
Fomos contemporâneos e pisamos o mesmo chão minado da estrada Mampatá Cumbijâ.
Nunca privei com ele mas era muito conhecido na região. No Cumbijã era conhecido por Poeta.
Vivíamos isolados no nosso buraco, pelo que só nos cruzávamos com camaradas de outras companhias em operações de risco onde apenas trocava-mos algumas palavras de circunstância.
O poema que dedicou ao Cap. Vasco da Gama, para além de pôr em evidência as suas qualidades literárias , mostra um homem atento ao que o rodeia, amigo e fundamentalmente solidário.
O meu singelo livro de memórias é pequeno para a grandeza do poema que dedicou à Ccav 8351 e ao seu Capitão. Como alguém já referiu: Um Poeta não morre.
Joaquim Costa
Joaquim, obrigado pelo teu testemunho. Estou à espera de uma foto do "antigamente da guerra",para poder apresentar o Alberto Bastos ao resto da Tabanca Grande como novo membro (se bem que, infelizmente, a título póstumo)... Ele não pode ficar "inumado na vala comum do esquecimento"! E, como bem dizes, os poetas não morrem!...
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