Caro camarada de armas José Carlos:
Muito obrigado pelo teu contacto.
Teremos o maior gosto em receber-te na nossa Tabanca Grande onde reservamos desde já um lugar bem à sombra do nosso poilão sagrado.
Manda-nos por favor uma foto actual e outra dos tempos de Guiné assim como nos diz qual foi a tua especialidade e os locais por onde andaste, tanto quanto sei a companhia foi desmembrada em pelotões.
Já que pertences à geração do fim da guerra, poderás contar-nos a tua experiência de contacto com o ex-IN na fase de entabulamento de conversações e entrega de aquartelamentos.
Se tiveres fotos, também serão bem-vindas. Digitaliza-as e envia-nos acompanhadas das respectivas legendas que, se possível, deverão indicar os locais, datas e fotografados.
Contamos com a tua colaboração já que da tua Companhia nada sabemos. Manda as tuas coisa para este meu endereço e para o do editor Luís Graça (luis.graca.prof@gmail.com).
Para saberes o que temos sobre o teu Batalhão, acede a este marcador:
Para saberes o que temos sobre o teu Batalhão, acede a este marcador:
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/BCA%C3%87%204518
Ficamos a aguardar o teu novo contacto.
Segue um abraço em nome da tertúlia e dos editores
Carlos Vinhal
2. No mesmo dia recebemos esta resposta do José Carlos:
Chamo-me José Carlos Rocha da Silva, nascido na freguesia de Lagoa, concelho de Vila Nova de Famalicão, a 19 de Março de 1952.
Ficamos a aguardar o teu novo contacto.
Segue um abraço em nome da tertúlia e dos editores
Carlos Vinhal
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2. No mesmo dia recebemos esta resposta do José Carlos:
Chamo-me José Carlos Rocha da Silva, nascido na freguesia de Lagoa, concelho de Vila Nova de Famalicão, a 19 de Março de 1952.
Fui incorporado a 22 de Janeiro de 73, no RI 5.
De Abril de 73 a Junho do mesmo ano, frequentei o curso de Sargentos Milicianos no CISMI, especialidade de atirador de infantaria.
De Julho a Setembro de 73 estive no RI 8, em Braga, a ministrar uma recruta.
Em Setembro de 73 fui para o RI 15, em Tomar, onde formei o Batalhão 4518.
Em 29 de Dezembro de 73 embarquei no navio NIASSA, com destino à Guiné. Aqui, inicialmente o batalhão foi para a ilha de Bolama, onde tivemos a formação do IAO. Depois a CCS ficou em Galomaro e a nossa companhia, a 1.ª do batalhão, foi colocada em Dulombi.
Em Março de 74 o quartel do Dulombi foi abandonado e a nossa companhia passou a companhia de intervenção da CAOP 2, em Nova Lamego, donde regressámos em Setembro de 74.
José Carlos Silva, "hoje"
José Carlos Silva, "ontem"
Um momento de lazer na piscina de Bolama
À porta de armas do quartel de Nova Lamego
O momento da entrega de um dos nossos quarteis a elementos do PAIGC
As lavadeiras na bolanha de Nova Lamego
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3. Comentário do editor:
Caro camarada de armas e amigo José Carlos, estás apresentado formalmente à tertúlia. És mais um antigo combatente da Guiné a engrossar as fileiras do nosso Blogue, no ano passado muito desfalcado por motivo do falecimento de alguns dos nossos companheiros que nos acompanhavam há anos.
Como te disse já, a tua 1.ª CCAÇ não estava representada na Tabanca Grande, logo cabe-te a responsabilidade de construir a sua história aqui.
Vai-nos mandando as tuas memórias e as tuas fotos, que nesta página ficarão para memória futura. Cabe-nos a responsabilidade de contarmos nós a história da guerra vivemos na primeira pessoa, antes que outros, que nunca lá estiveram, o façam por nós.
Ficas com o lugar 857 da nossa tertúlia, igualzinho a todos os outros porque aqui não se destaca ninguém, seja pelo posto militar, formação académica ou profissão. O teu nome, José Carlos Silva, passa agora a constar na badana do blogue, a coluna estática do lado esquerdo: Vê em dos TABANCA GRANDE - LISTA ALFABÉTICA DOS 857 AMIGOS & CAMARADAS DA GUINÉ, na secção dos Josés (que são, contigo, 83).
Deixo-te o habitual abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores e colaboradores permanentes deste Blogue.
Vamos ao trabalho.
C.V.
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Nota do editor
Último poste da série de 11 DE JANEIRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P22897: Tabanca Grande (529): Alberto Bastos (1948-2022), ex-alf mil op esp, CCAÇ 3399 / BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73), natural de Vale Cambra, o primeiro grã-tabanqueiro do ano, o nº 856, embora infelizmente a título póstumo
C.V.
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Nota do editor
Último poste da série de 11 DE JANEIRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P22897: Tabanca Grande (529): Alberto Bastos (1948-2022), ex-alf mil op esp, CCAÇ 3399 / BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73), natural de Vale Cambra, o primeiro grã-tabanqueiro do ano, o nº 856, embora infelizmente a título póstumo
7 comentários:
José Carlos, dou-te também as boas vindas em meu nome pessoal e na qualidade de fundador e editor deste blogue que reune, sob um simbólico poilão, os camaradas da Guiné... Somos já 857, contigo, entre vivos e mortos.
Também passei, em colunas logísticas (a caminho do Saltinho), por alguns dos sítios onde tiveste, como Galomaro e Dulombi. E fiquei com curiosidade em saber o algo mais sobre "abandono do quartel de Dulombi em março de 1974"...
Talvez queiras e possas dar mais informação, detalhada, sobre o que se passou então em Dulombi...Temos vários camaradas que também passaram por lá, pelo Sector L5, e vão gostar de ler o teu testemunho.
Um alfabravo, Luís Graça
Saudacões "Tabanqueiras" a todos os camaradas.
Com o depoimento do José Carlos, fica concluído (?) o filme do Aquartelamento do Dulombi. Tal como em tempos afirmei, coube-me a mim e ao meu Grupo de Combate, em fins de Abril de 1974, "reocupar" estas instalações abandonadas. Felizmente, para nós, a caminho dos 26 meses de Guiné, tudo correu bem, apesar de acharmos uma afronta esta missão em "reforço" do Batalhão (piriquito) de Galomaro, depois de em missão semelhante em Sare Bacar (fronteira com o Senegal) termos perdido em combate, o nosso camarada Fur. Melo.
A Companhia da qual o meu Grupo fazia parte, regressou em 30 de Junho de 1974 com 27 meses de comissão.
Manuel Oliveira Pereira
1. Recordo o que aqui há muitos anos (... em 2007) o nosso camarada Manuel Oliveira Pereira, ex-fur mil, da
CCAÇ 3547, "Os Répteis de Contuboel", 1972/74 (, hoje advogado, a viver em Ponte de Lima, sua terra natal), escreveu:
27 DE ABRIL DE 2007
Guiné 63/74 - P1706: No 25 de Abril de 1974 eu estava lá (2): Em Galomaro, região de Bafatá (Manuel Pereira, CCAÇ 3547 / BCAÇ 3884)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/04/guin-6374-p1706-em-25-de-abril-de-1974.html
(...) Eu sou um dos muitos que a alvorada de Abril apanhou na Guiné. O meu batalhão terminou a sua Comissão a 25 de Dezembro de 1973, mas por birra do Spínola a quem o Governo não atribuía mais tropa para a região (...) obrigou os velhinhos a adiarem o seu retorno à Metrópole.
Viemos (eu vim mais tarde) a 30 de Junho de 1974.
Dizia eu, que estava lá. É verdade, no dia 25 de Abril estava em reforço do Batalhão de Galomaro e só depois a 28 ou 29 é que foi com o meu Grupo ocupar as instalações abandonadas do Dulombi.
Chorei de raiva (ninguém viu), mas foi. Já no Dulombi sou informado, por alguém do MFA, que o Coronel Tir Cmd de Galomaro, com quem sempre me incompatibilizava nos briefings, tinha sido detido e levado de Galomaro.
Abandonei o Dulombi a 29 de Maio e neste aquartelamento apenas ficou uma secção de milícia.
Sobre o MFA e a nossa participação – o BCAÇ 3884 –, enquanto força oculta do mesmo, posso adiantar que a nossa missão caso o Movimento falhasse na Metrópole, seria – todos Cmd de Companhia estavam ao corrente – a sublevação, arregimentar outras unidades, deslocar-nos para Norte, passarmos a fronteira (havia contactos com oficias do exército do Senegal) e daí reentrarmos na Guiné, talvez por Colina do Norte, Farim, Mansoa ou Bula e por fim Bissau.
Felizmente não foi necessário. Muitos de nós, eventualmente, teríamos caído. Nem todos estariam de acordo com as nossas opções. Para aqueles que de forma generosa se voluntariaram para esta arrojada missão, o meu (nosso) eterno agradecimento.
Mesmo que os três D não se tenham ainda realizado – fica a esperança – digo, VALEU A PENA. VIVA O 25 de ABRIL!
Documentação e protagonistas directos seguirão num próximo capítulo. (...)
2. Manel, não tenho ideia de teres voltado, durante estes anos todos, a falar do assunto e muito menos de teres mandado a tal "documentação"...
Gostava que tu, e o José Carlos, nos falassem, com mais detalhe, dessa "cena" do abandono e da reocupação do aquartelamento de Dulombi...
Ab, Luís
Caro Luís, um abraço com votos de bom Ano Novo.
Relativamente ao "teu desafio", penso ter enviado a informação sobre o possível "levantamento" do meu Batalhão. Todavia e caso não tenha feito, vou tentar organizar um "encontro" na próxima ida a Lisboa, onde para além de alguns dos "envolvidos", incluindo o "lider"(Coronel Vargas Cardoso) o "ultimo" CMD (tivemos vários: Manuel Gomes, Artur Beirão; Sanches; Correia de Campos) do B.Caç.3884, estarão os ex-Cap. Milº: Manuel São Pedro e Carlos Martins. Obviamente estarás presente. Leva caneta e papel para ouvires coisas que não fazem parte dos relatórios existentes no Arquivo Geral do Exército.
Não cheguei a conhecer o José Carlos, apenas troquei impressões com o nosso "camarigo" Luís "Dylan", ex-Alf.Milº. da C.Caç.3491, que julgava ter sido dos últimos a abandonar o Dulombi.
Esqueci de referir um outro CMD de Batalhão (mais um) o Coronel Castelo e Silva.
Caro José Carlos Silva.
Antes de mais um grande abraço, já que coexistimos por terras do Gabu ( Nova Lamego )
Apenas uma rectificação : Não era o CAPO 5, mas sim o CAOP 2.
De novo um abraço para ti e para todos para quem a história destes tempos conta.
José Alberto Neves
Ex Alferes Miliciano de Transmissões de Infantaria do CAOP 2
Muito obrigado José Neves, o editor devia estar mais atento ao lapso do José Carlos, motivado, quem sabe, pelo tempo já volvido.
Já emendei.
Um abraço
Carlos Vinhal
Coeditor
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