domingo, 11 de dezembro de 2022

Guiné 61/74 - P23865: Efemérides (379): No 20.º aniversário da Universidade do Mindelo, Amílcar Cabral recebe o Doutoramento Honoris Causa e é agraciado com a Ordem da Liberdade pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa


Presidente da República em Cabo Verde

09 de dezembro de 2022

O
Presidente da República chegou à Cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, Cabo Verde, onde foi recebido com honras militares.

Após a chegada, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa encontrou-se com o Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves.

O Presidente da República participa, este sábado, na cerimónia de Doutoramento honoris causa, a título póstumo, de homenagem a Amílcar Cabral, na Universidade do Mindelo.

Informação retirada do SÍTIO OFICIAL DE INFORMAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA


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Nota do editor:

Também, de acordo com o publicado no DN, que cita a Agência Lusa: "PR atribui Ordem da Liberdade ao "homem grande" Amílcar Cabral" - O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, atribuiu hoje a Ordem da Liberdade a Amílcar Cabral, líder histórico da independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, "homem grande" que não "chegou a chefe de Estado por uns meses".

© ELTON MONTEIRO/LUSA

Ver notícia do DN aqui e no Expresso das Ilhas, de Cabo Verde, aqui.
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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE DEZEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23857: Efemérides (378): a crise académica de 1962 que, para muitos estudantes, futuros oficiais milicianos, foi o início da sua tomada de consciência cívica e política

25 comentários:

Anónimo disse...

Expresso das Ilhas

O DIA ÀS 12H
00:00/03:12
PAÍS
Amílcar Cabral distinguido com grau de Doutor Honoris Causa pela Uni-Mindelo. Portugal também lhe atribuiu o grande colar da Ordem da Liberdade

Por LOURDES FORTES, RÁDIO MORABEZA,10 dez 2022 16:10

https://expressodasilhas.cv/pais/2022/12/10/amilcar-cabral-distinguido-com-grau-de-doutor-honoris-causa-pela-uni-mindelo-portugal-tambem-lhe-atribuiu-o-grande-colar-da-ordem-da-liberdade/83408

Anónimo disse...

A Seamana qq de dezembro de 2022 > ACTUALIDADE

PR Portugal atribui Ordem da Liberdade ao “homem grande” Amílcar Cabral
10 Dezembro 2022

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, atribuiu hoje a Ordem da Liberdade a Amílcar Cabral, líder histórico da independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, “homem grande” que não “chegou a chefe de Estado por uns meses”.

https://www.asemana.publ.cv/?PR-Portugal-atribui-Ordem-da-Liberdade-ao-homem-grande-Amilcar-Cabral&ak=1


PR Portugal atribui Ordem da Liberdade ao “homem grande” Amílcar Cabral

“Como esperar um dia mais para prestar uma homenagem por tanto tempo adiada”, questionou Marcelo Rebelo de Sousa, ao intervir hoje, na ilha cabo-verdiana de São Vicente, na outorga do grau de Doutor Honoris Causa a Amílcar Cabral (1924-1973) pela Universidade do Mindelo.

“Apesar de ter sido um pioneiro, e de entre os pioneiros porventura o mais conhecido a nível universal por aquilo que era, por aquilo que simbolizava, por aquilo que simboliza hoje e simbolizará amanhã: O ‘homem grande’ Amílcar Cabral”, disse ainda o chefe de Estado, ao anunciar a entrega à família do Grande Colar da Ordem da Liberdade “em nome de Portugal”.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que Portugal se junta a "este instante tão rico de futuro" e declarou que todos os seus antecessores, António Ramalho Eannes, Mário Soares, António Sampaio, Aníbal Cavaco Silva, haviam prestado por diversas vezes "o tributo ao `homem grande´" e condecorado os "chefes de Estado das pátrias nascidas das lutas dos anos 60 e 70" mas, assinalou, "faltava condecorar quem não chegou a chefe de Estado por uns meses".

A Universidade do Mindelo, ilha cabo-verdiana de São Vicente, atribuiu hoje o grau de Doutor Honoris Causa a Amílcar Cabral, cerimónia na qual participaram os chefes de Estado de Cabo Verde e de Portugal, José Maria Neves e Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Fundação Amílcar Cabral (FAC) e ex-Presidente cabo-verdiano Pedro Pires.

“Poderia ser em qualquer parte do mundo, tal como a paz, a liberdade, a igualdade, a fraternidade, a tolerância, o diálogo que o fizeram grande entre os grandes. Mas tinha de ser aqui, no Mindelo, pela mão de uma universidade, por natureza universal e portadora dos seus valores, em encontro de Universitários”, afirmou Marcelo Rebelo.

“Um, o novo doutor Honoris Causa desta casa, tendo a abraçá-lo outro universitário com mais de meio século de escola. Um, cabo verdiano, mas também guineense. O outro companheiro desta jornada académica e humana, português. Um, o presidente de duas independências que só o não foi porque uma coligação de interesses táticas e estratégias ao serviço do colonialismo, daquelas de que a história se encontra povoada, lhe ceifou essa vocação e esse destino, o outro, que convosco vive este momento singular, Presidente de Portugal”, afirmou, sobre a sua presença no evento de hoje como chefe de Estado e académico.

“Um, representante dos povos colonizados pátrias, libertadas depois de tempos que pareciam jamais terminar. O outro, representante de uma pátria que foi império colonial, antes de, ao depor a ditadura, assumir em plenitude a responsabilidade do império e do colonialismo de cinco séculos e se comprometer com um futuro de fraternidade e não de repressão de paridade e não de dominação, de justiça e não de exploração”, acrescentou.

“Aqui, no Mindelo, Amílcar Cabral recebe a consagração dos seus méritos no saber, na militância cívica, na personalidade moral. O seu doutoramento Honoris Causa é isso mesmo: Gratidão, homenagem, proclamação de exemplo ao estudioso, ao cientista, ao teórico e prático, ao especialista e ao humanista, ao pensador e ao homem do terreno, das pessoas de carne e osso, ao universitário da universidade dos Livros e ao universitário da universidade da vida”, disse ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

(...)

Continua

Anónimo disse...

https://www.asemana.publ.cv/?PR-Portugal-atribui-Ordem-da-Liberdade-ao-homem-grande-Amilcar-Cabral&ak=1

(Continuação)

Esta cerimónia marcou igualmente o 20.º aniversário da Universidade do Mindelo e antecede os 50 anos da morte de Amílcar Cabral (2023) e o centenário do seu nascimento (2024).

“Amílcar Cabral em nenhum momento confundiu a luta pela independência, a luta contra a subjugação, e não há nada mais sublime na vida de um povo do que a luta contra a subjugação. Amílcar Cabral nunca confundiu o colonialismo português, o sistema colonial com o povo português. Tinha um grande afeto pelo povo português. Tenho uma grande admiração pela língua portuguesa e em vários momentos teria dito que devíamos construir, após a independência, as mais sólidas relações com Portugal”, destacou, na sua intervenção, José Maria Neves, Presidente cabo-verdiano.

“Chegou a dizer que teríamos de discutir, negociar, programas especiais de cooperação entre os dois países e povos. Hoje, nós falaríamos de cumplicidades, falaríamos de parceria estratégica. E foi o sonho de Amílcar Cabral ver esses dois povos em paz, a dialogar e a construírem pontes para um futuro melhor para os povos de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e de Portugal”, acrescentou.

José Maria Neves disse que a presença de Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia de hoje “é uma nova claridade que vai continuar a iluminar os caminhos do futuro das relações entre Portugal e Cabo Verde”.

“E é simbólico termos aqui o presidente da pátria democrática portuguesa, o professor Marcelo Rebelo de Sousa, a antiga potência colonizadora e o Presidente de Cabo Verde, pátria livre, independente, democrática a podemos juntos celebrar Amílcar Cabral, celebrar a independência, celebrar a liberdade celebrar a amizade entre os países”, disse José Maria Neves.

Fundador do então Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que em Cabo Verde deu lugar ao Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), e líder dos movimentos independentistas nos dois países, Amílcar Cabral nasceu em 12 de setembro de 1924 e foi assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri, aos 49 anos.

Filho de Juvenal Cabral e Iva Pinhel Évora, o líder histórico nasceu na Guiné-Bissau e partiu com oito anos, acompanhando a sua família, para Cabo Verde, onde viveu parte da infância e adolescência, antes de se licenciar em Agronomia, em Portugal, em 1950.

O ideólogo das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral, foi considerado em 2020 o segundo maior líder mundial de todos os tempos, numa lista elaborada por historiadores para a BBC e com a votação dos leitores.

A lista é da “BBC World Histories Magazine” e foi feita por historiadores, que nomearam aquele que consideraram o maior líder, alguém que exerceu poder e teve um impacto positivo na humanidade. A Semana com Lusa

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
antonio graça de abreu disse...

Porque há valores e dignidade, e porque deveria haver respeito pelos nossos mortos, de ambos os lados da guerra, recordo:

O chefe supremo do PAIGC chamava-se Amílcar Cabral, tão querido e dado como exemplo de grande líder africano por algumas pessoas deste blogue, Mário Beja Santos, etc.,e hoje por Marcelo Rebelo de Sousa
O meu comentários ao post 21000, a 23 de Maio de 2020,

Sobre o cobarde assassinato dos três majores e do alferes do meu CAOP 1, em 1970, que foram desarmados ao encontro dos guerrilheiros, numa missão de paz, mortos a tiro, os corpos retalhados à catanada, leio, nos documentos do PAIGC:

Acta informal das reuniões do Conselho de Guerra, em 11 e 13 de Maio de 1970, manuscrita por Vasco Cabral.
Membros Presentes: Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, João Bernardo Vieira (Nino), Osvaldo Vieira, Francisco Mendes, Pedro Pires, Paulo Correia, Mamadu N'Djai [Indjai], Osvaldo Silva, Suleimane N'Djai.
Secretário: Vasco Cabral.

Amílcar Cabral – "Este acto foi um acto de grande consciência política e um acto de independência. Foi um acto de grande acção e de capacidade dos nossos camaradas do Norte. É a primeira vez que numa luta de libertação nacional se mata assim três majores, três oficiais superiores que, nas condições da nossa luta, equivale à morte de generais."

Na altura, este meu comentário foi limpo deste blogue. Depois da minha leve indignação, foi reposto.
Eu não minto.
Que nos valha Marcelo Rebelo de Sousa.

Abraço,

António Graça de Abreu

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Qual vai ser a reacção de uma associação de ex-combatentes perante um atitude destas?
Seja ela qualquer for gostava de saber em que se fundamenta.

Um Ab.
António J. P. Costa

Antº Rosinha disse...

"cerimónia na qual participaram os chefes de Estado de Cabo Verde e de Portugal, José Maria Neves e Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Fundação Amílcar Cabral (FAC) e ex-Presidente cabo-verdiano Pedro Pires".

Umaro Sissoco Embaló, não foi convidado? actual presidente da Pátria de Amílcar Cabral.

Rui Semedo (PAICV) e Domingos Simões Pereira (PAIGC) não fazem nenhuma falta para a história ficar mais completa?

Claro que o nosso Presidente, quando diz que por uns meses, Amílcar não foi presidente, não se devia referir a Caboverde, porque nas colinas do Boé foi declarada a independência apenas da Guiné Bissau, em 24 de Setembro de 1973, nove meses após o seu assassinato.



Ramiro Jesus disse...

Boa-tarde companheiros/camaradas.

Ainda bem que as mães dos que morreram ou vieram estropiados da Guiné, já poucas cá estarão e muitas das vítimas directas também já partiram.
Como já lembrou o Graça de Abreu e eu aplaudo - pois também pisei a parada do CAOP1, que tinha o nome desses três majores cobardemente assassinados - considero esta condecoração uma traição.
Tenho até a impressão de que, se cá estivesse, até o progenitor do nosso Comandante-Chefe sentiria vergonha ou, pelo menos, algum incómodo com esta atitude.
Enquanto sofrermos de tantos complexos ninguém respeitável nos respeitará!...

Boas-Festas para todos.

Ramiro Jesus

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Comentários anónimos, por favor, não!

Anónimo disse...

Vivemos tempos em que vale tudo, ou seja já nada, vale nada.A não ser ficar na fotografia, mesmo que se fique mal perante a história.
Subscrevo as opiniões de Ramiro Jesus, António Graça de Abreu António Pereira Costa e António Rosinha.Estamos de luto.Já no passado recente o mesmo actor correu para os braços de Fidel, sem querer saber dos que sofreram ou morreram por acçâo dos agentes de Fidel na Guiné e em Angola, Cabinda.
Abraço
Carlos Gaspar

Benjamin Bacelar disse...

Quando ouvi a notícia fiquei mesmo muito indignado. Para quando é que este presidente reconhece que existem ANTIGOS COMBATENTES!
Um abraço camaradas

Anónimo disse...

Os nossos camaradas Guineenses e os familiares dos que morreram ou ficaram gravemente feridos durante os anos das Guerras continuam à espera do reconhecimento que lhes é devido.

V. Briote
______________

Valdemar Silva disse...

"....o primeiro dia da visita oficial a Cabo Verde, Cavaco Silva foi agraciado com o primeiro grau da Ordem "Amilcar Cabral", uma condecoração que selou o entendimento entre os dois povos e que levou Cavaco Silva a participar nesta segunda feira nas cerimónias...."

Não sei se por razões editoriais, em Julho de 2010, no nosso Blogue nem uma palavra sobre o assunto da visita de Cavaco Silva a Cabo Verde.
Provavelmente em Julho de 2010, a música era outra ou não era à la mode.

Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Pois.....
Deve ter sido isso Valdemar!
Questões do âmbito editorial.

Abraço
Eduardo Estrela

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Peço desculpa por ter pedido uma reacção deste blog/associação de ex-combatentes perante a atitude do presidente Marcelo. De mais me valeria ter ficado calado...

De qualquer modo gostava de saber se o blog toma uma atitude e qual, sendo certo que lhe deveria ser chamada a atenção para a acção do "homem grande" da qual resultaram 9.000 mortos e um número elevado de pessoas a quem falta um bocado do corpo (ou do espírito) e com os quais ele se cruza(?) quando vai à pastelaria tomar a meia de leite antes de anunciar que se vai candidatar ao 2.º mandato. E até pode ser que alterem a constituição e ele faça um 3.º mandato...

Uma boa semana de trabalho.
António J. P. Costa

Carlos Vinhal disse...

Diz o Valdemar Queiroz:
"....o primeiro dia da visita oficial a Cabo Verde, Cavaco Silva foi agraciado com o primeiro grau da Ordem "Amilcar Cabral", uma condecoração que selou o entendimento entre os dois povos e que levou Cavaco Silva a participar nesta segunda feira nas cerimónias....
Não sei se por razões editoriais, em Julho de 2010, no nosso Blogue nem uma palavra sobre o assunto da visita de Cavaco Silva a Cabo Verde.
Provavelmente em Julho de 2010, a música era outra ou não era à la mode.


Diz o Eduardo Estrela:
Pois.....
Deve ter sido isso Valdemar!
Questões do âmbito editorial.


Digo eu:
Lamentáveis estas tomadas de posição, não tanto em relação a mim mas muito mais em relação ao Editor Luís Graça, que não merece, nem por piada, tais epítetos.
Quem dedicou tantos anos e milhares de horas da sua vida a este projecto, não devia estar sujeito a estas alfinetadas. Uma coisa é comentar, outra coisa é especular.

Passem bem camaradas Valdemar e Eduardo
Carlos Vinhal
Coeditor

Carlos Vinhal disse...

Camarada Valdemar Queiroz
Na minha opinião, uma coisa é o Prof. Cavaco Silva ter sido, durante uma visita oficial a Cabo Verde, agraciado com da Ordem (cabo-verdiana) Amílcar Cabral, outra, bem mais grave pelo menos para nós Antigos Combatentes, é o Prof Marcelo Rebelo de Sousa ter-se deslocado a Cabo Verde para agraciar postumamente Amílcar Cabral com a Ordem (portuguesa) da Liberdade.
Aos olhos de hoje, estivemos na Guiné combatendo contra aquele povo que lutava pela sua liberdade. O nosso PR, ao agraciar Amílcar Cabral, está, como agora é moda, a pedir desculpa e a reparar moralmente os males que infligimos a coberto do regime anterior.
No meio disto tudo, qual foi então e qual é agora a nossa posição, enquanto Antigos Combatentes? O que fomos ontem e o que somos hoje?
É isto que devemos discutir no Blogue e não andarmos aos "tiros" uns aos outros.
Abraço

Carlos Vinhal
Coeditor

Eduardo Estrela disse...

Longe de mim qualquer ideia de alfinetar quem, com tanto esforço dedicação e entrega, tem contribuido ao longo de todos estes anos para a memória colectiva de Portugal, deixando um legado extraordinário para as gerações futuras.
Quando fiz menção a questões editoriais, foi no sentido de dizer que há assuntos que muito provavelmente não deveriam ser abordados no blogue, em respeito aos princípios que o norteiam de não se discutir religião política e clubite desportiva.
Penitencio-me por eventuais mal entendidos e apresento aos camaradas Luís Graça e Carlos Vinhal as minhas desculpas, extensivas ao resto dos intervenientes no blogue.
Abraço fraterno
Eduardo Estrela

Manuel Luís Lomba disse...

Com ou sem contradições - e contraditórios - a história não se reescreve!

Amílcar Cabral nasceu e morreu português, logo foi um libertador português, merecedor da condecoração da Ordem da Liberdade: Libertou Portugal da Guiné....

O libertador de Cabo Verde não foi Amílcar Cabral - foi o MFA!

Na libertação de Cabo Verde, o PAIGC nunca deu um tiro, nunca fez um prisioneiro: O MFA deu tiros e fez prisioneiros...

Abraço

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Às vezes é preciso lembrar O QUE NÓS (NÃO) SOMOS... EM DEZ PONTOS!

Ver aqui as 10 regras da política editorial do blogue...
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2011/07/guine-6374-p8588-excitacoes-143.html


Ler também as seguintes notas (que as complementam):

(i) Os amigos e camaradas da Guiné têm como maior denominador comum a experiência de (ou a relação com) a guerra colonial, a guerra do ultramar ou a luta de lilbertação na Guiné, entre 1963 e 1974.

(ii) Muitas outras coisas os podem separar (a ideologia política, a religião, a nacionalidade, a origem social, a etnia, a cor da pele, as antigas patentes e armas, etc.), mas essas não são decisivas.

(iii) Quanto ao seu blogue, não é nenhum porta-estandarte, nenhum porta-voz, nenhuma bandeira de nenhuma causa...

(iv) Somos independentes do Estado, dos partidos políticos e das associações da sociedade civil que de uma maneira ou de outra possam representar e defender os direitos e os interesses dos ex-combatentes portugueses (ou guineenses).

(v) Somos sensíveis aos problemas (de saúde, de reparação legal, de reconhecimento público, de dignidade, etc.) dos nossos camaradas e amigos, incluindo os guineenses que combateram, de um lado e de outro. Mas enquanto comunidade (virtual) não temos nenhum compromisso para com esta ou aquela causa por muita justa ou legítima que ela seja.

(vi) Em todo o caso, a solidariedade, a amizade e a camaragem são valores que procuramos cultivar todos os dias.

(vii) Cada camarada e amigo que aqui escreve, compromete-se a respeitar a orientação editorial e as normas éticas do blogue, mas representa-se apenas a si próprio.

(viii) Não somos historiadores. Também não somos nenhum portal noticioso, não temos jornalistas profissionais, não temos a obrigação de cobrir a actualidade dos nossos dois países, Portugal e a Guiné-Bissau.

(ix) Somos apenas um grupo de amigos e camaradas da Guiné, incluindo familiares de camaradas desaparecidos ou mortos, durante e depois da guerra.

(x) Publicamos narrativas, histórias, estórias, documentos, relatórios, fotos, vídeos, etc., relacionados com a nossa vivência comum, a guerra, de que fomos actores e vítimas, protagonistas e testemunhas.

Abilio Duarte disse...

Olá Luís,
Não estou de acordo, com o que o Presidente Marcelo fez...ponto. Não é desta maneira, que se branqueia tanto sofrimento.
Abílio Duarte

Valdemar Silva disse...

Meu caro Carlos Vinhal, no que eu me fui meter.
Na verdade, e atiro-me pró chão, esqueci-me de escrever o que escrevi, por forma a não deixar dúvidas quanto ao não querer referir a tua intenção ou do Luís Graça na publicação deste poste. Note-se, quanto à intenção, de trazer à nossa Tabanca o tema 'vejam o que o Marcelo foi fazer'.
Como entendo, que estas questões são levadas para a política partidária, dá sempre azo a pontos de vista, que por isso até são conforme a "música" do momento.
Com certeza todos sabemos quem foi Amilcar Cabral, ele e todos os do PAIGC, que nos atacaram quando estivemos na guerra longe da nossa terra.(e podia desenvolver sobre os culpados de ter havido uma guerra mais de dez anos).
O exemplo que apontei, por não ter tido a mesma clave de dó, quanto a outro presidente ter ido a Cabo Verde, poderia ter feito o mesmo com Mário Soares e Jorge Sampaio, que quando foram em visita não disseram 'não me falem no Amilcar por causa daqueles majores'.
Mas porque os majores, quando todos dias Amilcar ou outros do PAIGC diziam 'mais uns colonilistas foram mortos pelos nossos valentes combatentes'?
Já não falando das condecorações de Angola e Moçambique.
Por ser à la mode, provavelmente estará ou estarão a ser contactadas as Assembleias Municipais, respectivas, para picaram as placas toponímicas de Amilcar Cabral, em ruas ou praças de várias localidades do país.
Quanto ao resto, meu caro Carlos Vinhal, a enaltecer a tua dedicação:
Quanto abrires o teu armário
das surpresas imprevistas,
não desistas, não desistas.
E se encontrares dentro dele
farrapos velhos, desbotados,
desdenhados. Não desistas.
E se vires viscosa aranha
com peçonha no seu ventre,
olha pra ela de frente
que ela passa sem tocar-te.
Não desistas, não desistas.
(poema muitas vezes dito pelo meu amigo e nosso camarada Renato Monteiro)

Um abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

O blog é, suponho eu, uma associação de ex-combatentes.
Já foi perguntado aos ex-combatentes afinal o que queriam.
A resposta foi simples e complexa ao mesmo tempo: RESPEITO.

Depois vieram aquelas "benesses" de que todos desfrutamos e que aceitamos sem contestar.
Mas isto a que se assistiu passou das marcas.
Não é necessário fazer grandes esforços de memória. Basta recordar os que morreram ou ficaram com um bocado do corpo (ou do espírito) a menos por se terem agrupado connosco sob o mesmo número de unidade militar. Não é sequer necessário procurar as mortes ou os ferimentos mais "relevantes" e que não esqueceremos. Sabemos que os dolorosos factos ocorreram e é isso que é suficiente para se tornar imoral a atribuição de condecoração da Ordem da Liberdade ao Chefe do Inimigo, pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa e com um discurso verdadeiramente inaceitável em que as "frases bombásticas" e laudatórias atingem a ofensa.
Já disse que perdi a guerra, mas temos de concordar que o presidente do meu pais (democraticamente eleito), vir a público louvar o chefe dos inimigos é uma desconsideração é um desrespeito para com todos os que deram o seu esforço durante onze anos na guerra da Guiné.

Fica à consideração dos camaradas
António J. P. Costa

Valdemar Silva disse...

Isto é tudo muito bonito, como diria o outro.
E acrescentava:
- 18-06-1990 Nino Vieira em Portugal é recebido pelo 1º. Ministro Cavaco Silva
- 01-07-1996 Nino Vieira visita Portugal é oferecido um banquete com as principais figuras
do Estado
- 1999 a 2005 Nino Vieira viveu em Portugal.
Quantos portugueses teriam morrido por ataques dirigidos por Nino Vieira ou até por ele próprio?

Os tempos eram outros, calhando a clave de dó não se percebia e nem sequer havia música.
Agora só falta chamar nomes aos camaradas que vão à Guiné como cooperantes e que vão sempre abraçar antigos INs, do PAIGC, que várias vezes lhes atacaram o Quartel.

Valdemar Queiroz

Carlos Vinhal disse...

Caríssimo Valdemar Queiroz
Em 18/06/1990, o Presidente da Guiné-Bissau, Nino Vieira, foi recebido pelo Primeiro-Ministro de Portugal, Prof Cavaco Silva e pelo Presidente da República Portuguesa, Dr. Mário Soares.
Em 01/07/1996, o Presidente da Guiné-Bissau, Nino Vieira, esteve em visita oficial a Portugal.
Entre 1999 a 2005, Nino Vieira esteve a viver em Vila Nova de Gaia na qualidade de refugiado da Guiné-Bissau.
Em Dezembro de 2022, o nosso Presidente desloca-se expressamente a Cabo Verde para condecorar, postumamente, com a Ordem da Liberdade, o fundador do PAIGC, Amílcar Cabral, a quem esta condecoração não aquenta nem arrefenta. Qual terá sido o motivo desta distinção? Por que não foi explicada? Acho até que se fez um silêncio ensurdecedor em volta desta viagem relâmpago e do seu motivo principal.
Abraço
Carlos Vinhal