segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Guiné 61/74 - P24104: S(C)em Comentários (2): A cantora descalça, Sandie Shaw, britânica, vencedora do Festival Eurovisão da Canção (Viena, 1967) que deu o nome a uma Daimler, a ME-90-93, do Pel Rec Daimler 1130 (Ingloré e São Domingos, 1966/68)





Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > s/d  [c. 1968/70]. > Uma autometralhadora Daimler, de matrícula ME-90-93, chamada Sandy Shar (?)... O veículo deveria pertencer ao Pel Rec Daimler ou Pel AMetr Daimler 1130 (Ingoré e São Domingos, agosto de 1966/maio de 68) ou ao 2043 (Ingoré e São Domingos, maio de  1968/ março de 70). 

A foto é do álbum do Manuel Seleiro, 1º cabo, ref, DFA, Pel Caç Nat 60 (São Domingos, Ingoré e Susana, 1968/70). Aqui reproduzida com a devida venia... Legenda do autor: "A mais famosa Daimler de  S. Domingos (Sandy Shaw)".

Foto (e legenda): © Manuel Seleiro (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

1. Obviamente o nome, Sandy Shar (?), está mal escrito... O pintor da "ferrugem" deveria querer dizer Sandie Shaw, a cantora britânica, nascida em 1947, que em 1967, em Viena, ganhou o Festival Eurovisão da Canção, com a canção que fixou nos ouvidos de muita gente, "Puppet on a string" (à letra, Marioneta), de tal maneira que chegou à Guiné em guerra...


S(C)em comentários (*)... Mas, se bem se lembram, os que viram o espectáculo na RTP, ainda a preto e branco, a cantora cantou descalça. Portugal, por seu turno, fez-se representar com a canção "O vento mudou", interpretada por Eduardo Nascimento (Luanda, 1943 - Lisboa, 2019), "o primeiro cantor negro na história do Festival Eurovisão da Canção"... 

S(C)em comentários... Mas, a propósito desse Festival Eurovisão da Canção e da participação do nosso Eduardo Nascimento, diz a Wikipédia: " Surgiram imediatamente rumores de que a escolha de Eduardo Nascimento para representar Portugal era uma forma de Salazar mostrar à Europa que não era racista, e que Portugal era um país pluricontinental e multirracial".
___________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 27 de fevereiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24102: S(C)em comentários (1): Visita de Marcello Caetano a Bissau, em 14 de abril de 1969: a primeira de um chefe de governo ao ultramar (oito anos depois do início da guerra)

6 comentários:

A. Murta disse...

Sandy Shar?!!!

Peço desculpa, mas eu leio na fotografia, Sandy Shaw.
Na primeira imagem é bem claro.
Não esquecer que isso foi escrito com moldes recortados que interrompem o seguimento das linhas. Mesmo assim, é claro o "W" no final.

Pensava eu que andava a precisar de ir ao oftalmologista mas, afinal, estou é pronto para oferecer os meus óculos a alguém...

Com um grande abraço para o autor da "Shar" (Luís Graça?),
António Murta.

A. Murta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Hélder Valério disse...

Caro Murta, também acho que tens razão!
Alguma precipitação na leitura e, lá está, sai o "R" em vez do "W", mas nada de grave.
Até dá para se falar do velho "Festival da Eurovisão", quando os intervenientes, na generalidade, cantavam nas suas línguas, sendo que agora parece que é "obrigatório" cantar em inglês e as canções não são bem isso, são mais "ensaios de video-clips".
Hélder Sousa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Peço desculpa pelo meu lapso: quatro olhos a verem, veem seguramente melhor do que dois, já cansados de blogar há 18 anos... A viatura está um pouco de esquina,na foto, o W de Shaw, pareceu-me um R, Shar... Peço desculpa também ao autor da foto,o Manuel Seleiro, e ao anónimo pintor da "ferrugem" que quis dar um arzinho da sua graça, *a rapazida do Pel Rec Daimler 1130 e de São Domingos... Naquele tempo a televisão não chegava ao chão felupe e os dias eram sempre iguais, tirando as minas e a porrada... Nada com a Sandie Shaw ara animar a malta...e (a)levantar o moral da tropa!... LG

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Afinal estava a passar, injustamente, um atestado de iliteracia ao nossos queridos amigos da "ferrugem"... Em contrapartida, tive o gosto de ver por cá o nosso sempre muito querido mas algo furtivo A.Murta... Aparece mais vezes, fazes cá muita falta!... LG

A. Murta disse...

Querido amigo Luís Graça, ontem eu estava muito bem disposto e vim a cena com algum humor perante o teu lapso, que, diga-se, me saltou aos olhos de imediato por conhecer bem aqueles caracteres. São típicos dos moldes recortados (ou escantilhões), normalmente em chapa muito fina e que servem para a pintura pulverizada com ar comprimido. O "artista" limita-se a encostar o molde de cada letra e pinta "à pistola" sem mais arte do que isso. Também é possível desenhar à mão letra-a-letra contornando pelo interior do corte do molde, e depois pintar a pincel, enchendo cada letra. Verdade é que nunca tinha visto caracteres daquele tamanho. Existem de pequeníssimo tamanho em escantilhões de plástico para desenho, e em folha de chapa, os que conheço, não têm mais de 5 ou 6 cm. Esses moldes geram letras que, por vezes, parecem estranhas, mas isso deve-se ao facto de ser impossível estarem recortadas no molde com o formato completo, pois o molde desintegrava-se: por exemplo, um "A" totalmente recortado, perdia o triângulo de cima, tal como o "W" ficava muito frágil. Por isso cada letra é recortada por segmentos.

Agora sou eu que peço desculpa por me ter excedido, quase numa palestra, para explicar uma trivialidade sem importância.

Grande abraço para o Luís Graça e para o Hélder Valério que também estava atento.

António Murta.
P.S.
Luís, é verdade que pareço furtivo, mas isso deve-se a precauções que ganhei quando anteriormente me expunha mais. Mas não passa um dia sem que eu venha aqui ao nosso Blogue fazer umas leituras e, até, guardar notas (e por vezes fotos), de assuntos que muito me interessam.